terça-feira, 28 de julho de 2009

ÊXODO - CAPÍTULO PRIMEIRO - CÃOCORDILOS ESTÚPIDOS

Imagem Google

  1. E o povo do Senhor era numeroso, e mais numeroso que o povo do Egipto; porque não havia parabólicas e os preservativos eram proibidos pela lei do Senhor Ratzinger;
  2. Vendo isto, o Faraó receou pelo seu país, pois temia a força do povo do Senhor; e ordenou a matança dos primogénitos do povo do Senhor; e o Senhor viu o sofrimento do seu povo e clamou: "Não perdes pela demora, ò careca!!!!";
  3. E o Senhor apiedou-se de seu povo e decidiu salvar uma criança, um primogénito do seu povo; e enviou um anjo, em sonhos, à mãe da criança e a mandou colocar a criança num cesto e o pusesse a navegar no Nilo;
  4. E a mãe da criança teve medo, pois que o Nilo se encontrava infestado de crocodilos; mas o anjo a descansou, afiançando que nenhum mal aconteceria à criança, pois "esses cão cordilos são estúpidos!";
  5. E o cesto foi colocado no rio, e flutuou pelas águas, e os crocodilos não molestaram a criança, pois não tinham fome, pois a matança tinha sido ordenada nesse dia;
  6. E o cesto levou a criança sobre as águas, e assomou à margem junto do palácio do Faraó, onde uma aia o tomou para dentro; e o mostrou à sua ama, a Grande Esposa, esposa do faraó;
  7. E a rainha tomou-se de sentimentos pelo rapaz que estava dentro do cesto, e acolheu-o e amamentou-o ela mesmo; e mostrou-o a seu marido, que ficou horrorizado e se indignou:"Oub'lá, ando eu a gastar uma fortuna na Corporácion Dermostética para ser esse gajo a mamar no silicone novo???";
  8. E o Faraó ficou inconsolável, enquanto mais dizia: "O gajo foi apanhado do rio?? Deve ser peixe!! Oub'lá, não será uma fuga à minha matança??? Bem, não deve ser, estes gajos dos hebreus são estranhos, pode ser costume deles...";
  9. E Deus agradeceu a Deus por a inteligência do Faraó não dever muito à dos crocodilos, e não foi difícil agradecer a si mesmo, porque Ele está em todo o lado e, naquela altura, estava de frente para Ele próprio. Ou coisa que o valha... Credo!!;
  10. E a Rainha não sabia como chamar a criança, até que descobriu que podia usar a boca; mas também lhe queria dar um nome, e não sabia qual o nome indicado para uma criança tão formosa e com tão grande futuro - porque já se via que a criança teria grande futuro, pelo tamanho do "presente" que havia deixado no cesto sua casa no passado;
  11. E o Faraó deu-lhe o nome de Moisés; e a Rainha se horrorizou perante tal nome, clamando: "Esse nome é estúpido e rima com chulé nos pés! Porquê Moisés?", e o faraó respondeu:"Porque me dá a impressão que vai ser tão teimoso como tu és. E Teimosés já é o nome do cão!"
  12. E Moisés foi acolhido pela família do Faraó, incluindo pelas tias da linha de Karnak, que o acharam "amorável"; e cresceu, e recebeu a educação dos Reis, e se desenvolveu como religioso e mestre de obras;
  13. E assim foi que, numa das obras que Moisés supervisionava, para a Câmara, de águas e saneamento, o Presidente da Câmara se tomou de amores atrevidos com bitaites à mistura por uma bela mulher hebraica, esposa de um amigo de Moisés;
  14. E o amigo, vendo que era apenas um trabalhador da obra, pediu a Moisés para ir à Câmara falar com o Presidente, o que Moisés fez; e assim que entrou na sala do Presidente, encontrou este a ter relações sexuais com o escriba da Câmara;
  15. Perante a entrada fulgurante de Moisés, o Presidente desequilibrou-se e caiu abaixo do candeeiro; e o escriba, ainda com as entranhas em fogo e com o cérebro envolto na volúpia, gritou por socorro;
  16. E acorreram os guardas da Câmara e ali mesmo Moisés foi acusado de ter matado o Presidente; e Moisés manteve a calma, até porque a autópsia poderia exonerá-lo;
  17. Mas passava na rua o funeral do médico legista, que, afinal, não teve tempo de fazer a autópsia nem ao Presidente da Câmara nem ao irmão, como tanto desejava;
  18. E Moisés foi presente ante o Faraó, arrastando as grilhetas dos condenados; e o faraó apiedou-se de Moisés, e recordou-se de todas as boas obras que ele fez, muitas das quais ainda não tinham ruído;
  19. E o Faraó falou , e proferiu a sentença: "Moisés era como um irmão para mim, mas matou um egípcio - não era grande espingarda, pois era político - mas era egípcio; e a sentença por este crime é a morte; Mas, tendo em conta as boas obras que fizeste, condeno-te ao desterro no Deserto!";
  20. E mais não disse o Faraó, pois caiu-lhe um pedaço de estuque do tecto em cima da cabeça; enquanto aguardava a quadriga do INEM, perguntou a Moisés: "Esta obra não é tua?",
  21. E Moisés, vendo o chão fugir debaixo dos pés, respondeu:"Irmão, não, não é minha!" - e assim estabeleceu o código de conduta dos empreiteiros;
  22. E Moisés foi conduzido às portas do Deserto, que estavam fechadas; e bateram à porta, a atendeu o Senhor: "Estava a ver que nunca mais cá chegavas, porra! Lentinhos, estes egípcios!!";
  23. E o deserto acolheu Moisés e Deus acolheu-o também; e não deixou que nada lhe faltasse, a não ser comida, bebida e sombra; e conduziu-o para as montanhas infernais do Sinai;
  24. E Moisés deambulou pelo deserto, e subiu e desceu pelas montanhas; ainda voltou para trás e bateu à porta do deserto outra vez, mas era uma Repartição Pública e estavam todos de férias;
  25. E assim Moisés voltou às montanhas, e sobrevivia do que podia, dos gafanhotos que encontrava; e Moisés desfaleceu, e, quando acordou, -lo numa tenda do deserto; mas isso é para o Capítulo Segundo.

ÊXODO - CONTEXTO HISTÓRICO

Imagem do Google

Antes de começar a contar a saga do Êxodo, sem dúvida uma das mais valorosas páginas da história humana, quero contextualizar os acontecimentos. É certo, como digo, que esta é uma das páginas mais gloriosas da história do povo judeu, mas também uma das mais romanceadas na Bíblia. Uma pequena contextualização não faz mal a ninguém.

Estamos algures entre os anos 1350 e 1200 a.C.. O povo hebraico encontra-se exilado no Egipto. A primeira questão é: porquê? Pois bem, conta a narrativa bíblica que, desde os tempos de José, vendido pelos irmãos a mercadores e que parou vendido no Egipto, onde, graças aos seus poderes premonitórios, acabou por cair nas boas graças do Faraó de então (desconhecido), que o povo hebraico se estabeleceu no país, onde foi sujeito a escravatura.
Ora, hoje sabemos que o Egipto Faraónico nunca usou a escravatura no seu ou outros territórios. Então, porque estavam os hebreus, contra a sua vontade, no Egipto?

Há várias teorias. Uma das mais conhecidas é também a mais simples, o que não quer dizer, obviamente, que seja a mais certa. O Egipto, além do seu território das Duas Terras (Alto e Baixo Egipto), era um Império que mantinha presença forte nas suas colónias. Estas incluíam a Líbia, a Oeste, a Núbia, a Sul, e vários territórios a Leste e a Nordeste, onde se incluíam a Síria e a actual Palestina (disputadas pelo grande rival, o Império Hitita), parte da Jordânia e Arábia Saudita. Historicamente, as tribos hebraica e ismaelita (árabes) são originárias da Mesopotâmia, da cidade de Ur, uma das grandes cidades-estado sumérias, de onde provinha Abraão, de onde divergiram, através da descendência com Sara, os hebreus, e da sua relação com Agar, uma sua concubina, a tribo dos ismaelitas (árabes). Enquanto os ismaelitas se dirigiram para a Palestina, onde se fixaram, os hebreus optaram pelo estilo de vida nómada, muito provavelmente nos territórios hoje ocupados pela Jordânia e Sinai. Assim sendo, nada mais natural que os nómadas, sob domínio egípcio, se dirigissem ou fossem forçados a dirigirem-se para a capital Mênfis.

Por outro lado, há uma teoria que envolve mais riscos, mas igualmente com sentido. O Egipto foi governado por uma dinastia que conquistou quase todo o território aos egípcios (excepto a área de Tebas, a Sul), chamada de Hicsos, que literalmente queria dizer "os Reis Pastores". Estes povos hicsos são um dos mistérios da história. Ninguém sabia de onde vinham. Ultimamente, foi descoberto, ou pelo menos demonstrado, que os hicsos eram um povo semita (ao contrário dos Egípcios, de origem ariana). Não uma única tribo, mas provavelmente uma federação de tribos, entre as quais, quase sem dúvida, os hebreus e os árabes, que se aliaram contra o invasor e acabaram por conquistar Mênfis. Fundaram inclusivamente a sua própria capital, Avaris, no delta do Nilo. Governaram como Faraós e não com os seus rudes hábitos anteriores. Nesta teoria, os hebreus aparecem-nos como conquistadores do Egipto e não como prisioneiros.
Obviamente, e sob o comando de Ramsés I, os egípcios reconquistam Mênfis e arrasam Avaris, por volta do ano 1350 a.C.. A parte árabe dos Hicsos acaba por fugir de novo para a Palestina, onde tinha os seus povoados originais. Os hebreus, esses, e pela sua anterior natureza nómada, ficaram no Egipto, mudando a sua condição social de nobreza para povo e vistos como recurso de mão de obra para a reconstrução do país, que entretanto mudou a sua capital para Tebas (actual Luxor).

Se aceitarmos esta última teoria, é pouco provável que Ramsés I tenha legitimado o seu poder apenas pela força do exército. Terá casado, obviamente, com uma nobre da anterior dinastia, ou seja, com uma hebreia. O seu filho, Seti I, acaba por reunir os anteriores territórios antes controlados pelo Egipto. O filho deste, Ramsés II, consolida as conquistas e constrói uma grande parte dos templos mais conhecidos do Egipto. Terá sido num destes três reinados que se deu o Êxodo. Moisés subleva o povo, que parte, à força das Dez Pragas, para o Deserto do Sinai.

Há quem acredite, no entanto, que Moisés, indubitavelmente hebreu, mas também uma altíssima figura de Estado (possivelmente Sumo Sacerdote de Karnak, a segunda figura mais poderosa do país), seria mesmo irmão do Faraó. Nesse caso, não de Ramsés II. A hipótese seria a de ser irmão de Amen-hotep II, ou de seu filho, muito conhecido, Amen-hotep III, que mais tarde mudou o nome para Akhenaton, o criador da heresia do Deus Único, Áton, o Deus-Sol. Por sua vez, tio de Tutankhaton, que mudou o nome para Tutankhamon quando o seu antecessor Horemheb aboliu a heresia.

O que há de engraçado nesta teoria? Nunca, até àquele momento da História Humana, se tinha verificado a implementação de uma religião de Deus Único, que, curiosamente, foi a religião seguida e imposta aos hebreus por Moisés. Será que Moisés pode ter sido irmão de Akhenaton e ter ajudado a criar a religião do Deus Único?
Ou será que Moisés é um pouco anterior e pode ter sido um hebreu descendente de Faraós Hicsos que chegou a Sumo-Sacerdote de Karnak, o Templo de Amón-?
Ou ainda poderia ser um pouco mais antigo e ser, simplesmente, um nobre Hicso, Sumo-Sacerdote de Heliópolis, o Templo de Hórus Heraktli (), perto de Mênfis, no Norte?

Poucas dúvidas há sobre um facto: Moisés foi um poderoso clérigo do Egipto, que, por alguma razão (queda dos Hicsos, criação do monoteísmo ou até a sua abolição, mais tarde), se viu forçado a sair do país e levar os seus seguidores consigo.

É este o contexto histórico, resumido como o conheço, do Êxodo. Há poucas certezas, mas há uma história lindíssima para ser contada!

segunda-feira, 27 de julho de 2009

ANTI-SEMITISMO

Imagem do site "Geografia Bíblica"

Tem corrido, pela blogosfera, o boato que o blog Cirrus Minor é anti-semita. Exponho diversas razões que rebatem essa teoria.

A primeira razão pela qual não sou anti-semita, é a exposta na imagem acima. Povos semitas são os descendentes de Abraão, ou, mais concretamente, de seu pai, Terah. Ou seja, incluem-se nesta família étnica povos tão diferentes como os Hebreus, os Ismaelitas ou Midianitas, ou seja, os Judeus, os Árabes ou os Palestinianos.

A segunda razão é puramente política. Sou abertamente contra a implantação de uma Estado Judaico (no caso, Israel) na Palestina. Sou contra a implantação de um Estado EXCLUSIVAMENTE Judaico na Palestina, note-se. Não tenho nem pretendo ter alguma coisa contra o povo judeu, sem o qual, há que relembrar, teríamos hoje bem menos cultura e outras benesses por esta Europa e Mundo fora. Aliás, como os Árabes, que até os números nos deram.

Portanto, podem dar-me como epíteto anti-sionista, mas nunca, nunca, anti-semita. Não sou contra pessoas, não as pretendo combater. Mas combato ideias pelas minhas ideias e não pelas de mais ninguém.

Obrigado, aos que lerem esta mensagem, pela vossa compreensão.

FALTAM 24 HORAS

Foto Google

Para responder à Pronúncia do Norte, faltam 24 horas para o Capítulo Primeiro do Êxodo, segundo livro da Bíblia, segundo o Cirrus Minor. Aguardem, eles "andem" aí!

domingo, 26 de julho de 2009

EU GOSTO É DO VERÃO

Foto Google

É verdade, eu gosto é do Verão, como dizia o Vieira. Não é o orelhas, é o outro, o dentolas que canta umas obscenidades criativas. E que bem o faz! Adiante... Eu gosto é do Verão. O Verão é óptimo porque nos permite trabalhar numa paz e sossego pouco usuais. As crianças estão de férias ou com Gripe, pelo que o trânsito está fluido, pois os papás não têm necessidade de entupir as ruas com as suas carrinhas familiares para dentro das quais olhamos com alguma curiosidade para ver a criancinha, e... lá está, perdida no banco traseiro para quatro cus adultos, uma cadeirinha com um rebento ainda a dormir ou a chorar com sono. Não que o trânsito seja determinante. Nos dias em que vou trabalhar para o escritório (não são muitos, a maior parte do tempo trabalho em casa ou na rua), e para quem conhece, a A4 fornece boa fluidez de Leça do Balio para Matosinhos todo o ano.

Mais determinante é a ausência. Ah, a ausência... é tão bom estar ausente, principalmente quando são os outros... Trabalhar em paz, sem medo de interrupções, problemas de última hora, urgências estatais ou reuniões do tipo flash. Agosto é uma paz (Não, não é pás, pás...) para trabalhar. Por essa razão é que me apraz (e não, não é pás, pás...) tirar férias em Maio e Outubro. Essencialmente, há que lembrar que assim, tenho três meses de férias, Maio, Outubro e Agosto, pois o trabalho é tanto que até dá para fazer como faz ali o tuga da foto. O que não é inédito, aquilo é bem real.

E perguntar-me-ão: então e praia? Bem, tudo bem, o wireless chega lá fora à piscina do condomínio e dá para estender a toalha no relvado e... trabalhar. Para o chumbo e para o bronze. Além disso, a Unicer fica ali ao lado para o caso de ter sede. Adiante... A questão é que já nem consigo suportar ir a uma praia portuguesa em Agosto. Não por ter vergonha do que lá se passa, como a montagem de barracas, os farnéis, os assadores, as crianças atirando areia para cima de tudo o que mexe ou não, ou os avecs com seus excessos linguísticos. Nada disso. Apenas não suporto o vento, a água gelada e a falta de espaço.

Lá para Outubro, tentarei ir à praia. Dir-me-ão que é tarde demais. Pois, em Portugal é. Mas há outras praias, mais quentes e baratas que as portuguesas. Claro que isto de ter ou não ter filhos é uma questão primordial na marcação das férias. Como não tenho, nem está nos meus planos próximos vir a ter, posso fazer isto. Compreendo quem não possa. Não me critiquem por poder.

Por isso, eu gosto é do Verão. De trabalhar no Verão. É uma maravilha!

PS: As praias algarvias têm água mais quente e não têm, regra geral, vento. Mas são território de Sua Majestade. Que o câmbio do euro face à libra se está a encarregar de nos devolver...

sábado, 25 de julho de 2009

O NOVO HOLOCAUSTO


Foto: Louis Lanzano

Esta notícia, que podem ler aqui, é do mais curioso que existe. Não pelo assunto, a detenção de pessoas, mas antes pelas pessoas em si. O facto de terem sido detidos políticos norte-americanos não nos reserva grande surpresa - ao fim e ao cabo, são políticos, e, por natureza, corruptos. Além do mais, são americanos, ou seja, são corruptos e americanos. Está na cara que, tal como nas séries do Ranger do Texas, os corruptos vão todos dentro. Sendo americanos, mais provável se torna a detenção.

Mas a detenção de rabis, ou rabinos, essa é bem mais interessante. É inédito. penso que há dois mil anos não prendiam um rabi, e Esse foi parar à cruz. Obviamente, a estes não acontecerá o mesmo, já ninguém crucifica ninguém - pelo menos que se saiba. É óbvio que os rabis, os "padres" do Judaísmo, são tão susceptíveis de irem para a cadeia como qualquer padre irlandês com inclinações por ânus com poucos anos. Não é essa a questão. Mas estes são daqueles que dão cabeçadas no Muro das Lamentações, em ritmo de samba. O que não se entende, pois se o muro é monumento importante, não devia ser tratado à cabeçada, mas isso é lá com eles.

Os motivos da detenção são também muito interessantes. Primeiro, o crime higiénico. Pois, a ASAE não perdoa o excesso de limpeza ou de lavagens. Neste caso, de dinheiro. Numa altura em que estamos a braços com uma enorme e gravíssima epidemia de compra de vacinas para a gripe A, aquela que não mata ninguém e que todos querem ter, para que o governo lhes pague nove dias de férias em casa, não é de bom tom castigar estes senhores por lavarem algo que é muito sujo, habitualmente: o dinheiro, que muda de mãos tantas vezes. O segundo motivo, o crime orgânico, ou seja, o tráfico de órgãos humanos. Não sei bem como os arranjavam, mas tudo indica que arranjavam mesmo, por dez mil dólares. Pouco se pode comentar uma coisa destas, mas temos de nos lembrar quem são os suspeitos: rabis (os políticos não faziam tráfico de órgãos). Talvez quisessem apenas retomar os holocaustos no Templo, a sessenta mil dólares o sacrifício. Terceiro crime: contrafacção de produtos de marca - é aqui que entra a ASAE americana. Pois bem, judeus não são ciganos, mas também podem vender artigos falsificados. Pode ser que um dia troquemos o romanov pelo hebraico nas feiras de Portugal. Convenhamos que a nível de vestimenta, ambos vestem de negro, por isso nem se notaria a diferença. Quarto crime: falências fraudulentas - aprenderam num estágio em Felgueiras aqui há uns anos mas já dão lições a todo o mundo.

De referir que a lavagem de dinheiro foi permitida pelo Estado de Israel, aparentemente através de organizações de beneficência judaicas, que introduziam o dinheiro no país. E eu que nem sabia que podiam existir organizações de beneficência israelitas. A não ser o exército israelita, que oferece um mês de estadia grátis a cada adulto israelita, por ano. São generosos.

A minha conclusão de tudo isto guardo para mim. Deixo apenas um pensamento: "Uns são filhos da mãe, os outros são filhos da p***". Bom fim de semana, lavem muito dinheirinho!!

sexta-feira, 17 de julho de 2009

GÉNESIS - CAPÍTULO QUINTO - LÓ E O PÃO COM SAL


  1. E assim foi que, naqueles dias, Deus observava a terra, nos tempos antes de Salém, filho de Ismael, fundar a sua cidade;
  2. E viu Deus que a terra era calma e serena e feliz;
  3. Mas logo um dos seus anjos, regressado de missão de reconhecimento, a bordo de um B1 Stealth, reportou que algo se passava nas duas maiores cidades da terra;
  4. E logo Deus se alarmou, e logo bradou qual trovão, e sua voz encheu os céus e a terra;
  5. E o anjo continuou com o seu relato, e Deus foi tomado de ira, e logo se dirigiu às ditas cidades para ver as ignomínias com os seus próprios olhos que a terra não há-de comer;
  6. E chegou aos portões de Sodoma, e ordenou que os abrissem de par em par, para a sua entrada na cidade, mas ninguém respondeu, embora se ouvissem sons vindos do interior das muralhas;
  7. E Deus mudou de táctica e enviou três espiões para a cidade, e três anjos se imiscuíram na sua população e logo ganharam conhecimento do que se passava naquela cidade;
  8. E logo procuraram a Deus e relataram o que viram;
  9. "Nosso Pai, a população de Sodoma perdeu toda a vergonha e não só comeu do fruto proibido como já anda a comer as raízes da árvore";
  10. E Deus comoveu-se, e irou-se. E querendo saber mais, perguntou: "Pois, está bem, mas o que andam eles a fazer?"
  11. E os anjos acautelaram as suas palavras: "Senhor, é iníquo de mais para to descrevermos! Não há palavras para os actos que vimos ser cometidos!";
  12. "Mas não há palavras porquê? Ainda não as inventei? Que se passa? Desembuchem lá que não tenho o dia todo!"
  13. "Senhor, eles têm relações sexuais uns com os outros" - ao que Deus os repreendeu, pois o homem fora instruído para procriar e encher a terra com a sua semente - mas os anjos enfatizaram "uns com os outros";
  14. "O quê?? Andam a ir ao pacote uns aos outros? Homens com homens?! Coiso no...?? Estes gajos inventam cada uma!! Por isso é que ainda não havia palavras - eles andam a sodomizar!!"
  15. E Deus enviou-os de novo, para procurar os justos da cidade, ou seja, aqueles que ainda tinham o ânus justo, justinho, assim como quem apenas defeca saudavelmente;
  16. E os anjos foram, e de novo entraram na cidade, e procuraram os justos da cidade, e o mais justo que encontraram foi a família do padeiro, embora a mulher deste lhes suscitasse fortes dúvidas;
  17. E os anjos avisaram do terrível castigo que aguardava a cidade a , assim se chamava o padeiro, salientando que era o único justo da cidade, pois não corrompeu nem foi corrompido;
  18. E queixou-se que há já algum tempo não tinha força no membro, e não podia, mesmo querendo, corromper ninguém; quanto a ser corrompido, eles lá bem iam a casa, mas depois acabavam por corromper-lhe a mulher;
  19. E os anjos tiraram as dúvidas acerca da mulher de , de facto não eram hemorróidas; mas estava decidido, e e sua família sairiam da cidade, a cobro dessa mesma noite; e avisaram que não deviam olhar para trás, nunca olhar para trás;
  20. E assim fez , e saltou os muros da cidade com a sua família, o que foi má ideia, pois ficou com equimoses várias do tombo que deu da muralha abaixo;
  21. E , com sua família, saiu da cidade perante a fúria de Deus; mas sua mulher, que não tinha hemorróidas, olhou para trás;
  22. E ela viu o horrível espectáculo com seus próprios olhos; e viu a fúria e ira de Deus abater-se sobre a cidade, ao mesmo tempo que via um senhor a uma janela a tomar café com leite e a treinar ser corrompido com fruta fresca, nomeadamente, melancias, pelo ânus acima;
  23. E viu o fogo a abater-se sobre a cidade, e uma enorme águia a pairar sobre céu de enxofre, bradando: "EU AVISEI QUE HAVIA MAIS MARÉS QUE MARINHEIROS, CORRUPTOS DE UM RAIO!!!";
  24. E a mulher de transformou-se numa coluna de sal, e Sodoma desapareceu para sempre, juntamente com a sua irmã gémea, Gomorra; e mudou-se para Ovar, e deu em pasteleiro, tipo padeiro mas mais apaneleirado;
  25. E o presidente de Sodoma morreu com uma melancia enfiada no ânus, e o presidente de Gomorra teve de voltar aos BAN para ganhar a vida.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

...OUTRA NA FERRADURA!


Hoje vi o título de uma qualquer publicação que me chamou a atenção. Não me perguntem qual a publicação, apenas passei os olhos nos escaparates e lá estava em letras bem gordas. Para me provar que até aquelas pessoas que eu considero extremamente radicais podem ter laivos de lucidez moderada, apelos interessantes e chamadas de atenção importantes. Falo de quem? Adivinhem lá... do Papa Bento XVI.

Lá dizia o título em gordas que Bento XVI considera o laicismo radical tão grave como os fundamentalismos religiosos. A minha primeira reacção foi simples, pensando cá para mim que era bem claro que a frase vinha de quem vinha e era óbvio que essa seria sempre a sua opinião. Mas depois dei comigo a pensar a duzentos à hora (o que é frequente e não é grave, grave é as palavras saírem a duzentos e dez...). Não sei exactamente qual o contexto em que Bento XVI profere estas palavras...

Mas uma coisa é certa - está mais que certo. A nossa sociedade laiciza-se com uma velocidade estonteante, o que não é anormal nem particularmente grave. O problema é que, a acompanhar a velocidade, está um outro factor, e esse, sim, grave. E esse é o radicalismo. Não é de hoje, mas de hoje cada vez mais, que nos afastamos das religiões. Na minha opinião, não há um problema em si mesmo, é apenas uma evolução natural do espírito humano, demasiado insaciável, hoje, para as incertezas e dogmas religiosos. Queremos sempre mais e é perfeitamente normal que assim seja. Ícaro também era assim e derreteu as asas na atmosfera superior, mas isso é outra história...

O problema é outro. O problema põe-se quando, a par desse afastamento da instituição religiosa, também acontece o afastamento das pessoas religiosas ou não-laicas. Quantas vezes isso já não aconteceu, até aqui, na blogosfera, em que muitas pessoas crentes em diversas fés e credos são deixadas a um canto apenas por professarem essa fé? É o novo pecado original. A indiferença é já, por si só, grave. Quando as coisas atingem níveis de violência física ou psicológica a coisa torna-se perversa, pois o combate pelo laicismo perde a sua razão de ser, ou seja, a capacidade de pensar por si só e de respeitar o pensamento do outro.

Porque hoje também temos "Evangelizadores Laicos", que professam tão ferozmente o Laicismo como outros professaram no passado a religião. O que os torna melhores? Pouco ou nada. Assim sendo, penso que as palavras de Bento XVI, apesar de lhes desconhecer o contexto, tocaram com mestria num dos grandes problemas da sociedade actual: o exacerbado orgulho no indivíduo e consequente desprezo pelas ideias dos outros. Para ser sincero, penso que Bento XVI tem toda a razão nesta questão.

Depois, pensei em mais uma questão: não estaria ele a referir-se à proibição do uso de vestes muçulmanas pelo governo francês (por acaso, laico)?

Será que o Papa está mais atento ao mundo (ainda mais, digo eu) do que pensamos??

terça-feira, 14 de julho de 2009

UMA NO CRAVO...

Atenção, atenção, aviso à população! Assim começa o mais brilhante álbum da música portuguesa, o mais que subvalorizado "Há já muito tempo que nesta latrina o ar se tornou irrespirável", um autêntico hino anti-globalização, da autoria dos Mão Morta. Mas é assim que começo este post. Que se reúnam todos à volta do cantinho, pois vou falar de uma das pessoas de quem mais gosto de falar: o nosso PB16. Não, não é o novo extremo do Real Madrid, esse é CR9. É o Papa Bento XVI.

Pois o nosso amigo Ratzinger não pára de escrever, num autêntico assomo de sensibilidade literária. São discursos, encíclicas, bulas e outras coisas que tal que vão pondo a nu todo o poderoso pensamento deste Sumo Pontífice. Não deve surpreender ninguém que Bento XVI tenha opinião sobre quase tudo o que se passa no mundo, não fosse ele uma das pessoas mais informadas do planeta. Além disso, tem jeito para a coisa, tal como o seu antecessor. Escreve bem e claro, fala menos claro, mas isso é por ter nascido no tempo de S.Pedro, e a idade não perdoa. É velhote. E tem sotaque alemão, o que não facilita nada... Mas que está lúcido, ninguém duvide.

Julgo que posso afirmar, e hão-de concordar, que quem chega a Papa deixa de ter ordenado. A função deve ser tão incrivelmente absorvente que a pessoa se confunde com o hábito e a vida se confunde com a mensagem. O que me deixa algo desconfiado, pois não consigo parar de pensar em quem pode estar a pagar ao Bento XVI para dizer uma barbaridade por semana. Pelo menos.

A última é a necessidade de uma "autoridade política mundial". Eu até sei que fomos nós, portugueses, como povo, através dos desígnios nacionais, que começamos a Globalização, mas na altura estávamos na aurora dos Descobrimentos e tínhamos um Rei que só pensava em dominar o Mundo, como acabou por fazer. Mas, hoje em dia, quem advoga uma coisa destas? Mais ainda, com que intenção?

Não sou ninguém para duvidar das boas intenções do Santo Padre, mas por vezes, ele lá diz cada uma... O que nos leva a pensar no facto de haver ou não dose de verdade nos boatos que afirmam Bento XVI como um dos últimos verdadeiros nazis. Como devem estar recordados, não vai há muito tempo que afirmei a minha convicção de que penso que sim, que é mesmo verdade. Confirmo o meu pensamento, penso mesmo que o Papa é nazi dos sete costados. Não está em causa o cargo, mas sim a pessoa, que me levanta muitas reservas.

Governo Mundial? Ok, Sua Santidade, vamos a isso, como diria o seu Führer...

segunda-feira, 6 de julho de 2009

A MORTE ÀS POSTAS


Obama em Moscovo, coisa que não admira. Além de ser democrata, este presidente do Império Roman... dos EUA gosta também de passear, e, convenhamos, Moscovo é uma cidade com alguns encantos, nomeadamente as fabulosas cúpulas das catedrais, o Kremlin e as escorts de luxo a preço de saldo.
Consta que foi lá para cravar um acordo com Medvedev. Medvedev é aquele senhor que parece presidente da Rússia, mas que na realidade não manda ponta de uma matrioska lá para os lados das Sibérias. O senhor que manda é aquele mânfio com cara de agente da CIA que afinal era agente do KGB e que também já foi presidente do país. Consta que andou aqui há anos a estourar talibans no Afeganistão. À boca pequena diz-se que foi para saber como estourar os polibãs (já são polibãs porque já mandam em mais que um país - ou coisas parecidas...) que o Obama foi a Moscovo. E para pedir desculpa por não ter deixado os sovietes terem acabado o serviço...

Adiante. Putin é o nome do senhor que manda nas Sibérias e no Gás Natural. E foi assinado um acordo de redução de ogivas nucleares de parte a parte. Estarão a perguntar-se porque não usam uma pasta dentífrica medicinal e logo acabava o problema. Mas não são gengivas, são ogivas. O que é uma ogiva? Basicamente é uma carga de trabalhos para quem leva com uma na ponta de um supositório a jacto chamado míssil balístico. Vulgo, é a "Bomba". Não, não é o Ferrari que o Cristiano Ronaldo rebentou, nem esse menino é uma ogiva, embora tenha, por si só, arrasado Paris em três noites, o que não deixa de ser obra, mas já tinha sido conseguido pelos argelinos há dois anos. Estou a falar da "Bomba".

Ninguém sabe bem quais as consequências de uma guerra nuclear, pois nunca houve uma guerra nuclear. O grande receio é que o Irão, a Coreia do Norte e os Polibãs ponham as mãos nas armas nucleares, pois são estados (os polibãs são "estado de sítio") dirigidos por lunáticos que poderiam eventualmente atacar um qualquer país com a "Bomba". Nunca tal aconteceu. Só aconteceu por duas vezes, contra o Japão, mas esses ataques foram feitos por uma grande democracia, o único tipo de país que pode ter "a Bomba", pois são países com juízo e não atacam ninguém. Às vezes, nem sei bem o que escrevo... Adiante. De qualquer das formas, essas bombas eram foguetes de romaria comparadas com as "Bombas" de hoje. Cerca de 1000 a 10000 vezes menos potentes. Ora se as antigas mataram 300 000 pessoas, cada "Bomba" moderna pode matar... uma carrada de gente, assim a haja à disposição!

Seja como for, foi acordado que cada país (EUA e Rússia) deve diminuir o número de ogivas nucleares de 2200 para 1500. É a verdadeira revolução! Isto porque se vê perfeitamente que 1500 ogivas já não ameaçam ninguém, pois já destroem a Terra apenas 15 vezes. 15 vezes em cada lado, note-se. Ora, a destruição global do planeta pela guerra nuclear poderia ocorrer, às mãos destes dois gigantes, 44 vezes. Agora, pode apenas verificar-se por 30 vezes. Como entre mortos e feridos, há sempre quem escape, estou esperançado em que possa não morrer na primeira leva de ogivas a destruir o Mundo. Talvez morra apenas na segunda, três minutos depois! Quem sabe, talvez consiga escapar às 30 vezes e morrer apenas uns dias depois, vítima das radiações. Boas notícias, portanto! Temos as mesmas hipóteses de sobrevivência, mas morreremos menos 14 vezes que antigamente. Já me sinto muito mais vivo!!

sexta-feira, 3 de julho de 2009

NET À SUIÇA


Não sei se tudo o que se passa em Portugal é engraçado. Talvez não. Deve depender do estado de espírito. Há alturas em que estamos numa sucessão de situações hilariantes em que tudo o que vem depois é também hilariante, do tipo: "O Benfica foi campeão!" e a gente rir-se a bandeiras despregadas. Então alguém diz: "Caiu a ponte de Entre-os-Rios!" e a única coisa que saem são gargalhadas. Por isso, e por andar ou desatento ou muito feliz com as insignificâncias cá do burgo, acho graça a quase tudo. Manifestação de agricultores? Porreiro! Dias Loureiro arguido? Espectáculo! Um portista concorrer à presidência do Benfica? Hilariante! (Mas esta última é até é mesmo)...
Mas uma coisa que não suporto são os espertos. Espertos não são inteligentes. Normalmente quer dizer precisamente o contrário. Às vezes, também nos referimos a estes seres como artistas. E há sempre um artista ou esperto pronto para me chamar burro por aí. Porque, para um esperto, um burro é aquele que trabalha para viver. O esperto é aquele que vive de expedientes, de subterfúgios. Tipo deputado.
Mas, às vezes, até eu consigo chamar burro a um esperto. E é com imenso prazer que o faço, diga-se. Não sou assim tão vingativo ou mesquinho, mas tenho direito à minha hora. Tanto me tenho rido nos últimos tempos que, quando saiu a notícia que dava conta de que centenas (?) de portugueses investiram, num site de Internet, na compra de moeda estrangeira, quase rebolava a rir. Há gente para tudo, até para fazer destas burrices incríveis. Pensei logo em parar, afinal, sempre é uma fraude e alguém vai ficar sem os tostões ganhos arduamente.
De seguida, a notícia evoluía para o inevitável "fraude", obviamente. A seguir, vinha comentado que a CMVM, no seu papel de regulador destas actividades, não tinha dado conta sequer de que a morada na Suíça, desta pretensa empresa, nem existia. Por esta altura, já eu subia às paredes para conter o riso.
Mas não era tudo: a tal empresa desapareceu com todo o dinheiro da Internet e, possivelmente, da face da Terra. O meu abdómen já doía de tão gargalhar. O último pormenor foi a gota de água e tive que ir vomitar o almoço à casa de banho, pois não consegui aguentá-lo. O esquema do negócio incluía juros de 1%. Nada mau, se fosse ao ano. Por mês, seria fabuloso!!! Agora, ao... dia????!!!!
Mas quem são estes crentes? E será que vão fazer fila à porta do Ministério das Finanças ou da Economia a exigir o seu dinheiro de volta?? Lá lata não lhes deve faltar, a estes espertos. E um esperto não tem vergonha. Mas sempre se arranjou um milhão de euros para "investir"...

quinta-feira, 2 de julho de 2009

A Maravilha


A antiga cidade de Petra, capital dos Nabateus, que controlavam as rotas de comércio do Oriente, foi eleita, não vai há muito tempo, uma das sete Maravilhas do Mundo Moderno. Não deixa de ser ironia que tenha uma idade tão avançada como algumas das Maravilhas do Mundo Clássico. O sítio fica na Jordânia, a escassos quilómetros da Palestina, ligeiramente a sul de outra maravilha, esta natural, o Mar Morto.

A cidade está, assim, promovida da forma mais eficaz. Muitos poderão pensar, e estão no seu direito, que o facto de ter sido eleita como uma das Maravilhas não implica que, por si só, seja digna de visita. É um facto. Para mais, encontra-se num dos mais ameaçados países do Mundo, pela sua perigosa proximidade dos lunáticos israelitas, e pelo péssimo hábito de abrigar os refugiados palestinianos. Tudo isso pesa. Muitos poderão pensar se, realmente, vale a pena.

Petra fica nas imediações de Wadi Musa, uma pequena cidade obscura perdida nas montanhas jordanas. Não fosse a cidade antiga, não passaria de um lugarejo esquecido. Agora, já tem hotéis em quantidade e qualidade. O hotel Taybet Zalman, de cinco estrelas, abrigou-nos por duas noites e é o mais perfeito exemplo de como se pode reconverter toda uma aldeia abandonada num projecto fabuloso, lá no alto da serra abrasada pelo calor imperioso. Aos seus pés, jaz a cidade perdida. Olha-se, mira-se e torna-se a olhar. Sabemos que está ali, à nossa frente. Mas não a vemos. Perde-se nos fundos desfiladeiros, e a sua entrada está tão dissimulada que nos escapa aos sentidos.

Uma vez transposta, depois de uma primeira caminhada de dois quilómetros ao sol, entramos num desfiladeiro, polido pelas águas que antes o esculpiram, estreito e sombrio. Tem dois quilómetros de comprimento, por vezes quase desaparece à frente dos nossos olhos, para depois abrir pátios com uma dúzia de metros de largura. As sua paredes são verticais, por vezes unem-se mesmo lá em cima, de cor vermelha, adornadas por inúmeros pequenos altares, aqui e ali, e tendo esculpidos os antigos canais de condução de água para a cidade, bem ainda hoje tão precioso que nem uma gota é desperdiçada.

Após esta caminhada admirável, que faria apenas para apreciar a frescura do desfiladeiro e a sua sinistra beleza, sente-se as paredes a estreitar, em curvas suaves. Mergulhamos numa penumbra fresca, e, de repente, a luz do sol surge numa brecha na parede. Ofusca os nossos olhos habituados à escuridão, fere os sentidos e vai abrindo aos poucos. Deve caminhar-se devagar, não vamos cegar com a luminosidade que quase não nos deixa vislumbrar o monstruoso Kazneh, o famoso Tesouro, que já serviu de cenário a Harrison Ford. Este templo esculpido na parede do desfiladeiro aparece de frente, inesperadamente. E não temos olhos para engolir toda a imagem. É gigantesco, imponente, quase perfeito nas suas proporções mágicas e na sua cor vermelha. Como quase todos os templos de Petra, apenas vemos os seus dois andares superiores, o térreo está debaixo do pavimento.

O assombro é tanto que quase não sentimos forças para continuar. O que pode ser mais belo em Petra? Na realidade, penso que nada. É o segundo maior monumento da cidade. Após muita contemplação, lá viramos para a direita e, umas centenas de passos mais abaixo, entramos na cidade. O teatro, imenso, as Tumbas Reais, centenas de templos e túmulos recortados na pedra colorida. E o calor, o imenso calor que se faz sentir, agora que saímos do desfiladeiro. Viragem à esquerda, mais um quilómetro e surge-nos a única edificação da cidade por escavar: o templo romano de Júpiter. Noventa e nove por cento da cidade está ainda enterrada pelas areias do deserto e pelos seus próprios escombros, resultado dos inúmeros terramotos que a atingem com frequência.

Lá bem ao fundo, dois restaurantes, e o objectivo de uma viagem: para ver o que nunca tinha visto, há que subir oitocentos e quarenta e quatro degraus escavados nas vertentes irregulares da montanha. A subida para o Al Dayr, o Mosteiro. A subida é penosa, quase impossível. Os degraus são mal desenhados e irregulares, por entre paredes a ferver. Extensos areais planos dificultam o andamento. Já perto do final da subida, a rocha estreita para um escasso metro ladeado de uma queda mortal de duzentos e cinquenta metros no vazio de uma fenda da qual não vislumbramos fundo.

Mas chega-se lá acima. Cansados, com os pés em brasa, escorrendo suor. Em frente, uma acolhedora esplanada explorada pela última família de beduínos que habita Petra. Sombra fresca e água. Melhor ainda, chá a ferver, o antídoto perfeito para o deserto e sua secura mortal. Quase corremos para as mesas e cadeiras típicas debaixo da tenda beduína que forma um tecto fresco.

Depois, algo incomoda e fere o canto do olho. Viramos devagar a cabeça, pressentindo o momento. É o Al-Dayr, o Mosteiro. É difícil abarcar as suas colossais dimensões. Como pode estar uma coisa destas num local tão remoto, de tão difícil e perigoso acesso? O piso térreo está debaixo das areias, mas os dois que se mostram orgulhosamente chegam. As pessoas que têm a coragem de percorrer os duzentos metros de areias amareladas e escaldantes até ao seu interior parecem formigas. E pode admirar-se sentado, bebendo um chá fervente. Apenas uma vez senti aquela sensação de esmagamento, e foi em Gizé, há muito tempo. Antes de nova subida, apenas mais umas dezenas de metros, para ver mais um monumento grandioso, este erguido à bestialidade humana: a Palestina.