Margareth Thatcher, Primeira-Ministra do Reino Unido de 1979 a 1990, foi uma impulsionadora da desregulação dos mercados, da flexibilização do mercado de trabalho e da privatização das empresas públicas.
Conhecida internacionalmente como Iron Lady, os Britânicos que tinham os filhos na escola pública, à época em que ainda não era senão Ministra da Educação, conhecem-na melhor por "Thatcher, the milk snatcher", já que retirou o leite que era fornecido às crianças dos 7 aos 11 anos a meio do turno escolar.
Com uma determinação que chegou a ultrapassar a tolerância do seu próprio partido, lutou denodadamente contra tudo e todos os que ousassem opor-se-lhe.
Recuperou e fortaleceu a economia no Reino Unido, sim. À custa de quem e do quê? Triturou a classe média, destruiu o Estado Social que vinha sendo desenvolvido desde os tempos da Rainha Vitória e assistiu impávida à luta dos mineiros até que se rendessem à miséria.
Perante um período de recessão, foi através de um exponencial aumento de impostos e de cortes em sectores como os da Educação e da Saúde que deu fôlego temporário ao país.
Dizia, então, dirigindo-se ao Partido Conservador em 14 de Outubro de 1984:
"Let us never forget this fundamental truth: the State has no source of money other than money which people earn themselves. If the State wishes to spend more it can do so only by borrowing your savings or by taxing you more. It is no good thinking that someone else will pay – that ‘someone else’ is you. There is no such thing as public money; there is only taxpayers’ money."
Sempre foram os trabalhadores a pagar e a sofrer cada corte. Thatcher vinha da pobreza e entendia que os pobres só o eram porque não trabalhavam o suficiente, ou não se esforçavam o que seria necessário.
Esqueceu-se, talvez, que nunca teria chegado ao poder sozinha e que, mesmo depois de se iniciar nele, não iria longe sem a verdadeira política de imagem a que se submeteu, tornando-a mais "agradável" aos olhos dos Lordes e dos poderosos que não queriam ver nela o sotaque da filha do merceeiro nem a pose de dona de casa da mãe.
Quem viu o filme (extraordinária, a Meryl Streep) assitiu à sua incrível transformação.
Na semana das suas exéquias fúnebres impressionam os festejos, as danças...
Serão os Britânicos uma cambada de loucos para celebrarem nas ruas a morte da Dama de Ferro? "Iron Lady, Rust in Peace", dizem.
As votações para o Top Pop estão renhidas já que a canção "The witch is dead", do filme "The Wizard of Ozz", está a ganhar terreno para ficar no Número 1.
Thatcher deixou herdeiros das suas políticas. A Europa de hoje que o diga.
Há pessoas a quem são roubados anos de vida. A este monstro foram acrescentados 87 anos a mais...
ResponderEliminarNão seria tão drástica, embora entenda que estaríamos melhor sem a herança do Thatcherismo.
EliminarOs sucessos de sua política económica só foram obtidos graças ao pagamento de pesados custos sociais. E fez disso uma ideologia politica muito aborrecida, o capitalismo...
ResponderEliminar(Sobre o filme. aquilo já não é representar, aquilo já é mudar de pele!)
De acordo !
EliminarPassei por lá muitas vezes durante o seu "reinado", grande parte delas em missão de solidariedade sindical, concretamente com as greves dos mineiros e metalúrgicos, enquanto sindicalista, pelo que a realidade me esteve muito próxima. Desta guerra direita/esquerda, nasceu Tony Blair, criado no movimento sindical, com quem tive algum relacionamento, com o objectivo de ganhar eleições e devolver aos ingleses aquilo que esta senhora lhes retirou. Como qualquer "bom" político, Blair foi uma fraude e foi o que se viu...
ResponderEliminarAbjecto, é o adjectivo que me vem à memória, quando se fala de Thatcher!
"Que arda no fogo dos infernos" diria eu, não fora agnóstico.
Leão, disseste tudo! E sim, o Blair foi realmente um digno herdeiro da "merda" que vinha de trás...
EliminarMalena
Neste caso...estou com o Cirrus... o comentário dele...era para ser o meu... Com tanta BOA gente que lhes é tirado anos de vida... a esta "cabra"( à falta de melhor palavra e sem querer ofender os animais)... viveu até aos 87.. Desculpa mas não aceito que a população politica viva à conta de quem honestamente trabalha e desconta... pois são essa corja de mentirosos...(sejam eles de onde for)...que estragam o mundo...as pessoas...os países...!!! Agora vou trabalhar... para me cortarem mais ainda...viva !!!
ResponderEliminarO Cirrus é o "dono do pedaço" e "adora" a Thatcher! ;)
EliminarMalena, ela foi apenas uma peça numa máquina que dificilmente controlava. O Império Britânico (ou os restos do Império) continuam a alimentar uma série de sanguessugas, umas óbvias e outras menos. Ela ajudou as grandes sanguessugas.
ResponderEliminarLord Grosvenor e os seus amigos manobram lá atrás, infatigavelmente...
Outras conversas, outras conversas :)
Beijos Malena
In.
Sim, foi uma peça na engrenagem mas só até certo ponto. Não está inocente!
Eliminar:)
Claro que não. Ninguém é inocente. Excepto moi-même, por definição :)
EliminarO que digo é que o dito "liberalismo" tem propósitos que os políticos por vezes cumprem por razões ideológicas (por vezes, com algum espírito de missão, acredito), mas na verdade servindo a agenda de terceiros, mais poderosos. Não precisamos ir muito longe para o comprovar. :)
Outras conversas, outras conversas :)
Aqui no Rio, em Ipanema, inaugurou-se na época do governo Thatcher uma casa noturna chamada Dama de Ferro. Virou um efervescente point de lésbicas. Não, não sei se a primeira ministra chegou a ser frequentadora...
ResponderEliminarHá quanto tempo, hem, Malena! Nem sabia que você tinha também este outro blog.
Beijos
Tuca!!! Já assinei aquela petição, viu? ;)
EliminarO facebook tem destas coisas! :)
A Thatcher ia adorar essa história de dar nome a uma casa nocturna! Eheheh
E o blog não é meu. Sou apenas colaboradora. É do meu querido amigo Cirrus Minor, um homem de fortes convicções! :)
Beijos Lusitanos!
Os netos políticos de tatcher mandam em Portugal e na europa. Tatcher estará feliz no inferno a observar a sua vitória, para já. Mas na vida e história tudo muda!
ResponderEliminarQue a História mude tudo, então! Farta disto, meu caro Tripalio!
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