Ninguém me convence que por estes lados não grassa a
maior das confusões. É que ninguém tente sequer. Isto por estes lados vai uma
daquelas salgalhadas que nem um prato chow tautau mau mau Maria num restaurante
chinês daqueles que arrebanha cães e gatos, em que nunca sabemos se o que
estamos a comer é carne, peixe ou chinês morto. Ou os ditos cães e gatos, se
bem que estou convencido que a esses só os utilizam para fazer molhos… Ninguém
se entende. Está um caos, o chamado Ocidente. Ou seja, a Europa. Sim, porque os
Estados Unidos são Far West.
A vitória de um francês nas eleições presidenciais
francesas espantou meio mundo. O que não devia acontecer, porque era mais que
sabido que Sarkozy não ganharia, e esse era o único húngaro a concorrer ao
cargo. Mais ainda, como é que os franceses conseguem votar num socialista,
passados 17 anos de Miterrand? Os deuses podem estar lúcidos – ou mortos, pelos
sinais que não vão dando – mas os franceses estão loucos! Diria Obélix, na sua
sapiência simplória, lá com o calhau às costas: “Ils sont foux, ces
gauloises!”. Também não sei se é assim que se escreve, que o meu latim gay está
meio enferrujado.
O facto de um socialista ter ganho as eleições na França
– aquilo do outro ser húngaro era só brincadeira, embora seja verdade – foi um
valente pontapé nos tomates de muita gente. Principalmente os amantes da
austeridade que por este triste país pululam. Austeridade para os outros,
entenda-se. Porque quando a começam a sentir, raramente gostam. Pois agora o
homem, o tal de Holanda (mas dizem que é francês e não vai a Amesterdão fumar
brocas – fuma-as em Paris mesmo) promete acabar com a austeridade e tal. Ora
por mim, tudo bem, força nisso e boa sorte e o catano. Como é que ele vai fazer
isso? Bem, não se sabe muito bem. Mas eu até lhe poderia dar umas ideias. Para já,
acabava com a situação que me parece ser usual na Europa: o de se viver acima
das possibilidades. Sim, é verdade, há meia dúzia de palhaços que afundam a
economia toda e ficam com o meu guito todo – logo, vivem acima das
possibilidades, nomeadamente das minhas. E parece que cortar as unhas a quem
vive acima das minhas possibilidades é uma das possibilidades que o gajo com
nome de país onde crescem tulipas a dar com um pau põe para acabar com os
programas de austeridade. Porque convenhamos, BPNs, Berardos, PPPs, EDPs… todos eles vivem acima
das minhas possibilidades – claramente. Dá-me impressão que se não tivesse de
pagar a essa gente toda, a minha austeridade poderia ser… menor, vá…
Benzem-se os acólitos, rasgam as suas vestes os padres da
austeridade. De notar que os padres dantes rasgavam as suas vestes perante as
iniquidades do mundo, mas estavam entre aquela parte da população que, digamos,
não morriam de fome. Hoje é igual. Aqueles que já convenceram quase todos os
outros que passar fome é necessário não a passam. Se passassem não opinavam na
TV. Andavam a catar caixotes do lixo. O medo reside aí: e se há outro caminho e
as pessoas comuns sabem disso? Catano, que grande estrago…
Agora, engraçado, mas engraçado mesmo, é que toda a gente
está de olhos postos no gajo das tulipas. Ou das brocas, tanto dá. Até a Angela
está de olho nele. E vai daí, talvez não. Provavelmente está a planear a melhor
maneira de se vingar dos franceses, esses grandessíssimos ingratos que não
votaram no seu animal de estimação, como lhes tinha ordenado várias vezes,
desde Berlim. O nosso PSD também já está de olho nele, pelos vistos. Parece que
agora, ao contrário deste último ano, em que apenas era necessário controlar a
despesa, essa maluca que derrapou mais uma vez, mesmo com as ordens da Angela,
desde Berlim, são necessárias medidas de crescimento e em prol do emprego! Notável.
Como uma noite de domingo mal dormida pode mudar a nossa forma de ver o mundo…
Mas, como eu dizia, engraçado, mas engraçado mesmo, é que toda a gente fala da
França. Mas quem tem a Europa nas mãos e segura pelos tomates (serão os da
Angela? Os do Passos não são, parece ter sido capado à nascença…) não é a
França. É a Grécia, pá…
Não tenho tomates mas, não sei porquê, deram-me aquelas dores fantasma que parecem sentir-se quando nos amputam um membro!!!
ResponderEliminarA mim, parece-me que um tomate está nas mãos da Grécia e outro nas da Alemanha! Apre!!!
Malena, esquece, neste momento a Alemanha tem o poder institucional, é certo, mas atenção, podemos estar a assistir a uma mudança de paradigma. Das instituições para o povo.
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