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Casablanca, 18 de Setembro de 2010
As coisas pareciam estar a correr muito bem. Chegamos bem a tempo do comboio em Coimbra-B. E o Alfa cumpriu o horário até Lisboa, o que não deixa de ser positivo. Lisboa pareceu-me fresca e lavada, ou quase.
Normalmente, quando chego a Lisboa, fico sempre extremamente animado. Acima de tudo, fico confortado com a perspectiva de sair dali para fora em pouco tempo. Hoje muito mais.
Chegados ao aeroporto, fizemos o check-in e mais uma vez rumamos à ínfima zona internacional do aeroporto de Lisboa (sim, há quem lhe chame aeroporto, vá-se lá saber porquê). E já sabíamos que iríamos encontrar, invariavelmente, o JPS Black e o Amber Leaf exactamente ao mesmo preço que cá fora, mesmo para voos para fora do espaço europeu.
O voo da Royal Air Maroc atrasou meia hora. Nada mau, tendo em conta o que já passamos de outras vezes naquele edifício a que alguns chamam aeroporto. O edifício cada vez se degrada mais, cada vez mais pequeno, e as idas às casas de banho são tortuosas experiências olfactivas que dispensava a qualquer hora. O avião da RAM é a êmbolo! Porreiro, já não são só os espanhóis que consideram Lisboa como um aeroporto interno. Agora até os marroquinos o fazem. Estamos cada vez mais bem vistos pelo estrangeiro...
O voo decorreu normalmente, uma hora e quarenta minutos. A entrada foi bastante simples, mesmo que este simples implique sempre cerca de uma hora de espera. Explicaram-nos que àquela hora Casablanca estava a receber dezenas de voos de outros países árabes, e a amostragem de passaportes, obviamente, não distingue nacionalidades. Levantar as malas foi bem mais complicado. Não estavam no cinto anunciado. Ninguém sabe onde param as malas portuguesas, e nós sabemos onde param as malas espanholas, mas não temos ideia de onde param os espanhóis... Encontramos as nossas malas no cinto reservado para Jeddah, que, para quem não sabe, serve Meca. Porreiro, há-de haver pouca confusão, há-de. Surpreendentemente, não havia. Mas obviamente saímos pela zona onde levantamos a mala. Obviamente, não encontramos quem nos esperava. Senão uma hora e meia depois. E estava tudo a correr tão bem... A propósito, nem sinal dos espanhóis...
O hotel Golden Tulip Farah Casablanca é muito bom. Um cinco estrelas típico, de decoração sóbria em tons de preto e branco. Apenas quatro pessoas, incluindo nós os dois, fazem a viagem em cinco estrelas. E foi com o outro casal que combinamos ir jantar ao restaurante do hotel.
Casablanca aparenta ser uma Lisboa grande. Vivem cá quatro milhões de habitantes, e é a capital económica de Marrocos. É noite, mas sabemos que estamos num país muçulmano. Os cheiros que povoam o ar que se respira do quarto do hotel são absolutamente assertivos nesse aspecto. Uma mistura de cheiro a deserto com as especiarias que se vêem à venda nas lojas das ruas percorridas no caminho do aeroporto para o hotel.
Vamos jantar. Espero que esteja bom, ando a guardar-me para comer carneiro toda a semana. Adoro carneiro, e à moda árabe ainda mais. E espero que sirvam entradas tipo Médio Oriente. Apetecia-me houmos e tahina. O casal é da Lousã. Pelo menos moram lá. A senhora é suiça germanofona, facto que a faz falar um português escorreito com um sotaque extraordinariamente agradável. Ele Carlos, ela Brigitte, parecem simpáticos, e é a primeira experiência num país muçulmano.
Amanhã visitaremos o palácio real (pelo menos as imediações, o interior do palácio está vedado ao público) e a mesquita Hassan II, a maior mesquita do mundo depois de Meca, com o minarete mais alto do mundo, com duzentos metros de altura. Estou algo ansioso pela visita ao edifício, que inclui o interior, que dizem fabuloso. Depois viajaremos para Rabat, a noventa quilómetros daqui, onde visitaremos o mausoléu de Mohammed V e a Torre de Hassan, réplica da Giralda de Sevilla, destruída pelo terramoto de Lisboa. O ponto alto do dia será a visita à famosa Kasbah...
Vá lá que as malas apareceram... tiveste sorte e não te aconteceu como alguém que viajou para o Brasil, Estados Unidos e Argentina enquanto as malas dele fizeram férias por Singapura, Pequim e Tóquio.
ResponderEliminarPronúncia, isso é no que dá em fazer viagens por sítios suspeitos...
ResponderEliminarBoa tarde, Cirrus...
ResponderEliminarespero que tenha tido umas boas férias.
Diga-me: Foi num pequeno avião, daqueles ainda com duas hélices? Eu já fiz Lx-Casablanca num desses e a vontade que tive ao ver o avião foi voltar logo para trás... rsrsr
A mania que os nortenhos têm de emudecer a sílaba tónica no particípio é tanta que acabam por o retirar da escrita também.
ResponderEliminarOnde se lê:
"chegamos" é chegámos
"passamos" é passámos
"encontramos" é encontrámos
Mas quanto a mim tem uma óptima escrita, não me leve a mal.
Salvador, sim, era um ATR de dois êmbolos. Não me deu vontade de voltar atrás, mas achei curioso... É que em Casablanca a Royal Air Maroc tem aviões "normais"...
ResponderEliminarAnónimo,
ResponderEliminarObrigado pelo seu comentário sobre o teor do texto. Foi esclarecedor...
Os países que mencionei eram só exemplos... pode acontecer em qualquer um e a qualquer um!
ResponderEliminarJá me aconteceu eu chegar ao destino e a minha mala não... desagradável, muito desagradável.
Pronúncia, e não divides as malas??
ResponderEliminarcontinuo à espera das fotos... :P
ResponderEliminarestou só a brincar.
já vi que tens um fascínio muito grande por países árabes.
quanto a perder as malas, nunca tal me aconteceu mas como também não viajo. mas já aconteceu a colegas meus. deve ser horrível...
Cirrus, não, não divido as malas... ou antes, normalmente "empresto" algum espaço da minha ;)
ResponderEliminarAnne, para que queres fotos?? Não acreditas na minha palavra?
ResponderEliminarMarrocos, em boa verdade, não é um país árabe, é berbere. Mas se te referes a muçulmano, então tens razão. Interessa-me a cultura e a hospitalidade sem igual de berberes e árabes.
Nós dividimos sempre as nossas malas. Se se perder uma, temos sempre roupas na outra. Se se perderem as duas, paciência. Nunca perdi nenhuma. Mas também é certo que só voo em companhias sérias.
ResponderEliminarQue inveja da tua viagem. Gostei de Marrocos mas nunca fui a Casablanca. Quando leio as tuas descrições de viagens fico com a ideia de que noutro tempo podíamos ter sido companheiros de "route", enquanto falávamos do nosso Benfas.
ResponderEliminarGarcia, Casablanca é o menos que Marrocos tem para oferecer. Espera até Fez ou a fabulosa Marraquexe...
ResponderEliminarSou muito bom a viajar e a falar do Benfica. Muito bom mesmo!!!
:D