sábado, 31 de outubro de 2009

SAI UMA CRISE PARA A MESA 2!!!

Imagem Jornal de Notícias

A multinacional McDonald's anunciou a sua retirada do mercado islandês. Esta ocorrerá ainda hoje, último dia em que se poderá comer um dos famosos acepipes da cadeia de "restaurantes" americana.

Tendo em conta a qualidade da comida da McDonald's, diria que os islandeses se vão livrar deste mal de uma vez por todas. Como quem nunca provou, não pode dizer que é mau, eu enchi-me um dia de coragem e entrei num destes estabelecimentos. Tive alguma dificuldade em manter a apneia por todo o tempo que esperei numa fila disposta em frente a um balcão, mas se tivesse respirado o ar que estava lá dentro, teria com certeza vomitado, isto se tivesse comido alguma coisa antes.
Fiz o meu pedido, deram-me uma caixinha em celofane e um copo com tampa e palhinha de Coca-Cola e saí, grato por poder respirar e rezando que a comida não tivesse o mesmo cheiro e sabor. Em menos de um minuto, estava a comer Maranhos no Serra da Estrela. Mas quem me manda a mim inventar? Hambúrgueres com açúcar?? Mas estes gajos estão doidos ou quê? Eu pedi para jantar, não sobremesa! E eu até gosto de hambúrgueres, são uma boa alternativa quando não há mais nada para comer.

Fica a ideia de que a McDonald's não aguentou a queda da Islândia, aquele país extremamente rico (chegou a estar no nº1 dos países com melhores condições de vida), mas que afinal só era rico porque alguém se lembrou de lhes contar o conto do vigário, andavam todos com dinheiro que, pelos vistos, não existia... Coisas da vida! Mas... Tendo em conta a atitude desta cadeia de "restaurantes" (que não é censurável, apesar de tudo - estão abertos para dar lucro), que na Islândia não era bem uma cadeia, era mais um pequeno reformatório (três "restaurantes"), não seria possível dizermos a este tipo de empresas que Portugal está nas mesmas condições da Islândia?

Eu explico a ideia. A gente diz aos moços que estamos falidos e coiso e tal e que não vai haver massa para manter os negócios cá e que sim, senhor, é altura de eles desinvestirem em Portugal. Pode ser que atrás da McDonald's, vá o Burguer King, a Pizza Hut, o KFC (este então...) e essa cangalhada toda. Depois empregamos a malta em restaurantes a sério, portugueses. Só terão de aprender algumas coisas. Primeiro, o pessoal da cozinha terá de aprender a cozinhar. Pelo menos alguma coisinha... E os funcionários terão de aprender a atender mesas e não a atirar pacotinhos para cima de um tabuleiro num balcão... Vantagem seria tirar estas nódoas de péssima alimentação do nosso país! Vantagem ainda maior - evitar aquelas cenas que os putos fazem para comer um bem recheado de açúcar Happy Meal (seja lá o que isso for, não vejo felicidade nenhuma naquilo) e deixar os pais comerem em paz uma vez na vida!

Pelo menos seria bem mais tranquilo...

DIA DE QUÊ?

Foto Google

Hoje é dia 30 de Outubro. O que tem esta data de especial? Rigorosamente nada, diria eu. Amanhã é dia 1 de Novembro e será o dia de Todos os Santos. No México, é o Dia dos Mortos. Mas hoje, é dia de quê?
Diz-se por aí que é o Dia das Bruxas, um tal de Halloween, que eu julgava ser uma banda de Heavy Metal. Aparentemente, parece que não, parece que é mesmo o dia das bruxas. Mas depois vem-me à memória que o Dia das Bruxas, na minha zona, era o 1 de Maio, dia das maias, em que, para se afastar as bruxas e maleitas, se ornavam as portas com maias...

Então em que ficamos? É o dia das bruxas ou não é? Claro que não é, e nunca foi! É dia das bruxas na tradição americana, herdada da tradição irlandesa e inglesa. Em Portugal, é véspera do dia de Todos os Santos, mais conhecido por dia da cremação... de cera. Mas a origem deste novo dia comemorado em Portugal (pelos vistos), não deixa de ser curiosa. Tudo isto teve origem nas grandes superfícies comerciais. Mais um fenómeno Coca-Cola / Pai Natal... E enquanto bons portugueses, comemos e calamos e vivemos pelas tradições dos outros. Tristes.

E queremos ser nós um país independente... Nem as tradições dos outros nos coibimos de seguir.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

CAUSA


Porque é uma grande causa, a que aderi desde o primeiro momento, e porque está a dar passos cada vez mais importantes.
É-me absolutamente inconcebível a ideia de violência doméstica. No próximo dia 5 de Novembro, esta organização iniciará uma campanha para chegar a 100000 acções que possam alertar para este flagelo. Cá está uma das minhas, logo se verá o que poderei mais fazer.

Se puder contribuir para que quem me visite adira, já não será mau. Pensem nisso!!

ALEMANHA, PAÍS DE RICOS!!

Foto Google

Não tenho nenhum apreço especial pela Alemanha. São uma das bestas negras da nossa selecção, e até nem se compreende porquê. Além do mais, os seus cidadãos, pelo menos aqueles que já apanhei por esse Mundo fora, normalmente são arrogantes e intolerantes. Apesar de tudo, nunca são estúpidos como os franceses nem tão bêbados como os ingleses. Por isso, também não lhes tenho nenhum reparo especial a fazer, até porque sabemos bem que a sua arrogância é uma capa que lhes permite superar, de alguma maneira, a sua esparsa herança histórica, o facto de ser um país relativamente recente na história europeia e as sombras da Segunda Guerra Mundial, sempre relembradas em todas as circunstâncias, o que serve muitos propósitos menos nobres... Mas isso é outra conversa.

Nunca fui à Alemanha. Fica fora dos meus planos de férias constantemente. Não por falta de beleza, pois basta googlar algumas fotos da net e vê-se que o país não é desprovido de beleza e interesse. Antes por uma incompatibilidade cultural com as minhas férias, pois recuso-me a passar férias em países em que veja mais do mesmo que vejo todos os dias. Isto em termos culturais, claro. E até neste aspecto, há sempre coisas que nos surpreendem. Mas já conheci muitos alemães. Nunca me passou pela cabeça apelidá-los, por exemplo, de pouco sérios. Parecem-me ser um povo bastante razoável nesse aspecto.

O senhor da foto é Dieter Lehmkuhl, um dos homens mais ricos da Alemanha. Este senhor deve, apesar da sua condição de elegível para a Revista Forbes, gostar muito das ideias trotskistas de Francisco Louçã. É que, juntamente com mais 39 compatriotas igualmente ricos (ricos em como podres de ricos), advoga que o estado alemão tem cortado nos impostos. Acontece que, segundo estes senhores, o corte nos impostos é essencialmente dirigido a eles, o que tem aprofundado o fosso económico entre os mais ricos e os mais pobres na Alemanha. E têm uma solução interessante, há muito advogada por Francisco Louçã - o Imposto sobre Grandes Fortunas.

Dieter Lehmkuhl, juntamente com os outros 39, querem pagar ao estado alemão um imposto de 5% (!) sobre as suas fortunas pessoais, e daqueles que tenham fortunas pessoais superiores a 500 000 euros, durante dois anos, de modo a angariar 100 mil milhões de euros. Nos anos subsequentes, admitem uma redução para 1%. Este dinheiro teria de ser obrigatoriamente dirigido, pelo Governo, para projectos nas áreas do Ambiente, Educação, Saúde e Segurança Social. Podem ler o artigo completo aqui. Os 40 personagens admitem que a iniciativa poderá não ter êxito, mas querem lançar a discussão na sociedade alemã. E depois o país com tiques de esquerdismo somos nós!

Seria interessante termos aqui o Belmiro de Azevedo, o Comendador Amorim, a família Champalimaud, a família Violas e muitos outros juntarem a sua voz para ajudar o país a recuperar à custa de um pequeno contributo que só a eles podemos pedir. Mas não acredito muito. Vocês acreditam??

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

SENSUALIDADES

Foto Google

Esta campanha publicitária de Ralph Lauren pode ser considerada como a coisa menos sexy que já vi. Esta menina, em cima é Filippa Hamilton, modelo de profissão, e pode ver-se, como realmente é, na foto da esquerda. A campanha, que saiu para os media, na foto da direita, foi denunciada por Filippa como sendo fraudulenta, uma vez que o corpo que acompanha a sua cara, assegura, não é o seu. Filippa foi despedida pela marca norte-americana por ter "demasiado peso" para poder representar a marca.

Gostos são relativos e nem tudo pode ser balizado e standardizado. O amarelo é o exemplo que normalmente damos. No entanto, no meu entendimento, quem gostar da foto da esquerda, gosta de ver uma mulher bonita, proporcional, ou seja, normal. Quem gosta de ver a foto da direita só me pode suscitar desconfiança, e pode haver três explicações, novamente, segundo o meu entendimento: ou tem uma doença mental, ou tem anorexia, o que leva de novo à doença mental, ou então concorda inteiramente com os instintos pedófilos que parecem presidir à produção desta e de mais campanhas de moda, pois parece-me a mim que a obsessão pela magreza excessiva por parte destes "criadores" só pode ser explicada desta forma... Normal é que não é.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

SER PORTUGUÊS... OU NÃO?

Foto Google

As recentes afirmações de Saramago, esse enorme vulto da cultura portuguesa e mundial, que, na minha opinião, não escreve uma de jeito (mas essa é a minha opinião, tenho de ressalvar, se não batem-me com paus e pedras...), sobre uma coisa tão séria como a Bíblia não merecem a minha reflexão. Não? Não merecem? Não, não merecem. Ou só porque o senhor abriu a boca eu tenho de ouvir e tecer os meus comentários? Pfff... nem por isso, é coisa que me passa completamente ao lado, ele deu a sua opinião e eu tenho a minha, não preciso de estar nem a favor nem contra.

No entanto, nem todos são da mesma opinião. Na foto, aparece o Mário David. Quem é o Mário David? Pois, é natural que ninguém saiba. É um dos deputados enviados pelo PSD para Bruxelas, ou seja, deve ser um daqueles políticos que nem para estar em Portugal a fazer política servem. Acresce que o senhor foi proposto para Vice-Presidente do Parlamento Europeu pelo PPE, o que só atesta que, de facto, deve estar inserido no grupo dos bur(r)ocratas europeus. Mário David, com a sua proeminência política, é pessoa a que todos os portugueses dão ouvidos com certeza. Pelo menos a cera dos ouvidos, nós damos. E Mário David anda triste. Mário David anda inquieto. Mário David teve de se pronunciar sobre o caso Saramago ou então explodia - e dada a envergadura do senhor, podia ser caso grave.

Ora Mário David faz-me lembrar outro Mário, também bonacheirão e com bochechas, mas apenas fisicamente. O nível de estragos que Mário David pode fazer não se compara com o do outro Mário. Seja como for, ficamos hoje a saber que Mário David está envergonhado! Diz o senhor que Saramago, há uns anos, ameaçou rejeitar a cidadania portuguesa, e que na altura, achou muito mal. Mas, agora, acha muito bem e até aconselha o escritor a fazê-lo rapidamente, pois sente-se envergonhado com o facto de um escritor português ter proferido alarvidades contra o Livro Sagrado, a Bíblia. Mário David (é nome engraçado, quase assim a modos que de estrela pimba!) sente que Saramago não pode escapar impunemente com todo o tipo de impropérios.

Mário David anda mal informado, o que é natural, sendo deputado europeu. Primeiro, Saramago já não é português há muito tempo. Bem ou mal (no meu entender, nem há margem para dúvida), desde que recebeu o Nobel e tanto repreendeu os portugueses acerca de não se dizer Nóbel mas sim Nobél, Saramago passou a fronteira nacional para se estabelecer como figura mundial. Segundo, o homem mora em Lanzarote, um rochedo perdido no meio do Atlântico. Por opção e não por necessidade. Terceiro, o facto de ter dito que a Bíblia é um manual de instruções para se fazer o mal não quer dizer que o seja. É apenas a sua opinião.

Tenho para mim que o Antigo Testamento é, de facto, a antítese de tudo o que é correcto. Um autêntico retrocesso intelectual e civilizacional. Um livro que ensina a quem podemos escravizar não pode ser bom. Mas isso, de facto, não invalida a mensagem bem mais positiva do Novo Testamento, centrado na figura mítica de Jesus Cristo, ainda que não se possa provar a sua existência histórica. Saramago refere a Bíblia, não refere o Antigo ou Novo Testamento. Talvez esteja a ser radical demais, mas temos de nos lembrar que Saramago é ateu, profundamente radical do ponto de vista político e que as suas opiniões são as opiniões de um escritor essencialmente politizado. A sua vertente marxista-leninista radical não o deixa fazer juízos religiosos com o rigor desejável. Mais uma vez, é a minha opinião.

Mas Mário David vem dar a luz à minha existência! Mário David é o meu herói, porque me fez cair em mim. Mário David veio a terreiro dizer, para quem quiser ouvir, que português nenhum tem o direito de duvidar ou criticar, quiçá até talvez mencionar as Sagradas Escrituras, sob pena de não ser um bom português! Deus, Pátria e Família!!! Salazar, Salazar, Salazar!!! Futebol, Fado e Fátima!!! Não tarda muito e ainda vamos ter os putos todos a rezar um Pai Nosso antes das aulas e a dar graças a Deus pela existência do nosso salvador, Mário David!!

Escusado será dizer que eu próprio brinco com as Escrituras. Não por gozo para com as pessoas religiosas, mas para com a religião em si mesma. E devo lembrar ao deputado Mário David que Portugal é um país laico? Devo recordar-lhe que, em Portugal, não existem apenas pessoas com profundas convicções religiosas? Que quer fazer com todos esses? Enviá-los para o fundo do Atlântico? Queres ver que o Portas comprou os submarinos mesmo a tempo de me salvar da morte certa, da sentença proferida por este profeta dos tempos modernos? Eu nem aprecio o Saramago, acho-o um péssimo exemplo de escritor e (à vista, não o conheço pessoalmente) fraca desculpa de ser humano. Mas isso não impede que ele possa exprimir a sua opinião livremente. E não insultou ninguém, o mais que possa ter feito foi adjectivar um objecto que, por mais sagrado que seja para muitos, não o é para a maioria dos seres humanos deste planeta. Não esquecer este facto: nem todos somos cristãos - nem os portugueses e muito menos o resto da Humanidade, Sr Mário David! O senhor não é mais português que eu, garanto-lhe, por ser seguidor de uma religião.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

BOA VIAGEM!

Foto Google

A televisão Árabe Al-Arabyia dá como certa a morte de Ali Khamenei, o ayatollah do Irão, líder espiritual da nação persa.
A confirmar-se, o Conselho da Revolução Islâmica deve, neste preciso momento e antes do anúncio oficial da morte do líder, estar a dar voltas ao miolo para encontrar novo Ayatollah. Neste caso, e visto que o Papa Bento XVI parece estar de boa saúde (e que assim continue, não imagino as asneiras se se sentir doente), sugiro que o Conselho da Revolução nomeie como novo Ayatollah o papa-sombra, Jorge Nuno Pinto da Costa, já que foi defraudado no último Conclave no Vaticano. Não é a mesma coisa, é assim mais ou menos como ganhar a Bola de Ouro da France Football em vez de Jogador do Ano da FIFA. Em todo o caso, seria uma boa forma de nos vermos livres, de uma vez por todas, deste cromo da bola, sendo que, mal por mal, o Irão pior não ficaria. Talvez com mais casas de alterne, mas pior não.

Quanto ao septuagenário Khamenei, penso que podemos já pensar num belo epitáfio, daqueles que eternizem na mente de todos a existência deste Líder:

"Pai da Revolução, agora que partiste, não te esqueças de levar comprimidos azuis para as setenta virgens que te esperam no Paraíso. Pelo caminho, leva as centrifugadoras e reactores nucleares, tanto desta Nação Iraniana como as dos outros países que os tenham. Se vires por aí a Madre Teresa de Calcutá, pergunta-lhe se gostou dos 70 virgens dela, as mulheres por aqui andam um bocado assustadas com a perspectiva.
Tu, exemplo de democracia, tu, exemplo de liberdade, tu, que és um exemplo para todo o Mundo pelo respeito pelos Direitos Humanos, vai-te embora que esta mensagem é para o Ayatollah!!

Ayatollah, Boa Viagem e que Allah te acompanhe ao túmulo. Caso contrário, teremos de lá ir nós certificar-nos que te enterram bem... Depois manda um SMS para sabermos quando pode o Há Mini Gelada ir ter contigo... Até sempre!"

sábado, 17 de outubro de 2009

COMPRO O QUE É NOSSO

Imagem Google

Esta é a designação e o logo da campanha levada a cabo pela AIP, cuja finalidade é estimular os portugueses a comprarem aquilo que é produzido em Portugal. É uma iniciativa que a AIP justifica com o objectivo de "criar um novo estado de espírito na sociedade portuguesa, valorizando a produção nacional, a criatividade, o empreendorismo, o trabalho, o esforço e a determinação". Nada a opor, se a AIP julga que nós não temos nenhum desses atributos, isso é lá com eles.

Tenho, no entanto, um reparo a fazer: será que a palavra "empreendorismo" existe? Se a palavra vem de empreendedor, não devia ser "empreendedorismo". O meu corrector ortográfico diz-me que sim. Mas da maneira que a gestão tem vindo a inventar palavras, se calhar já existe mesmo e eu a discutir aqui o sexo dos anjos!

Bem, a campanha tem o enorme mérito de ser um possível aglutinador de vontades, valorizando aquilo que é produzido em Portugal e descartando aquilo que é importado. É evidente que até nem é difícil seguir esta norma, a de comprar só coisas portuguesas ou construídas em Portugal. Passaremos todos a ter Magalhães, pois são o único computador "alterado" cá em Portugal. Lá teremos de comer apenas bananas da Madeira, ananases dos Açores, só poderemos fumar SG e Português Suave, desde que o tabaco seja plantado em Castelo Branco, não poderemos beber whisky ou vodka... Claro, todos nós compraremos monovolumes Volkswagen, ou então o modelo Scirocco, deixaremos de ter muitos canais de TV para termos apenas os nacionais, deixaremos de ter estrangeiros nos clubes portugueses, e teremos de abastecer o nosso carro com combustíveis cuja origem seja exclusivamente portuguesa, ou seja, andaremos a pé! Esqueçam o Scirocco!

Sendo que nós avançaríamos assim vários séculos na evolução tecnológica, há outro factor engraçado nesta campanha. Pelo que sei, a publicidade já é transmitida nos nossos canais de TV. Erro crasso, pois a RTP é vista em todo o mundo. É um erro porque os outros países poderão aproveitar a ideia e começar a fazer o mesmo. Isso seria lá com eles? Nem por isso, seria também connosco... Imaginem os ingleses e americanos a deixarem de emborcar Vinho do Porto, os espanhóis a recusarem férias de Páscoa por cá, os ingleses dizerem não ao Algarve, os franceses desenvolverem a sua própria agricultura para a produção de cortiça, os italianos começarem a vender sapatos que não são feitos em Felgueiras e S.João da Madeira, enfim... Já podem imaginar!

Parecia uma bela ideia, não parecia? Mas não é tão boa assim quando olhamos para os produtos que exportamos e o quanto eles são importantes para a nossa economia. Olha-se para o interior, mas esperamos sempre que os outros tenham uma visão diferente da nossa. Não diria que é uma tentativa de proteccionismo, mas não andará assim tão longe como isso...

Mas há uma coisa que os portugueses nunca aceitarão deixar de comprar, apesar de vir do estrangeiro. Imaginem lá o que seria deste país sem o... bacalhau!!!

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

ACIDENTES EM PAÍSES SUBDESENVOLVIDOS



Por certo já viram este vídeo vezes sem conta durante o dia de hoje.
É um acidente com uma criança, arrastada 30 metros por um comboio dentro de um carrinho.
Acidentes são acidentes, mas acontecem mais frequentemente em países como a Austrália.
Como a Austrália? Sim, países subdesenvolvidos.


A Austrália, um país subdesenvolvido? Hão-de estar a pensar que estou maluco!!!


Pois estou! VEJAM O VÍDEO!


JÁ VIRAM? VEJAM OUTRA VEZ!!!


Já deram conta? Já repararam? Já consideram a Austrália um país subdesenvolvido?


NÃO?? VEJAM OUTRA VEZ O VÍDEO!!


QUEM FOI A BESTA DO PROJECTISTA QUE FEZ UM CAIS DE EMBARQUE DE UMA
ESTAÇÃO DE COMBOIOS COM INCLINAÇÃO PARA AS LINHAS??????

INVERNO NAS COMPRAS

Foto Google

Estamos em Outubro e o Verão não dá mostras de acabar. Está calor, mais até do que esteve em Agosto, as chuvas ainda não caíram, para mal do pára-brisas do meu carro, cada vez mais um cemitério de insectos que, já em final de vida, resolvem suicidar-se. A reestruturação calha a todos, não só à France Telecom...
Naturalmente, os portugueses ainda não se viraram para as chamadas compras de Inverno. Sabem, aquelas compras em que milhões de histéricos invadem as lojas de roupas para adquirir a parka, o casaco, as botas, o cachecol e as luvas... Tudo coisas que até já temos, mas, porque agora a moda mudou a cor, ou já não se usam botas de salto quadrado mas sim redondo, ou os cachecóis agora têm de ser em algodão e não em malha, lá vão os portugueses comprar.
Pois, só que este ano, têm-se vendido mais fatos de banho que peças de Inverno!

Os lojistas já fizeram saber que isto não pode ficar assim!! E de quem é a culpa? Da meteorologia? Da crise?
Nada disso, a culpa é do Governo! E por isso é que o Governo tem de compensar os lojistas dos 400 milhões de euros que perderam (em vendas) esta época de Outono. Quem diz o Governo, diz o povo, que assim suportaria, com os seus impostos, mais um subsídio a estes iluminados!

Obviamente, quando as compras decorrem normalmente, e estes lojistas encaixam margens de lucro na ordem dos 70%, também não deixa de ser verdade que apoiam os pobres e dão subsídios a toda a gente em dificuldades, por isso é que é agora de justiça ajudar os pobres coitados. Como eu não acredito em subsídios, sugiro antes que se aprove uma nova lei, neste novo parlamento que até tem um vice-presidente do BE e tudo, chamada Lei Social da Compra de Roupa e Calçado Miníma, que estabeleça que cada português tenha de gastar, pelo menos, 123% do seu ordenado de Setembro em roupas para o Inverno. Seria uma medida estranha a muita gente, é certo, pois já é o que faz habitualmente. Mas não este ano, que ainda faz bom tempo.

Arrepiar caminho é preciso, discutam lá os pormenores da Lei e aprovem-na enquanto não vêm as chuvas. Os lojistas são nossos amigos!!

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

MITOS

O niqab é um véu utilizado pelas mulheres em determinados países árabes, especialmente nos mais amigos do Ocidente, por serem grandes produtores de petróleo - Arábia Saudita, Koweit, Emirados Árabes Unidos, Bahrain, Qatar, Iémen, etc. É semelhante à burqa, na essência, pois pouco deixa antever da cara das mulheres senão os olhos. Estes objectos são vistos no Ocidente como um símbolo da opressão religiosa sobre as mulheres, depreendendo-se que estas gostariam imenso de voltar costas a estas tradições.

No Ocidente, no entanto, desconhece-se que outros países árabes, na sua maioria laicos ou tendendo para a laicidade, como Egipto, Jordânia, Tunísia e mesmo Líbia, Síria e Iraque, não advogam este tipo de traje. No caso de países muçulmanos não árabes, a Turquia e o Irão também não obrigam ao uso do niqab. No Egipto, inclusivamente, aconteceu uma coisa extraordinária. Uma manifestação de mulheres, relacionada com o uso do niqab.

Estamos agora a imaginar largos milhares de mulheres nas ruas, queimando o seu niqab, sendo violentamente reprimidas pela polícia local. Sucedem-se as detenções e sentenciam-se as mulheres a espancamentos públicos, e a quem instigou a manifestação, sentencia-se a morte!!
Nada mais falso. As Universidades públicas do Egipto, que incluem a prestigiada American University of Cairo e a não menos conceituada Universidade Al-Azhar baniram o uso do niqab nas suas instalações, por o acharem discriminatório.

Então qual o problema? Estão a aplicar a lei? Bem, não se trata de aplicar a Lei, já que a Lei egípcia não impõe qualquer regra de indumentária, sendo basicamente igual à nossa, por exemplo, e apenas não admite "atentados ao pudor". Como em todo o lado. O que está a acontecer nas Universidades egípcias está para lá da lei, ou seja, criam-se regras internas que proíbem o uso do niqab, embora seja permitido o véu que deixa ver-se toda a cara. Continuam sem perceber o problema?

Pois, mas a resposta é simples. As administrações destas Universidades estão a braços com manifestações e acções criminais por parte de milhares de mulheres do Cairo que defendem a utilização do niqab! Argumentam que nenhuma organização privada deve ir contra a lei do Egipto, que estipula que não há regras quanto à indumentária das mulheres ou, diga-se, dos homens. Não vai há muito tempo que o presidente Sarkozy fez o mesmo em França, e também enfrentou o protesto dos e das imigrantes em França, e o apoio da generalidade de nós, ocidentais. O problema agora é ligeiramente mais bicudo - é que as manifestantes estão no seu próprio país, e até parecem ter a lei do seu lado...

Mas tudo isto serve para demonstrar uma coisa: como nós, ocidentais, tantas vezes erramos naquilo que dizemos. Aqui está um grupo de milhares de mulheres, estudantes universitárias (alguns até dizem que nos países árabes, as mulheres não vão à escola), a fazerem-se ouvir pelo uso daquilo que, para nós, é um instrumento de humilhação. Quanto saberemos nós, efectivamente, acerca destes países? E porque será que são os países mais amigos do Ocidente que têm as leis mais rígidas do Islamismo, como os Emirados, a Arábia, o Koweit, o Paquistão , a Nigéria ou Malásia? Será porque, quando atestamos o depósito do carro, esquecemo-nos de perguntar se o país de origem tem os Direitos Humanos em dia? Mas isto será para um post posterior, com a vantagem de ser um assunto que conheço muito bem...

Voltei recentemente a Amman, como alguns devem estar lembrados. Em Amman, capital do reino da Jordânia, há 40 Universidades, que albergam mais de 200000 alunos, 60% dos quais são do sexo feminino. Nem imagino o número de estudantes universitários no Cairo, pois aí, além de tudo, há gente de todo o mundo árabe a estudar. Imagino que uma cidade com 22 milhões de habitantes deva ter um enorme número de estudantes universitários, sendo que muitos desses, de sexo feminino, querem... usar o niqab!!

Isto há cada uma!! Mas fica esta pérola, de uma das funcionárias da Universidade Al-Azhar:
"As mulheres devem usar o niqab em duas condições: se forem muito belas, evitam piropos, lutas entre homens pela sua atenção e estragar a pele com o sol do deserto; se forem muito feias, sempre dá para esconder a cara!"

Fiquemos na dúvida: em que grupo se encontrarão as manifestantes?

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

TEMA DE GRANDE VIOLÊNCIA II


Começo a não achar graça nenhuma a esta temática do TGV. Aquilo que até aqui era visto como uma espécie de anedota ibérica está a passar os limites do tolerável. Não porque pessoalmente duvide da utilidade de uma linha de alta velocidade em Portugal, ou mesmo duas, como já defendi (Sines-Lisboa-Madrid e Porto-Vigo-Madrid), mas porque me parecem irreais alguns cenários "exigidos" para o traçado da futura principal linha portuguesa, a única que não tem interesse nenhum construir-se, a linha Lisboa-Porto.

Vem isto a propósito de mais uma "lembrança" de uma região a necessitar urgentemente de uma estação TGV. O novo Reitor do Santuário de Fátima, o padre Virgílio Antunes, chamou a atenção para a necessidade de o Santuário ser servido por uma destas infraestruturas, que permitisse que as centenas de milhar de peregrinos se pudessem deslocar a Fátima com mais segurança e rapidez. Ora, como sabemos, a localização de Fátima foi escrupulosamente escolhida (Isto sou eu a divagar, quem tem fé no fenómeno, deve seguir directamente para o próximo parágrafo), aquando da invenção do fenómeno, pois além de estar perto do centro geodésico nacional, está deslocado para o litoral, o que só indicia algum cuidado extra para poder estar mais perto da maior parte da população sem realmente prejudicar ninguém.

Tendo em conta que, durante seis dias do ano, Fátima se torna num centro de peregrinação, faz todo o sentido a reivindicação do digníssimo Reitor. Obviamente, durante os 359 dias restantes, a estação TGV Fátima poderia encerrar, pois pouco préstimo teria. Assim de repente, podemos, mentalmente, fazer uma viagem Lisboa-Porto em TGV e imaginar o resto das reivindicações que poderiam dar origem a paragens do dito comboio.
Assim, a composição saíria de Lisboa-Oriente às 08:00 da manhã de um dia 12 de Maio de um ano distante num futuro razoavelmente impossível. A primeira paragem seria na zona de Alenquer, para compensar todos os que perderam com a decisão de não se construir o novo aeroporto na Ota, nomeadamente o Mário Soares e amigos. A segunda paragem seria em Santarém, pois o Francisco Moita Flores exige, do alto dos seus 60% de votos, que o comboio pare na Capital do Gótico. A cidade tem muito interesse turístico e um ponto marcante da gastronomia portuguesa bem ali ao lado, em Almeirim. Além disso, há as touradas na Monumental.
A terceira paragem seria em Fátima, pois claro, por causa do Santuário e das grutas da Serra de Aire. Aliás, poder-se-ia investir já num tapete rolante que rolasse ao contrário, desde a estação de Fátima, junto à nova Basílica, até à Capela das Aparições, para que os peregrinos pudessem caminhar pelo menos 50kms e assim dessem como bem empregue a peregrinação. Um teleférico que descarregasse directamente as pessoas nas grutas de Mira de Aire seria também boa ideia.
Quarta paragem, Alcobaça (para trás? Não, um ligeiro desvio), para que os turistas espanhóis pudessem admirar o Mosteiro. Quinta paragem na Batalha, para o mesmo efeito, só que aqui a estação seria localizada nas traseiras do Mosteiro de Santa Maria da Vitória, para que os espanhóis não vissem a estátua de S.Nuno Álvares Pereira, proclamado santo por enfardar "nuestros hermanos" com jeito e força. Sexta paragem, Leiria, porque é capital de distrito e sempre se pode admirar o fantástico contraste entre o castelo e o estádio...
Aqui o TGV tomaria a direcção Nordeste e teria as sétima e oitava paragens em Pampilhosa da Serra e Góis, pois o Pinhal Interior é uma região esquecida! Rumando a Este, a nona paragem seria na Torre, para os turistas subirem à Serra e comerem um queijinho amanteigado. Um ferroduto desde Góis até à Torre asseguraria uma subida suave e rápida. Décima paragem na Guarda, pois é a cidade mais antiga de Portugal. Seguindo para Norte, o TGV pararia pela décima primeira vez em Foz Côa, pois as gravuras não sabem nadar, mas poderiam saber andar de comboio.
A décima segunda paragem seria na casa de Fernando Ruas, ali em Viseu, para se poder visitar o Grão Vasco e ainda visitar Cabanas de Viriato, herói nacional e precursor do TGV Tuga. Poderiam os passageiros prestar também homenagem a José Eduardo dos Santos e sua filha, patronos da cidade. Acompanhando o traçado da IP3, décima terceira paragem na Livraria do Mondego, onde se poderão admirar os livros desaparecidos das bibliotecas recentemente inauguradas por autarcas em vésperas de eleições.
Seguindo rio abaixo, paragem obrigatória em Coimbra, capital de Portugal em termos de (in)justiça e direito, de onde emanam todas as decisões político-judiciais do país. Tempo ainda para visitar Santa Cruz, onde está enterrado D.Afonso I, embora muitos historiadores afirmem a pés juntos que, de tantas voltas que o homem deu no túmulo, já caiu cá fora e está agora enterrado no aterro municipal. Mais 40km de viagem, com vista para o castelo de Montemor e nova paragem, a décima quinta, na Figueira da Foz, para almoço e sesta na praia. Rumando a Norte, décima sexta paragem em Aveiro, inspiração portuguesa da Aveiro italiana, Veneza, para contemplar os seus belos canais e a fabulosa Ria, que por esta altura não passará de um charco.
Continuando viagem, a décima sétima paragem em Oliveira de Azeméis, para pic-nic no parque La Salette e comprar sapatilhas em saldo em S.João da Madeira. Aqui o comboio teria apenas dez kms de viagem até à décima oitava paragem, para a Viagem Medieval da Feira. Décima nona paragem em VN Gaia, porque ficamos a saber que é a terceira cidade do país! Finalmente, chegada ao Porto, atravessando o rio Douro através da 54ª ponte a ligar as duas cidades ribeirinhas!

Teríamos assim uma ligação rápida de Lisboa ao Porto e vice-versa, que demoraria pouco mais de dois dias, ao invés das duas horas e meio que demora agora. Vamos agora ver o que dizem os autarcas e padres de Vila Franca, Porto de Mós, Caxarias, Entroncamento, Tomar, Peniche, Nazaré, S.Pedro de Muel, Torres Vedras, Caldas, Marinha Grande, Sabugal, Tondela, Trancoso, Miramar... É que isto pode vir a ser uma viagem Inter Rail, se bem organizada...

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

BIBLIOTECA VIRTUAL

Imagem Google

Estamos a entrar em nova fase de reflexão. É concedido um dia para reflectirmos sobre as três eleições que tomarão forma no Domingo. Sim, três: Câmaras e Assembleias Municipais e Juntas de Freguesia. E eu vou reflectir. Desta feita, não vou votar em branco.
Vem isto a propósito do autêntico massacre que nos é dirigido pelos partidos e movimentos políticos nestes dias. São os comícios em altos berros nos parques das cidades e vilas, que deveriam ser espaços para contemplação e descanso, são os atafulhamentos das nossas caixas de correio (até o folheto do Continente já me parece uma bênção), são as caravanas intermináveis que entopem as ruas já de si caóticas... Enfim, amanhã há descanso.

Mas os que mais me enoja são as inaugurações. Inaugurar uma obra dois dias antes de uma eleição autárquica é, no mínimo, questionável. Andam eles por aí, os presidentes das Câmaras e Juntas deste país a correr num lufa-lufa incansável de inauguração em inauguração. Assim se faz em todo o lado, é uma maneira fácil de fazer campanha, uma vez que as obras, normalmente, teriam de se fazer de qualquer maneira. Mas guardam-se, obviamente, para os votos.

Espinho não é excepção. A obra que desde 2004 se tornou mais prioritária para a cidade, segundo os seus habitantes, foi finalmente inaugurada... a dois dias das eleições, pois claro! José Mota, o Presidente da Câmara, é uma daqueles dinossauros autárquicos que demoram a extinguir-se com os impactos dos asteróides políticos e, mais uma vez, agarra-se ao seu pequeno feudo com unhas e dentes. Eu até já votei neste homem, não é por aí que julgo os políticos. Mas talvez fosse tempo de, sei lá, laurear a pevide e deixar a Câmara para gente mais nova (pelo menos no cargo).

Foi então o José Mota inaugurar a nova Biblioteca Municipal de Espinho, com toda a pompa, mas, depois da inauguração, verificou-se, uma vez dentro do edifício, na falta de alguma coisa. As pessoas andavam por ali e sentiam que algo não estava bem. Não era que fosse algo de importante, pois a obra é de "arquitecto", agradável à vista e com acessos aos deficientes e tudo. Não, não era coisa sensível, era apenas uma espécie de impressão de que faltava alguma coisa. Também não foram os discursos da praxe nem o croquete servido em bandeja nem a falta de café e sumos... Então o que faltava, porra???

OS LIVROS????

Então inaugura-se uma biblioteca e não há livros... Óptima ideia, não vá para lá alguém entreter-se no futuro e ler! Cada um que leia em sua casa! Eu até penso que podemos seguir esta ideia em muitos mais sítios e situações. Sei lá, abrir um restaurante sem comida, comprar um submarino para a guerra do Afeganistão, ter um televisor onde só se captem estações de rádio, inaugurar autoestradas onde seja proibido andar de carro, ou talvez até, quem sabe, fazer viagens de avião por estrada! Livros numa biblioteca é coisa que José Mota acha mal e antiquado, e faz muito bem!! As Bibliotecas foram feitas para serem inauguradas e não para conter livros a coleccionar pó - é anti-higiénico!

terça-feira, 6 de outubro de 2009

AH LEÃO!!!!

Foto Google - e que giro que é o gato!!

Serei eu um eterno ingénuo? Assim de repente, quer-me parecer que sou candidato. Mas ingénuo acerca de quê? De finanças, de trabalho, de política? Não me parece. Sei bem onde estou em cada um desses campos e não tenho assim tantas dúvidas como isso, embora seja agora proibido dizermos que não temos dúvidas, pois poderemos ser acusados de "donos da verdade", arrogância ou até hipocrisia. Não podemos, de maneira nenhuma, dizer que sabemos algo, porque agora ninguém é "dono da verdade". Caminhamos para uma era onde cada vez se pode saber mais, cada vez a informação é mais e de melhor qualidade, se soubermos procurar, mas devemos sempre abster-nos de dizer seja o que for, não ter opinião, não saber nada, pois podemos ofender alguém. Pois, até seria giro, não houvesse tanto criminoso por aí à solta, nem de julgar precisávamos.

Mas, mesmo assim, eu devo ser ingénuo. Porque, da última vez que olhei, eu tinha opiniões e não tinha medo de as dar. Isto foi há dez segundos atrás... O que pode mudar em dez segundos ao teclado? Nada! Ainda tenho as mesmas opiniões que tinha. E continuo sem medo nenhum de as dar! Ah, pois e tal, mas escreves anonimamente. Isso é verdade, mas todos os meus leitores mais chegados já trocaram e-mails comigo e nesses utilizo o meu nome, e continuo sem medo nenhum. Porquê? Porque, da última vez que olhei, há outros dez segundos, dar opinião não é crime. E se quiserem saber quem eu sou, enviem um e-mail! Respondo-vos com o meu nome verdadeiro, de jogador da bola - daqueles a sério, não das imitações de hoje!!!

Dar opiniões não é o mesmo que fabricar opiniões. "Opinion makers" são uma coisa, uma pessoa que dá uma opinião é outra. Não tento influenciar ninguém com a minha opinião! Não venho para aqui dizer que olha como eu sou alto, olha como eu sou lindo, olha como eu sou de esquerda ou de direita, e muito menos vivo dentro de um filme. Vivo dentro da minha vida e o que aqui têm é que eu tenho para dar: as minhas opiniões, que são aquilo que vivo na minha vida. Não falo por personagens de filmes ou de séries de TV, falo apenas por mim. Não são verdades absolutas, são apenas opiniões, mais do que certas - para mim!! Fujam, criancinhas, e não ouçam o que eu digo (se souberem ler, tapem os olhos, mas só até se desviarem do monitor - andar de olhos vendados pela casa pode ser perigoso).

É curioso como podemos dar uma opinião e ser rotulado de imediato. Já fui rotulado de ateu, extremista, terrorista, comunista, sexista, machista, fascista, de extrema esquerda, de extrema direita, de bota abaixo, de puxa acima, de intimista, de generalista, de anti-intimista, de básico, de intelectual, de intelectualoide, de obcecado... Enfim, já me rotularam de tudo, menos de portista (isso sim pode ser grave, pois é uma insinuação que não poderei nunca admitir - há limites para o insulto). Por isso, essas coisas já não me afectam nadinha e continuarei na minha saudável atitude de não olhar para quarenta lados antes de abrir a boca (no caso, teclar), no receio de chocar alguém que é mais politicamente correcto que eu, admito. E por isso menos interventivo e reivindicativo. A democracia não se conquistou com os politicamente correctos - em lado algum e muito menos em Portugal. A todos os conformistas dou o meu único conselho de hoje: Mudem-se para a Birmânia, lá ninguém fala de ninguém e está sempre tudo bem, e aqueles que mandam têm sempre tudo a seu gosto: uma data de gente a realçar a sua inteligência e beleza. Aqui somos todos feios, porcos e maus (mas não da Lazio, isso é outra que...), simplesmente porque somos humanos, somos reais, temos defeitos! E querem saber que mais? Não quero que corrijam os meus defeitos, porque esses, por muito maus que sejam, são meus, fazem parte da minha personalidade e ninguém tem o direito de os tirar de mim! Quando mais, nem me conheceria! E este é o meu único medo: acordar e não me reconhecer, não me sentir bem na minha própria pele. Isto, enquanto não for uma ameaça para a sociedade, que penso não ser. Ah, porra, penso é outra palavra que não podemos dizer!!!

Isto foi a propósito do quê?? Dos abjectos politicamente correctos, esses seres amorfos, yes men e seus apreciadores. Só não estou farto deles porque não teria ninguém a corar de raiva a olhar para o monitor quando sai mais uma papaia das minhas! Correcta?? Para mim sim, para vocês, julguem por vocês mesmos, que já são bem crescidinhos! Além de tudo, pouca gente as lê!!! Ou agora vou-vos ensinar a viver, não? Isto não vale para a blogosfera apenas, vale para a vida! Feliz daquele que não finge ser quem não é!
É que anda para aí muito gato pingado que, como na foto acima, se coloca em frente de um espelho e vê um leão!! Ah, leão!!

UM DIA FELIZ

Hoje andei a remexer nas minhas coisas de jovem. Chamou-me a atenção um livro grosso, de capa preta. É uma Bíblia. Sim, tenho um Bíblia, já muito antiga, e li-a por duas vezes. Quando falo de assuntos bíblicos, não recorro a filmes evangélicos ao estilo de Hollywood, tenho uma fonte melhor - a própria! Não se iludam, também tenho o Corão e o Livro dos Mortos e ando atrás do Popul Vuh, que será imensamente popular lá para o dia 12-12-12. Mas a Bíblia tem outra particularidade importante. É onde guardo alguns bilhetes de antigamente.

Há bilhetes que nos trazem memórias impressionantes dos espectáculos a que davam entrada. Tenho um bilhete, de 1984, de um jogo de futebol que, além de ser uma obra de arte em si, traz recordações intensas. Trata-se de um quadrado belissimamente impreso com algumas palavras, entre elas um SL Benfica - Liverpool FC. E um número: 1650$00. Na altura, uma fortuna! O facto de ser hoje sócio da Internatioal Board do Liverpool FC (uma espécie de simpatizante estrangeiro reconhecido pelo clube) deve-se, em muito, a essa noite de futebol, desse vendaval futebolístico, da melhor equipa que vi jogar no estádio da Luz até hoje, que era essa equipa onde pontificavam Souness, Dauglish, Rush, Grobelaar, Strachan... Perdemos 4-1!!

O outro bilhete que revi hoje, com prazer (até ainda tenho o canhoto!!!) não foi comprado por mim, imagine-se! Foi comprado, no BES, pelo meu pai! Pois é, o outro também foi - eu tinha lá um conto e seicentos para dar em 84!!! Este bilhete custou apenas 5500$00, mas o problema nem foi o dinheiro, nessa altura, já tinha algum, foi que os meus pais me iriam acompanhar a esse evento. Mas gostavam, o que hei-de eu fazer?? Foi numa tarde de Julho, quente e longa, dois dias depois de um dos regressos da Tunísia. Fomos para Lisboa alegremente, estivemos duas horas numa fila para entrar, entramos, sentamos e esperamos mais umas duas horas. Cá fora, ofereceram-me, com notas de dez que retive na mão por breves momentos, cinquenta contos pelo meu bilhete. Não o vendi, nem eu nem os velhotes!

Às dez horas em ponto, iniciou-se o maior espectáculo do mundo, e esta perspectiva que encontrei na net não é de muito longe de onde fiquei sentado a disfrutar:



Às dez em ponto, nem mais nem menos - Ao segundo! - Começaram a ouvir-se os acordes de Astronomy Domine! O palco era o utilizado em estádios. Quem conheceu o antigo José Alvalade, sabe bem tirar as medidas a este espectáculo. A versão em vídeo e dvd desta digressão foi gravada com um palco mais pequeno, para interiores. Foi um grande dia! Até porque, infelizmente, nunca mais será repetido...

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

PEQUENA REMODELAÇÃO

Caros amigos, fiz uma pequena remodelação na faixa lateral do Cirrus Minor, no que concerne a selos (retirei-os), ao selo de voto em branco (não voto em branco nas autárquicas) e à lista de blogues de referência. Ao experimentar novo lay-out para o blog, os meus widgets ficaram inoperáveis e o da lista de blogues ficou em branco.

Em relação a este ponto, agradeço aos amigos que tinham ali os seus blogs, e, devido à experiência que fiz, não têm, pois perdi-os a todos, o favor de deixar aqui uma palavrinha a lembrar. Tenho tentado recuperar todos os que ali estavam, mas não será possível sem a ajuda de alguns de vós.

Muito obrigado

NOTA DEZ

Mais um selo, oriundo da Pronúncia, do blog Pronúncia do Norte, que quer pegar fogo a todos os cartazes da cidade de Braga. Isto tem regras, que são as de contactar quem me deu o selo (isso está mais que feito), enumerar oito características minhas e passar a 8 blogs.

- Teimoso;
- Sempre bem disposto (arranjo sempre problemas em velórios e funerais);
- Com valores de esquerda democrática e moderada (Não, nunca votei PS e não sou professor, por isso não estou a mentir);
- Sempre atrasado, mas não em demasia;
- Faço o que tenho de fazer;
- O que não tenho de fazer, desculpem lá, mas não faço;
- Informado (de todos os ângulos possíveis e não só aquele que querem que veja);
- Atento e alerta (elas caem de onde menos esperamos, por isso eu... espero!)

Estas são as características. Passo a todos os blogs cujos proprietários se atrevam a descrever as oito características na minha caixa de comentários! E têm de ser características psicológicas, disseram-me!!

Fica o desafio!!

domingo, 4 de outubro de 2009

A ÁFRICA AO BENTO

Foto Google

África é o chamado continente negro, designação com a qual, obviamente, não concordo, mas é conhecida por esta infeliz expressão. África tem problemas. Muitos. É um continente que mergulhou, desde há há muito tempo, numa crise humanitária tremenda, da qual, aparentemente, não consegue sair.
Mas esqueçam os problemas que pensavam que África tem. Há pessoas mais entendidas para nos mostrarem os problemas de África, pessoas que, pelo seu exemplo e abnegação, conseguem mostrar-nos claramente quais são os problemas e quais as soluções para esses problemas. Uma dessas pessoas é o Papa Bento XVI, que, numa celebração, em frente de 200 bispos africanos,teve estas declarações:


É extraordinária a declaração do Papa, uma vez que nos diz claramente que África é um pulmão, mas um pulmão doente. E aqui podemos começar a divagar sobre a causa desta doença. Talvez o tabaco, ou a gripe A ou alguma endemia africana. Puro engano, a primeira dessas razões é:


Mais uma vez, temos de nos vergar a esta extraordinária revelação. O materialismo africano é absolutamente chocante. Como podemos permitir que os refugiados que todos os dias morrem à fome em tantos países africanos tenham sequer pensamentos materialistas, como, sei lá, terem uma côdea de pão para roer? Já os pensamentos relativistas desta gente são extremamente perigosos, pois resumem-se a "Amanhã estarei vivo ou morto? Isto é tudo tão relativo!". A segunda patologia que Bento XVI refere como doença a atacar o "pulmão africano", é também gravíssimo. O Fundamentalismo religioso. Esta clarividência do Papa é uma coisa admirável e até podemos com certeza pensar que o homem está mais em forma que nunca.

Uma pessoa rodeada de todos os luxos, com sapatos Prada e carros Ferrari, morador de castelos de férias, que mobiliza um corpo de segurança mais caro que o de Obama, vem falar do materialismo que existe em África! Não que ele não exista, e sabemos que existe. E o que pensará o normal africano, se esta comunicação, por ironia do destino, lhe chegar? Será que, entre o tentar encontrar um pouquinho de comida que lhe permita sobreviver à noite e o acordar subnutrido e desidratado, não pensará "Se fosses mas é para o c#$%&/ com o meu materialismo!" O Papa refere-se a outro materialismo? O dos Governos africanos, que exploram as suas populações até à exaustão? Concordo! Então, que pare de lhes dar beijinhos em visitas de Estado e chame os bois pelos nomes, de uma vez por todas!

Já o segundo sintoma só nos pode fazer rir a bandeiras despregadas. Um homem que pregou que o uso do preservativo é uma forma de disseminação da SIDA em África, e que pregou isto em nome da sua Santa Igreja, vem falar de fundamentalismo religioso! É espantoso como estas pessoas têm a coragem para dizer estas coisas em público, ainda para mais sabendo que a maioria dos países africanos negros são cristãos ou com influências cristãs! Parece que não contente com os milhares de crentes que as suas declarações em África já podem ter matado por esta altura, este senhor continua a sua cruzada contra os infiéis, desconhecendo, por certo, que o maior deles todos é ele mesmo!

Bem podia ir pregar contra o materialismo e o fundamentalismo a estes meninos, se tivesse coragem de os olhar nos olhos:

Foto Google

sábado, 3 de outubro de 2009

YES, WE CAN NOT!!!

Foto Google

Lembro-me perfeitamente de, há cerca de um ano, mais arroba menos quintal, esse portentoso país que dá pelo nome de República da Irlanda ter organizado um referendo para avalizar (ou não) o famoso Tratado de Lisboa, também conhecido por o Tratado "Porreiro, Pá!". Na altura, o voto dos irlandeses foi Não. Enquanto a maior parte dos países tinha ratificado o Tratado através da via parlamentar, a Irlanda era forçada, pela Constituição, a realizar o referendo, arriscando assim a ser o único país da União a bloquear o processo.
Para que fosse este o resultado, concorreram variadas razões. Entre elas, a ausência de campanha pelo Sim. Também a terrivelmente eficaz campanha pelo Não, que usou essencialmente a perspectiva da perda de soberania nacional, enveredando pelo terror psicológico e físico sentido na pele por tantos imigrantes durante aqueles dias negros, entre eles muitos compatriotas nossos. A xenofobia irlandesa foi uma das razões para que o Não vencesse? Indubitavelmente - qualquer imigrante apanhado na rua durante a campanha era brutalmente linchado pelos apoiantes da resposta negativa, no que foram apoiados ou pelo menos ignorados pela generalidade da população.
Mas houve outra razão, e essa está patente no quadro acima. O crescimento da economia irlandesa era tão grande que os irlandeses se convenceram que o país era o "tigre celta", uma espécie de novo paraíso económico, um novo paradigma do crescimento económico. Então, porque votaram Sim neste referendo, realizado ontem?

A razão para a mudança de direcção do voto irlandês é cristalina como a água: simplesmente, o país desmoronou-se. Entrou em bancarrota. Aquele que era apontado como o país que melhor tinha aplicado os fundos europeus, afinal não os aplicou de todo. Criou uma economia virtual, onde investimento era palavra desconhecida e empréstimo a ordem do dia. Os Bancos irlandeses rodavam sistematicamente as mesmas verbas, entre si, para enganar as auditorias e justificar as massivas quantias em empréstimos sem garantia de reembolso. Veio a crise - o dinheiro não apareceu, porque simplesmente não existia. A economia colapsou, sem hipótese de contra-medidas, pois não havia fundos para tal. Os irlandeses sentem hoje que a abundância de há um ano atrás era ilusória, nada se criava naquele país, é preciso reconstruir a partir do zero. E, para isso precisam da única ajuda disponível - a UE. Votar Não novamente seria desperdiçar essa ajuda.

É curioso como os militantes de extrema esquerda de outros países europeus se colaram ao Não irlandês como a sua nova bandeira. Fizeram deste país o novo paradigma da liberdade de expressão, passando por cima do facto de ser a extrema direita irlandesa o impulsionador principal desse Não, recorrendo à mais bárbara violência psicológica e física contra os imigrantes, instigando o ódio por tudo o que fosse exterior à ilha. E não deixa de ser mais curioso ainda esta colagem, uma vez que sabemos que as leis irlandesas acerca de vários assuntos de ordem ética se mantém das mais retrógradas do Mundo, como a lei do aborto, só para dar um exemplo. É no mínimo lamentável a forma como os extremistas se aproximam, dadas determinadas circunstâncias.

Como sabemos, a UE não é perfeita - longe disso. Não é uma democracia pura, não há mecanismos que possam dar voz directa aos povos que a compõem. A ratificação parlamentar afigura-se como um artifício que nos parece, aos que estamos a olhar de fora, como uma solução para evitar ouvir a nossa opinião. O que é um facto é que votamos nos nossos governos, elegemos deputados com convicções europeias que dão azo a este tipo de solução, porque não lemos programas eleitorais, nem nos importamos com isso. Acredito que grande parte da nossa população não concorda com a integração europeia. No entanto, continua a votar em quem é a favor. Depois, vem o chorrilho de queixas sobre a falta de transparência democrática da UE, mas o facto é que, quando podemos escolher, escolhemos impreterivelmente os mesmos - damos-lhes toda a legitimidade nas urnas, mas depois queixámo-nos de falta de democracia. Se houvesse, como chegou a ser prometido por Sócrates, um referendo em Portugal, ganharia o Sim, com enorme margem. Simplesmente, porque somos menos xenófobos e racistas que os irlandeses e porque todos os partidos (ou quase) são a favor, colocando os seus meios à disposição de uma campanha pelo Sim. Haver ou não referendo, atendendo ao que a nossa população sabe sobre a UE, seria uma questão irrelevante, tão irrelevante como o facto de o país ser mal governado pelos mesmos partidos há 35 anos, mas que são os mesmos que ganham sempre. Não tenhamos ilusões.

Quanto aos irlandeses, tenho pena que tenham dito que Sim desta vez. Se tivessem dito que não, talvez a Irlanda fosse expulsa da UE, o que constituiria uma enorme vantagem para todos. Ficariam isolados, com a sua soberba de novo-rico, o seu racismo e xenofobia latentes, as suas leis retrógradas agarradas à religião, a sua economia virtual e os seus escândalos sexuais religiosos. Alguém lhes sentiria a falta? Eu não, com toda a certeza! Enquanto pensaram ser a melhor economia do mundo e arredores, arvoraram-se em arrogantes e xenófobos. Nessa altura, já a sua palavra de ordem era a de Obama: Yes, We Can!! Agora, parece que lhes baixou a crista e votaram Yes - We Can... Not!

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Q.I.

Foto Google

Aqui há uns tempos, ofereceram-me um calhamaço de livro, que contém inúmeros testes para medir a nossa inteligência. Hoje fiz um desses testes, por curiosidade. Acho que vou ficar viciado naquilo, como fiquei no Sudoku. O Sudoku é como o tabaco: é livrar de comprar a primeira revista, depois é tarde demais. O teste consiste em responder a dois conjuntos de quarenta perguntas lógicas, que variam entre geometria, vocabulário e intuição matemática para as séries, em dois períodos de meia hora.
As séries sempre me deram cabo da cabeça nos estudos, era aquela matéria chata como tudo que não servia para nada, ou pelo menos assim pensava na altura. Mas agora, que sou mais ajuizado, sei perfeitamente que não é assim. As séries têm aplicação prática, que é a de responder a testes de QI. Quando acabei os testes, olhei para as minhas respostas e verifiquei que não tinha respondido a todas as perguntas, mas regras são regras e as meias horas tinham expirado.
Abri a página das soluções e verifiquei que tinha o mesmo número de respostas certas em ambos os testes, o que não deixa de ser curioso. Algumas que deixei por fazer, verifiquei que tinham soluções óbvias, se soubesse o que era pretendido. Digamos que algumas perguntas não perguntavam nada... Vinte e cinco respostas certas em cada teste! Porreiro, e agora? Na página seguinte, havia a forma de cálculo para o QI, através de uma projecção gráfica. Fui ver como era o interior da minha cabeça, e interpretar os resultados. Para minha surpresa, havia caracterizações para todos os escalões de pontuação, menos para aquele em que caí. Nos outros, ou se era normal mas não génio, normal e muito desenvolto ou até normal mas acanhado... Para mim, dizia simplesmente: "Esta pode não ser a melhor maneira de avaliar o seu QI. Procure outros tipo de teste, já que o seu resultado é altamente improvável".

Ora porra!!! Altamente improvável?? Que quer isso dizer? Cá para mim, aquilo é brincadeira! Não há QI nenhum, uns são normais, outros distraídos, outros mais lentos, uns são mais desenrascados, outros mais atados, uns mais imaginativos, outros serão mais criativos. Mais burros que os outros ou mais inteligentes, já não acredito!

Já repararam que, actualmente, há muitas crianças "hiperactivas"? Chamam-lhes, muitas vezes, sobredotadas. Na cidade, chamam-lhes hiperactivas. Nas aldeias, como a minha, há 30 ou 35 anos atrás, chamavam-nos apenas quando fosse para comer! Hiperactivos? Sim, se éramos, começávamos na brincadeira às nove da manhã e acabávamos a brincadeira às nove da noite! Ninguém nos chamava hiperactivos. Ou sobredotados. Éramos os chamados "putos"! Quando muito, chamavam-nos também para fazer os curativos nos joelhos ou nos cotovelos, também nos podiam chamar ocasionalmente um ou outro adjectivo menos próprio para aqui reproduzir, se demorássemos a acorrer à chamada! Hiperactivos? Que era isso???
Penso que a inteligência, a existir tal distinção, abundava nessa altura e hoje é mal vista! Se um puto que brinca na escola já precisa de acompanhamento psicológico e é sobredotado, imagine-se no meu tempo, que brincávamos em todo o lado!! Até penso que é por isso que eu brinco com quase tudo - porque dantes era em todo o lado e (quase) com tudo!
Penso que todos se preocupam com os seus filhos. É natural, são os seus rebentos, são carne da sua carne, o que é um nojo do caraças! Mas deixar brincar as crianças sem lhes pôr logo este tipo de epítetos seria importante! Por outro lado, podiam ser mais simpáticos para os adultos que fazem testes com grande pompa e circunstância para no fim terem como classificação "Altamente improvável"! O tanas!

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

PARABÉNS PRONÚNCIA!


Tem mais estilo ser no último minuto!!!

DESINSPIRADO

Foto Google

Estou totalmente desinspirado. Não sei o que se passa, provavelmente é apenas um estranho vírus que mais não fará que passar depois de inchar e desinchar. No fundo, não é nada de grave, pois se os senhores da foto ali em cima já andam desinspirados há dezoito anos e continuam a cativar, quem serei eu para me preocupar com a falta de inspiração para escrever seja o que for? Sim, até porque estou convencido que qualquer coisa que escreva é melhor do que o Beautiful Day. E tirem daí a ideia, a foto só lá está mesmo para dizer isto. Só faço posts relativos a música sobre músicos ou artistas. À séria. Isto vai dar pano para mangas...

Quando se está desinspirado, nada melhor que escrever. Sai uma treta como esta, sem interesse nenhum, mas que serve de referencial para quando escrevemos algo melhorzinho. Fica a parecer um tratado! Mas, agora, na presente situação, escrever sobre quê? Ora bem, a maior parte das vezes, quando estou assim, escrevo sobre o Bento XVI. Sou capaz de passar horas a falar do senhor. E sempre mal. Não é que o senhor Papa não tenha coisas boas, porque tem, como o facto de às vezes estar calado (não lhe descobri mais nenhuma qualidade, se descobrirem, avisem - também gostava de escrever coisas boas sobre o Papa... está bem, talvez não...). Mas hoje não me apetece bater mais no ceguinho que não é ceguinho mas vê menos que um.

Então o que resta?? A comunicação do Presidente ao país sobre um assunto que não era assunto embora fosse grave caso fosse assunto? Não tem assunto! Poderia falar também de Polanski, e como, de repente, 90% dos realizadores mundiais passarem a patrocinar oficialmente a pedofilia, sendo que, de futuro, esta prática sexual deixará de constituir crime para passar a ser forma artística. O Bibi estava muito à frente... Mas não me parece que venha acrescentar algo ao que já foi dito sobre este criminoso... Há também notícias sobre submarinos e buscas em escritórios de advogados, muito indignados por terem sido perturbados durante graves problemas informáticos... Mas o Portas ainda agora ganhou as eleições e não quero estragar a festa...

Então o que resta? Resta aqui registar o meu pesar pelo desastre ocorrido no Pacífico Sul, nas ilhas Samoa (Ocidental e Americana), onde um enorme Tsunami (maior que o ocorrido há uns anos na Indonésia) varreu as ilhas causando um número indeterminado de mortos e desaparecidos, resultado de ondas gigantescas. Estamos tão rodeados de notícias banais e esmiuçamentos e coisas que tais que nem nos damos conta de como o planeta está a zangar-se e vai dando mostras de inconformismo com as quais todos sofreremos no futuro. Foi ontem, e repetir-se-à mais vezes no futuro.