Um exercício interessante foi colocado a diversos entrevistados de rua pelo programa “Nós por cá”, apresentado pela airosa Conceição Lino. Constrangeu-me a falta de imaginação, ou de convicção, ou pior ainda, de convicções, dos entrevistados. Pus-me a pensar o que faria eu, numa situação de poder absoluto e obrigado a governar. Obrigado, sim, porque sou democrata e pensava logo em delegar o poder. Além disso, também sou malandro e governar deve dar um trabalhão do catano!
Se eu mandasse na política em Portugal
Se eu mandasse na política, despedia o Primeiro-Ministro sem direito a reforma nem a subsídio de reintegração social. Obviamente, despedia o Presidente da República e recambiava-o para a Madeira. Por falar em Madeira, dava-lhe independência. E aos Açores. E às Berlengas. Despedia todo o Governo e arranjava outro no café lá da terra, com mulheres à mistura para não ser “jobs for the boys”. Acabava com os partidos políticos. Porquê? Para imprestáveis já tinha os do meu governo. Acabava com a Assembleia da República e fundava a ágora lusa no mesmo local, para discussão realmente pública, com a presença da Polícia de Choque. Mandava todos os deputados com mais de sessenta anos para a reforma, recebendo a pensão mínima nacional. Fechava coisas imprestáveis, como Governos Civis, Institutos do Car#$%& Mais Velho e similares. Proibia qualquer político de falar qualquer língua estrangeira, fosse onde fosse – a maioria do meu governo não fala “estrangeiro” de qualquer maneira.
Se eu mandasse na economia em Portugal
Taxava o IRC aos Bancos a 25,00%, só para me armar em Robin dos Bosques. Baixava o ISP em 50% só para irritar os espanhóis. Cobrava portagens em estradas, pontes, auto-estradas, teleféricos e caminhos de cabras, mas só pagavam os não utilizadores. Acabava com a Bolsa de Valores em Portugal. Criava emprego desde pequenino, pois isso de criar empregos feitos já não dá. Instituía o Salário Máximo Nacional em cinco vezes o Salário Mínimo Nacional, aumentando assim este para os 1000 euros. Quem quisesse comer pão, tinha de ter forno em casa. Quem quisesse comer, tinha de ter, pelo menos, quatro dentes. Quem quisesse bifes, tinha de criar vacas. Quem quisesse fêveras, tinha de esperar a morte do Pinto da Costa. Quem quisesse frangos, tinha de comprar um Espírito Santo. Quem quisesse leite, tinha de ter onde mamar. Quem quisesse água, tinha de armazenar chuva. Quem quisesse esgotos, só poderia cagar 5 kg por semana. Acabava com o projecto do TGV e iniciava o do VVEBR – Vaivém Espacial Bué Rápido. Isso do TGV já não é moderno o suficiente. Nem caro. Cancelava a construção do Aeroporto de Lisboa e fazia um em Leiria, outro em Santarém e outro em Setúbal, todos maiores, à Frankfurt. Instituía a semana laboral de oito dias de trabalho mais três noites de horas extra, com meses de 40 dias, para todos os ex-políticos despedidos e entretanto empregados numa fábrica de preservativos recauchutados, como centrais de teste de qualidade.
Se eu mandasse na Justiça em Portugal
Tarefa facilitada – começava de novo. Mas com gente nova!
Se eu mandasse na religião em Portugal
Taxava os salários dos padres nos mesmos valores que os dos outros cidadãos. Alterava o horário das missas para depois da meia-noite. Numa noite seria uma missa e na seguinte uma sessão de sexo ao vivo. Proibia os minaretes que ainda não existem e os outros. Incentivava os minet… Não, isto era se eu mandasse na Comunicação Social. Acabava com as hóstias e dava bolachas de água e sal. Deixava de haver água benta e toda a gente poderia provar do vinho do padre. Acabava com a confissão e punha escutas nos bancos da igreja. Acabava com a Bíblia e sua leitura e promoveria apenas a leitura do Apocalipse como verdade absoluta do presente. Proibia as seitas que chamassem ao seu padre “pastor”. É desprestigiante para os carneiros. Proibia qualquer religião que proclamasse as palavras dízimo, peditório, ofertório, bolata, dinheiro e criança. Inventaria uma religião para não religiosos. Perdoaria ao Saramago, mas depois de morto. Acabava com os casamentos religiosos que não tivessem as mesmas palavras para noivos e noivas. Acabava com os baptizados por razões sanitárias. Acabava com o crisma pela mesma razão. Acabava com a profissão de Fé por não ser profissão de futuro.
Se eu mandasse na saúde em Portugal
Fechava as Urgências todas. Deixavam de haver casos urgentes. Depois punha toda a gente doente, que é a melhor maneira de satisfazer os portugueses e a sua hipocondria. Acabava com as TVs nos Hospitais. Pensam que aquilo é alguma cadeia ou quê? Acabava com a caligrafia dos médicos nas receitas, talvez amputando-lhes as pontas dos dedos até aos cotovelos, caso não se percebesse o que lá estivesse escrito. Acabava com as intervenções cirúrgicas e instituía a “operação” outra vez. Acabava com o colesterol, como o bom e o mau e o vilão. Contratava o Dr.House. Despedia o elenco do Anatomia de Grey (que é aquela merda???) e contratava o George Clooney depois da conversa com o S. Pedro Malkovich e da queda do piano, desde que fizesse 24 horas de banco à ER, ou então sentado num banco na sala de espera para entreter as velhas. E as novas, calculo. E faria muito mais coisas. Isto dava pano para mangas!!!
E não trarias de volta o jogo do berlinde ou as corridas de caricas?
ResponderEliminarE onde está esse incentivador de socialização conhecido como "corredor da morte" (eu sempre o conheci - vá-se lá saber porquê - como "batata-frita").
E as lombadas e reguadas nas salas de aulas?
E tanta coisa mais que agora não me ocorre que por certo daria um belo complemento ao comentário...?
Eu voto.
ResponderEliminaradorei... quando te candidatas? tens o meu voto.... :P
ResponderEliminar:) :)
Ò Noya, isso era se eu mandasse na Educação!!!
ResponderEliminarAinda estava para lá chegar, pá. Fiquei por aqui mas tenciono ainda fazer o resto das áreas, como a Educação (Ui...), a Cultura, o Ordenamento...
Tem lá calma. Mas se coisa que eu não instituía de novo houvesse era mesmo a régua.
Johnny, não faças isso que eu ainda ganho, porra!
ResponderEliminarLiliana, tens bom gosto em actores, mas levas as coisas muito a sério...
ResponderEliminar;)
Brincadeira à parte, há algumas medidas que instituía mesmo. Vê lá se descobres quais!
Anne, quando o Vieira deixar. Caso contrário não há espaço. E não votes em mim. Ainda ganho e depois não quero ver esse sorriso a amarelar...
ResponderEliminarBoa noite Eusebio!
ResponderEliminarDesta maneira vais fazer muitos amigos...
Eu tomaria apenas uma medida. Obrigava a todos os que tiveram algum cargo politico nos últimos 36 anos, a viver durante 12 meses com uma pensão de 342 euros. Sem terem direito a mais um tostão. Uma vez que lhe negaram a licença de pescador e nem um peixe para comer pode pescar, por estar reformado. Queria-os ver a viver apenas um ano com o cheque que o meu Pai recebe de reforma.
Francisco, previ isso no meu programa de governo. Ora vê lá!!!
ResponderEliminarE não fazia amigos porquê??
Porque palpita-me que aqueles a quem irias mudar os "hábitos", são mais do que os que sairiam beneficiados :-)
ResponderEliminarFrancisco, entre a brincadeira e as coisas sérias, vê lá se descobres aquilo que realmente faria. Algumas coisas estão lá!
ResponderEliminarOh que caraças, já não perguntaste isso a Liliana? Porque não esperas pela resposta dela?
ResponderEliminarQuebra cabeças a esta hora...estou fo%$#&* contigo :-)
Vá, então ai vai...
ResponderEliminarDespedias o PM e o PR. Reformavas os deputados maiores de 60. Aos restantes despedia-los e punha-los a lavar camisas de venus usadas e a soprar-lhes, a ver se estavam re-utilizáveis ou se tinham furos.
Fechavas os governos civis e todos os institutos do caralho mais velho e similares.
Proibias os políticos de utilizarem qualquer língua estrangeira.
Aumentavas o salário mínimo para 1000 aéreos.
Subias o IRC aos bancos e aos banqueiros de certeza absoluta. Aos bancários não sei...
Cancelavas as grandes obras publicas actualmente projectadas.
Na igreja nenhuma das mudanças que prometes me surpreenderia. Acredito ate que na própria da hora ainda te lembrarias de mais uma ou outra medida.
Acabarias decididamente com o Castrol.
O resto diz-me tu :-)
Está mais ou menos certo, com uns acrescentos: o salário máximo, a amputação aos médicos e acabava mesmo com a Anatomia de Grey.
ResponderEliminarNunca abortaria os investimentos públicos projectados!!! Queres ver-nos na miséria ou quê???
Quantos as obras publicas, sabes bem que sou a favor de que se façam, sob pena de ficarmos sem porcos e sem dinheiro e ainda mais atrasados.
ResponderEliminarSinceramente, não conhecia a tua posição em relação a isso.
Quantos a amputares os médicos, deixa que chegue o Catsone. Só porque o rapaz fez aquele post inocente ontem :-)
Só os médicos que escrevam rabiscos ilegíveis! Ele com certeza estará de acordo. Quanto ao post, já respondi...
ResponderEliminar;)
Eu deixava cair o piano do Malkovich na cabeça de muita gente!
ResponderEliminarDylan, não duvido. Só se desperdiçava aquele que caísse ao chão!
ResponderEliminarPronúncia, se estás por aí a cuscar:
ResponderEliminarSe eu deixasse cair um piano na cabeça do Clooney, importavas-te?
Dylan, claro que sim... olhar para ele faz bem aos olhinhos!
ResponderEliminarAlém disso dava melhor uso ao piano ;)
E olha que não era para fazer música... não sei tocar piano!
ResponderEliminarAHAHAHAHAHA
E um piano na cabeça do Mourinho, salpicando-lhe o sobretudo coçado com sangue?!
ResponderEliminarPronúncia, POUCA BERGONHA, CANUDO!!!
ResponderEliminarDylan, é que nem penses... lá se ia um dos melhores exemplares da raça masculina portuguesa! :D
ResponderEliminarCirrus, pouca bergonha porquê?!
ResponderEliminarBorgonha? Belo vinho!
ResponderEliminarPronúncia, para que era o piano se não era para tocar, Pronúncia???
ResponderEliminarPouca Bergonha, pá!!!
Dylan, não faço ideia. Não é o meu ponto forte, admito. Sou mais pelos destilados.
ResponderEliminarCirrus, para que achas?! Para lhe dar o uso proposto pelo Dylan, claro! (mas nunca no Clooney e nem no Mourinho) :D
ResponderEliminarCirrus,
ResponderEliminarJá pareces o Pôncio: gosta de destilar...veneno!
Pronúncia, com aquela gargalhada???? Humm... Isso foi pouca bergonha...
ResponderEliminarDylan, quase tive pena dele quando teve o aneurisma. Depois ouvi-o falar outra vez e quase lhe desejei outro...
ResponderEliminarCirrus, qual delas?! "Gargalho" muitas vezes... :D
ResponderEliminarPronúncia, qualquer uma delas...
ResponderEliminarou seja, sempre que dou uma gargalhada isso é uma pouca "bergonha"... é isso?!
ResponderEliminarPronúncia, eu não disse isso... Foste tu que disseste...
ResponderEliminar:D