sexta-feira, 11 de setembro de 2009

CURA MILAGROSA!

Foto Google

Não morro de amores por médicos. Ou hospitais. Ou Centros de Saúde. Estes últimos então... são daqueles sítios onde vamos encontrar uma data de aposentados que, não tendo mais nada para fazer, marcam uma consulta no médico para poderem ver os programas do João Baião acompanhados. Ou então aqueles desgraçados com talas nos braços e dedos, com mangas caviadas, de quem temos logo pena mas que afinal já pediram baixa treze vezes nesse ano. Depois há os sistemas de som, para chamar doentes, daqueles que ranhosam uns sons não identificados que supostamente são o nome de alguém.

Prometi contar como me livrei de uma doença e cá estou a cumprir a promessa. Tinha eu dez anitos e tive uma grave infecção na garganta, que me levou à faca e me espalhou altos níveis de proteína C reactiva no sangue. Traduzia-se esta doença num par de sintomas, como a cor acinzentada da pele e dores nas articulações. Fui imediatamente medicado e lá tomava duas aspirina por dia e uma injecção de penicilina por semana. De início, tomava tudo, depois deixei de tomar as aspirina porque sim. Ia lá a casa um senhor dar-me as injecções, aos Sábados de manhã - ah pois, naquele tempo ainda não havia enfermeiras nos Postos de Saúde.

O homem chegava todo sorridente, com o estojo enrolado em papel pardo, e com uns óculos com lentes de uma grossura que me faziam desconfiar do facto de ele conseguir ver o meu cu quanto mais acertar-lhe! Pelo menos, quando aquele cano de canhão de 30mm perfurava os meus pobres glúteos, era o que me parecia. Por vezes, ficava um dia inteiro sem poder andar! E logo num Sábado! Depois, vieram as enfermeiras e passei a dirigir-me (a dia da semana) ao Posto de Saúde.

Entretanto, os médicos, que primeiro me disseram que teria de tomar aquilo até aos 14 anos, mudaram a data para os 16. Quando cheguei aos 16, teria de ser até aos 18. Quando cheguei aos 18, e já conhecia e tratava por tu todos os baixistas profissionais da minha terra, disseram-me que era até aos 21... Quando tinha vinte anos, estava literalmente farto do facto de todas as semanas me espetarem uma agulha de seis centímetros e dois milímetros de grossura pelo traseiro abaixo...

Um dia, fui tomar a injecção. Foi simples, baixei as calças 5 cm e esperei a picada que parecia que chegava ao fígado. Ainda bem que não chegava, nessa altura bebia uns canecos fortes no Zé da Banana. Ouvi um sonoro "Uiiii!" da enfermeira e cometi o erro de olhar para trás. A princípio, não me apercebi do que era aquele jacto intermitente e vermelho a golfar para cima da marquesa. Mas depois entendi que era eu a sangrar do cu sem ter prisão de ventre nem nada! Ainda tentei desmaiar, mas a segunda picada apanhou-me a meio do processo, pelo que me fiquei pelo "F***-se! P*** que pariu! C***** lá a minha sorte! Estas calças estavam limpas, porra!". A enfermeira mandou-me ir ao consultório da médica, levantar a receita e lá fui eu, com o aspecto de quem foi apanhado de costas num atentado do Hamas! Quando entrei no consultório, a doutora olhou para mim e disse-me: "Sim, já não é a primeira vez que lhe acontece, mas esta sujou-o mesmo!", ao que eu pensei "Se te pusesses a mandar bocas para o c****** é que fazias mesmo bem!".
A doutora então disse-me que o tratamento se alongaria até aos 30 anos, com sorte. Pus-me de pé, disse-lhe "Passe bem, não ponho cá mais os butes!" e vim-me embora. Por sorte, as dores nas articulações não voltaram e, passados anos, quando fiz exames e análises ao sangue, a proteína C reactiva tinha valores normais! Se tivesse continuado o tratamento, dá-me a impressão que ainda lá andava!

Só pode ter sido cura milagrosa! Ou isso ou o facto de nunca mais ter pensado no caso e preocupar-me apenas com a minha vida...

14 comentários:

  1. Ai, que esta doeu-me, já não me chegavam os músculos e tinhas que me vir lembrar das injecções de penicilina.

    Tomei algumas, também por causa de umas infecções de garganta... só que era uma por dia durante uma semana!

    Nessa altura é que eu dizia com razão "Estou que nem posso... andar"! ;)

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  2. Eh Eh Eh comigo estavam safos os doutores...antes que eu andasse todo infeccionado :-)

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  3. Pronúncia, dói que se farta, não é verdade? Que raio de vantagem temos nós, na nossa qualidade de vida, se não podemos andar devido à doença, mas depois não conseguimos andar devido à cura??

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  4. Francisco, foi a conclusão que tirei. Mas só quando atingi a maioridade, que isto por cá, nas casas dos pais, não há "não quero". Ia e mais nada.

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  5. Ao volante do Chevrolet pela estrada de Sintra,
    Ao luar e ao sonho, na estrada deserta,
    Sozinho guio, guio quase devagar, e um pouco
    Me parece, ou me forço um pouco para que me pareça,
    Que sigo por outra estrada, por outro sonho, por outro mundo,
    Que sigo sem haver Lisboa deixada ou Sintra a que ir ter,
    Que sigo, e que mais haverá em seguir senão não parar mas seguir?
    Vou passar a noite a Sintra por não poder passá-la em Lisboa,
    Mas, quando chegar a Sintra, terei pena de não ter ficado em Lisboa.
    Sempre esta inquietação sem propósito, sem nexo, sem conseqüência,
    Sempre, sempre, sempre,
    Esta angústia excessiva do espírito por coisa nenhuma,
    Na estrada de Sintra, ou na estrada do sonho, ou na estrada da vida


    Álvaro de Campos

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  6. LOL, acho muito bem que tenhas tomado uma posição, ainda que pudesse ter dado para o tortp, mas enfim, correu bem e é o que importa! Eu sou do género de andar sempre a dizer que as drogas (prescritas) são para ser usadas e abusadas e afins contudo sou um traste que só vai ao médico quando cai de cama e curo-me sempre a caldos de galinha e lamúrias!

    Gostei do teu blog,

    Abraço,

    Renato

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  7. Rose, as palavras estão-te a sair com fluência...

    :)

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  8. Meu caro Renato, Sê Bem Vindo ao meu blog.

    Podia ter dado para o torto, é bem verdade, mas o facto é que sempre pratiquei desporto apesar da doença e sempre me senti muitíssimo bem, apesar de algumas dores nas articulações. Deixei de encarar aquilo como uma doença grave e mais como um ligeiro desconforto... e passou!

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  9. Cirrus

    Eu tinha uma cábula feita com as indicações dos símbolos que tiveste a paciência de me ensinares.Perdi-a,aliás passo a vida a perder...Fixei apenas o D = a sorriso aberto, o que substitui,e bem,a horrorosa expressão do loool.

    Mão vou pedir as explicações anteriores,seria um abuso.Quem me manda perder as coisas? Mas, :),eu gostava,se te desses ao trabalho.

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  10. Ora bem:

    :) - Sorriso

    :D - Riso

    ;) - Piscar o olho

    :S - Perturbado

    :( - Insatisfeito

    8) - Olhar fixo e interessado


    E podes fazer diversas combinações.

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  11. Cirrus,muito obrigada.

    Vou anotar tudo num caderninho e não em folha solta como é hábito meu.

    Acreditas que uma boa parte da tese de mestrado,era escrita em cafés nos guardanapos?

    Agora imagina o que eu passei para dar corpo àquilo. Já lá vão uns bons anos,mas não aprendo,não há maneira.

    Como é o ditado?Burro velho não tem....

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  12. Ora, ora, muitas ideias surgem quando não há papel! De escrita, bem entendido!

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  13. Sei perfeitamente o que essas injecções fazem. Parece que nem mexemos as pernas depois da picada no cú. Mas curiosamente, por ter tomado tantas, fiquei imune. Isto é, da ultima vez que necessitei das ditas estas já não fizeram efeito. Disse o médico que foram doses em excesso..

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  14. Síndroma, ora aí está, eu também penso que aquilo não me fazia rigorosamente nada.

    Bem vinda ao Cirrus Minor!

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