Que
um fedelho, que nunca fez nada na vida exceptuando eventualmente colar cartazes
nas paredes alheias em vésperas de eleições, e mamar da imensa teta das
máquinas partidárias dos partidos do arco da desgraça, diga que todos os
direitos são referendáveis não me choca verdadeiramente. Ouvi falar numa doença
que faz com que o intestino grosso fique ligado directamente à boca, selando o
ânus. Por isso, e tendo em conta que estes jovens fedelhos sofrem desta doença
de forma quase congénita, não me choca.
Outra
coisa, bem diferente, é um homem feito, de longa carreira, ainda que
eclesiástica, como o Cardeal Patriarca de Lisboa, dizer que todos os direitos
das minorias são referendáveis. A Igreja portuguesa tem destas coisas, e anda
sempre ao contrário do Vaticano. E já sabemos que o Vaticano anda em círculos. A
Igreja portuguesa deve, pois, andar em espiral. Uma espiral crescente, que se
há-de perder no tempo e no espaço, a tender para o infinito com uma dimensão
infinitesimal. Se é que já não é o que acontece na realidade já hoje em dia. Ora,
quando o Vaticano elegeu um “intelectual” para o cargo de ocupante da cadeira
de Pedro, tínhamos nós um bacano cardeal que jogava cartas, fumava como uma
chaminé e bebia uns canecos. Agora, que o Vaticano elegeu para Papa um bacano
que gosta da bola, finta a segurança e parece gostar de uns canecos, elegemos
nós para Cardeal Patriarca uma múmia “intelectual” – aliás, muito parecido com
Bento XVI, atreito a proferir atrocidades e amigo dos “pobrezinhos”, sendo a
caridadezinha a sua única preocupação social.
Deve
a Igreja ter preocupações sociais? Não sei se deve, mas pelo menos pode e,
verdade seja dita, quase sempre as teve, ainda que sempre ou quase sempre
canalizadas para a tal “caridadezinha”. Do mal o menos, estou convencido que de
todas as religiões que conheço, a católica será mesmo a melhor. Deve ter a
Igreja um papel sociopolítico? Tenho a certeza que não. E tenho essa certeza
porque a doutrina oficial da Igreja (e das demais religiões, por vezes de forma
ainda mais marcada) não é compatível com os valores democráticos. Esta atoarda
do cardeal patriarca prova-o.
Pode
haver assuntos em que o patriarca tenha razão e que haja direitos de minorias
que sejam referendáveis? Se calhar até há.
Por exemplo, gostava de ver
referendado o direito dos habitantes do Porto (e quem diz Porto, diz outra
qualquer cidade) de ter cidadania portuguesa. Afinal, os habitantes do Porto
são uma minoria.
Gostaria de ver um referendo que
avalizasse, ou não, o direito dos deputados do PCP manifestarem opinião na
Assembleia da República. Afinal, os deputados do PCP são uma minoria.
Era
bom que houvesse um referendo sobre o direito de homens crescidos usarem saias
e chapeuzinhos ridículos. Afinal, os cardeais são uma minoria.
Um bom referendo seria aquele que
perguntasse a todos os portugueses se a Universidade Católica e os colégios
católicos por esse país fora devem ser pagos, em parte, com o dinheiro dos seus
impostos. Até porque os alunos destes estabelecimentos são uma minoria.
Outro grande referendo seria um
outro, que perguntasse aos portugueses se concordam que, em tempos de tanta
crise, e em que os sacrifícios abundam, principalmente da parte de quem menos pode, a Igreja
Católica e todas as outras confissões religiosas não paguem impostos, até
porque os membros das Igrejas são uma minoria.
Gostaria igualmente de ver
referendado o direito que o Vaticano tem de excomungar ou de exilar padres
pedófilos, em vez de os entregar à Justiça para julgamento. Afinal, o Vaticano é
uma minoria.
Enfim, porque não um referendo
sobre a aplicação da frase do mostrengo rei espanhol dirigida ao camarada
Chávez, mas desta vez dirigida ao patriarca: porque não te calas, pá? Será mais
um candidato a Cerejeira? Cheira… cheira mesmo… cheira a novo, cheira a Estado.
http://aluxuriadeulisses.blogspot.pt/2014/01/carta-aberta-ao-sr-padre-que-oficiou.html
ResponderEliminar:)
Obrigado pelo comentário e pelo link. O seu texto é muito pertinente.
EliminarNão tendes de obrigadar!
ResponderEliminarPasso por aqui frequentemente e gosto de te ler (embora não concorde com tudo, mas a vida é mesmo assim! LOL)
Eu é que tenho de te agradecer por me fazeres disparar as sinapses...
:)
O fascismo vem a caminho, agora com o apoio de uma parte do povo ( foi sempre assim) e com o apoio dos mesmos ( a igreja é um dos apoiantes). Por todo o lado vemos, na suiça ( o referendo), na França ( o apoio à extrema direita), na Ucrânia ( os nazis na rua com seus símbolos), na Inglaterra a extrema direita a mexer, em Portugal , com estes senhores eleitos pelo povo, na Russia com ataques a homossexuais e estrangeiros ( e com o apoio do Governo e e parte da população). Isto mete medo e é mesmo apenas o início e espero não vir a ter razão.... A história não se repete, mas quase!
ResponderEliminarCamarada, estou convencido disso. Tempos negros - ou mais negros - se aproximam.
EliminarOra nem mais. Ámen!
ResponderEliminarObrigado.
EliminarA Igreja cheira a bafio e a passado. Sempre que há uma pequena luz ao fundo do túnel, logo é extinta!
ResponderEliminarEste (ia dizer Sr. mas acho melhor não) badameco é um insulto à nossa inteligência!
Para variar...
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