Deixando a brincadeira para trás, é altura de falar sério. E há coisas que são sérias, é verdade. E uma das coisas mais sérias e preocupantes é ninguém falar disto. Anda por aí a blogosfera muito preocupada com os blogs de gaja, que pelos vistos entraram em guerra civil. Não sei, não conheço o suficiente. Ou então anda tudo preocupado com o programa das danças ou das cantigas e mais algum que agora me escapa, como me escapam na TV. Ou é azar ou nunca apanhei um programa desses.
O que não deixa de ser um facto é que ninguém fala da Igreja. Andam todos calados como ratos. Para ser franco, evitei escrever sobre este assunto, conhecida que é a minha propensão para desprezar as religiões, o que curiosamente não corresponde à verdade. Ser do contra nem sempre significa desprezo e esta é uma dessas ocasiões. Mas não deixa de ser um facto que já viram por aqui perfiladas críticas às mais diversas religiões, desde a católica ao Islão e outras mais. Não gosto, pronto. Penso que ainda não falei do budismo, mas também pouco há dizer sobre gajos vestidos de laranja, sentados em posições cómicas, que ninguém sabe o que querem, e nem eles próprios sabem o que querem. Acabei de descrever um congresso do PSD...
Sendo assim, há quem defenda que todos estes casos que têm vindo a lume sobre padres católicos pedófilos é uma acérrimo ataque à Igreja. E sabemos que isso é verdade. A questão não é saber se há ou não um ataque à Igreja, mas antes saber se esse ataque tem fundamento ou não. Não nos precipitemos, até porque nem todos os padres católicos são pedófilos. Alguns são apenas depravados sexuais ou homossexuais sem coragem. E eu escrevi isto?? Bem, é a minha costela que não gosta de religiões, por mais parvas que estas consigam ser. Mas o facto é que existe um ataque à Igreja e penso que isso é inegável.
Tarcisio Bertone veio a terreiro defender que o celibato nada tem que ver com a pedofilia, pois não existem estudos a comprovar isso. Existem estudos a comprovar, diz ele, que a pedofilia está relacionada com a homossexualidade. Bem, isso é tão válido como dizer que há estudos que comprovam a relação entre a inclinação da torre de Pisa e o sexo dos gambuzinos à nascença. Agora há estudos para tudo e mais alguma coisa, cujos resultados dependem apenas de quem encomenda e qual o resultado que quem encomendou o estudo pretende.
Tarcisio Bertone é Secretário de Estado do Vaticano, uma espécie de Primeiro Ministro do Estado Pontifício. Tem responsabilidades morais e políticas e não devia ser tão leviano. Até porque já foi desmentido pelo Vaticano, e por certo por alguém abaixo dele na escala de evolução dos rept... ora porra! Na Hierarquia do Vaticano. O que fica mal. “Deixem lá o que disse o chefe, ele às vezes pensa com a ponta das unhas...”. Não, fica mal. Mesmo!
Mas os problemas de Bertone não acabam por aí. Primeiro, as reacções de defensores dos homossexuais! Tipos com vozinhas aveludadas e de lencinho ao pescoço a afirmar que foram palavras simplesmente horríveis, um autêntico retrocesso civilizacional e outras coisas do género. Claro que se fosse um pedreiro na rua, mandava o Bertone para o real car#$%& e acabava a conversa, mas Bertone não falou dos pedreiros, falou dos homossexuais... Logo, levou com críticas mais aveludadas. E com isto não estou a dizer que os homossexuais são menos homens que eu, embora sejam, claro. No sentido sexual da palavra... E não me fo#$% o juízo, que isto não é dizer nada que não seja óbvio.
Mas Bertone tinha uma intenção clara com estas afirmações e penso que todos sabemos qual era. A de desviar as atenções, deflectir o tal ataque para um grupo que, julga ele, ainda é mais odiado que a Igreja Católica. E esta pretensão não deixa de ser correcta. Pode ter-lhe saído o tiro pela culatra, mas entendemos bem que um dos grupos com mais acérrimas lutas com a Igreja é mesmo o Lobby Gay. Até aí , entendido, pois a Igreja ataca veeementemente a homossexualidade e condena automaticamente ao Inferno quem for homossexual. O meu caso pessoal com as religiões (todas condenam a homossexualidade) nada tem a ver com a homossexualidade, até porque não sou gay. Podia ser, mas não sou. Porque não quero. E isto não é descriminar. Não quero e acabou. Aceitar como igual um homossexual é diferente de ser igual a um homossexual. E venham de lá essas línguas afiadas a acusarem-me de homofobia. No meu caso, até é verdade, não “gosto” de pessoas do mesmo sexo que eu, por isso sou homofóbico. Isto fez sentido? Não, OK. Ainda bem.
Mas o grande problema de Bertone é ainda um terceiro. Pois é. Não há duas sem três. Sujeitar-se a ser desmentido por alguém inferior na escala de evolução do Vaticano (não deve ser muito longa a escala, avaliando pelo exemplar máximo...) e levar com as críticas de meia dúzia de homossexuais pseudointelectuais não é nada comparado com o facto de Bertone se confrontar com estes cenários:
-Cenário pré-declarações: a Igreja tem pedófilos no seu interior. Ou se protegem a todo o custo (o que sinceramente foi o que foi feito, e todos sabemos disso, durante séculos), ou começam a queimar-se, aqui e ali, uns padres com umas fotos nos computadores para tapar as vistas ao granel. Como já não há Autos de Fé, este queimar não é literal.
-Cenário pós-declarações: a Igreja, de acordo com as afirmações do seu líder político, passou a ter no seu interior (não digo no seu seio porque aquilo lá dentro é só gajos de saias, não seios de gajas, nuas ou não), não só pedófilos, mas também homossexuais.
Isto para Bertone deve estar a ser difícil de engolir. Sente que lhe estão a ir ao pacote e pouco pode fazer. Ou melhor, pode sempre gozar a oportunidade...
E agora, importam-se de me dizer porque tão pouca gente fala sobre isto??
Cirrus, bater na igreja católica e nos disparates ditos por indivíduos ao seu serviço é como anedotas de alentejanos... eu ouço, mas já nem ligo... muito menos vou contar a mais gente... Ou seja, estar a criticar este discurso ridículo desse senhor era fácil demais... o discurso ridiculariza-se a si mesmo. Apenas por esta razão ;)
ResponderEliminarCirrus,
ResponderEliminarporque havia eu de escrever sobre a igreja se te tenho a ti para o fazeres? :)
Para te responder realmente à pergunta... Sabes bem em que mundo vivemos. E se quisesses até fazias um post acerca do porquê ninguém andar a falr disto.
E a igreja tem cada vez menos crédito e também sabes porquê...
Os valores estão a perder-se todos - começando pela própria igreja - e também ninguém quer saber.
Quando comecei a ler pensei que fosses falar da tolerância de ponto, se queres que te diga.
(O que é que tem os blogs de gajas? :D)
Cirrus, eu já falei e não tenho problemas em falar do assunto. Acho que as pessoas estão fartas de saber o que se passa e não ficaram surpreendidas. Neste momento, e sorte da igreja nacional, o país está mais preocupado com 2 coisas: o PEC e o SLB. O PEC já está e o SLB já falta pouco... talvez depois, lá para o verão, se não cair outra falésia, as pessoas se voltem um pouco mais para essa questão da igreja pedófila apostólica romana.
ResponderEliminarE então da palhaçada da tolerância de ponto na visita do papa?
hey hey, finalmente...
ResponderEliminarescusavas é de gozar comigo pela minha preferência em falar de coisas realmente importantes como programas de tv (ironia, claro). :)
Além disso não falei porque precisamente já tinha visto textos muito bem escritos em outros blogs Achei que não acrescentaria nada de novo e pelo caminho ainda vomitava de tanto asco...
e claro, estava à tua espera!!!!!
Existem alguns blogs que falaram no assunto.
ResponderEliminarO papa-nazi devia era meter a viola no saco e ir pregar para outra freguesia, ele e os amiguinhos.
É uma vergonha o que se tem passado, e o pior, é que só muito amiúde vêm a lume questões desta natureza, porque tudo tem sido muito bem varrido para debaixo do tapete.
Acho que deve ser tudo denunciado e a igreja deve fazer uma purga, a vergonha há muito que se perdeu.
Pedir desculpas pelo que têm feito não chega.
Mas o que realmente me deixou azeda hoje, foi a noticia da tolerância de ponto aquando da visita do papa-nazi.
ResponderEliminarAo que nós chegamos, somos mesmo um país de brincadeira.
Faltou dizer que adorei a analogia entre os budistas e os congressistas do PSD.
ResponderEliminarEu falo sobre isto, só não escrevo sobre isto. Os meus dias já têm sido tão sérios que quando passo pelo meu blog de gaja é mais para encher o meu cérebro de futilidade, porque coisas sérias já não cabem mais. E sou preguiçosa, logo, apesar de não escrever, também não tenho falado assim TANTO:)
ResponderEliminarMas ainda no outro dia estive numa palestra com o tema "Sexo, Medicina e Religião", onde acho que tudo o que era importante foi dito ao longo de 3 ou 4 horas. Com homens da Ciência, da Medicina, da Psicologia, e da Igreja. Foi muito estimulante, e já não sinto falta de ler sobre isso nos blogs. [Menos neste, que leio sempre o que cá estiver com muito agrado!]
Beijinho*
Sara, podemos correr o risco de que pensem que podem dizer tudo e mais alguma coisa que o pessoal engole...
ResponderEliminarNoya, provavelmente os valores não se estão a perder, estão a alterar-se. Para pior ou para melhor, consoante a opinião de cada um. Independentemente disso, há que denunciar aquilo que nos parece simplesmente mal.
ResponderEliminarCat, quanto à tolerância de ponto, tenho a dizer que muitos "funcionários públicos" (alguém me explique o que isto é) não pensam diferente de ti. O Governo é que acha que pode dispensar. A falar verdade, nesses dias ninguém fará ponta de um corno de qualquer maneira...
ResponderEliminarAnne, logo vi que contavas com o ovo no cú da galinha... Gozar contigo não foi intencional, e penso mesmo que não cheguei a fazê-lo.
ResponderEliminarSandra, a Igreja não pode fazer uma purga por uma simples razão: ficavam sem pessoal.
ResponderEliminarQuanto à tolerância de ponto, não sei qual a admiração, sinceramente. Para um Estado LAICO que comemora coisas como Corpo de Deus, Assunção de Nossa Senhora e similares, não sei do que estavam à espera...
ADEK, espero bem que não te esqueça de vir cá espreitar. Olha que eu nunca esqueço de dar a voltinha diária...
ResponderEliminarO assunto está claramente a ser abafado por muitos sectores da nossa sociedade. Vejo por aí muitos opinadores profissionais que simplesmente ignoraram o assunto, apenas porque têm determinadas orientações políticas e morais.
Quando nos convenceremos de que, seja qual for o grau de sacralidade de uma entidade superior, essa sacralidade é zero numa organização criminosa como a Igreja? E se fosse apenas a católica, estaríamos nós muito bem...
"Ou então anda tudo preocupado com o programa das danças ou das cantigas e mais algum que agora me escapa, como me escapam na TV"
ResponderEliminar:p
pronto, não é gozar é simplesmente apontar que há quem não tnh mais que fazer (como eu) a não ser falar de coisas absurdas como estes programas tão... tão... qualquer coisa, que há por aí aos pontapés hoje em dia. eu é que me inclui nas tuas palavras... :P
São só mais umas declarações miseráveis a juntarem ao rol de várias que alguns profissionais da Igreja têm proferido.
ResponderEliminarUns a tentarem justificar o injustificável, outros a tentarem acusar outros dos seus próprios crimes...
Vários blogues falaram sobre este assunto... mas muitos mais falaram da tolerância de ponto!
Cirrus, eu não falo porque sabes que tenho aquele problema dos vómitos.
ResponderEliminarAinda no dia que as declarações deste "senhor", inclinei-me para a frente a rir, acabei por vomitar em cima dum par de botas que tinha de estimação, ficaram todas manchadas, enfim, isto sim, um drama...E pronto, noa me apetece estragar mais calçado a falar desta escumalha de gente e do nojo que me mete a Igreja Católica.
lol
;)
Anne, penso que não és um típico exemplo de pessoa que não tem mais nada que fazer... Pelo contrário! E eu até gostava de opinar sobre esses assuntos... Não tenho pachorra é para ver os programas.
ResponderEliminarPronúncia, penso que aí está um dos males da nossa sociedade de agora e de sempre. Já na Bíblia se afirma, salvo erro no Levítico, que reparamos no argueiro no olho do outro e não vemos a trave no nosso. Eu penso que muita gente não se sente à vontade para ouvir seja o que for acerca da Igreja, mesmo que isso seja evidente. É mais fácil criticar-se os "funcionários públicos", a causa de todos os males do país. Só que eu ainda não vi explicado, pelos doutos opinadores que têm essa opinião, o que é um "funcionário público".
ResponderEliminarLM, não vou tão longe, até ao ponto de ter nojo da Igreja. Penso que estaríamos melhor sem ela, mas eventualmente, se procurares bem, podes encontrar aqui e ali boas pessoas na Igreja.
ResponderEliminarPoderias ter escolhido vomitar nos Prada do Papa. Diz quem sabe que foram oferta...
Pode ser que eu te consiga explicar... mas só lá para segunda feira que o assunto é sério e no fim de semana é para post's "para descontrair"
ResponderEliminarBom fim de semana
Pronúncia, duvido muito. Aliás, penso que ninguém sabe explicar, porque ninguém pensa que um médico, um professor ou um enfermeiro são funcionários públicos...
ResponderEliminarPorra, Cirrus! Tenho o texto alinhavado, e ia falar precisamente nesses (e mais alguns) funcionários públicos... mania de te antecipares, pá!
ResponderEliminar(que se lixe... vou manter o que tinha alinhavado e tanto trabalhinho me está a dar!)
pois eu vejo e digo-te é o melhor para te rires e ficares a conhecer o verdadeiro Portugal, da cultura da treta que propagam estes canais... :)
ResponderEliminarPronúncia, faça o favor, tenho de ver isso!!!
ResponderEliminarAnne, esse até pode ser o Portugal real, mas nunca há-de ser o Verdadeiro Portugal.
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