domingo, 15 de fevereiro de 2009

A História Não Se Apaga


Todos, ou quase todos, tivemos aulas de História. Todos aprendemos coisas mais ou menos chatas sobre gajos a fazer tijolo há séculos ou milénios. Pessoalmente penso que a História é um desafio interessante, sou um adepto incondicional desta ciência, não morasse eu na sede do V Império.

A História está pejada de lições, está pejada de memórias dos grandes impérios: os Sumérios, os Egípcios, os Romanos, os Chineses, os Portugueses, os Espanhóis, os Britânicos e os Americanos. Isto para citar os Impérios globais, aqueles que dominaram grande parte do mundo que se conhecia à sua altura. Por isso excluí os Gregos, que, apesar de terem tido grande influência na cultura ocidental, são mais conhecidos por não gostarem de ninguém , incluindo uns dos outros, e, por essa razão, nunca fundaram um Império. Mas fundaram bordeis com fartura, apesar de não terem grande utilidade, pois eram todos bichas. Menos o Katsouranis.

Todos os impérios deixaram as suas marcas. Os Sumérios deixaram-nos um sistema de medidas, as fundações do Direito moderno e olhos arregalados até à nuca. Os Egípcios deixaram-nos as pirâmides, Karnak, mais alguns milharzitos de monumentos, muita areia, a arte da agricultura e a possibilidade de andarmos de lado. Os Romanos deixaram-nos mais bichanices, e um conceito extraordinário: o do assassínio de todo e qualquer imperador que subisse ao poder, o que nos leva a crer que não eram lá essas coisas no departamento da lealdade (para não falar de inteligência). Os Chineses deixaram a Grande Muralha e as lojas e restaurantes de chineses. Os Portugueses deixaram ao mundo a ideia de globalização e uma coisa que nos fazia falta hoje em dia: o secretismo. Bem precisávamos disso para evitar as fugas de informação na Injustiça. Também deixamos aventuras incontáveis e coragem acima da média, particularmente da média castelhana, que era muito baixinha na altura, e que se mantém mais ou menos igual hoje em dia. Os Espanhóis deixaram a sua maior marca no continente sul-americano: a miséria. Os brits deixaram-nos o Big Ben e a certeza que não é vergonha nenhuma usar fraldas, pois foi um velhote de fraldas que os lixou. Deixaram-nos o hábito nojento de adicionar leite ao chá.

Já os Americanos estão a deixar marcas imensas neste mundo. Uma delas é repetida, ou seja, a América do Sul e suas misérias. Este império surgiu, essencialmente, durante a II Guerra Mundial, guerra durante a qual alguns colheram os louros e outros entraram com o esforço. E mais não digo sobre isto - se não falamos todos alemão hoje em dia, isso deve-se a 25 milhões de mortos de um único país. Mas vieram os Americanos e proclamaram vitória. E ainda bem que o fizeram, pois a partir daí nunca mais puderam fazê-lo, pois nunca mais ganharam nenhuma guerra, nem contra gajos armados de fisgas, como os Somalis e os Polibãs (há quem lhes chame Talibãs).

A qualidade extremamente duvidosa das tropas americanas (isto para não dizer que são estúpidos que nem portas e corajosos até terem de combater), virou a América para o domínio mundial por outros meios. Os financeiros, os económicos e, horror dos horrores, culturais. É uma desgraça! Como pode um país que, literalmente, não possui cultura própria, impor a sua cultura ao resto do Mundo? É ver por aí MacDonalds e Pizza Huts a substituir restaurantes seculares, dias instituídos com o único fito de nos fazerem gastar dinheiro, como o Dia dos Namorados ou o Halloween (que eu saiba, em Portugal, o Dia das Bruxas é o dia 1 de Maio, dia durante o qual se colocavam maias nas fechaduras das portas das casas para impedir que as bruxas entrassem - e não havia muitos gastos nisso), bem como um Pai Natal gordo e cheio de colesterol inventado pela Coca-Cola.

Um dia destes, vai ser emitida a cerimónia dos Oscares, cerimónia útil para sabermos que filmes evitar no cinema - os que receberem mais prémios destes. Mais uma inutilidade americana, que vai ao ponto chauvinista de ter uma categoria denominada "melhor filme estrangeiro". Há quem diga que o cinema é americano. São opiniões... para mim, não, mas... enfim. O folclore que rodeia qualquer coisa que venha do outro lado do Atlântico Norte é tal, que começamos a confundir as nossas notícias com as deles.

Por isso é que continuo a dizer que o desporto é importante nestas coisas. Os americanos gostam daqueles desportos esquisitos, como o rugby maricas (querem jogar rugby, joguem sem protecções, porra!), o basebol (o que é aquilo???) ou o Basket (que me perdoem os de Ovar, até houve tentativas de americanizar o nosso campeonato de basket, que deu no lindo resultado que vemos hoje em dia). Como pode o mundo resistir à americanização? Gostando de... FUTEBOL! Vai dar tudo nas inutilidades, não é? É verdade.

Mas antes as nossas inutilidades que as deles... Cruzes canhoto!!!

17 comentários:

  1. Não me parece que a atribuição dos
    oscares determine "filmes a evitar".Ocorrem-me alguns,excelente cinema,com direito ao prémio:
    Unforgiven,Million Dollar Baby,Casablanca;Midnight Cowboy,Aconteceu naquela noite,Paciente inglês,Um lugar ao sol.........
    Quanto ao baseball,concordo inteiramente,não há maneira de o entender.E olhe que me esforço,simplesmente porque é tema recorrente no cinema.E a propósito, "Um campo de sonhos",grande filme.
    Parece que abusei um bocadinho do seu espaço.Não leve a mal.

    Um bom dia. rosebud

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  2. Qualquer dia também temos a "acção de graças" com perús recheados de hormonas. Mais uma pró colesterol e prás prendinhas da treta...

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  3. Cirrus:

    O texto está 5*.

    A brincar, a brincar vais dizendo umas quantas verdades!

    Gosto da maneira como escreves.

    Só um pequeno reparo:

    - Esqueceste-te de dizer que os Portugueses "deixaram-nos os mulatos"! Eheheheh

    (Lá no meu tasco já respondi ao teu comentário de ontem, tens lá uma informação sobre Mão Morta)

    :)

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  4. Muito bom.

    Histórico, esclarecido, e bem defendido, principalmente a parte do Katsouranis.
    A questão do melhor filme estrangeiro é deveras interessante. Digamos que eles são a 1ª divisão, depois há os outros, os fraquitos. Um País formado por bandidos de toda a espécie estavas à espera de milagres. Ou estão connosco e tem a mesma cultura ou estão contra nós.

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  5. Rosebud, pode abusar à vontade e agradeço a visita.

    Quanto aos filmes, foi mais forma de dizer do que o que foi dito em sentido literal.

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  6. Caros Pronúncia e Fortifeio:

    Ainda bem que gostaram, principalmente por ser um tema em "contra-ciclo"...

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  7. 1º reparo - Karagounis também não era gay.
    2º reparo - todos os países têm cultura, inclusive o teu ódio de estimação (E.U.A.)
    3º reparo - os norte-americanos não quiseram impor os seus costumes. Estes foram assimilados naturalmente através de séries televisivas, publicidade, etc...
    (Um dia que estejas em Nova York, vais pensar: acho que pertenço a este lugar)
    4º reparo - as regras do rugby europeu e a do "football" são muito diferentes. Até gostava de ver-te jogar sem aquelas protecções (Lol)
    5º reparo - quanto a guerras, eu pergunto, haverá vencedores?
    6º reparo - mas afinal, fumas Marlboro, ou Kentuckys!?
    7º reparo - acho que estes dias estavas no Norteshopping a comer um gigantesco hamburger...!
    8º reparo - quanto a música e a cinema tenho a certeza que preferes autores romenos!

    Desculpa a minha ironia.

    Abraço.

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  8. Dylan, rebatendo ponto a ponto:

    1º - Não ponho as mãos no fogo pelo Karagounis...

    2º - Os EUA não são ódio de estimação, serão antes uma espécie de ódio estimado, o que é muito diferente - já toda a gente o estimou tanto ou mais que eu, e quem o não fez ainda, não tem olhinhos... Quanto a eles terem cultura, sabes? O Jorge Palma tem sempre razão - "Deixa-me rir..."

    3º - Nunca hei-de estar em Nova York. Sinto-me em casa no Cairo. Por outro lado, podes sempre negar os programas eleitorais de cada presidente eleito nos EUA e dizer que não, não querem impor-se... Que ideia!!!

    4º - Não percebo muito de regras de futebol americano, mas que é amaricado em comparação com o rugby, lá isso, meu amigo, esforça-te por imaginar outra, porque essa é muito fraquinha. Nunca joguei rugby porque penso que não durava 3 segundos em campo.

    5º - Não há vencedores nas Guerras. Concordo inteiramente. Os Americanos é que acham que não.

    6º - Fumo tabaco de enrolar, importado da Holanda, e apenas porque acabou a grande marca portuguesa Gama.

    7º - Frequento apenas dois restaurantes nos Centros Comerciais: o Shoarma e o Serra da Estrela. Um faz-me lembrar os sabores do Egipto, o outro faz-me lembrar quem sou e de onde vim!

    8º - Emir Kusturica não é romeno, mas o Gato Preto Gato Branco passa-se na Roménia. Estiveste lá perto! Mas gosto de autores americanos: Stanley Kubrick é o muito bom (o Full Metal Jacket é muito patriótico!), mas, mesmo assim, tendo um génio do cinema em Portugal, escuso de ver estopadas em inglês. Já em italiano, não dispenso. Fellini sempre!

    Desculpa a franqueza, mas até mesmo os mais alienados já se aperceberam do que a América representa para o resto do Mundo. Só quem mora naquele país ainda não se apercebeu.
    Tenho família nos EUA, e pretendi, certa vez, visitá-los, em Miami. Por um ou dois meses, se fosse possível. A Embaixada negou-me o visto. Nem em trabalho lá conseguia ir, mas isso já a empresa para a qual trabalho sabe, uma vez que me enviou sempre para o Médio Oriente. Tempos idos, agora só lá vou em lazer.

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  9. Gostei.Soltaram-se os pontos de vista.Tendo sempre a perder-me.Concordo com o Dylan:Nova York,em contraponto ao Marão ou às Arnas.
    Isto da cultura dava pano para mangas e até para folhos..Porém ,não me parece possível negar a cultura dos "outros",sejam lá eles quem forem.A escolha é nossa,como é nossa a tarefa do trigo e do joio.Não consigo engolir um hamburger nem ver os shows televisivos,mas leio com muito agrado o Cunningham e revejo,sempre que posso ,a pintura pós impressionista americana.
    Gosto muito de cinema e tenho um leque bem alargado de preferências.Amarcord é um dos eleitos.

    Um bom dia para todos

    rosebud

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  10. Meu caro, não podemos confundir cultura com colagens ou substituições. O que eles têm dificuldade em encaixar é que existe todo um Mundo lá fora, que lhes cedeu um pouco de cultura, daqui e de acolá. Eles apenas pioraram toda a sua herança cultural (que veio de toda a parte, menos da América, pois essa destruíram-na irreversivelmente) e exportaram sinais de novo-riquismo. Confundir isso com verdadeira cultura é confundir um calhau com as pirâmides.

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  11. Grande post. Subscrevo.

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  12. Credo!
    Eu era lá capaz de confundir um calhau com uma pirâmide!



    rosebud

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  13. Caro Cirrus,

    Posso dizer que o pequeno almoço americano é um dos mais saborosos do mundo e internacionalmente reconhecido.

    Quanto ao "football", continuo a dizer que as regras são diferentes do "rugby" pois existe maior contacto físico. Matulões com mais de 100Kg a chocarem entre si a grande velocidade, sem protecções, deveria ser hilariante... (Lol). Os hospitais ficariam bem entúpidos!

    Os E.U.A. nunca foram um Império, pois não colonizaram ninguém.

    Ao menos reconheces o papel importante desse País no desfecho da 2ª. Guerra Mundial. Até me belisquei!

    Quanto a guerras perdidas, confundes pequenas operações da CIA com batalhas. Foi o caso da Baía dos Porcos, em Cuba, e a acção em Mogadiscio (Somália).
    No Afeganistão, os americanos fazem parte das forças da ONU, bem como Portugal.

    Quanto a cultura, mais uma vez não posso calar a minha revolta perante a sua acusação de os norte-americanos não a possuirem:
    - A América, é por si só, uma nação composta por inúmeras etnias (asáticos, hispânicos, judeus) que logicamente influenciaram e influenciam este grande País em termos de costumes e hábitos.

    Abraço.

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  14. Também não podes confundir o papel infeliz de alguns governantes americanos com os seus habitantes. Eu que lido diariamente com eles posso assegurar que também se preocupam com os outros, com questões internacionais, com a segurança, com a guerra, com a pobreza e não gostam de ostentação.
    Nem todos os presidentes podem ser como Kennedy!

    Os erros do passado, no que respeita à questão dos indíos nativos, tem mudado bastante. Actualmente são uma etnia extremamente respeitada e consagrada que inclusive chegaram a cargos públicos.

    Mas afinal, quem imitou quem? (Quando te referes às colagens)

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  15. Caro Dylan,

    Quando falo de rugby, não estou a falar de futebol - rugby é aquele desporto que se joga com um melão, com homens de pesos entre 100 e 150 kgs, todos aos trambolhões - deve haver alguma confusão por aí...

    Não contesto o pequeno-almoço americano, nem a comida, aliás, todos os americanos são muito saudáveis no que diz respeito à sua dieta. Claro que, se gostamos de bastante gordura, é uma bela alimentação!

    Quanto ao Império e suas colónias, deve o meu amigo estar a esquecer-se de Porto Rico, Hawai, Alaska, enfim... Ah, não, desculpe, o Alaska foi comprado, tal como a Louisiana. Nada de atitudes imperialistas! Talvez apenas... sei lá... imperialistas...

    O grande papel que referi no desfecho da II grande Guerra era o da União Soviética, que sacrificou 25 milhões de vidas (50% das vítimas do conflito) para derrotar Hitler em Estalinegrado e Leninegrado, o que fez virar o destino da guerra. Falta de memória ou conhecimento? Por certo, a primeira.

    Ainda bem que o meu amigo considera o Vietname como uma pequena operação da CIA - imaginemos se fosse grande!!!

    Imagino a sua revolta, mas desculpar-me-à a insistência, os EUA não possuem, nem poderiam nunca possuir, cultura própria. Para isso, é preciso haver tradição e capacidade mental, coisas que poucos deles possuem.

    Eu não posso confundir o povo americano com os seus governantes recentes, é um facto - apenas quem votou neles. Foram quantos? 2 ou 3?

    Imagine-se tanto respeito pela única etnia indígena do território norte-americano! Após quatro séculos de massacres, reservas e discriminações, agora até chegam a cargos públicos! Estão a invadir o terreno dos outros, cuidado! Qualquer dia, até chegam a possuir terras!

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  16. A História não se apaga???!!! Verdade, Falsidade, as opiniões dividem-se as doutrinas dividem-se, os conceitos de actuação no espaço temporal são justificações dadas por alguns como motivos de actos que se tiveram em determinada altura. Uma coisa é certa, a história, ou os escrivões da história podem apagar os acontecimentos, mas nunca conseguirão apagar o sofrimento e a dor que essas pessoas tiveram. E nesse campo os Estados Unidos estão na linha da frente, a quantidade de guerras que travaram aquelas que financiaram e as que fomentaram colocam-nos indiscutivelmente no primeiro lugar do crime dos Estados. O maior produtor de armas do Mundo necessita árduamente de guerras e de conflitos para que assim as suas indústrias da Morte prosperem. Podemos arranjar muitas desculpas, mas o número de mortes e de estropiados levam-me a dizer que esta História nunca mas nunca se poderá apagar

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