Ilustração de Marco Joel Santos |
23 de janeiro de 1977 ficou marcado pelo lançamento do décimo álbum de originais dos Pink Floyd, de seu nome Animals. A Banda tinha atingido o auge da sua carreira comercial com Dark Side, quatro anos antes, e conseguira manter um nível extremamente elevado com o álbum Wish You Were Here, de 1975. Dizem os mais puristas que o auge artístico tinha já passado, nos longínquos anos de 1969 e 1970. No entanto, 1973 era o ano da loucura e da inexorabilidade do tempo. 1975 o da nostalgia e da homenagem tardia mas sentida a Syd Barret. E deixava entrever, em Welcome to the Machine, onde poderia chegar a Banda em termos políticos.
No entanto, nada poderia fazer prever o que se seguiu. Animals é um álbum brutal. O mais brutal da Banda e um dos mais brutais álbuns de sempre. E é brutal porque não só tem uma abordagem política clara, mas também porque nunca ninguém a tinha esplanado de forma tão explícita e tão objectiva. Acima de tudo, tão realista e, para além disso, trinta e cinco anos depois pode verificar-se, tão profética.
Pegando no universo orwelliano, a Banda urdiu um álbum perfeito do ponto de vista técnico, mas difícil de ouvir. Pouco versátil, duro de som e até mesmo áspero. Mas a força do álbum está na mensagem. A analogia dos porcos, os seres invisíveis que controlam os acontecimentos a nível mundial, e queiram chamar-lhes o que quiserem – Maçonaria, Iluminati, Opus Dei… – dos cães, que representam os políticos e seu aparelho repressivo e por vezes ineludível no trato, e nós – os restantes, as vítimas, os escravos modernos – as ovelhas.
O decorrer da acção, mais do que uma descrição daquilo que se passava na sociedade britânica de há 35 anos, permanece antes como uma estranhíssima profecia 100% correcta para os dias que hoje vivemos. Vem daí a força inquietante de um álbum escrito nos anos setenta, em plena loucura do “Sex, Drugs and Rock n’Roll”, uma espécie de oásis psicadélico que internou muito mais a realidade do que aquilo que a geração dos nossos pais desejava ouvir. E muito mais do que a nossa podia ver, e muito mais do que a actual consegue abarcar. E, no entanto, nunca a informação tanto fluiu como nos dias de hoje…
Durante a esmagadora tournée de Animals, em Montreal, o célebre episódio da cuspidela de Waters num fã havia de desencadear uma enorme catadupa de acontecimentos a nível pessoal, que o levou a convencer a Banda a tocar por detrás de uma parede. Assim, de um acontecimento triste de uma tournée que por isso ficou célebre, mas que permanece uma das maiores da história do Rock, surge o ícone The Wall…
No entanto, nada poderia fazer prever o que se seguiu. Animals é um álbum brutal. O mais brutal da Banda e um dos mais brutais álbuns de sempre. E é brutal porque não só tem uma abordagem política clara, mas também porque nunca ninguém a tinha esplanado de forma tão explícita e tão objectiva. Acima de tudo, tão realista e, para além disso, trinta e cinco anos depois pode verificar-se, tão profética.
Pegando no universo orwelliano, a Banda urdiu um álbum perfeito do ponto de vista técnico, mas difícil de ouvir. Pouco versátil, duro de som e até mesmo áspero. Mas a força do álbum está na mensagem. A analogia dos porcos, os seres invisíveis que controlam os acontecimentos a nível mundial, e queiram chamar-lhes o que quiserem – Maçonaria, Iluminati, Opus Dei… – dos cães, que representam os políticos e seu aparelho repressivo e por vezes ineludível no trato, e nós – os restantes, as vítimas, os escravos modernos – as ovelhas.
O decorrer da acção, mais do que uma descrição daquilo que se passava na sociedade britânica de há 35 anos, permanece antes como uma estranhíssima profecia 100% correcta para os dias que hoje vivemos. Vem daí a força inquietante de um álbum escrito nos anos setenta, em plena loucura do “Sex, Drugs and Rock n’Roll”, uma espécie de oásis psicadélico que internou muito mais a realidade do que aquilo que a geração dos nossos pais desejava ouvir. E muito mais do que a nossa podia ver, e muito mais do que a actual consegue abarcar. E, no entanto, nunca a informação tanto fluiu como nos dias de hoje…
Durante a esmagadora tournée de Animals, em Montreal, o célebre episódio da cuspidela de Waters num fã havia de desencadear uma enorme catadupa de acontecimentos a nível pessoal, que o levou a convencer a Banda a tocar por detrás de uma parede. Assim, de um acontecimento triste de uma tournée que por isso ficou célebre, mas que permanece uma das maiores da história do Rock, surge o ícone The Wall…
Há pessoas assim... visionárias. Mas não será isso um fardo difícil de carregar?...
ResponderEliminarNada a acrescentar... :)Quando alguém nos esmaga com afirmações sobre o futuro que se tornam presente, resta-nos calar e ouvir.
ResponderEliminarO visual de aniversário está o máximo!