Às vezes, convém não esquecer de onde viemos, onde nascemos, por onde passamos. E por onde Paramos. Não é erro ortográfico, é o nome da minha terra. Paramos. Não é o céu na terra, não é a mais avançada das localidades mundiais. Mas é de onde, orgulhosamente, vim. Foi onde passei a minha infância, adolescência, e parte da vida de adulto.
Perante a onda de globalização que nos assola, é importante relembrar que não há "cidadãos do Mundo". Há sempre um sítio onde até o mais cosmopolita dos homens se sente melhor, normalmente a terra e país onde nasceu. E ainda bem que é assim, isso revela o que de mais puro se aloja na nossa alma, a nossa origem.
Esta foto é da Praia de Paramos, a praia onde passei centenas de dias da minha vida. Por trás deste local, encontra-se a Casa das Caldeiradas Banana, ou, como é mais conhecida, o Zé da Banana. Por tantas vezes passei por lá noutros tempos, a caminho da praia, marcada para a tarde, na companhia dos colegas. E passar não é bem o termo... Era mais sentar na esplanada e mandar vir uma receita de dois litros: era refrescante mas reconfortante. Já íamos bem alimentados para a areia, e o medo dos mergulhos nas águas (quase sempre) geladas do Atlântico dissipava-se rapidamente.
Provavelmente, já viram o Zé na TV muitas vezes, acerca de muitos assuntos que ali chamavam a imprensa. Lembro-me de várias ocasiões, como a despoluição da Lagoa (nunca efectuada), as inundações de Inverno ou o estranho caso do "submarino". A mais triste de todas, a do célebre acidente entre um avião ligeiro e um automóvel, resultando na morte dos dois ocupantes, um deles sendo o meu primo Geoffrey. Essa foi difícil, até porque fui das primeiras pessoas a chegar ao local, na companhia do meu irmão, mal sabíamos quem estava ali dentro... Foi nas miniférias de S.João e estávamos a assar sardinhas!
Bem, isto foi devaneio. Mas dá para perceber porque nos agarramos aos nossos lugares. Porque a nossa vida está ali, não mais dali sairá a nossa memória, não é possível apagar a nossa passagem por estes sítios. O meu país e a minha terra são os sítios que mais amo, o que é perfeitamente natural. Não posso amar outra terra como amo esta. Não há lucidez política que me faça colocar ao mesmo nível o meu país e qualquer outro no mundo. Porque patriotismo não é política, é sentimento. O amor a um país e a uma terra não se explica, apenas se sente. Porque sei onde dei um mergulho ousado, sei onde os restos dos meus antepassados estão enterrados, porque sei que o Zé da Banana me acolhia com um sorriso e me servia cerveja morna (as arcas eram pequenas para tantos pedidos), porque sei que a areia se infiltrava pelos meus dedos na praia, porque sei onde andei na escola, porque sei a festa que ainda me faz a professora quando por mim passa (Olá, D.Cândida!) e imagino o desgosto que ela teria ao saber o que digo da Igreja (também era minha catequista...). Porque sei onde é a casa dos meus pais, outrora também minha, porque sei das brincadeiras com os vizinhos, porque sei dos cromos comprados na taberna do Sr.Fernando, nos intervalos da escola (os recreios!), onde comprei o meu primeiro pião. E é porque sei de tudo isto, que digo a todos e afirmo com convicção: Paramos é a melhor aldeia de Portugal e Portugal é o melhor país do Mundo!
E cada um dirá o mesmo da sua terra. Dizer o contrário é mau sinal - é sinal que as raízes não se criaram. Mas ter raízes é tão importante para mim como ter ideais ou posses. Sem elas, não saberia nunca quem sou!
Perante a onda de globalização que nos assola, é importante relembrar que não há "cidadãos do Mundo". Há sempre um sítio onde até o mais cosmopolita dos homens se sente melhor, normalmente a terra e país onde nasceu. E ainda bem que é assim, isso revela o que de mais puro se aloja na nossa alma, a nossa origem.
Esta foto é da Praia de Paramos, a praia onde passei centenas de dias da minha vida. Por trás deste local, encontra-se a Casa das Caldeiradas Banana, ou, como é mais conhecida, o Zé da Banana. Por tantas vezes passei por lá noutros tempos, a caminho da praia, marcada para a tarde, na companhia dos colegas. E passar não é bem o termo... Era mais sentar na esplanada e mandar vir uma receita de dois litros: era refrescante mas reconfortante. Já íamos bem alimentados para a areia, e o medo dos mergulhos nas águas (quase sempre) geladas do Atlântico dissipava-se rapidamente.
Provavelmente, já viram o Zé na TV muitas vezes, acerca de muitos assuntos que ali chamavam a imprensa. Lembro-me de várias ocasiões, como a despoluição da Lagoa (nunca efectuada), as inundações de Inverno ou o estranho caso do "submarino". A mais triste de todas, a do célebre acidente entre um avião ligeiro e um automóvel, resultando na morte dos dois ocupantes, um deles sendo o meu primo Geoffrey. Essa foi difícil, até porque fui das primeiras pessoas a chegar ao local, na companhia do meu irmão, mal sabíamos quem estava ali dentro... Foi nas miniférias de S.João e estávamos a assar sardinhas!
Bem, isto foi devaneio. Mas dá para perceber porque nos agarramos aos nossos lugares. Porque a nossa vida está ali, não mais dali sairá a nossa memória, não é possível apagar a nossa passagem por estes sítios. O meu país e a minha terra são os sítios que mais amo, o que é perfeitamente natural. Não posso amar outra terra como amo esta. Não há lucidez política que me faça colocar ao mesmo nível o meu país e qualquer outro no mundo. Porque patriotismo não é política, é sentimento. O amor a um país e a uma terra não se explica, apenas se sente. Porque sei onde dei um mergulho ousado, sei onde os restos dos meus antepassados estão enterrados, porque sei que o Zé da Banana me acolhia com um sorriso e me servia cerveja morna (as arcas eram pequenas para tantos pedidos), porque sei que a areia se infiltrava pelos meus dedos na praia, porque sei onde andei na escola, porque sei a festa que ainda me faz a professora quando por mim passa (Olá, D.Cândida!) e imagino o desgosto que ela teria ao saber o que digo da Igreja (também era minha catequista...). Porque sei onde é a casa dos meus pais, outrora também minha, porque sei das brincadeiras com os vizinhos, porque sei dos cromos comprados na taberna do Sr.Fernando, nos intervalos da escola (os recreios!), onde comprei o meu primeiro pião. E é porque sei de tudo isto, que digo a todos e afirmo com convicção: Paramos é a melhor aldeia de Portugal e Portugal é o melhor país do Mundo!
E cada um dirá o mesmo da sua terra. Dizer o contrário é mau sinal - é sinal que as raízes não se criaram. Mas ter raízes é tão importante para mim como ter ideais ou posses. Sem elas, não saberia nunca quem sou!
desculpa lá mas o melhor sítio para se estar em Portugal é BRAGA mesmo. :D
ResponderEliminarjust kidin'
não trocava este rectângulozinho por nada, apesar de querer viajar e conhecer muitos países. mas não há nenhum que me fará sentir verdadeiramente em casa.
Eh eh eh afinal também és um chora-na-eira, oh Cirrus, com essa carapaça de durão(nada de Burroso)felizmente :-)
ResponderEliminarLINDO, Cirrus, como todas as nossas praias. Conheço...mas você não é de LEÇA DO BALIO?
ResponderEliminarE eu que já estava a planear uma visita...
ABRAÇO AMIGO DE LUSIBERO
Prefiro a memória das pessoas que a das terras.
ResponderEliminarAnne, cada um com o seu, e assim é que é bonito.
ResponderEliminarQuerermos conhecer outras paragens é extremamente saudável, pois só assim se dá o devido valor ao que deixamos para trás. Estive deslocado em trabalho, por anos, em diversas paragens, algumas delas maravilhosas. Mas o regresso era sempre a melhor parte...
Francisco, chora na eira?? Será defeito da Costa de Prata?
ResponderEliminar;)
Maria, nunca disse que sou de Leça do Balio... Sou de Paramos! Acontece ter vindo morar para aqui... por necessidade. Mas olhe que é uma bela terra também!
ResponderEliminarMais um Homem, bem vindo!!
ResponderEliminarNão me parece que tenha entendido o post... Não é de paisagens nem de edifícios que falo, é de pessoas e de situações. Por certo poderá reconhecer isso se ler atentamente. Porque são as pessoas que fazem a nossa vivência.
Claro que há locais emblemáticos que dão um friozinho na espinha. Mas o que são as nossas origens senão as memórias lá da terra e suas gentes?
Espero vê-lo por cá mais vezes...
Hey! que é isso de me ir desafiar, estando eu sossegadinho no meu estaminé ? Então que se passa aqui? lol
ResponderEliminarFrancisco, de que falas??
ResponderEliminarQueres ver que deixaste um comentario no blog errado? :-)
ResponderEliminarCaro, não é nada contigo
ResponderEliminar:D
Eu comento impiedosamente toda a gente!!
Ui, eu estou com a Anne... a melhor terra do mundo é Braga!
ResponderEliminarAgora fora de brincadeira, gosto de viajar, ADORO conhecer outras paragens, mas acho que gosto ainda mais de voltar.
Mas Braga sempre me tratou bem, é onde está a família com quem mais laços tenho (a do meu pai), é onde conheci os meus melhores (e indispensáveis) amigos, uns são de cá outros não (mas moram perto (o Porto é já ali ao lado), mas é sempre cá que nos encontramos e é cá que moro.
A determinada altura da minha vida pensei morar noutras paragens, mas acabei mesmo por ficar cá... ainda bem.
Seria capaz de morar noutras paragens, mas talvez não fosse a mesma coisa... não sei!
Mas acredito que é possível gostar de outras terras como se fosse a nossa. Terras que nos acolhem e tratam bem (especialmente quando a nossa é madrasta) ou onde trabalhamos... enfim!
(Por exemplo eu tenho uma afinidade muito grande com a Madeira, imaginava-me a ir para lá de vez... se desse para levar a minha casa junto!)
Ao ler o que escreveste, o que me passou pela cabeça foi "isto poderia ter sido escrito pelo meu pai... se ele tivesse os mesmo dotes oratórios do Cirrus".
Ele tem uma paixão aqui pela terrinha como eu nunca vi. Sai de férias, mas está sempre ansioso por voltar, de vez em quanto até as encurta para chegar mais cedo... nós já gozamos com ele e dizemos que um destes dias sai de férias, chega à rotunda de Maximinos volta para casa e... voilá, acabaram as férias!
:)
Ok...vou estar de olho :-)
ResponderEliminarPronúncia
ResponderEliminarBraga acabou, agora mesmo, de subir uns pontos na minha consideração...
;)
Pronúncia
ResponderEliminarNão vamos a extremos, mas para quem, como eu, saltou durante anos de paragem em paragem (algumas daquelas que nos tiram o fôlego), sabe muito bem voltar a casa.
Que queres, até o Ozzy Osbourne cantou "I'm coming home"...
Francisco, vai com calma!!! Mas não esperes facilidades ou só comentários do tipo: "Que lindo, Francisco" ou "Era isso mesmo que toda a gente devia fazer", como vemos nalguns blogs "abertos" à discussão...
ResponderEliminarAinda não percebi a que te referes, cirrus. Mas tens razão. Aguinha com acuçar não, obrigado.
ResponderEliminarPois, já te disse, nem é nada contigo. É a razão pela qual escrevi este post.
ResponderEliminarOk amigo.
ResponderEliminarCirrus,
ResponderEliminaré, desde que caminho por aqui, o post mais intimista que fazes. Confesso que me foi agradável ver isso: pelo facto de falares da tua origem mas, acima de tudo, porque o fizeste numa escrita diferente. Caindo nos pecados da Concórdia e da Empatia, digo-te: gostei, Cirrus!
Minha cara, não vou dizer que todos os posts que farei a partir de agora serão intimistas. O blog tem como finalidade analisar e comentar a vida em todos os seus aspectos, e é, por isso, generalista. Um par de causas a que me entreguei de alma e coração são e serão recorrentes. mas tenho muitos textos intimistas na manga. A seu tempo, a seu tempo...
ResponderEliminarMas ainda bem que gostaste!
PS: Já estiveste em Éfeso?
Não esperaria que o fossem, pois isso descaracterizaria o teu blog. Nada disso. Mas registo este texto com agrado.
ResponderEliminarÉfeso tinha um dos maiores teatros do mundo...conheço apenas a sua História.
Susana
Mais uma vez, obrigado.
ResponderEliminarÉ que referiste duas das deusas que ornamentam a fachada da famosa Biblioteca de Éfeso (ou estou muito enganado, o que pode acontecer a qualquer momento)... Tem o maior teatro greco-romano do mundo, com 30000 lugares, da última fila consegues ouvir os que conversam duas pessoas no palco. É fabuloso! Aliás, todo o país é fabuloso!
Tanto quanto sei, a Biblioteca de Éfeso tem quatro estátuas na fachada: Sophia, Episteme, Ennoia e Arete (Sabedoria, Conhecimento, Inteligência e Valor).
ResponderEliminarLamento é não conhecer ao vivo.
Essas são as quatro estátuas do primeiro andar da Biblioteca, que ficam entre as portas e são réplicas, uma vez que as originais se encontram em Viena.
ResponderEliminarExistem mais quatro, no segundo andar, que estão colocadas entre as janelas. Não me lembro é dos seus nomes...
Preferia não saber os nomes e ter visto com os meus olhos.
ResponderEliminarNão sabia que os originais estavam em Viena...
Ao contrário do que as pessoas pensam, o melhor local para ver monumentos e demais elementos greco-romanos é mesmo a Turquia. Mas tem muitos outros pontos de interesse. Aconselho-te vivamente uma visita. Embora não seja o meu país estrangeiro de eleição, foi um dos que mais me impressionou...
ResponderEliminarApesar de ser adepta do FCP gostei que o Braga tivesse ganho... não gostei nada da "miopia" do árbitro no penalti que se "esqueceu" de assinalar.
ResponderEliminarPelo menos assim, fez-se justiça! :)
E agora, ainda achas que o SCB é uma filiar do FCP?!!! ;)
Por acaso acho! E penso que o Domingos até fez por oferecer o empate no último quarto de hora... Mas penso que alguém lhe deve ter dito para jogar o que sabe, uma vez que ia defrontar duas equipas em campo... É uma vergonha o que os árbitros fazem em jogos do Porto. É incrível que nem a 5 metros não se veja aquilo...
ResponderEliminarHá que mostrar serviço, e o Porto B mostrou! Pode ser que o Minguitos tenha tacho para o ano que vem...
olha lá vais ter de explicar o teu coment no meu último post. não percebi... :P
ResponderEliminarBrincadeira, Anne... Está explicado?
ResponderEliminar;)
ahhh :P lol
ResponderEliminarnão estava mesmo a perceber qual o problema da minha foto de cabeçalho?! não é muito indecente. :)
Pelo contrário, é lindíssima!!! Aí é que está o problema...
ResponderEliminar;)
É um post de sentimento, também tenho os meus centos de dias passados na praia e que recordações...
ResponderEliminarOnde eu já ia.
E podes continuar...
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