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É o Livro Sagrado. Um verdadeiro best-seller. É o livro mais vendido de sempre, o primeiro a ser impresso, um dos primeiros livros do Mundo. Poucos há que sejam mais antigos, mas mesmo esses desapareceram quase por completo sob o peso da Bíblia Sagrada. Livros como o Livro dos Mortos, os Vedas indianos ou a Epopeia de Gilgamesh são mais antigas, mas não têm tantos seguidores nem tanta força. A Bíblia Sagrada é a base das três grandes religiões monoteístas, também chamadas religiões do "Livro": o Judaísmo, o Cristianismo e o Islamismo, por ordem de aparecimento.
O Livro sagrado do Judaísmo, a Torah, é composta pelos primeiros cinco livros da Bíblia; A Bíblia por inteiro é o livro sagrado do Cristianismo; O Islão baseia a sua doutrina na Bíblia, e a sua prática no outro livro sagrado desta religião, o Corão. Sagrado para todas.
Há dias, e foi assunto que não me mereceu uma postagem, um grande escritor português, ateu por sinal, veio a terreiro afirmar que a Bíblia é uma espécie de manual de instruções para os maus costumes, e que não preza grandemente o Deus da Bíblia, mesquinho e cruel. São as palavras dele, não as minhas. E nem vou aqui julgá-las, já foram demasiado julgadas por todos.
Conheço a Bíblia. Não de cor, porque aquela coisa é grande que se farta! Mas li-a, por duas vezes, por puro interesse. Tal como o Corão e alguns dos Vedas, que constituem as escrituras de uma das grandes religiões politeístas actuais, o Hinduísmo. Uma análise textual do Livro dá razão, quer queiramos, quer não, ao tal escritor. Querem alguns exemplos?
"E [Deus] à mulher disse: Multiplicarei grandemente a tua dor, e a tua conceição; com dor darás à luz filhos; e o teu desejo será para o teu marido, e ele te dominará." Gen, 3, 16
"Mais ou menos três meses depois, vieram dizer a Judá: "Tamar, tua nora, conduziu-se mal: vê-se que está grávida." Judá respondeu: "Tirai-a para fora, que ela seja queimada!". Gen, 38, 24
Ou seja, Deus condenou a mulher a eternamente ser objecto de desejo para o seu marido, sob a sua dominação. No segundo caso, Judá condena a sua nora a ser queimada viva por se encontrar grávida de outro que não seu filho (o que, por acaso, era mentira). Nem falo na morte da criança, que, pelos vistos, já tinha ultrapassado todos os prazos para o aborto... Aqui temos belos exemplos da mais cristã piedade. E estes foram escolhidos à sorte, abrindo o livro e lendo meia dúzia de versículos. Podem imaginar o que por ali vai. Depois, há os fenómenos incríveis. Quem não se lembra da Criação em seis dias? Do apartar das águas por Moisés? Da queda das muralhas de Jericó apenas por se terem tocado as trombetas? Das Dez Pragas do Egipto? Da sarça ardente? Da transfiguração de Moisés e de Cristo? Da estrela que anunciava o nascimento do menino? Dos milagres de Cristo?
Ora, afinal, estávamos todos enganados, vieram alguns doutores da Lei elucidar as mentes inquisitivas dos curiosos e maledicentes. Afinal, estas demonstrações de crueldade eram comuns na altura, mas não podemos esquecer que já foi há muito tempo, para aí para cima de uma porrada de séculos, e que devem ser vistas como usos que agora não se justificam. Aliás, algumas destas demonstrações de extrema crueldade e estes fenómenos que relatei são metáforas das quais devemos apenas retirar o seu sentido poético ou moral e não o sentido literal. A Bíblia, vieram elucidar-me, não pode ser retirada do seu contexto e não devemos esquecer que através destas metáforas é que ela mantém a sua actualidade.
Ok, funcionou. Percebo agora porque os muçulmanos e os judeus não se exaltaram muito com o caso. Mas não percebo como pode um cristão falar assim do seu Livro Sagrado. Cristão que se preze não pode negar todo o fundamento da sua fé. Os acontecimentos fantásticos, como a destruição de Sodoma, as Pragas, a Criação, são apenas metáforas do poder de Deus, que o demonstram plenamente. Pena é que o maior desses acontecimentos (em escala) tenha ocorrido mesmo, negando assim os próprios doutores que encontraram a explicação. Estarão agora a pensar que estou doido. Não estou, o Dilúvio aconteceu mesmo! Mas tudo bem, por o Dilúvio ser real, não quer dizer que todas as outras coisas não sejam metáforas. Estão a ver as brechas a aparecer?
Mas o principal acontecimento bíblico, aquele que motivou todo o Cristianismo, a pedra basilar da Fé Cristã, que respeito mas não acarinho, é outro. Não é o Êxodo, como para os Judeus. Nem a colocação da primeira pedra da Caaba por Abraão, que a retirou da "primeira pedra do Mundo", para os islâmicos (essa primeira pedra está em Jerusalém, debaixo da Cúpula da Rocha - talvez se perceba melhor por que razão a cidade é santa para o Islão, não?). Nada disso!!
O principal alicerce da fé cristã, a pedra basilar do Cristianismo é um acontecimento invulgar, tão invulgar que nunca foi testemunhado nem nunca foi repetido. E esse acontecimento, virtualmente impossível, como a destruição de Sodoma, ou a abertura das águas por Moisés, ou as Pragas ou a Sarça Ardente, mas ainda mais estonteante, ainda mais inverosímil, ainda mais fantástico, dá-se no Novo Testamento.
Será que estes teóricos da Bíblia, afinal, negam por completo toda a sua Fé, ao nos dizerem que a Ressurreição de Cristo não passa de uma metáfora? Será que a fé cristã não se baseia quase exclusivamente na Ressurreição de Cristo, crucificado, trespassado, com os joelhos desfeitos a golpe de maça, passados 3 dias da sua morte? Será que este evento é um acontecimento real, ou apenas mais uma "metáfora"?
Em que ficamos, acreditamos literalmente no que nos diz a Bíblia e em todos os seus horrores, mas também na Ressurreição de Cristo, ou desvalorizamos tudo, como "metáforas" que são e deixa de existir Cristianismo? Em que ficamos, meus senhores?
O Livro sagrado do Judaísmo, a Torah, é composta pelos primeiros cinco livros da Bíblia; A Bíblia por inteiro é o livro sagrado do Cristianismo; O Islão baseia a sua doutrina na Bíblia, e a sua prática no outro livro sagrado desta religião, o Corão. Sagrado para todas.
Há dias, e foi assunto que não me mereceu uma postagem, um grande escritor português, ateu por sinal, veio a terreiro afirmar que a Bíblia é uma espécie de manual de instruções para os maus costumes, e que não preza grandemente o Deus da Bíblia, mesquinho e cruel. São as palavras dele, não as minhas. E nem vou aqui julgá-las, já foram demasiado julgadas por todos.
Conheço a Bíblia. Não de cor, porque aquela coisa é grande que se farta! Mas li-a, por duas vezes, por puro interesse. Tal como o Corão e alguns dos Vedas, que constituem as escrituras de uma das grandes religiões politeístas actuais, o Hinduísmo. Uma análise textual do Livro dá razão, quer queiramos, quer não, ao tal escritor. Querem alguns exemplos?
"E [Deus] à mulher disse: Multiplicarei grandemente a tua dor, e a tua conceição; com dor darás à luz filhos; e o teu desejo será para o teu marido, e ele te dominará." Gen, 3, 16
"Mais ou menos três meses depois, vieram dizer a Judá: "Tamar, tua nora, conduziu-se mal: vê-se que está grávida." Judá respondeu: "Tirai-a para fora, que ela seja queimada!". Gen, 38, 24
Ou seja, Deus condenou a mulher a eternamente ser objecto de desejo para o seu marido, sob a sua dominação. No segundo caso, Judá condena a sua nora a ser queimada viva por se encontrar grávida de outro que não seu filho (o que, por acaso, era mentira). Nem falo na morte da criança, que, pelos vistos, já tinha ultrapassado todos os prazos para o aborto... Aqui temos belos exemplos da mais cristã piedade. E estes foram escolhidos à sorte, abrindo o livro e lendo meia dúzia de versículos. Podem imaginar o que por ali vai. Depois, há os fenómenos incríveis. Quem não se lembra da Criação em seis dias? Do apartar das águas por Moisés? Da queda das muralhas de Jericó apenas por se terem tocado as trombetas? Das Dez Pragas do Egipto? Da sarça ardente? Da transfiguração de Moisés e de Cristo? Da estrela que anunciava o nascimento do menino? Dos milagres de Cristo?
Ora, afinal, estávamos todos enganados, vieram alguns doutores da Lei elucidar as mentes inquisitivas dos curiosos e maledicentes. Afinal, estas demonstrações de crueldade eram comuns na altura, mas não podemos esquecer que já foi há muito tempo, para aí para cima de uma porrada de séculos, e que devem ser vistas como usos que agora não se justificam. Aliás, algumas destas demonstrações de extrema crueldade e estes fenómenos que relatei são metáforas das quais devemos apenas retirar o seu sentido poético ou moral e não o sentido literal. A Bíblia, vieram elucidar-me, não pode ser retirada do seu contexto e não devemos esquecer que através destas metáforas é que ela mantém a sua actualidade.
Ok, funcionou. Percebo agora porque os muçulmanos e os judeus não se exaltaram muito com o caso. Mas não percebo como pode um cristão falar assim do seu Livro Sagrado. Cristão que se preze não pode negar todo o fundamento da sua fé. Os acontecimentos fantásticos, como a destruição de Sodoma, as Pragas, a Criação, são apenas metáforas do poder de Deus, que o demonstram plenamente. Pena é que o maior desses acontecimentos (em escala) tenha ocorrido mesmo, negando assim os próprios doutores que encontraram a explicação. Estarão agora a pensar que estou doido. Não estou, o Dilúvio aconteceu mesmo! Mas tudo bem, por o Dilúvio ser real, não quer dizer que todas as outras coisas não sejam metáforas. Estão a ver as brechas a aparecer?
Mas o principal acontecimento bíblico, aquele que motivou todo o Cristianismo, a pedra basilar da Fé Cristã, que respeito mas não acarinho, é outro. Não é o Êxodo, como para os Judeus. Nem a colocação da primeira pedra da Caaba por Abraão, que a retirou da "primeira pedra do Mundo", para os islâmicos (essa primeira pedra está em Jerusalém, debaixo da Cúpula da Rocha - talvez se perceba melhor por que razão a cidade é santa para o Islão, não?). Nada disso!!
O principal alicerce da fé cristã, a pedra basilar do Cristianismo é um acontecimento invulgar, tão invulgar que nunca foi testemunhado nem nunca foi repetido. E esse acontecimento, virtualmente impossível, como a destruição de Sodoma, ou a abertura das águas por Moisés, ou as Pragas ou a Sarça Ardente, mas ainda mais estonteante, ainda mais inverosímil, ainda mais fantástico, dá-se no Novo Testamento.
Será que estes teóricos da Bíblia, afinal, negam por completo toda a sua Fé, ao nos dizerem que a Ressurreição de Cristo não passa de uma metáfora? Será que a fé cristã não se baseia quase exclusivamente na Ressurreição de Cristo, crucificado, trespassado, com os joelhos desfeitos a golpe de maça, passados 3 dias da sua morte? Será que este evento é um acontecimento real, ou apenas mais uma "metáfora"?
Em que ficamos, acreditamos literalmente no que nos diz a Bíblia e em todos os seus horrores, mas também na Ressurreição de Cristo, ou desvalorizamos tudo, como "metáforas" que são e deixa de existir Cristianismo? Em que ficamos, meus senhores?
não podia ter dito melhor. ou é uma metáfora ou não. ou é uma história, ficção ou é a realidade. mas para o que lhes interessa é real, para outras coisas já é apenas uma maneira poética de ditar as leis...
ResponderEliminarperguntei à minha sogra sobre isso da ressurreição. ela diz que acredita que eles falam no continuar da vida para além da morte. mas não me parece que eles vejam as coisas por este prisma...
Anne, o problema é que a fé cristã se baseia na ressurreição literal de Cristo, ou seja, três dias morto, e depois caminhar, com o mesmo corpo que tinha sido dilacerado antes, para fora do túmulo.
ResponderEliminarLembra-te que, segundo o Novo Testamento, Tomé chegou a meter a mão na ferida da lança que furou a caixa torácica de Cristo...
Se tudo isto é uma metáfora, cai por terra o Cristianismo. Se é real, então o resto, bem mais explicável cientificamente, deve ser encarado como realidade! E essa realidade é atroz, cruel e mesquinha, em muitos pontos da narrativa!
Caro Cirrus,
ResponderEliminar"Em que ficamos, acreditamos literalmente no que nos diz a Bíblia e em todos os seus horrores, mas também na Ressurreição de Cristo, ou desvalorizamos tudo, como "metáforas" que são e deixa de existir Cristianismo? Em que ficamos, meus senhores?" ... ficamos em que uma coisa são os conhecimentos científicos e outra coisa é a fé. Muitas pessoas sentem um apelo interior para acreditar naquilo que não pode ser provado cientificamente. Pelos vistos, não é o teu caso. Talvez um dia venhas a pensar diferente, talvez não. O que é importante nesta altura, parece-me a mim, é respeitarmo-nos todos uns aos outros, mesmo quando aquilo que é importante para os outros não faz sentido para nós. (Quem sabe quantas vezes o inverso não acontece?).
Eu por exemplo sou muito lampião. Para muitas pessoas pode parecer loucura tanto apego ao desporto. E agora? Em que ficamos? Será que os outros não me devem respeitar?
"A maior ilusão é pensar que só existe uma única realidade".
Cirrus: adorei este teu post, tão rico de informação, utilíssima, para quem, como eu, continua a querer entender, para além da crítica, pura e simples.Essa crueldade de Deus, de que a própria Bíblia fala, não me foi possível encontrá-la quando ,jovem, era obrigada pelas Freiras, no Colégio, a sabê-las de cor e salteado.Nós líamos esse documento, de fio a pavio, anos a fio, mas eu era demasiado rebelde para crer em "elefantes voadores". Só adulta, por necessidade do meu trabalho, voltei a essa leitura. Continuo a não acreditar em nada do que lá vem e, se fosse a tribunal e me fizessem jurar sobre ela, não o faria.
ResponderEliminarContinuarei a falar-te disto, noutro comentário, pois agora vou para o dentista.
Beijo de LUSIBERO
Pulha Garcia, nem um só momento dei a conhecer as minhas convicções ou fé. Não podes aferir isso das minhas palavras, nem vejo como tal possas ter verificado. A questão não se prende com a ciência contra a fé, mas antes da fé contra a ciência. Se é verdade que todos temos de nos respeitar, porque insistimos numa atitude de arrogância cega para com aqueles que não acreditam, e que apenas professam as suas opiniões? Não estaremos a cair exactamente no mesmo erro, de maneira ainda mais grave, uma vez que advogamos, através das doutrinas cristãs, o amor pelo próximo e o perdão?
ResponderEliminarE como aferir do carácter de uma pessoa, tomando apenas como referências as suas crenças ou não-crenças religiosas? Um ateu é forçosamente mau e um cristão é forçosamente bom?
Maria, acredito na sua sinceridade, e como disse ao Garcia, a sua recusa na fé cristã não a diminui aos olhos de ninguém. Julgo ter escrito um post em que ninguém é insultado per si, mas verá que muitas reacções serão como se disso se tratasse. Não por maldade pura ou até por defesa dos pontos de vista, uma vez que 99% dos cristão nunca leu uma linha da Bíblia. Mas antes pela arrogância da Fé, e isto não porque as pessoas o sejam, antes e apenas porque para termos fé precisamos de ser cegos a tudo o que a contradiga, é um dos seus paradoxos. E chegar a esta conclusão não é difícil, desde que respeitemos as convicções de quem não advoga a fé. Só que isso é quase impossível, não é? A Fé é um valor absoluto, que não permite discussão. Assim fomos ensinados ao longo dos tempos...
ResponderEliminarE o que significa "ressurreição"? Simplesmente retornar à vida! Eu creio nisso. A ressurreição de Jesus, não poderia ser no mesmo corpo, mas sim em um corpo transformado, espiritualizado, senão, como entraria onde estavam os discípulos de portas fechadas? Os espíritos superiores tbm podem materializar-se, por isso tomé pode tocar Jesus. Contudo esta é minha fé, e pode ser questionável como tbm a sua.
ResponderEliminarQto o que é ou não metáfora na Bíblia, quem o saberá? Tudo é questão de fé e ponto de vista. A Bíblia pode sim ser um manual de mau costume p quem não a sabe ler e interpretar, que leva tudo ao pé da letra e não percebe a sabedoria ensinada nas entrelinhas.
O fanatismo existe em todos os grupos, é o joio... e isso não é culpa da Bíblia, mas da cabecinha caduca de cada fanático.
Abençoado sejas!
Reyel, a essência do Cristianismo não é uma alteração metafísica do corpo de Cristo. É o próprio corpo de Cristo, ressuscitado. Não um outro corpo, mas sim O corpo de Cristo.
ResponderEliminarNão de trata de uma manifestação extraterrena, mas ism da carne e do corpo original de Cristo, que algum tempo depois, subiu aos Céus, não em forma de espiríto, mas na sua forma de corpo humano. Daí o milagre, daí toda a Fé cristã.
E isto por uma razão muito simples: segundo a fé cristã, todos ressuscitamos logo a seguir à morte, em forma de espírito, o que não será nada de extraordinário. Mas só no último dia se dará a ressurreição dos corpos, tal como Cristo fez.
Nada de fazer confusões com a metafísica. O que está escrito é muito evidente nesse aspecto.
A menos que seja mais uma "metáfora".
Que o Olho te proteja!
Cirrus: voltei(com o dentinho novo!) e volto ao assunto do seu riquíssimo post. Gosto de ler estas coisas em que náo impera uma "obrigação" de forçar os outros a ver as coisas de um só modo!Quanto a possíveis críticas, garanto-lhe!- estou-me perfeitamente "borrifando" porque nunca deixei de dizer o que penso, com responsabilidade e consciência!
ResponderEliminarPara me pronunciar, mais confiantemente, sobre este post, que reputo de importantíssimo, repito!- falta-me, honestamente, ler qualquer coisa mais , como hei-de dizer?- mais aprofundada, sobre o judaísmo e o islamismo, para compreender , já não digo o fundamentalismo da bomba que explode, mas o que divergiu ,verdadeiramente, no "tronco" comum que ,em tempos nos uniu, digamos assim. E aí, confesso-me uma ignorante, com vontade de aprender, de coração aberto, para nunca condenar, sem conhecimento de causa!
DESCULPA, CIRRUS, por todo este arrazoado, ao qual apenas reitero a minha desaprovação pelas palavras de SARAMAGO...
TEIMOSA QUE NEM UMA BURRA NESSE MEU NÃO GOSTAR DO SENHOR!
BEIJO AMIGO DE LUSIBERO
Boa tarde Cirrus. Grande texto!
ResponderEliminarNão teria a capacidade de o escrever, até porque nunca li a biblia, mas a faze-lo, nao lhe retiraria nem uma virgula. Por isso subscrevo-o, se me permites.
Ja é tempo de que se comecem a dizer as coisas como elas são, mesmo correndo o risco de se ser avassalado.
Um abraco
Caro Cirrus,
ResponderEliminar"porque insistimos numa atitude de arrogância cega para com aqueles que não acreditam" ? Mas se foi o Saramago que disse que a Bíblia era um manual de maus costumes (e tu quem o defendeu ...) ...
É, de facto uma questão inquietante. Pessoalmente opto por não acreditar na generalidade das coisas que diz a biblia, incluindo o deus e o Jesus Christo. (e em maiúsculas porque Jesus é um nome próprio, e Christo é um artista
ResponderEliminar) que me ficar a engolir a dualidade dos teóricos da religião católica. Com o avanço da ciência, em que muita coisa ficou explicada, é natural que eles se dividam entre o render-se à evidencia cientifica, e abandonar a sua fé, e o abraçar a fé renunciando ao desenvolvimento tecnológico e cientifico, o que de certo os colocaria numa situação ridícula.
E sim, a Biblia é sanguinária e violenta, tal como tu dizes.
Eu não acredito... Tu leste a Biblia TODA?!
Eu não consegui passar do Êxodo...
Amigo,
ResponderEliminarPara mim a essência do cristianismo é o ensinamento de Cristo, e não dogmas estabelecidos por líderes das denominações.
Acho q não me expressei bem. Não quis dizer meramente o espírito de Jesus, mas seu corpo transformado, já não sendo um corpo como o nosso, mas sobrenatural a partir daquele anterior. Se isso não confere ao que o papa ou sei lá mais quem diz, porque entendeu diferente as Escrituras, pouco me importa.
Isso não vai acabar nunca; nunca se chegará a um acordo enquanto nos prendermos aos dogmas e esquecermos o essencial: o AMOR.
Abençoado sejas!
Maria, espero que tenha corrido bem e que não lhe doa!
ResponderEliminar:)
Bem, para dizer a verdade, qualquer um pode, em consciência, concordar ou não com a fé cristã. É uma opção que só a cada um cabe. O que realmente quero chamar a atenção neste post, é que não pode haver dois pesos e duas medidas, ou seja, quando convém, as coisas escritas na Bíblia são factuais e quando não convém, são metáforas. Eu penso ser impossível fisicamente a Ressurreição de Cristo. Há quem acredite (e essa é a essência do Cristianismo) que Cristo, como Deus que é, conseguiu iludir as leis da física. É uma escolha válida! O que não é válido é que esse raciocínio seja linear e real e depois, perante uma verdadeira montanha de atrocidades escritas (inclusivamente no Novo Testamento), se venha comodamente lavar as mãos e dizer que afinal são tudo metáforas. Haja coerência, mesmo na Fé!
PS: posso apontar as divergências entre as três religiões, de forma reduzida, se entender que tal é oportuno.
Francisco, mexer com a religião é uma coisa, mexer com a Ressurreição é outra bem diferente.
ResponderEliminarSei que conseguirias, e bem, escrever um texto semelhante, se tivesses algum conhecimento da Bíblia. Bíblia que podes ler aqui: http://www.bibliaonline.com.br/; tem a versão católica também. E poderás verificar como há muitas coisas boas e justas, mas também muitas coisas absolutamente repugnantes, muitas vindo do próprio Deus (nunca esquecer que não foi Deus quem escreveu o Livro). Portanto, é evidente que, a seguir muitos dos exemplos que ali vêm, não vejo progresso civilizacional absolutamente nenhum.
Garcia, se bem te lembras, eu não defendi o Saramago, até porque ele não precisa de grandes defesas. Limitei-me a achar estranha a reacção de Mário David. Não gosto de Saramago e da maneira como ele diz as coisas, mas desde quando expressar uma opinião sobre algo é arrogância? Não vi ali qualquer insulto da parte dele. Se eu disser que o Tratado de Lisboa não é bom, que é mau, estou a insultar alguém? Ou a expressar uma opinião livre? Ele não disse que os cristão são estes e aqueles, que são maus ou bons, limitou-se a dar uma opinião sobre um Livro e o Deus que lá aparece, que é válida e, por acaso, bem verdadeira. Não será mais arrogante dizer simplesmente que ele está errado e que é um burro, idiota, provocador, etc? Não será mais arrogante alvitrar que, por se ter uma opinião desfavorável às Escrituras, se deve deixar de ser português? Mas que democracia, que exemplos dela, alguma vez a Igreja deu a alguém??
ResponderEliminarJane Doe, historicamente, é um livro fascinante. Aliás, como todas as Escrituras antigas. Religiosamente, acredita quem quer, moralmente é muito dúbio. A minha opinião, claro.
ResponderEliminarMas se não passaste do Êxodo, experimenta o Levítico! É de levar à mais completa loucura!
Quanto à dicotomia Ciência / Fé, elas não se excluem, antes se complementam. Há um mito essencial, e que não passa de mito: a Criação, e essa é a grande metáfora, que se prende com miríades de questões, como o ano divino (quantos anos são?), ou a existência do vazio antes do Universo. Mas as questões práticas são corroboradas pela ciência, em grande parte. Em relação a todos os outros fenómenos, há explicações científicas que os podem explicar e alguns estão perfeitamente documentados por outras civilizações, como o Dilúvio ou a Invasão da Palestina. Não é forçoso que se deixe de ter fé quando se acredita na ciência. O que digo é que se deixem de tretas de uma vez por todas. Ou assumem o que está escrito ou não assumem. Há atrocidades na Bíblia? Há, milhares delas. Aconteceram? É evidente que aconteceram! Não são metáforas, são factos, são pensamentos! Queimavam-se mulheres grávidas? Sim, queimavam-se! Em que contexto? No contexto bíblico! Ou então, são todas metáforas e aquilo não passa de uma compilação de manuais de instruções. Penso não ser o caso.
Reyel, sei o que quis dizer, mas a ideia de uma transfiguração Física do corpo de Cristo não é o que está descrito. Todo o mistério da Fé cristã está em redor do facto de o mesmo corpo que foi massacrado ter servido de veículo a Cristo para se juntar a Deus. Aliás, a interpretação que faço é que, acreditando na Ressurreição, Cristo, que é substancial e consubstancial ao Pai, ainda hoje está sentado à direita do Pai, com o seu original corpo humano, que desenvolveu na terra. Esse é o verdadeiro cerne da questão!
ResponderEliminarMas estou de acordo, muitos esquecem o principal ensinamento de Cristo, se alguma vez existiu enquanto homem: o Amor.
Que o Olho te proteja!
Cirrus, obrigado pela dica, mas eu tenho-a ha uns 25 anos e nunca a quis ler. Cedo me desencantei com a religiao que me quiseram dar os meus pais e por respeito a eles, tampouco procurei outra. Tambem pela impressao de que nunca conseguiria confiar em nenhuma e o passar dos anos so me veio confirmar o que ja sabia. Sabes uma coisa? Os ateus nao precisam de se esforcar para autenticarem a sua posicao, ou pata terem cada vez mais admiradores. A propria igreja se encarrega de o fazer, com as suas contradicoes e com o comportamento das pessoas que a frequentam e principalmente, dos que a gerem. O Deus em que acredito nao pode ser em nada parecido com o que as igrejas que conheco, proclamam. A ser assim, deixaria de acreditar nele.
ResponderEliminarFrancisco, desde que o teu sistema de crenças seja coerente com aquilo que és, deves dar-te por satisfeito. Quantos não conheceram apenas o mundo acrítico das ladaínhas, das homilias e dos rosários?
ResponderEliminarQuanto à posição da Igreja, tu conhece-la bem... até demais!!
:)
Não vou comentar directamente o teor do post, louvo apenas que tenhas escrito este post com real conhecimento de causa, já que leste a Bíblia. Nunca o fiz, e nunca valorizei muito o que lá era dito (mas andei na catequese e lembro-me de ter ficado chocada com várias coisas que lia em pequena, e tenho a certeza que agora também ficaria).
ResponderEliminarADEK, o problema não está em quem não leu a Bíblia e se abstém de comentar, nem tão pouco nos que leram e comentam. O problema está nos que nunca leram e falam como cristãos de primeira.
ResponderEliminarE atenção, estou a falar de comentários a pessoas que exprimiram a sua opinião, não a este post em particular.
Há coisas muito boas na Bíblia. Há outras que são autênticos filmes de terror. A condição de mulher, essa então, é totalmente trucidada.
Já fumas uns cigarritos??
;)
Belíssimo post este. Sou católica, mas nem de longe tenho o conhecimento dos livros da biblia que tu mostras ter. É de louvar, especialmente tratando-se muito provavelmente(apesar de nunca o dizeres)de um não crente.
ResponderEliminarA mudança extrema entre o Antigo e o Novo Testamento é também a mudança extrema que se dá na vida de alguém que é pai, que dá à luz de alguma forma. É a transicção do que tudo julga para o que tudo perdoa. Os mistérios da paternidade serão a resposta para uima transicção tão radical. Em relação à ressureição fisica de Jesus Cristo, foi e será um polo de discórdia entre os homens. Na minha opinião o momento que interessa mesmo é o aparecimento desse homem especial entre os vivos, o nascimento da pessoa Jesus. Reitero no entanto o que já aqui foi sublinhado. O que ressai do Novo Testamento, isso sim deveria ser mais discutido, aplicado e etc, o AMOR.
Desculpa a intromissão.
Desculpa a intromissão
Olha amigo,
ResponderEliminarnão sei que te diga... um comentário é insuficiente para um tema que denotas ser conhecedor.
Um abraço
meldevespas,
ResponderEliminarNão é intromissão nenhuma! És bem vinda.
O conhecimento que tenho advém da sua leitura integral, mas já há muitos anos, por razões históricas e não religiosas.
Nunca tinha pensado na mudança de estilo de Deus do Antigo para o Novo Testamento dessa forma, como resultado (ilustração ou metáfora) da paternidade. Interessante e a registar, sem dúvida!
Um grande contributo, obrigado!
E aparece sempre, estás sempre convidada!
Cirrus, já ontem te dei a minha opinião sobre o assunto.
ResponderEliminarNunca a li, apenas lhe conheço passagens.
Antes de mais convém referir que a Bíblia não é um único livro, mas antes uma compilação de VÁRIOS textos, pelo que CADA texto terá um estilo... uns serão metáforas, outros a interpretação de relatos, que poderão ter ou não acontecido, à luz dos conhecimentos da época e sem esquecer que grande parte foram passando pela via oral até serem escritos por quem não assistiu a eles.
Além disso a Bíblia como a conhecemos, aparece muitos séculos depois dos factos que relata e são compilados os textos que um Papa quis e conforme lhe deu jeito...
De uma maneira geral é assim que penso na Bíblia.
Tanto a Bíblia, como o Alcorão, como a Torá escrita me parece que têm um tronco comum, pelo que penso que isso seja uma evidência que algum acontecimento extraordinário deverá ter tido lugar, para acabar por dar origem a três grandes religiões.
Todos estes livros são "Livro Sagrado" para a respectiva religião de que são o pilar, e como tal todos me merecem respeito e consideração pelo que representam para milhões de seres humanos que professam essas religiões.
Não avalio ninguém pela raça, o sexo e muito menos pela religião, apenas pelos actos... e tento sempre respeitar as crenças e símbolos que são importantes para os outros.
Acredito que é possível criticar, opinar sobre símbolos importantes e mesmo sagrados, para muita gente sem chocar (e em alguns casos até enxovalhar esses símbolos)... isto só para dizer que não considero que a afirmação de Saramago tenha sido APENAS uma opinião.
Mas lá está, há as interpretações literais e há... as outras!
O teu texto está excelente, como seria de esperar e já estava a contar, mas na minha modesta opinião (que vale o que vale) peca por citações bíblicas que demonstram o lado mau (que o tem) da Bíblia e não há UMA ÚNICA citação bíblica que demonstre o lado bom (porque também o tem).
Sonhador, não está em causa o conhecimento. Está em causa apenas a sensibilidade de cada um. Que não é passível de censura, antes de saudável discussão.
ResponderEliminarMas admito ser um tema extremamente difícil. É toda a doutrina do Ocidente que está em causa.
Pronúncia, o tronco em comum das três grandes religiões é a Bíblia. A Torah é o Pentateuco, os primeiros cinco livros da Bíblia. O Corão é posterior, mas os árabes, antes do Islão, tinham uma religiosidade ligada à Bíblia. Aliás, o termo "Religiões" ou "Povos do Livro" é dos islâmicos.
ResponderEliminarIndependentemente daquilo que possa representar para muitos, provavelmente a maioria, a Bíblia é passível, como qualquer outro livro, de ser criticado literária, histórica e moralmente. Não é por isso que se falta ao respeito a alguém. É preciso é ter a noção de que este género de livros não é sagrado para todos.
Logo assim, e é disso que o post trata, é necessário definir as fronteiras entre as metáforas e a realidade. O post não trata de passagens boas ou más, mas simplesmente das más, porque apenas essas foram "desculpadas" por alguns teóricos como sendo "metáforas" e "retiradas do contexto". Aliás, como convém, e é isso que me quer parecer: se for bom, na sua explicação, é real. Se for mau, então é metáfora e tem apenas um sentido moral. Ora, a primeira citação, e chamo a tua particular atenção para ela, não é um acto ou palavras de um qualquer profeta ou homem. Pretensamente, são palavras de Deus. Que Deus, pergunto eu, designa a mulher como objecto sexual, e dominada pelo homem? Revês-te nesta categorização? Atenta, são palavras pretensamente proferidas por Deus!! E aquele Deus não é mau, chauvinista, machista e mesquinho? Que mal tem dizer isso de qualquer um? Nenhum. Mas de Deus, já não se pode, não é? É a tal moralzinha a trabalhar a psique...
E serão mesmo palavras de Deus? Sabemos que isto foi escrito à posteriori... Porque razão temos tanta dificuldade em reconhecer nestes textos o principal objecto de discriminação social, racial e sexual de todos os tempos?
Porque será que, agora que a emancipação feminina está quase atingida, quando se fala disto, toda a gente baixa os olhos, em sinal de respeito? Respeito por quê, por quem? Por quem pôs Deus a rebaixar eternamente a mulher perante o homem, desde o início do Mundo, desde o fruto proibido?
Não vês qualquer traço de misoginia nisto tudo?
Cirrus, mutito bom este teu texto. O pouco que li da bíblia mostrou-me textos que podiam ser interpretados de forma livre. O que para mim seria branco, para outro seria preto, cor-de-rosa, etc, etc.
ResponderEliminarO que a bíblia confirma com estes textos (principalmente os que puseste no início do post) é que foram escritos por homens, baseados na cultura existente na época.
Não concordo completamente com o Saramargo, mas a bíblia não está isenta de maus conselhos.
Cirrus, este é um assunto que conheces sem dúvida nenhuma muito melhor que eu, e no geral concordo com o que afirmas, como aliás já o disse atrás e noutros locais.
ResponderEliminarEu interpreto-a apenas como um conjunto de textos escritos e compilados por homens e sem ver nela um "Livro Sagrado".
No entanto sei o que ela representa para os Católicos e como tal não a comento da mesma forma que comentaria o último livro do Saramago, por exemplo. Para mim, é apenas um livro, mas para muitos é sagrado, é um símbolo... eles que a interpretem como quiserem. Poderei concordar ou não com essa interpretação, mas não me esqueço que nessa existe um factor importante que não entra na minha... a Fé na religião que professam!
Claro que a Bíblia é altamente discriminatória da condição feminina (ou não fosse ela escrita e compilada por homens) e, à luz daquilo em que eu acredito, nunca poderia concordar com ela, especialmente se a leitura que eu fizer for literal.
Mas ao que realmente dou valor é à forma como um católico (ou não) trata as mulheres (e as mulheres os homens), e não como a Bíblia diz que a mulher deve ser tratada (ou o homem).
Há símbolos que são muito superiores à opinião que cada um de nós tem deles.
Dou-te um exemplo simples, eu posso não gostar da bandeira de um país qualquer (ou pelas cores, ou pelo que tem inscrito, seja lá pelo que for), mas não me passaria pela cabeça queimá-la... porque é um dos símbolos de um País... sei que é um exemplo "forte", mas serve para ilustrar o que penso sobre os "Livros Sagrados"... sejam eles quais forem.
Só um aparte... não leias esta frase "Há símbolos que são muito superiores à opinião que cada um de nós tem deles." literalmente... só me estou a antecipar, para não ter que fazer um testamento a explicar o "superior" ;)
ResponderEliminarCatsone, sem dúvida que é um livro que desde sempre reprimiu a condição de ser mulher. Mas não só. A questão das interpretações é gira, cada um vê naquilo aquilo que quer ver. Mas, por esse prisma, porque existe sequer a Bíblia, se é de livre interpretação?
ResponderEliminarPronúncia, pego precisamente nesse aparte, para te dizer que ninguém andou a queimar as bandeiras. o que foi dito por Saramago, e que eu concordo, é que as cores são feias. Além do mais, porque quereria saber um católico daquilo que diz um ateu?
ResponderEliminarA resposta é simples, Pronúncia. Pela Fé. A Fé é um sentimento muito válido, mas nunca esquecer que é um valor absoluto e não admite discussão. E por mais que tu queiras, nunca te hás-de livrar do teu quinhão de Fé. E porque não? Afinal, foste educada na fé. Por pouco que ligues, não consegues... E isto não é uma censura, antes pelo contrário.
Dizes bem, que o que interessa é que o homem cristão trate bem a mulher e vice-versa e não o que diz a Bíblia. O que esqueces é que este livro serviu e ainda serve como modelo para toda a civilização ocidental, muito mais que a sabedoria grega alguma vez sonhou. Tudo o que somos hoje é fruto da alienação deste livro sobre os povos, e consequente (não completada e longe disso) emancipação da mesma. Ser livre também é isso, emanciparmo-nos deste tipo de influência e conseguirmos, mesmo assim ou apesar disso, continuar a ser humanos, e talvez (tenho a certeza) até mesmo mais humanos do que somos agora.
Cirrus, sabes perfeitamente que o que o Saramago disse não foi apenas e só uma opinião...
ResponderEliminarClaro que nunca me hei-de livrar do meu quinhão de Fé, faz parte da minha educação e daquilo que sou.
Mas não terá uma grande parte da população mundial esse mesmo quinhão de Fé?! Uns são o que são pela Bíblia em que foram educados, ou outros pelo Torá que lhes ensinaram, e outros ainda pelo Alcorão que conhecem desde que nascem.
Por isso, como vês, não esqueci que a Bíblia serve como modelo para toda a civilização ocidental que, por acaso do nascimento, é a minha.
Claro que ser livre é isso tudo e mais algumas coisas, por isso te disse que para mim a Bíblia, o Alcorão e a Torá, são LIVROS, mas não são uns livros quaisquer, são acima de tudo pilares de religiões e civilizações, são Livros Sagrados para quem professe essas religiões... e convenhamos que são muitos milhões! Muitos mais do que aqueles que, como eu, apenas pensam neles como livros que podemos interpretar livremente.
Cirrus, óbvio que não fumo, e óbvio que nunca fumarei... E precisaremos de andar à porrada quanto ao tabaco? (Please, não, que eu não tenho um murro firme XD).
ResponderEliminarQuanto à Bíblia, e à redução da condição de Mulher, lembro-me vagamente das leituras que ouço em casamentos "Mulher, serás submissa ao teu marido! Marido: amarás a tua mulher!". Eeeerrrrr.... Estaremos a falar de coisas kinky, ou...hmmm..pois, coisas kinky na Bíblia não me parece:S
eu só li a Bíblia uma vez, há mt tempo. Já me deste foi vontade de a ler outra vez. :P
ResponderEliminarmas nada que tenha a ver com fé ou que eu acredite no que lá vem. como tu dizes há acontecimentos reais comprovados históricamente, mas nela imperam histórias de horror e de submissão da mulher ao homem, coisa que me põe num estado quase raivoso, como bem sabes. Ainda para mais porque a bíblia contribui para que a mulher continuasse amarrada e amordaçada durante séculos, sem poder sequer pensar sem ser considerada culpada de alguma coisa. e ainda hoje isso acontece e muito. para mim a religião católica não me faz falta. isso não quer dizer que o amor que tanto falam, a esperanla, não os tenha na minha essência. Não preciso de ídolos para guiar a minha vida.
só um aparte, sabes que ídolos deriva de uma palavra grega - eidolon - que significa fantasmas e falsos raciocínios/falsos dilemas, preconceitos?
e para mim podemos ser espirituais sem termos necessariamente que seguir uma religião. a minha opinião é a de que as religiões são um entrave para o desenvolvimento espiritual do ser humano, precisamente por causa daquelas que levam tudo à letra e que refutam toda e qualquer não concordância com a sua visão. enquanto isso acontecer o ser humano não evolui como ser, verdadeiramente.
ResponderEliminarPronúncia, e porque não foi apenas a expressão da opinião dele?
ResponderEliminarO facto de um Livro, seja ele qual for, ser sagrado não pode nem deve tirar-nos o ensejo de perguntar, de colocar questões, de termos uma abordagem crítica. Essa é precisamente a primeira premissa de uma religião: não fazer questões.
O problema é saber ou constatar que, afinal, a liberdade que julgamos ser sempre o nosso modo de vida, tem limites. E não são limites próprios, não são limites de consciência. São limites impostos por terceiros, há milhares de anos atrás.
Não pensas que estará na altura de as questões começarem a ser feitas, de incomodar quem nos condiciona desde pequenos? De crescermos como seres humanos globais?
ADEK, um murro pouco firme já faz mossa suficiente. Mas, para ser sincero, penso que a problemática do tabaco está já a ir longe demais.
ResponderEliminarKinky stuff na Bíblia?? É o que há mais.
Anne, a espiritualidade não tem necessariamente a ver com religião. Podes, por exemplo, pensar no budismo, uma religião que, no limite, é isenta de deuses, porque apenas interessa a promoção do ser humano à condição de mente pura.
ResponderEliminarMas eu nem quero ir tão longe. Só quero que as pessoas comecem a entender o que realmente as rodeia.
Cirrus, a resposta a essa pergunta já a conheces... já a debatemos.
ResponderEliminarPor eu ter perguntado, questionado e ter uma abordagem crítica da religião católica é que não me revejo nela, não encontrei nela respostas para as minhas perguntas...
Agora, não trato é os seus (e das outras religiões) símbolos da mesma forma que coisas idênticas mas que não são símbolo de nada... e isto muito por respeito aos milhões de pessoas que têm uma coisa que provavelmente eu não tenho... FÉ num ser superior!
Tenho fé, é um facto, mas não em Deuses...
Pronúncia, ninguém está a tratar mal os cristãos. Estou apenas a fazer algumas questões que podem ser incómodas, mas legítimas. Porque a Fé, por muito cómoda que seja, ao permitir ou impor não ser necessário pensar, seria interessante pôr as pessoas a fazê-lo.
ResponderEliminarNão sou contra quem é religioso nem contra os símbolos da Religião. Limito-me a constatar uma realidade que está à vista de todos. Assim a quisessem ver.
Mas lembra-te disto: que exemplos temos de respeito pela opinião dos outros, de liberdade de pensamento, de livre arbítrio, enfim, de democracia, por parte da Igreja Católica (só por ser a que conhecemos melhor)? Conheces algum? Nem preservativo é admitido!
Cirrus, nem eu afirmei que alguém estava a tratar mal os cristãos... ou ou muçulmanos, ou os judeus.
ResponderEliminarClaro que as questões que levantas são legítimas, não coloquei isso em causa, apenas referi que aos dares exemplos de como a Bíblia é um "manual de maus costumes" também poderias ter afirmado "mas também é um manual de bons costumes".
Todas as questões são legítimas, devem é ser abordadas pelos prós e contras e não só pelos contras (que já aqui afirmei que os tem).
A Igreja Católica (só por ser a que eu conheço melhor) não é só o Papa, os dogmas, a doutrina, a Bíblia... são também as pessoas que professam o Catolicismo. E nessas conheço inúmeros exemplos de respeito pela opinião dos outros, de liberdade de pensamento, de livre arbítrio, de democracia e até defendem o uso do preservativo, vê lá tu!
Pronúncia, não é a questão que retrata o post. Podes ver nos comentários que considero que há muitas coisas boas na Bíblia. Mas o post não é sobre isso, até porque seria contraproducente, uma vez que qualquer código de conduta (que também se pode dizer que a Bíblia também é) tem que conter coisas boas. Isso é óbvio. Pelo menos, no Novo Testamento.
ResponderEliminarO facto de muitos católicos defenderem ao uso do preservativo só reforça a ideia de que a emancipação começa a notar-se. É que a Bíblia diz, textualmente: Ide e povoai a Terra; a minha maldição recairá sobre aquele que desperdiçar a sua semente. Logo, essas pessoas já estão a pôr a sua percepção das coisas numa perspectiva pessoal e não religiosa, não concordas? Do tipo: quero lá saber do que diz o padre!
Cirrus, e lá voltamos nós ao princípio... o interpretar ou não literalmente, o ser ou não TODA a Bíblia uma metáfora ou "metáfora", como preferires.
ResponderEliminarA percepção das coisas não tem que ser só pessoal ou só religiosa, as duas podem coexistir, e uma dar força à outra e tornar o ser humano melhor em ambas... para quem professar uma religião, obviamente!
Pronúncia, apesar de haver muita gente que se diz católica, há muitos que só põem os pés na igreja para um enterro. Logo, isso não são católicos, são pessoas normais, como nós, que entendemos as coisas como elas são na realidade. Tens alguma dúvida que a doutrina oficial leva a Bíblia à letra?
ResponderEliminarCirrus, pois há, mas não era nesses que estava a pensar quando falei neles... era daqueles que são mesmo, mesmo católicos, vão à missa, acreditam nos sacramentos, na Bíblia e essas coisas, mas também conseguem ter uma opinião crítica e ainda por cima, conseguem a proeza de ser... bons seres humanos!
ResponderEliminarOs tais que conseguem conciliar a perspectiva pessoal com a religiosa e estarem de bem com a vida e a vida com eles.
A doutrina oficial é antiquada, casmurra, feita por homens e para homens...
Referes-te a pessoas que não sendo religiosas o aparentam? Sim, há muita gente que vai à missa e "tem a sua fé", mas que depois vai contra as doutrinas da Igreja. Parece que as pessoas têm dificuldade em perceber que por irem à missa e se dizerem católicas não o são automaticamente. São-no quando seguem integralmente a doutrina oficial da Igreja Católica. E isto funciona para as outras religiões também. Por isso é que penso que este suposto poder que a Igreja pensa ter em Portugal é um embuste imenso, pois a Igreja Católica já nem sequer é a maior religião portuguesa. Mas isso é outra questão. O que quero distinguir é entre seguidores e laicos. 99% das pessoas são laicas neste país, e isso é que muita gente já não consegue entender.
ResponderEliminarA Bíblia, é antes de mais, um conjunto de factos históricos. Há uma certa nostalgia em percorrer esses locais. Quem já teve a oportunidade de visitar Israel sabe do que falo.
ResponderEliminarÉ óbvio que a Biblia está desfazada da realidade e nem tudo o que vem lá (d)escrito está num contexto literal.
Dylan, concordo contigo inteiramente. Mas o facto permanece: é um facto literal a pedra basilar do Cristianismo. Terá sido uma metáfora ou Cristo ressuscitou mesmo?
ResponderEliminarPois, isso agora...
ResponderEliminarE se a figura do Cristo não fosse mais que a negação do que até então tinha sido escrito ?
ResponderEliminarNo fundo, o Cristianismo só tem 2 séculos, contrariamente às tábuas feitas livros.
A ideia ou a metáfora da resureição não me parece o tema mais pertinente. A ideia que a morte germa ou da vida é uma noção que percorre qualquer sociedade humana. Com o Século das Luzes e outros Pombais esta noção será asfixiada.
Mais interessante é a ideia de dar a outra face. A destruição da lei do talião. Talvez seja este aspecto, a não necessidade do bode expiatório, que diferencie e que marque a ruptura do Cristianismo com o texto que serve de base aos três monoteísmos.
Haveria também a dizer que quando se fala disto haja tendencia a esquecer o Oriente e suas crenças. Sem contar as dos índios amer.
Não deixa de ter piada : A ideia de imortalidade é cada vez mais pensada. Até na nona arte. Será que a espécie humana está já a ter consciencia que não é eterna ?
Se incomodei é cortar !
E Viva o Porto !
Porto Maravilha, não incomodaste nada e o teu comentário é bastante pertinente!
ResponderEliminarAqui não interessa se se conhece ou não a Bíblia. O que interessa aqui é um direito no qual muita gente decidiu cuspir em cima: a liberdade de expressão. O sr. Saramago, apesar de ser enxertado em corno de cabra (e isto é a minha opinião) tem, quanto a mim, o direito de dizer o que quiser e bem entender sobre o que o seu ser considera.
ResponderEliminarLiberdade ou morte.
Claro que a pedra de toque da nossa sociedade é mesmo a liberdade de expressão, concordo. Mas como falar de uma coisa que não se conhece? E Saramago conhece...
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