quinta-feira, 22 de abril de 2010

DIGAM LÁ QUE O TGV NÃO DAVA AGORA UM JEITAÇO DO CATANO!!!

Foto Google

O Conselho de Administração da Assembleia da República decidiu aprovar o pagamento de uma viagem e respectivas despesas a Paris, por semana, à deputada do PS Inês Medeiros, também conhecida pelos seus dotes de actriz e pelas suas ligações familiares, nomeadamente os factos de ser irmã de Maria de Medeiros e filha do fantástico António Vitorino de Almeida, o famoso "maestro". O Conselho deliberou, votou e aprovou, com votos contra da oposição, à excepção do CDS-PP, e votos a favor do PS e voto de qualidade de desempate do presidente do Conselho, José Lello, também ele deputado do PS.

Podemos, de facto, estar descansados. Este caso estava para explodir como mais um escândalo de trazer por casa passado na Casa dos Horr... da Democracia. Não é o caso, foi tudo feito dentro da legalidade. Apesar disso, não deixa de ser estranho que uma deputada a trabalhar em Lisboa necessite de ir a Paris todos os fins de semana. Poderia ser estranho, mas até nem é. Inês de Medeiros é moradora em Paris há já vários anos, sendo esta a sua residência habitual e onde moram os seus filhos, principal razão das idas semanais a Paris.

Para ser franco, quando soube deste caso, há já vários meses atrás, sempre acreditei que talvez Inês de Medeiros fosse uma daqueles deputadas eleitas pelo círculo da Emigração. Vendo bem as coisas, mora em Paris, terra de muitos portugueses. Nada faria mais sentido. Claro, sabemos bem porque o engenheiro foi "pescar" Inês de Medeiros. Ter um deputado em cada sector de actividade é importante e, embora eu pense que não faltam artistas no parlamento, o engenheiro pensou em agradar ao sector cultural com a inclusão de uma artista (mesmo) consagrada.

Mas o facto é que a senhora foi eleita pelo círculo eleitoral de Lisboa. Ora, há coisas que me deviam explicar melhor. Sei que há homens de Lisboa a concorrer por Aveiro, homens de Bragança a concorrer por Évora e coisas assim. Coisas que não dá para entender, sinceramente. Mas esta nova modalidade de ter uma residente de Paris a concorrer por Lisboa... É original. Além do mais, o caso é legal, ou foi enquadrado na legalidade. Mas depois vem a ética. A ética de um partido como o PS que consentiu nesta originalidade. E a ética de Inês de Medeiros, que sabendo que não se mudaria para Lisboa com a família, mesmo assim se deixou inscrever nas listas eleitorais do PS. Duvido que Inês de Medeiros não tenha noção daquilo que custam viagens em classe executiva para Paris. Porquê executiva? Exigências da senhora. Isso de voar em turística num avião com destino a Paris pode sempre dar azo a levar com bacalhau semi-demolhado, galináceos vivos, chouriças transmontanas e garrafões de Favaios de cinco litros. Nós estamos solidários, obviamente.

E depois ainda há quem fale contra o TGV... Que jeitaço não dava agora!

16 comentários:

  1. Boa noite Eusébio!

    Não deixa de ser repugnante este história, mas para te ser sincero não culpo tanto a menina, como culpo quem permite que coisas destas aconteçam.

    Vamos lá a ver, por mais digna e honrada que ela fosse (seja), não se livraria nunca da fama de corrupta que se colou aos cargos políticos.

    Olha, da mesma forma eu, que não devo um euro a nenhum funcionário ou ao governo, que nunca pedi um euro de subsidio, não me livro da fama de explorador e ladrão que se colou aos pequenos empresários.

    Se esta senhora deputada foi considerada pessoa de interesse público ao país e lhe facultam um nível de vida de forma a ter os filhos a estudar em Paris. Se ainda por cima se prontificam a pagar-lhe as despesas para os visitar todas as semanas, não a posso culpar.

    Chegamos a um ponto em que não recebemos taças por sermos íntegros. Diria até que ser-se honesto já passou de moda.

    Abraço

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  2. Francisco, sinceramente penso que é um daqueles casos em que uma pessoa honrada se vê enredada numa teia urdida à sua volta e depois não consegue ter uma saída eticamente satisfatória. Basta a legalidade. E atenção que ela não tem os filhos a estudar em Paris por os enviar para lá! Ela já lá morava, há uma diferença. E agora retirar as crianças do seu ambiente e isso tudo... É complicado. Mas podia pensar antes de avançar.

    De qualquer forma, a insistência na classe executiva não abona a seu favor.

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  3. Caro Eusébio

    Eu julgo que uns patins para a srª deputada davam bastante mais jeito.

    Abraço

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  4. Este é um dos casos em que se torna difícil fazer qualquer comentário. A deputada já levou bem longe o nome de Portugal. Só por isso, merece respeito. Ter os filhos em Paris e poder vê-los só ao fim de semana, em nome de um trabalho pelo seu país de origem, não deve ser fácil... Claro que ver os nossos impostos serem usados desta forma dá para ficar um bocadinho... chateado... Mas, sinceramente, creio que estes "deslizes" são facilmente "perdoados" se, em troca, for visível um bom trabalho em prol desta nação.

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  5. Levy, sem desmerecer a sua competência, penso que estaria melhor em teletrabalho.

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  6. Sandra, haver há... Não são é políticos!

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  7. Liliana, é de ética dúbia aceitar ser deputada em Lisboa mantendo residência em Paris. Ela sabia perfeitamente no que se estava a meter. Para estar junto dos filhos em permanência, ficava em Paris e não concorria. Dava o seu apoio ao PM e ficava por aí. Faltam filmes?? Paciência!

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  8. Cirrus, afinal o que lhe pagam é um subsídio de viagens idêntico ao que pagam aos outros deputados.
    Ou seja, a senhora tem direito ao subsídio equivalente a uma viagem por semana entre Lisboa e o local mais afastado de Portugal (incluir ilhas).

    O que me faz comichão ao cérebro é a maioria dos deputados prestar falsas declarações na hora em que se formam as listas, dando moradas onde não residem para se candidatarem por esse círculo eleitoral e depois residirem noutro círculo qualquer.

    Pior, parece que há deputados que recebem 2 subsídios de viagem. Um referente à deslocação do seu círculo até Lisboa e outro da sua residência até Lisboa... li isto algures (pena não me lembrar que deixava aqui o link).

    Como se isto não bastasse, a sorte da senhora foi ter ficado em 2º lugar na sondagem sobre personalidades simpáticas feita para a TagusPark... caso contrário era ela que estava no lugar do Figo e este como deputado.
    Já agora em 3ºlugar ficou a senhora-a-quem-a-empregada-tira-as-graínhas-das-uvas e que foi mandatária pelo PS para a juventude nas últimas eleições... em 4º ficou o Mourinho que também iria fazer um contracto qualquer, mas parece que desistiu.

    Interessante não?!...
    Começo a ficar realmente farta de tantas maroscas e jeitos...

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  9. Pronúncia, não digo que o caso não esteja dentro da legalidade. Mas, que raio, viagens para Paris?? Será que nem a deputada nem o partido se lembraram disso? E essa situação dos dois subsídios então é gritante...
    Depois há o valor dos mesmos, que suspeito não ser de 43 cts/Km...
    Além do mais, estas situações estão longe de serem éticas, de parte a parte.

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  10. A Sra. D. Inês de Medeiros limitou-se a aplicar aquele ditado que tanto se gosta de citar e praticar:

    'Em roma, sê romano'. Ora o ambiente em sendo propício, fez a Sra. D. Inês de Medeiros muito bem, que ninguém melhor que nós próprios para olhar pela nossa vida.

    Que a Sra. D. Inês de Medeiros tem cara de anjinha, tem, mas é só a cara mesmo.

    A ética, ou cresce-se com ela, ou não.

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  11. Maya, pois eu penso que ela fez muito mal. É por pensarmos sempre que "fez ele muito bem" que estas coisas vão acontecendo e que as caras vão ficando sem vergonha.

    Não será sempre altura de crescer? Ou paramos de crescer quando atingimos a maioridade? E, neste caso, será que a Inês não só parou de crescer, mas começou a mirrar?

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  12. Cirrus,

    Estava a ser irónica.

    Lol

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  13. Maya, a maior parte das pessoas está a ser irónica quando diz o célebre "fez muito bem". O problema é que já nos habituamos tanto a isto que até já são casos que passam em branco, já ninguém liga muito... Mas por aqui se perde a credibilidade.

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  14. Mas a verdade é que ela pode achar que tem algo para dar ou para contribuir para a política portuguesa e pessoalemnte até acho que pode ser um contributo importante não devendo a sua morada ser um impeditivo para que a mesma exerça a sua consciência. Mora em Paris, e então? É uma cidadã portuguesa e de tanta despesa estúpida uqe há-de haver paga pela assembleia, muito sinceramente as deslocações dela uma vez por semana numa viagem que demora quase o mesmo que ir aos Açores a mim não me chateia mesmo nada.

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  15. Menina Ção, nem a si nem a mim. Chateia mais os contribuintes. Evidentemente, não será nem o seu nem o meu caso...

    Acaso terá as mesmas regalias se arranjar emprego... sei lá... em Valença?

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