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Ora dizem as más línguas que os “mercados” são apenas uma outra expressão para “grande capital”, expressão esta tão querida aos marxistas-Leninistas. portugueses, mais conhecidos por comenes, desde que o Diácono Remédios apareceu pela primeira vez pela mão do Herman. Nada mais falso. Os mercados são sítios onde se compra e vende e grandes capitais são Madrid, Paris ou Londres. Dantes era assim. Hoje, nem tanto. Os mercados, essencialmente, e hoje em dia, designam apenas circuitos electrónicos por onde correm ordens de compra e venda de coisas que não existem, com dinheiro que não existe e exigindo juros que, obviamente, são inexistentes. Pelo menos, nunca ninguém viu um cêntimo desses fluxos financeiros. E como dizia Tomé, um dos seguidores do hippie nazareno, é ver para crer.
Uma outra expressão muito significativa é a de “dívida soberana”. O que é? Bem, literalmente, é um montante que um determinado país deve a alguém e que governa esse país, pois é soberana e um soberano que se preze governa aquilo de que é soberano, sem contemplações e roçando o absolutismo. Ora a verdade é exactamente essa. No caso português, o país já há muito deixou de ser governado por pessoas de carne e osso desprovidas de cérebro para ser governado pela dívida. Aliás, a vida e casa de cada um de nós passou a ser governado por esta dívida, sendo que nem no nosso cérebro ela perde intensidade.
O sistema financeiro, ou mercados, funcionam de uma forma extraordinária. Há países que precisam de dinheiro para pagar despesas. E então não pedem emprestado, colocam a dívida em leilão. Qual a diferença? Pedir emprestado é assim um bocado vergonhoso, de modo que colocar a dívida em leilão é mais erudito. Depois vêm uns senhores, não se sabe muito bem de onde, com muito dinheiro metido nos tais circuitos electrónicos e emprestam o bendito mediante um juro. Até aqui nada de estranho, não é? Mas o estranho no caso português é que muitas vezes esses senhores são portugueses. Mais propriamente Bancos portugueses. E estes já tinham pedido o tal dinheiro que entope os zeners ao BCE, que lhes emprestou à taxa de 1% de juro. Eles chegam cá e emprestam ao Estado a 7 e 8%. Convenhamos que não é mau negócio... Seria a mesma coisa que eu amanhã pedir 10 milhões ao Totta com um juro de 5% e ir a correr depositá-lo no BCP exigindo um juro de 10%... Mas isso para mim não seria possível, não é?
Mas não acaba por aqui... Os juros são cotados no mercado (não o dinheiro ou a dívida, mas apenas a taxa de juro) e fazem-se apostas nos tais circuitos electrónicos em como ela sobe ou desce e assim se faz negócio e se ganha muito dinheiro com umas apostazitas... E ainda não é tudo... É que estes “investidores” que afinal investem o dinheiro de outros e pedem altíssimas taxas de juro pelo risco que correm, ou melhor, que os outros que lhes emprestaram o guito correm, afinal, além de não trabalharem com o seu próprio dinheiro, fazem seguros para não ficar sem o seu dinheiro que é de outros. Estes seguros chamam-se CDS – o Portas nunca me enganou e não é por acaso que mudou o nome do partido para as suas iniciais – que são os Credit Default Swaps. Ou seja, há quem ganhe dinheiro à custa de um país pagar a dívida através da especulação com os juros da sua dívida, com os próprios juros da dívida e com o pagamento dessa dívida, através dos prémios de seguro CDS.
Confusos? Ainda não? Ainda bem, porque ainda não acabou... é que estes CDS, ou seguros de crédito também são cotados nos mercados! Acredito que sim, agora os vossos cérebros deram um nozinho... Pois é, também estes seguros são cotados, sendo uma quarta forma de ganhar dinheiro. Com uma única merda de dívida... Seja como for, o CDS associado à dívida portuguesa viu a sua cotação descer mais de 13,8%... Mais ainda que os associados aos gregos, que só desceram 9%. Ou seja, de repente, houve alguém que ficou 13,8% mais rico. Não porque trabalhasse para isso, ou produzisse um quilo de batatas que fosse. Apenas porque algures na Europa um país mal governado e pobre de espírito, com um povo habituado a sexo anal, está a “emitir dívida”.
Pronto, era só o que se me oferecia dizer...
PS: A Suécia congelou todos os planos de privatização...
É incrível como tudo é tão virtual...
ResponderEliminarPs: A Suécia é muito à frente!
Deste-me um nó completo e absoluto no cérebro!!!
ResponderEliminarSe eu já não gramava o sistema financeiro binário, agora então...
Oh pá, será que sueco é muito difícil de aprender?!?
Ora aqui está um resumo simples e acessível do sistema financeiro.
ResponderEliminarSó uma achega: os juros sendo dinheiro que não existe, só servem para eliminar aquele que realmente circula. Se o BCE por cada 100 euros que emite cobra 1 euro (1% de juro), quer dizer que na realidade só emitiu 99 euros. Agora aplique-se esta lógica ao resto do circuito.
Por ser tão virtual, tão irreal é que é tratado com esta irresponsabilidade toda... alguém pagará a conta. Os mesmos de sempre!
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