Ilustração Marco Joel Santos |
Pelo que
expus, é natural pois que tenha tido aulas dadas pelos mais diversos tipos de
professores. Tive-os severos, autoritários, brandos, interessantes, apelativos,
chatos, motivadores e muitos com outras diversas características. Tive um
professor que interrompia a aula porque se tinha esquecido de registar o
totoloto. Tive outro que era simplesmente aquilo a que chamávamos, na altura,
um regador. Era mentirosa como tudo, a moça. Tive professoras bonitas, tive
professoras abortos, tive um professor de História que ainda hoje considero um
dos melhores que apanhei, fui aluno do extraordinário Júlio Pedrosa e do saudoso Manuel
Monteiro.
Evidentemente
que tive aulas em que preferia não estar lá. Por várias razões. Algumas por não
perceber simplesmente do que se falava. Em outras, por simplesmente achar que
estava a aprender algo de errado, intrinsecamente mau e transmitido como se
fosse a base de todo o conhecimento, como Gestão Financeira. Acabei por
verificar, passados anos, que afinal eu estava mesmo certo e quem não percebe
um caracol do mundo são os professores de Economia e de Gestão Financeira, sem
dúvidas os mais arrogantes e mais disparatados de todos. Disparatados porque de
facto só dizem disparates e conseguem ser muito bons nisso. Naquela altura, eu
era apenas um aluno e já tinha a sensação de estar a aprender algo que não
batia – nada – certo. Hoje, tenho quase a certeza absoluta que tudo o que
aprendi em gestão financeira ou economia é disparate puro. Baboseiras que
filmes admiráveis ajudaram a perpetuar, com os resultados catastróficos conhecidos
por todos.
Competência académica à parte, disparates
em que se acreditem (ou não, penso que eles próprios não acreditam minimamente
no que ensinam e defendem), a verdade é que há professores excelentes e outros
atrozes. Há professores que conseguem com facilidade transmitir a matéria e
manter o interesse dos alunos e há o Vítor Gaspar. Engraçado como gente que
ninguém conhece é sempre reputada como “excelente” académico. Mas a verdade é
que se eu tivesse aulas com o Vítor Gaspar – inteligência dele e capacidade de
compreensão minha à parte – cortava os pulsos. E sou contra o suicídio –
firmemente. O meu cérebro está habituado a trabalhar.
Eu só imagino o que será ter aulas com o Gsspar às 8h da manhã. Penso que ele é considerado um excelente académico porque parece bem. Não acredito que alguém o tenha conseguido ouvir até ao fim por uma vez que fosse...
ResponderEliminarSobre a pré-escola, não considero nada uma aberração. Eu tive um ano de pré-escola e serviu para me ambientar um ano mais cedo a não pasar o dia em casa com a minha avó, a não fazer beicinho porque tinha de ir, e a conhecer logo o ambiente e os colegas, e ainda aprendi qualquer coisinha porque as educadoras estão ali para nos exercitar o cérebro também. Acho que um dia que tenha um catraio lhe faço o mesmo. :)
Sonolência made in V.G. à parte, aqui avalio a tua dissertação:
ResponderEliminar- descrição da variedade existente de professores há anos: Excelente
- capacidade de antecipar situações óbvias para quem tem dois dedos de testa e não anda para aí a papaguear o que outros (imbecis) decidiram inventar sobre Economia e Gestão: Excelente
- valorização do período pré-escolar: Suficiente -> estou com a Sara non c'e, porque para mim o ano de habituação também foi muito bom, mas que os catraios aprendem a competir mais cedo, lá disso não haja dúvidas... :-S
Gosto muito de ler o que escreves Cirrus, mesmo que sempre com esse toque de Nimbus.
Boa semana.
Ser um bom académico não é sinónimo de ser um bom professor e, muito menos, de ser um bom governante!
ResponderEliminarO homem é melhor do que um frasco inteiro de Xanax!! ;)
Confesso que o discurso do vitinho me arrelia seriamente. Não pelo sono que provoca pois já existirão creches a usar gravações deste para embalar o catraio mais irrequieto, arrelia-me sim, o lançar areia para os olhos de forma vagarosa e indolente. Quer me chamar nomes, que o faça de forma rápida para não chatear tanto.
ResponderEliminarP.s. mesmo que seja naquele tom monocordico que lhe assiste.
Sara, na verdade um homem que fala como ele fala - e admitindo que aquele é o tom dele nas aulas - nunca pode ser um brilhante académico. Investigador talvez. Professor nunca.
ResponderEliminarQuanto à pré-escola, é verdade que eu não tive. Naquele tempo só alguns podiam ter. Mas não deixa de ser interessante que desde que se tornou um serviço universal - ou quase - as queixas dos professores se multiplicaram por mil. Será coincidência? Não me parece, mas não sou perito na matéria.
SDaVeiga, essa do tom nimbus é um bocado coiso.
ResponderEliminar:D
Bem, obrigado pela avaliação. É simpática e coaduna-se com o que foi descrito da minha vida académica...
Malena, melhor ou... pior...?
ResponderEliminarMarco, apenas me debrucei sobre o tom do senhor. Não teci aqui comentários quanto à sua competência técnica, que pode ser muito grande e não servir de nada, como parece - parece - ser o caso. Contudo, também a mim irrita a forma como se enviesam verdades pelo tom em Portugal...
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