Reza a lenda que Judas Iscariotes, o tesoureiro do grupo restrito mais afecto a Jesus Cristo, se terá suicidado. Nada mais adequado a um escroque que vendeu o seu melhor amigo por umas míseras moedas de prata. Ainda se fossem de ouro, percebia-se. Seria uma espécie de Dias Loureiro, um Sr.Dr. a viver de "parcos" rendimentos na ilha do Sal, apesar de ser arguido no caso BPN. De prata, é escroque mesmo, vendeu-se por pouco, apenas para cumprir uma complicada profecia que já vem dos tempos em que Moisés andou a passear no deserto do Sinai carregando dois calhaus com pinturas rupestres. O que realmente interessa reter é a figueira. Sempre achei uma injustiça aquilo que Deus fez com as figueiras, que são uma das poucas árvores que não dão flor. Mas depois há figueiras e Figueiras. E algumas Figueiras dão-me quase vontade de olhar para cima e dizer: "Tu sabes o que fazes...". Quase, não caio em misticismos facilmente.
Vejam, se quiserem, obviamente, esta notícia do JN. A mim deu-me uma vontade imensa de ir ao grego... É assinada por uma tal Alexandra Figueira. E, tal como a árvore, desde os tempos de Cristo não dá flor. Obviamente, esta figueira não é dos tempos de Cristo, mas certamente mais antiga, baseando uma pretensa notícia em depoimentos de alguns dinossauros como Eduardo Catroga e Miguel Beleza, por isso deve vir dos tempos do Jurássico.
A afirmação do facto de cinco milhões de portugueses viverem do dinheiro do Estado é, em absoluto, uma tentativa mal disfarçada de uma autêntica declaração de guerra civil num país à beira da asfixia económica. E vejamos as contas que faz esta Figueira para chegar aos 50% da população nacional:
- 3,5 milhões de reformados (reformados, não pensionistas);
- 675 mil funcionários públicos;
- 390 mil beneficiários do Rendimento Social de Inserção;
- 352 mil beneficiários do Subsídio de Desemprego;
Isto dá, grosso modo, 5 milhões de pessoas que, neste país e segundo a análise de Alexandra Figueira, vivem do dinheiro do Estado, dinheiro esse que provém dos impostos pagos por quem trabalha e desconta.
Equiparar os pensionistas (os tais reformados) a quem recebe RSI parece-me sinceramente de muito mau gosto. Pior ainda, equiparar 675 mil funcionários públicos, que são pessoas no activo e descontam sobre os seus salários (aliás, como grande parte dos pensionistas) a beneficiários do RSI não é de mau gosto, é um atentado à dignidade de quem trabalha. E pode pôr-se aqui a questão, eventualmente, para os que odeiam o sector público, e desses há muitos, por diversas razões, umas válidas outras nem por isso, sendo a primeira de todas a inveja (não se percebendo bem porquê), se esses funcionários públicos trabalham ou não, se são efectivamente necessários ou não.
Ora, o sector público não é muito diferente do privado, e há aqueles que trabalham e outros que não. Simples. Não esquecer, no entanto, que destes 675 mil, só professores são cerca de 150 mil. E muitos médicos, enfermeiras, juízes, magistrados, homens do lixo, piquetes de água e saneamento, funcionários das Finanças, polícias, militares e outros que mais - são todos funcionários públicos. E não esquecer que foi durante o governo de Cavaco Silva, em que pontuaram nomes como Eduardo Catroga e Miguel Beleza, que se deu um salto de 250 mil para 600 mil funcionários públicos aproximadamente.
Mas a Dra. Figueira emenda mais à frente a mão: admite que a maioria das pessoas trabalham ou descontaram para ter direito às prestações sociais. Exclui-se, obviamente, o RSI, que tal como o Subsídio de Desemprego, devia ser alvo de maior e mais eficaz fiscalização. Mas essa seria feita por quem? Por funcionários públicos, evidente. Uma pescadinha de rabo na boca... Já Eduardo Catroga considera que a margem de manobra é pouca para manter o Estado Social, advogando a célebre medida que vai ser implementada não tardará muito: o corte nos salários da função pública. Que todos vão achar muito bem, que esses calaceiros ganhem menos (recordar o salário mínimo nacional e o mesmo salário na função pública, 20% mais baixo). Obviamente, de seguida, virá o corte nos salários do privado e aí veremos como as coisas funcionam.
Por outro lado, o fim do Estado Social implicará, obviamente, e a menos que as pessoas todas deste país sejam comidas por parvos, o que não é inédito de forma alguma, e alguns até o serão mesmo (há de tudo em todo o lado), a devolução de todos os descontos efectuados em sede de Segurança Social, ADSE e demais sistemas contributivos aos que os efectivamente fizeram. Veremos como, se isso, por mera hipótese académica, beneficiaria o Estado, ou melhor, quantos séculos este Estado teria de pagar juros para fazer face a mais essa despesa. Lembro que, por exemplo, medidas tão populares como o Crédito Bonificado, inventado por aquele governo que mecionei atrás, ainda estão a ser pagas pelo Estado português, e é só fazer as contas para chegarmos ao valor astronómico que representa. Embora ninguém se lembre disso.
Um requinte extraordinário, esta notícia, que inclui Eduardo Catroga e Miguel Beleza e suas doutas opiniões. Sendo dois dos responsáveis pelo estado a que este país chegou, não se ouvem pedidos de desculpa ou simples contatações de erro. Melhor ainda, há que mandar umas papaias para o ar para se dizer como isto se resolve. Claro que Eduardo Catroga e Miguel Beleza são pensionistas deste estado. Catroga recebe 9700 euros mensais em pensões várias. Aliás, bastam cinco anos de desconto no Banco de Portugal para se ter direito à pensão. Bem sei que é apenas uma gota no oceano, mas cortar em 90% a reforma a este senhor seria uma boa medida de justiça social. Ficaria com uma pensão de aproximadamente 1000 euros mensais, três vezes superiores a quem, em muitos casos, descontou 40 anos. Eu acho, mas posso sempre incluir-me no grupo dos parvos.
Quanto à senhora jornalista que escreveu não uma notícia incorrecta, mas uma total falácia ao estado das coisas em Portugal, um período de permanência na Suécia, por exemplo, em que 50% da população activa trabalha no estado, poderia eventualmente ensinar algo. Ah e tal, mas a Suécia é um país que não é exemplo para ninguém, está de rastos e vive-se lá muito mal... Pois, é provável... Não menos provável é que não será por ter essa percentagem de trabalhadores públicos que está no estado em que está. Mais provável é que tenha tido uma classe política responsável, que apesar do bom trabalho desenvolvido e, por isso, ter toda a legitimidade, não atira papaias para o ar. E a Suécia até pode falir amanhã. O problema é que já levam muitos anos de vida minimamente aceitável, e nós muitos de vida sofrível.
espera aí que não falaste dos chupistas que como eu recebem abono de família... uns míseros 30 e poucos euros.
ResponderEliminare a maior é receber em casa uma carta da segurança social a exigir que faça uma prova dos meus rendimentos e uma prova escolar da Di para continuar a receber esta avultada quantia. Ah, espera, mas depois, na carta diz que se ela andar no ensino básico ou secundário não precisa de fazer prova escolar (what the f***?)
sabes que eu sou uma vergonha, vou levar este país à falência com o abono de família. tenho uma lata, estar a usufruir assim do dinheiro do estado... sou mesmo uma ladra...
Anne, eu não esqueci, quem se esqueceu foi a Dra. Alexandra Figueira. Seria interessante ver quanto dos seus estudos saiu do Orçamento de Estado...
ResponderEliminarE tem cuidado, esses trinta euros podem ter que ser devolvidos por abuso de confiança. Quem te mandou teres filhos? E já davam para muita coisa, como por exemplo, complementar as reformas do Eduardo Catroga...
pois é, coitadito desse senhor, deve estar nas ruas da amargura, com tanta gente a roubar-lhe os rendimentos assim descaradamente...
ResponderEliminare eu sei que falhei, eu sei que a culpa é minha, mas escusavas de me fazer sentir pior TÁ??????
vou só ali rogar-te umas pragas e já venho tá? :P
Anne, tu não falhaste, mas alguém pode dizer que o Estado te está a favorecer... Tens de ter cuidado com as informações que publicas...
ResponderEliminarCirrus, tiro-te o chapéu a esse post.
ResponderEliminarPalermices dessas, escritas por génios, devem ser espalhadas pelo universo virtual.
Eu confesso: como funcionário público, vivo às custas do Estado. Eu até nem desconto, nem nada. Eu até posso fugir aos descontos como muita boa gente no privado faz. Eu até nem trabalho para além do horário devido sem receber 1 cêntimo a mais.
Ainda hoje, em conversa com o meu sogro (um próximo chupista do estado já que está à beira dos 65 anos com 40 e tais de descontos) sobre a reforma do Santana e a de um enfermeiro da guerra do ultramar: o 1º com 3500€ e o 2º com 150.
Brilhante a chamada para a notícia: o povinho que não ler ou interpretar o texto até acredita na manchete...
Nova revolução? Que tal criar um 06 de Setembro para substituir um 25 de Abril cada vez com menos sentido?
Vamos lá ver então se ainda sei fazer contas.
ResponderEliminarSe Portugal têm 10 milhões de habitantes, cerca de 60% estão no activo (trabalham e pagam impostos, portanto), outra percentagem considerável são crianças com menos de 15 anos então não percebo que raio de contas ela fez para dizer que 50% vivem à custa do Estado... a não ser que alguns desses 50% também trabalhem, também paguem impostos e também façam com que ela e os filhos dela tenham algumas benesses dadas por esse mesmo Estado.
A senhora insinua que há 50% de malandros que vivem há custa do que os não-malandros (os que não tem nada a ver com o Estado pagam)... esqueceu-se que os pensionistas trabalharam uma vida para terem direito à reforma e que descontam, logo pagam impostos sobre isso. Também se esqueceu que os FP também pagam impostos e nem sequer podem fugir 1 tuste aos ditos, como outros por aí fazem... vê lá tu a pouca vergonha. Esqueceu-se ainda que graças ao Estado que muitas empresas vivem e consequentemente os seus administradores e funcionários. Come muito queijo a senhora.
Gurus da Economia?! Não obrigada... há muito que deixei de acreditar em profetas, messias e outras coisas... sou agnóstica.
Quanto à Suécia, conheço um pouquinho da forma como funciona. Lá as reformas e os subsídios de desemprego são iguais para todos... 1000€/mês (uma miséria para alguns dos nossos pensionistas milionários). Lá, o Governo diz que quem quiser ter muito dinheiro para gastar quando se reformar, tem bom remédio, poupe enquanto trabalha. Lá, os bens essenciais são mais baratos que cá. Lá, a conta da água, luz, aquecimento e telefones é sensivelmente igual para todos... ronda os 60€/mês. Lá, há negócios lucrativos que estão nas mãos do Estado e não de alguns (poucos) milionários, é assim que conseguem subsidiar o bem estar da população.
Pois... mas lá há um verdadeiro Estado Social, enquanto cá há um Estado do Subsídio (onde se inclui o subsídio chorudo aos Catrogas e Belezas, entre muitos outros e de muitos quadrantes políticos, que o serviram... ups! eu queria dizer, que dele se serviram para enriquecerem).
E assim vai o rectângulo. Um bem haja à Sra. Dra. Figueira... ainda gostava de saber quem lhe pagou a merda da reportagem... sim que aquilo cheira mal e cheira a encomenda!
Cat, lamento desapontar-te, mas não uso chapéu, o que no Wadi Rum teve consequência nefastas para o meu pescoço (conselho: se lá fores, leva sapatos de borracha bem dura ou couro).
ResponderEliminarBem, a questão central no teu caso é mesmo a tua profissão e o modo como a exerces, ou seja, no Estado. Segundo Alexandra Figueira, és um parasita de quem trabalha, e o teu sogro vai a caminho. E mais nada! Já ouviste com certeza: com circo e bolos se enganam os tolos...
Pronúncia, não sabes fazer contas e mais nada! Então queres considerar que FPs são trabalhadores válidos? Ou então que pensionistas descontaram para receber algo agora? Não sabes fazer contas, está visto! E fugir aos Impostos? Aqui em Portugal, alguém foge aos Impostos?? Deves estar a brincar!
ResponderEliminarQuanto à Suécia, mas isso lá é exemplo? Um país em que 50% da população activa é FP? Sabes quem não tinha lá lugar? Alguns que tu e eu conhecemos e que odeiam a FP. Talvez porque não trabalhem lá, quem sabe??
Encomenda? Queres insinuar que o Passos Coelho encomendou esta notícia? E que convidou os amigos Catroga e Beleza? Não achas isso rebuscado demais? Não era eu o teórico das conspirações? E não é que tens toda a razão?
Cirrus, matemática nunca foi o meu forte... mas também não me parece que seja o da D. Figueira!
ResponderEliminarUm destes dias, faço as malas e rumo a esse país que não é exemplo para ninguém, a Suécia... pena ser tão frio!
Só o Passos e companhia?! Há outros, Cirrus, há outros também capazes de tal encomenda!
Tenho toda a razão?!!!! Tu estás bem, Cirrus?!... ;D
Pronúncia, não é o teu forte?? Humm... Não devias dizer isso, ainda põem em causa a tua dignidade profissional.
ResponderEliminarOutros serão capazes?? Sim, com certeza. Ou foi ele ou com ele está a "negociar"...
É claro que não tensa razão nenhuma, estava a brincar!
;)
Sugiro estas medidas (haverá mais, sem dúvida) que podem contribuir para a redução das contas:
ResponderEliminar- Morte aos reformados. Aqueles que quiserem continuar a trabalhar (por vontade própria, claro) ao invés de irem para a reforma podem fazê-lo, já os outros...
- Sorte idêntica para os doentes crónicos.
- Faltas sem justificação a quem adoecer.
- 1/2 dia de férias por cada mês trabalhado.
- Exploração infantil. Podem perfeitamente trabalhar enquanto estudantes. Sempre ouvi dizer quando era miudo: há tempo para tudo.
Acredito que pelo menos com estas medidas isto vai lá.
PS: A Maria Pronúncia disse "merda"? A minha alma está parva!
Noya, morte assistida aos 65 para reformados e doentes crónicos (estes pode ser mais cedo); podem fazer desconto para que o Estado lhes pague o caixão.
ResponderEliminarAdoecer? Mas que adoecer? Nada de direito a adoecer!!
1/2 dia pago ou só o tempo? é melhor reduzir para um quarto de dia...
Tudo o que tenha mais de seis anos a trabalhar! Cozer sapatos é fácil!
E sim, ela disse merda, mas foi por empolgamento e em pleno estado de loucura...
Cirrus,
ResponderEliminaronde estava eu com a cabeça! Claro que é só o dia. Subsídios? Estás doido?!
Isso da morte assistida não acarreta custos...?
Está maluca? Espero que não seja sinal de doença, senão... (perdoa-me Pronúncia, é pelo bem do rectângulo)
ResponderEliminarAh bom, assim está bem. Isso é custo!
ResponderEliminarQual morte assistida? Se for à fome, até se poupa...
Pronúncia, parece que o Noya já te fez a folha...
ResponderEliminarDá-me a tua morada para poder mandar uma coroa de flores... Ou vá lá, um bouquet... pelo menos um cartão!
Noya e Cirrus, não é loucura... é indignação mesmo!
ResponderEliminarE não gosto que me ofereçam flores... fica o aviso, assim sempre podem poupar uns trocos na coroa ou no bouquet! :D
O Cirrus tá maluco também. Como isto anda não comeces a poupar não. Quanto muito deixa-lhe uma dedicatória aqui no teu blogue.
ResponderEliminarDeixa lá, a companhia faz uns cartões de visita jeitosos... é só riscar um canto a negro e está feito... Sem custos!
ResponderEliminarNoya, olha que não, olha que não...
ResponderEliminarAh bom! Se é indignação tudo bem. Fico feliz por te manteres entre nós. Embora me tenhas dado mais uma (excelente) ideia. Quem falar mal do governo, quem se indignar pelos seus actos e decisões, quem criticar paga uma multa. Monetária, claro está.
ResponderEliminarVamos lá levar a jangada a bom porto!
Raio de moços, se estão fartos de mim é só dizerem... eu desapareço! Mas não precisam de estar aí a agoirar... Grrrrrrrrrrrr!!!!
ResponderEliminarNoya, doze meses de salários, parece-te bem?
ResponderEliminarPronúncia, estás maluca?! Estava já aqui numa poça de lágrimas e vens com essa atitude. Deixa mas é estar entre a malta resistente. Não desistas! :)
ResponderEliminarCirrus,
ResponderEliminarmal não me parece.
Pronúncia, é tudo pelas contas do país e pelo Estado Anti-Social! Trata de ser patriota!
ResponderEliminarA Pronúncia está com a música apropriada no blogue: The Show Must Go On. É que é mesmo, o circo não pode parar!
ResponderEliminarBela escolha, Pro.
Noya, tenho-me na conta de uma resistente... não é fácil eu desistir seja lá do que for! :)
ResponderEliminarCirrus, com amigos como tu, quem precisa de inimigos?!...
Para bem do dono do blog, penso que devíamos aqui deixar a possibilidade de poupar a Pronúncia à medidas do Estado Anti-Social. Será uma excepção que confirma a regra.
ResponderEliminarMas não abuses da loucura nem das críticas ao sistema!!
ResponderEliminarExceção, Cirrus, não 'excepção'. Que raio!
ResponderEliminarO quê, isso também é medida anti-custo?? Poupar nas letras??
ResponderEliminarPor isso é que a malta gosta de ti, Pronúncia, caso contrário a tua insanidade já tinha sido denunciada a quem de obrigação para fazer cumprir a lei.
ResponderEliminarOra aí está. E também porque me preocupa que as pessoas saibam escrever português. Altruísmo.
ResponderEliminarAi o catano, o moço a passar graxa ao cágado!!!
ResponderEliminarA minha casaca tem dois lados. Não se pode ficar desamparado.
ResponderEliminarVá lá, redimiram-se... os dois!
ResponderEliminarEstão perdoados e eu vou continuar a dar-vos cabo da paciência... ;D
Meu caro Noya, ou estás com a Revolução ou com a Reacção!!! Casacas era no tempo do Almirante Nelson!
ResponderEliminarPronúncia, eu estava a pensar em crioestase...
ResponderEliminar:D
Amor à camisola já morreu. Jogo pelos dois. "Se for o melhor para mim e para o clube..."
ResponderEliminarOh Pro, também podias avançar umas medidas, não? Ou és do contra?
ResponderEliminarNoya, já mudaste de casaca para camisola... Vê lá se apanhas um resfriado e depois... MA...
ResponderEliminarGrande posta, caro Cirrus.
ResponderEliminarNão comento muito porque, devido à minha tardia chegada, já quase tudo foi escrito e se me alongasse muito corria o risco de, hoje, adormecer ao som das teclas.
Gostaria só de subscrever o comentário do Pronúncia, que adorei.
André, muito obrigado.
ResponderEliminarSendo que realmente tudo está quase dito, sempre é importante mais um contributo. Não te acanhes.
PS: A Pronúncia, não te enganes... Ela tem mau feitio...
Bom, não quero sofrer com o mau feitio, então.
ResponderEliminarA Pronúncia.
Está rectificado, com sincero e sentido pedido de desculpas e com a minha palavra de que tal lapso não voltará a ocorrer!
Cirrus Minor, olha que eu ouvi... com que então mau feitio?!!!!!!
ResponderEliminarAndré Couto, não há nada para desculpar... o meu "mau feitio" é apenas e só uma calúnia do Cirrus! :)
ResponderEliminarFico mais descansado, então...
ResponderEliminarMas se necessário peço desculpas novamente. ;)
Não é necessário mesmo. Já demos guita ao mau feitio dela por demasiado tempo. Agora era altura de uma piada qualquer...
ResponderEliminarCirrus: texto mais realista não pode haver!
ResponderEliminarNem pretendo comentar ,porque o senhor pôs o "dedo na ferida", de um modo exemplar!
Vi esse artigo e deu-me vómitos!Habitualmente, num rompante, reajo. Desta vez, começo a sentir-me com tanta vontade de me divorciar deste país, que nem "piei"...
E continuamos a ver o "carro" passar... e não há ninguém que se mova... e é um desespero!
Beijo amigo
Mª ELISA
Maria, só naõ percebi quem é o "senhor"...
ResponderEliminar(acabei de comentar e deu erro... se aparecer em duplicado, desculpe)
ResponderEliminarGrande Repórter da Blogosfera, Boa noite.))
Excelente artigo, Cirrus.
O valor das reformas dessa gente é escandaloso, mas mais escandaloso ainda é o permitirem a acumulação de várias reformas... deveria de existir um teto 'reformarial'. O RSI outro escandalo... muita gente que o recebe precisa mesmo, mas tenho a certeza que 50% dos que o recebem não o merecem. Digo-lhe, muito irritado com essa cambada que nos desgoverna: Se isto continuar assim, para o ano, o valor do IRS que tiver a pagar vai ser empregue aqui na aldeia em algo que beneficie a população... e depois prendam-me, se quiserem.
Salvador, Grande quê?...
ResponderEliminarOlha que eles prendem mesmo... Rouba uns milhões, pelo menos estás a salvo.
A demagogia é a defesa daqueles que não queremver. A dita jornalista, ao enunciar as palavras daqueles que tão diligentemente contibuiram para o "afundanço" da nossa economia, procura os bodes expiatórios do costume. Não contente com a acusação aos funcionários públicos que são os primeiros a "comer" quando há problemas, atira-se aos pensionistas e aos que usufruem do RSI. Realmente, todos eles uns ladrões! Haja paciência!
ResponderEliminarBom dia, Cirrus, gostei muito do que li, é importante que haja pessoas a lerem as notícias e a "traduzirem" as suas intenções reais como foi o caso, agora a pergunta que eu coloco e que os portugueses deviam começar a considerar: se não fosse o RSI que era feito dos portugueses que dele usufruem? É que não há emprego!!!! Essas pessoas ainda que queiram trabalhar não podem, não têm qualquer entrada no mercado e isso é o verdadeiro problema, claro que o Governo não o admite mas a grande questão é que com a crise, as importações, o excesso de industrialização a minimizar a mão-de-obra e um excesso de serviços, a dada altura não há o que fazer! essas pessoas vão ficando "suspensas" sustentadas pelo resto da sociedade num país cujo merfcado não dá para todos. Simplesmente não dá. E estou a falar não só de pessoas sem habilitações (que até entram mais facilmente em trabalhos generalistas de mão-de-obra que por exemplo os licenciados, quero saber o que se vai fazer com os licenciados em direito daqui por meia dúzia de anos a uma média de entrada de mil e tal por ano na Uni... qualquer dia temos licenciados nas limpezas, vão por mim).
ResponderEliminarMenina Ção,
ResponderEliminarPode não haver emprego, mas há duas coisas que não vejo: os beneficiários do RSI que estão em condições de trabalhar devem aceitar trabalho comunitário, coisa que não fazem. Por exemplo, um toxicodependente não é, para mim, um incapacitado. E muito trabalho há por aí por essas freguesias que estas pessoas poderiam fazer, em horários leves, de acordo com o que recebem. Fazem-no? Não, de forma geral. Por outro lado, os que estão incapacitados podem requerer a pensão por invalidez.
Quanto aos licenciados, enquanto houver neste país ideias como a sua, e desculpe desde já dizê-lo, nunca iremos muito longe. Um país queixar-se de que tem demasiados licenciados deve ser um país de absoluto luxo, de esplendor. E não um país que tem a média mais baixa de gente qualificada e licenciada da Europa. Vê a questão ao contrário, ou seja, quer moldar o número de licenciados a uma economia que, sabemos, é má. E não moldar a economia má ao número de licenciados, o que só a pode tornar melhor. É a velha questão de as mesmas máquinas em Portugal e na Alemanha serem operadas, respectivamente, por pessoas que recebem o ordenado mínimo e por engenheiros. Ou seja, a ideia é perpetuar a falta de preparação e de qualificação e manter os custos baixos, à custa da qualidade. Não elevar os padrões de qualidade através da qualificação.
Por outro lado, não sei porque têm os licenciados actuais tanto medo de que o mercado fique "inundado" de novos profissionais, ou seja que se aumente a competitividade. Têm medo de perder o emprego? Porquê, por serem pouco competentes? É que, se o forem, não precisam de se preocupar muito. Digo eu. Novos efectivos obrigam as pessoas a actualizarem-se, a estudar continuamente e a aperfeiçoarem-se. É um processo contínuo e positivo, ao contrário do que quer fazer crer. Além disso, impedir as pessoas de seguirem a sua escolha de carreira não só é pouco ético, como humanamente catastrófico.
Malena, por vezes a fronteira entre a demagogia e a pura hipocrisia não existe, como é o caso.
ResponderEliminarNo entanto, há que procurar, entre estes artigos de ódio, aquilo que pensa o povo, e muito do povo pensa desta forma, infelizmente. E isso deve-se a uma latente falta de vontade de lutar por mais. É o tal fado católico de que não vale a pena fazermos nós, o patrão, ou o PM, ou Deus guiará a nossa vida. Não passa de uma herança também socio-religiosa.
Cirrus, depois logo me diz se um aluno de direito que sonha ser advogado fica feliz por estar no desemprego (mas licenciado) ou a atender telefones na TMN (mas licenciado) ou a apanhar fruta (mas licenciado). Desculpe mas não acho que toda a gente tenha de ter um curso superior, isso é um fait divers dos países para se dizerem muito evoluídos quando a formação técnica começa a escassear e é importantíssima. Para mim começava-se a fazer mais cursos técnicos inclusivé para trabalhar nas obras, noções de segurança e não só de ver fazer como a maior parte, entre outras coisas... por exemplo porque é que não se começa a dar logo no 10º ano para mi+udos que até gostem de ecânica e de condução, que poderão vir a ser motoristas profissionais, aulas de código, de mecânica, de estradas, de geografia, de tudo o que lhes pode vir a ser útil em vez de termos aquela ideia de que camionista é sempre um labrego com carta de pesados... é neste sentido que não acho que toda a gente tenha de frequentar a universidade, até porque com cursos de média de entrada negativa desculpe lá mas é mesmo só para dizerem que têm um curso porque sucedidos naquilo que tiraram duvido muito que sejam. Além, e isso é outra discussão ainda, da verdadeira formação dada por alguns cursos, olhe que há "cursos menores" cursos em que não se aprende nada mesmo, anda-se ali às voltas com matéria generalista e nada específica e sem grande objectividade, alguns até bastante na moda.
ResponderEliminarEssa ideia de pôr as pessoas do RSI a ajudar nas freguesias e etc é muito boa mas temos de nos lembrar que é necessário as pessoas deslocarem-se (quem paga esses transportes?)
Menina Ção,
ResponderEliminarVeja o meu exemplo. Sou licenciado em Engenharia. Este ano vou começar a Lic. em História. Que mal há na formação? E porque algumas pessoas insistem que apenas alguns devem ter formação superior e outros apenas formação técnica? O facto de haver caixas de supermercado com cursos superiores é negativo? Sim, é negativo do ponto de vista de realização profissional. Mas imagine que de repente se precisa de um gerente ou qualquer outra função que envolva formação superior? Quem avançará e quem ficará?
Insiste num ponto interessante para mim: criar licenciados para a economia e não a economia para os licenciados. Porque será? Talvez porque já nos habituamos à ideia de grande parte da população ser explorada e uma pequena parte estar no paraíso dos empregos estáveis e bem pagos? Sabe qual a percentagem de licenciados nas economias mais avançadas? Pois, enquanto pusermos condenar gerações posteriores à miséria e mantivermos o nosso estatuto está tudo bem? Não afino por aí. Luto para que as gerações vindouras tenham as mesmas ou melhores oportunidades que eu tive e não o contrário.
O conhecimento técnico não é nem deve ser indissociável do superior. Pelo contrário, hoje são poucos os cursos que não têm uma forte componente prática. Se um motorista for licenciado e ganhar como tal, tendo mais responsabilidade e conhecimentos, é chocante? É degradante? Não creio.
Quanto aos RSI... Quais transportes? A Freguesia em que habitam fica a quantos Kms??
Cirrus, atenção ao ego do indivíduo, raro é o licenciado que tem poder de encaixe para entender que não vai exercer aquilo para que estudou. Raríssimo, a maior parte vai passar o resto da vida frustrado. Para mim passa por se encarar as coisas com mais igualdade na ideia de que todos fazemos falta e todos temos um papel importante, agora pergunto-lhe, onde fica os empresários nesse panorama? É que à grande maioria, os das PME's fazia-lhes falta muita coisa, quer na economia, no direito de trabalho, etc que não têm, mas bastando-lhes ter o dinheiro para investir e vão de cabeça sem que ninguém se incomode! Não acho que um licenciado a trabalhar num supermercado precise da licenciatura, acho que precisa de gostar de atender o´público, de perceber da sua actividade para ser útil e completo, caso decida tirar uma licenciatura em direito espero que o faça na consciência que o mais provável é uqe seja demitido já que essa licenciatura em nada serve ao patrão e vai obrigar este a aumentar-lhe o ordenado em relação a algo que em nada vai melhorar a sua actividade (só pessoalmente, al+em de que nem toda a gente tem de ser gerente tal como nem todos os professores têm de ser directores da escola nem todos os médicos têm de ser directores de hospital). O que quero dizer é que sou prática e na minha maneira de ver as coisas devia-se canalizar cada qual para sua capacidade, como na Alemanha, meninos com ás notas são enviados para cursos que não lhes exijam tanto estudo, o que é normal, não temos todas as mesmas capacidades, eu teria adorado ter seguido hotelaria em vez de ter continuado no secundário e etc. E estava-me cagando para cursos superiores pudesse eu hoje em dia estar com a barriga encostada a um fogão, já viu? E agora diga-me, que e serve a mim de hoje para amanhã ir trabalhar para um restaurante mas ser licenciada nisto ou naquilo? Estão-se lixando! Como eu. Quando o que preciso saber fazer não tem nada a ver com saber escolástico. Eu não rdeito fora um trabalhador e a sua experiência e até carácter em relação a um licenciado ou doutorado. Nem todos os trabalhos precisam de grau superior, para mim o que toda a gente precisa é de noções de civismo, de cultura e de encaixe. Sobretudo de encaixe, com este já se evitava muita prescrição de Xanax.
ResponderEliminarE agora pergunto-lhe, onde ficam as cabeleireiras nisto tudo? Cada macaco no seu galho Cirrus, cada macaco dignamente no seu galho.
Menina Ção, exactamente, cada macaco no seu galho. Caso não saiba, as cabeleireiras foram recentemente obrigadas a estudar para obterem carteira profissional. Eu não sou a favor de qualquer pessoa ser licenciada, sou a favor de que cada pessoa possa ter as oportunidades que as demais tiveram.
ResponderEliminarOs empresários, desculpe-me desapontá-la, estão-se cagando para quem tem curso ou não. Isto é que é a verdade. E não investem por motivos sociais, investem para ficarem ricos em menos de dois anos, e aí sim, importam-se com os licenciados: mantê-los fora da sua empresa. São caros... Talvez por isso haja tantas falências. Mas admira-me que não queira aflorar a modificação da economia em vez da modificação da educação... Isso era coisa que o Salazar havia de gostar, também ele dizia que quanto mais instrução pior.
E essa concersa da experiência e do saber e do catano é toda muito gira, mas não será precisamente por causa disso que temos os baixos níveis competitivos e de produtividade que temos? É que realmente temos muita gente com experiência, é um facto. A experiência que eles trazem é esta que se vê: uma economia excelente!! Belo exemplo que aí deu...
Já os antigos diziam e é verdade: o saber não ocupa lugar. Melhor é ter um atendedor de caixa com perspectivas de futuro melhor que um que apenas sabe que, com muita sorte, poderá aspirar a ter uma vida miserável até à reforma e para além disso. Aspessoas podem não ter capacidade de encaixe, como diz, mas encaixam muito pior quando um "doutorzeco" lhes passa à frente na lista das promoções. Se há coisa a que um ser humano pode aspirar, é a sonhar. Não lhe queiram, também tirar isso. Porque tudo o resto já se foi, efectivamente.