Temos de ser competitivos, dizem-nos. Temos de ser
melhores que os outros, temos de ter qualidade no que fazemos, temos de
melhorar. Temos de reduzir custos, de melhorar receitas, temos de arranjar
dinheiro. Temos de ser competitivos.
Pois. No meu local de trabalho, tenho de trabalhar, não só
o melhor que posso, mas até mais do que isso. Não tenho de trabalhar muito, de
sol a sol. Mas tenho de o fazer bem. É por aí que começa a missão de cada
trabalhador – trabalhar bem, antes ou até em vez de trabalhar muito. Isso quando
é possível.
Os trabalhos são todos diferentes, mas mantêm uma coisa
em comum: tem de se ser competente ao fazê-lo. A competência não é uma virtude,
é uma exigência. E não o é simplesmente porque queremos que a entidade
patronal, seja ela qual for, enriqueça à custa da nossa competência. É-o porque
cada trabalhador deve ser competente por brio, por realização profissional ou
simplesmente porque lhe pagam para isso. Nos casos, cada vez menos, em que
pagam o suficiente para tal.
Primeiro foi um TGV, depois um aeroporto. Não há dinheiro
para nada dessas loucuras, dizia Passos. Agora, até se fará o TGV para Sines e
até um novo porto na Trafaria! Em 2011, foi o fundo de pensões da banca. Mesmo assim,
falhamos as metas do défice. No ano passado, foi a privatização da ANA. Mesmo privatizando
o espaço aéreo português, tornando-o francês, falhamos as metas do défice. Este
ano, a assassina Cristas vai privatizar a água, o mais essencial dos bens
essenciais. Arrisco-me a dizer que vamos ficar longe das metas do défice.
Esta assassina silenciosa aplicou o terror absoluto na
lei das rendas. Daqui a cinco anos, milhares de pessoas estarão mortas pelas
ruas deste país. O Serviço Nacional de Saúde já entrou em colapso, como mostram
as notícias oriundas de Braga, de Ponte de Lima e de tantos outros sítios. A
Segurança Social, que perdeu milhares de milhões de euros em depósitos no
BPN/PSD de cavaco e amigos, está perto da ruptura, e o pateta ministro da
lambreta que agora anda de A8 continua pateta, quiçá um pouco mais, se possível
for. A sinistra ministra da Justiça, numa corrida desenfreada de ressabiamento
das suas agruras da vida pessoal, preocupa-se apenas em fazer caça às bruxas,
atropelando todo e qualquer direito à justiça que qualquer cidadão tenha. Os impostos
subiram, e os subsídios de férias e de Natal foram cortados, apesar de ser uma
parvoíce, como afirmava Passos. Os arautos do Governo dizem que a culpa da
crise é do casamento homossexual. O país está muito perto do abismo.
Esta gente está feliz, porém. Feliz porquê? Porque batem
todos os recordes. O do desemprego, que se não fosse a emigração de quase
duzentos mil portugueses em 2012, chegaria aos 20%, mesmo pelas contas erradas
do Governo. O da dívida, pois conseguiram aumentar a mesma para níveis apenas
comparáveis aos da primeira república. O dos doentes sem tratamento oncológico.
Os dos impostos, que nunca estiveram tão altos. E, entre tantos outros e finalmente,
o das previsões falhadas.
Posto isto, toda esta gente, mais o chefe desta gente, um
robô acéfalo chamado Gaspar, não é competitiva. São demasiado maus sequer para
trabalhar na apanha do gambuzino. São maus demais para qualquer actividade de
que me lembre. Porque razão um ministro das Finanças que é um completo
desastre, uma hecatombe de proporções bíblicas, um completo zero à esquerda, um
parasita intestinal sem cérebro, uma amiba inconsistente com dificuldades de
expressão, uma nulidade absoluta com necessidade óbvia de aulas de correcção da
fala, uma verdadeira impossibilidade cósmica de tão incompetente que é, que não
acerta uma para a caixa das esmolas, não é despedido sumariamente do Governo de
Portugal, é para mim uma incógnita demasiadamente imperscrutável para sequer
vislumbrar uma solução. Mas tenho uma certeza: qualquer previsão minha é
universalmente mais fidedigna que qualquer previsão desta verdadeira tragédia
ambulante que é o fantasminha Gaspar.
Mas depois olho em redor e digo: numa Europa gerida por
Rehns, como queríamos ter alguém minimamente competente, assim ao nível dos
roedores, por exemplo, no governo de Portugal…?
PS: este texto está-se nas reais tintas para a agressão
ortográfica.