O tema merecia mais que um título fabricado pela grelha de fazer títulos do MEC. Uma ode a "Como não deve ser um título de uma notícia que se quer séria".
E eu que pensei que cuidados paliativos eram para a hora do sofrimento... Afinal são para a hora da morte. Já a minha avó, que morreu depois de 16 meses de cancro no estômago, disse à minha irmã, um belo dia, que "custa tanto morrer". E a minha irmã, que parecia a sexagenária na cena toda, respondeu que "ò vó, custa é sofrer..."
Para morrer serao seguramente todos iguais, mas para se ficar doente, nao sendo dos piores, Portugal e seguramente um dos muitos que nao dao dignidade alguma a quem mais a necessita. Claro que falo do cidadao comum, porque aos orientados, apadrinhados e aos bem relacionados, as portas abrem-se por todo o lado. E sim, acredito piamente que morrem muitas pessoas em Portugal por falta de assistencia medica digna e atempada.
Cirrus, e a tua irmã estava cheia de razão, apesar de sabermos que os cuidados paliativos são isso mesmo o último conforto do sofrimento físico e psicológico de quem já não tem mais nada a esperar a não ser a morte.
Com todos os seus defeitos, que são muitos, o Serviço Nacional de Saúde continua a ser um dos melhores sistemas de saúde do Mundo. Não sou eu que o digo, são os números e estatísticas. Com falhas, evidentemente, porque não há coisas perfeitas. Temos, de forma geral, excelentes profissionais, muito bons equipamentos e um sistema que abrange a totalidade da população, ao contrário de alguns países ditos evoluídos.
Por isto que acabei de dizer, e não sendo Portugal um dos países mais justos ou ricos do Mundo, uma das poucas coisas de que se pode vangloriar é de ter um sistema de saúde eficaz e digno. Não acredito, como dizes, que não empreste dignidade a quem mais necessita. Pelo contrário, será, seguramente, um dos melhores nesse e noutros campos, como mostram as estatísticas, que o colocam, em diversos aspectos, entre os três-quatro melhores do Mundo.
Pronúncia, é um facto que não posso negar. No entanto, um título destes pode levar-nos para outros campos que não aquele de que trata a notícia. Uma das falhas do SNS é por certo o serviço de cuidados paliativos. Mas vão-se fazendo progressos. Por outro lado, esta notícia pode fazer passar a ideia de que temos um mau sistema de saúde, quando na verdade está seguramente entre os três melhores da Europa e entre os melhores do Mundo. Basta pensar que temos, por exemplo, a mais baixa taxa de mortalidade infantil e a mais alta taxa de transplantes do mundo. Além de uma cobertura de 100% da população, coisa que quase mais ninguém consegue.
Abraço-te, a novidade é aquela que dei nos anteriores comentários. Fale-se do que efectivamente está mal, e não daquilo que (ainda) é o melhor que temos...
Eusebio, em relacao a resposta que deste a "Noya" ( se me permites) deixa-me dizer-te uma coisa sobre o sistema de saude nos Estados Unidos, que talvez nao saibas. Nao e 100 % eficaz, nem pouco mais ou menos e muito menos gratuito ( a menos que proves impossibilidade absoluta de pagamento ou estejas reformado e qualifiques para os programas governamentais), mas uma coisa posso dizer aqui sem receios, ninguem espera meses e anos por uma operacao, ou por uma consulta de especialidade. Ha um visitante deste blog que esta ha 5 meses a espera de uma consulta de cardiologia, por um problema grave que lhe foi diagnosticado. Esta semana tivemos de lhe chamar o Inem e mete-lo nas urgencias, para que um especialista o visse, ou entao esperaria mais 6 meses, senao mais. Isso nos Estados unidos nao aconteceria. Que lhe cobrariam, tenho a certeza, mas a consulta aconteceria num prazo de dias. No entanto tambem sei que se quizesse mexer os cordelinhos e meter-te com as pessoas certas, arranjava-lhe uma consulta em 2 ou 3 dias.
Eusebio, volto ainda ao tema para te perguntar se esses dados que apontas nao serao baseados nos indicadores oficiais, como o sao outros resultados, em relacao a outros assuntos, como as agencias de rating, etc.... E se serao crediveis, tanto ou mais que os outros...
Francisco, se pagares, em Portugal, tens a consulta no próprio dia. Eu estou a falar de um sistema de saúde, não estou a falar de pagar pela saúde. Porque se a pagares aqui, também és servido de imediato.
Os dados que referi ao Noya são verídicos, e não ouso sequer brincar com isso e ache francamente de mau gosto teres essa ideia. Somos de facto o país europeu e salvo erro, o segundo do mundo com menos mortalidade infantil e somos o líder mundial em transplantes. Lá porque estamos em crise, não queiras agora escamotear aquilo que de bom tem este país, e que ainda é muito. As pessoas esquecem-se muitas vezes de onde vêm e o que já viveram.
Saúde paga? Em Portugal? É no mesmo dia, meu amigo. Nos EUA, sem pagar, é nunca. A diferença é essa. Se os EUA têm muitas vantagens sobre Portugal, e têm, a saúde não é com certeza uma delas.
Cirrus, por nos levar para outros campos é que fiz a referência à grelha de títulos do MEC, onde ele satiriza os títulos sensacionalistas em detrimento do conteúdo da notícia. Conheces a crónica a que me refiro? Tem uma vintena de anos, mas nunca esteve tão actual.
O nosso sistema de saúde tem problemas grandes, que penso não se prenderem com a qualidade, mas muito mais com a gestão de recursos (humanos e materiais). Um dos problemas é, sem dúvida as listas de espera, sobre essas podia contar-te algumas coisas sobre o porquê de existirem da forma que existem. Outro problema, agora em voga, é a questão das vagas para o curso de medicina e muito pior que isso, as vagas para as especialidades.
Mas tem coisas excelentes, a qualidade dos médicos não fica a dever em nada aos melhores do mundo, e a prestação de cuidados a algumas doenças graves é do melhor que existe, e aqui também te podia contar umas coisas e na primeira pessoa... se não fosse o SNS de temos eu já tinha perdido a minha mãe. Se não perdi, agradeço-o única e exclusivamente ao SNS Português, e só por isso (que é imenso) tenho muito que agradecer.
Conheci já lá vão anos um pouco o sistema por dentro. Penso que a palavra sistema é o melhor para definir as fronteiras que existem dentro da classe médica ( classe ou corporação ? ).
Parece-me que continua a existir um grande diferença entre quem pensa que é o paciente que está ao serviço do médico e, paralelamente, quem pensa que é o médico que está ao serviço do paciente.
Como explicar que a consulta junto dum generalista seja mais cara em Portugal que em França ?
Tem totalmente razão, ao afirmar que Portugal tem uma das taxas de mortalidade infantil mais baixas do mundo.
Foi um progresso enorme em relação ao fascismo.
Mas qual a situação dos idosos ? E qual a situação dos precários.
Comecei ontem a responder-te, mas nao consegui voltar aqui ate agora. Vamos por partes, a ver se nos entendemos. Essa tua conviccao de que nos Estados Unidos nao ha saude gratuita e falsa. Ha saude gratuita para quem nao tem condicoes de a pagar, e sem as listas de espera ridiculas que se assistem no nosso pais. Depois ha os empregados que possuem seguros de saude por conta da empresa e os que nao o tendo, optam por o adquirirem por sua conta. Mas ninguem fica sem assistencia. Repito, ninguem fica sem assistencia ou espera meses e anos por ela, independentemente de poder ou nao pagar as contas medicas ou hospitalares. Foi a isso que me referi no comentario anterior. Nao estou a brincar com assuntos serios ou a escamotear o que temos de bom e quando aponto o dedo ao que temops de mau, e sempre porque gostaria de ver as coisas melhores e nao com intuito malidicente. Por muito que gostes do nosso pais, nao gostas mais do que eu. Nao me esqueco de todo de onde vim e faco questao de o apregoar aos 4 ventos. Se temos um sistema bom, tinhamos obrigacao de o ter melhor, nao fossem os compadrios e os xulos que o controlam. Se um doente espera 1 ano por uma consulta, enquanto que outro a consegue em 3 dias, no mesmo servico, por conhecer pessoas, a culpa nao e do sistema. Foi a isto que me referi e sei que o percebeste. Tu saberas porque respondeste desta forma, mas isso nao invalida o cerne do meu comentario. Bom fim de semana.
O nosso sistema de saúde é bem elaborado. O que não implica que seja perfeito. Mesmo assim, há que ter a noção que é uma das últimas coisas que funciona em Portugal. Até quando?
Como dia o Porto Maravilha aí em baixo, não podemos confundir pessoas e a gestão que esta fazem no dia-a-dia com o sistema em si.
Nuno, o sistema é gerido por pessoas. Os efeitos globais do sistema são frequentemente confundidos com os efeitos pessoais. Obviamente, muito há a melhorar, isso não faz com que os progressos feitos nos últimos 20 anos sejam ignorados.
Francisco, o nosso sistema nacional de saúde é um sistema nacional, não é um sistema residual que funcione apenas para os mais pobres ou apenas para os mais ricos. Tem muitos defeitos, é verdade. Mas não deixa de ser um dos melhores do Mundo, reconhecido pela OMS. E não podemos compará-lo com o sistema americano, porque simplesmente o sistema americano não é universal. Não preciso lembrar-te as diferenças entre os regimes de saúde pública português (e europeu, no geral), e o americano. Tão só porque o nosso é universalista, ou seja, todos têm os mesmos direitos, sendo ou não ricos ou podendo ou não pagar. Não será por acaso que a lei que o Presidente americano quis passar encontrou tanta resistência, pois são duas concepções diferentes de ver o mundo. Sendo o que é, o SNS tem defeitos, mas não os imputes a meia dúzia de pessoas que fazem dele o seu modo de enriquecer. E há listas de espera, é bem verdade. Mas não esqueças que encontras nessas listas de espera qualquer pessoa, e não só o pobre que não pode pagar. Sendo sistemas diferentes, o que quis ressalvar é que o nosso não é nada mau, e é uma das poucas coisas que este país tem que é boa. E é nessa perspectiva, no progresso que se fez nos últimos 20 anos, que entra o esquecimento de muita gente, não necessariamente tu (essa tua mania de ver maldade em tudo o que se diga...), pois há vinte anos, tínhamos a pior taxa de mortalidade infantil da Europa. Agora estamos ao nível da Suécia, que é o melhor do mundo. Ora, os cuidados com as crianças são um bom indicador. Não quer dizer que tudo esteja bem, mas se não conseguimos olhar pelos nossos filhos, que mais podemos fazer?? Um dos grandes problemas são as listas de espera, bem verdade, mas isso é também uma consequência do carácter universalista do sistema, que está, não esqueças, inscrito na Constituição. Porque todos sabem que têm direito a saúde grátis, ninguém se escusa, nem tem de o fazer, a tratar-se.
Meu caro, eu nao acredito em perseguicoes, nem tenho a mania de ver maldade em tudo. Se me conhecesses minimamente, saberias que sou ate bastante naive em muitos aspectos. Respondi-te a isto (...)"Os dados que referi ao Noya são verídicos, e não ouso sequer brincar com isso e ache francamente de mau gosto teres essa ideia. Somos de facto o país europeu e salvo erro, o segundo do mundo com menos mortalidade infantil e somos o líder mundial em transplantes. Lá porque estamos em crise, não queiras agora escamotear aquilo que de bom tem este país, e que ainda é muito." (...)apenas. Achei que era a mim que estavas a responder.
O tema merecia mais que um título fabricado pela grelha de fazer títulos do MEC.
ResponderEliminarUma ode a "Como não deve ser um título de uma notícia que se quer séria".
E eu que pensei que cuidados paliativos eram para a hora do sofrimento... Afinal são para a hora da morte.
ResponderEliminarJá a minha avó, que morreu depois de 16 meses de cancro no estômago, disse à minha irmã, um belo dia, que "custa tanto morrer". E a minha irmã, que parecia a sexagenária na cena toda, respondeu que "ò vó, custa é sofrer..."
Dois conceitos muito confundidos injustamente...
Boa noite Eusebio!
ResponderEliminarPara morrer serao seguramente todos iguais, mas para se ficar doente, nao sendo dos piores, Portugal e seguramente um dos muitos que nao dao dignidade alguma a quem mais a necessita. Claro que falo do cidadao comum, porque aos orientados, apadrinhados e aos bem relacionados, as portas abrem-se por todo o lado. E sim, acredito piamente que morrem muitas pessoas em Portugal por falta de assistencia medica digna e atempada.
Cirrus, e a tua irmã estava cheia de razão, apesar de sabermos que os cuidados paliativos são isso mesmo o último conforto do sofrimento físico e psicológico de quem já não tem mais nada a esperar a não ser a morte.
ResponderEliminarQual é a novidade?!?!?!?
ResponderEliminarAbraço-te
Francisco, bom dia.
ResponderEliminarCom todos os seus defeitos, que são muitos, o Serviço Nacional de Saúde continua a ser um dos melhores sistemas de saúde do Mundo. Não sou eu que o digo, são os números e estatísticas. Com falhas, evidentemente, porque não há coisas perfeitas. Temos, de forma geral, excelentes profissionais, muito bons equipamentos e um sistema que abrange a totalidade da população, ao contrário de alguns países ditos evoluídos.
Por isto que acabei de dizer, e não sendo Portugal um dos países mais justos ou ricos do Mundo, uma das poucas coisas de que se pode vangloriar é de ter um sistema de saúde eficaz e digno. Não acredito, como dizes, que não empreste dignidade a quem mais necessita. Pelo contrário, será, seguramente, um dos melhores nesse e noutros campos, como mostram as estatísticas, que o colocam, em diversos aspectos, entre os três-quatro melhores do Mundo.
Pronúncia, é um facto que não posso negar. No entanto, um título destes pode levar-nos para outros campos que não aquele de que trata a notícia. Uma das falhas do SNS é por certo o serviço de cuidados paliativos. Mas vão-se fazendo progressos.
ResponderEliminarPor outro lado, esta notícia pode fazer passar a ideia de que temos um mau sistema de saúde, quando na verdade está seguramente entre os três melhores da Europa e entre os melhores do Mundo. Basta pensar que temos, por exemplo, a mais baixa taxa de mortalidade infantil e a mais alta taxa de transplantes do mundo. Além de uma cobertura de 100% da população, coisa que quase mais ninguém consegue.
Abraço-te, a novidade é aquela que dei nos anteriores comentários. Fale-se do que efectivamente está mal, e não daquilo que (ainda) é o melhor que temos...
ResponderEliminarEntão só posso imaginar nos "grandes" EUA...
ResponderEliminarNoya, eu não imagino... Mas com um sistema de saúde como o deles...
ResponderEliminarLOL pensei exactamente a mesma coisa quando vi a capa hoje de manhã!
ResponderEliminarSara, sem pensar demasiado na questão, a que nos leva o título? "porra, morrer nos outros países é melhor!"
ResponderEliminarEusebio, em relacao a resposta que deste a "Noya" ( se me permites) deixa-me dizer-te uma coisa sobre o sistema de saude nos Estados Unidos, que talvez nao saibas. Nao e 100 % eficaz, nem pouco mais ou menos e muito menos gratuito ( a menos que proves impossibilidade absoluta de pagamento ou estejas reformado e qualifiques para os programas governamentais), mas uma coisa posso dizer aqui sem receios, ninguem espera meses e anos por uma operacao, ou por uma consulta de especialidade. Ha um visitante deste blog que esta ha 5 meses a espera de uma consulta de cardiologia, por um problema grave que lhe foi diagnosticado. Esta semana tivemos de lhe chamar o Inem e mete-lo nas urgencias, para que um especialista o visse, ou entao esperaria mais 6 meses, senao mais. Isso nos Estados unidos nao aconteceria. Que lhe cobrariam, tenho a certeza, mas a consulta aconteceria num prazo de dias. No entanto tambem sei que se quizesse mexer os cordelinhos e meter-te com as pessoas certas, arranjava-lhe uma consulta em 2 ou 3 dias.
ResponderEliminarEusebio, volto ainda ao tema para te perguntar se esses dados que apontas nao serao baseados nos indicadores oficiais, como o sao outros resultados, em relacao a outros assuntos, como as agencias de rating, etc.... E se serao crediveis, tanto ou mais que os outros...
ResponderEliminarFrancisco, se pagares, em Portugal, tens a consulta no próprio dia. Eu estou a falar de um sistema de saúde, não estou a falar de pagar pela saúde. Porque se a pagares aqui, também és servido de imediato.
ResponderEliminarOs dados que referi ao Noya são verídicos, e não ouso sequer brincar com isso e ache francamente de mau gosto teres essa ideia. Somos de facto o país europeu e salvo erro, o segundo do mundo com menos mortalidade infantil e somos o líder mundial em transplantes. Lá porque estamos em crise, não queiras agora escamotear aquilo que de bom tem este país, e que ainda é muito. As pessoas esquecem-se muitas vezes de onde vêm e o que já viveram.
Saúde paga? Em Portugal? É no mesmo dia, meu amigo. Nos EUA, sem pagar, é nunca. A diferença é essa. Se os EUA têm muitas vantagens sobre Portugal, e têm, a saúde não é com certeza uma delas.
Cirrus, por nos levar para outros campos é que fiz a referência à grelha de títulos do MEC, onde ele satiriza os títulos sensacionalistas em detrimento do conteúdo da notícia. Conheces a crónica a que me refiro? Tem uma vintena de anos, mas nunca esteve tão actual.
ResponderEliminarO nosso sistema de saúde tem problemas grandes, que penso não se prenderem com a qualidade, mas muito mais com a gestão de recursos (humanos e materiais). Um dos problemas é, sem dúvida as listas de espera, sobre essas podia contar-te algumas coisas sobre o porquê de existirem da forma que existem.
Outro problema, agora em voga, é a questão das vagas para o curso de medicina e muito pior que isso, as vagas para as especialidades.
Mas tem coisas excelentes, a qualidade dos médicos não fica a dever em nada aos melhores do mundo, e a prestação de cuidados a algumas doenças graves é do melhor que existe, e aqui também te podia contar umas coisas e na primeira pessoa... se não fosse o SNS de temos eu já tinha perdido a minha mãe. Se não perdi, agradeço-o única e exclusivamente ao SNS Português, e só por isso (que é imenso) tenho muito que agradecer.
Post interessante :
ResponderEliminarConheci já lá vão anos um pouco o sistema por dentro. Penso que a palavra sistema é o melhor para definir as fronteiras que existem dentro da classe médica ( classe ou corporação ? ).
Parece-me que continua a existir um grande diferença entre quem pensa que é o paciente que está ao serviço do médico e, paralelamente, quem pensa que é o médico que está ao serviço do paciente.
Como explicar que a consulta junto dum generalista seja mais cara em Portugal que em França ?
Tem totalmente razão, ao afirmar que Portugal tem uma das taxas de mortalidade infantil mais baixas do mundo.
Foi um progresso enorme em relação ao fascismo.
Mas qual a situação dos idosos ? E qual a situação dos precários.
Nuno
Bom dia Eusebio.
ResponderEliminarComecei ontem a responder-te, mas nao consegui voltar aqui ate agora. Vamos por partes, a ver se nos entendemos. Essa tua conviccao de que nos Estados Unidos nao ha saude gratuita e falsa. Ha saude gratuita para quem nao tem condicoes de a pagar, e sem as listas de espera ridiculas que se assistem no nosso pais. Depois ha os empregados que possuem seguros de saude por conta da empresa e os que nao o tendo, optam por o adquirirem por sua conta. Mas ninguem fica sem assistencia. Repito, ninguem fica sem assistencia ou espera meses e anos por ela, independentemente de poder ou nao pagar as contas medicas ou hospitalares. Foi a isso que me referi no comentario anterior. Nao estou a brincar com assuntos serios ou a escamotear o que temos de bom e quando aponto o dedo ao que temops de mau, e sempre porque gostaria de ver as coisas melhores e nao com intuito malidicente. Por muito que gostes do nosso pais, nao gostas mais do que eu. Nao me esqueco de todo de onde vim e faco questao de o apregoar aos 4 ventos. Se temos um sistema bom, tinhamos obrigacao de o ter melhor, nao fossem os compadrios e os xulos que o controlam. Se um doente espera 1 ano por uma consulta, enquanto que outro a consegue em 3 dias, no mesmo servico, por conhecer pessoas, a culpa nao e do sistema. Foi a isto que me referi e sei que o percebeste. Tu saberas porque respondeste desta forma, mas isso nao invalida o cerne do meu comentario. Bom fim de semana.
Pronúncia,
ResponderEliminarO nosso sistema de saúde é bem elaborado. O que não implica que seja perfeito. Mesmo assim, há que ter a noção que é uma das últimas coisas que funciona em Portugal. Até quando?
Como dia o Porto Maravilha aí em baixo, não podemos confundir pessoas e a gestão que esta fazem no dia-a-dia com o sistema em si.
Nuno, o sistema é gerido por pessoas. Os efeitos globais do sistema são frequentemente confundidos com os efeitos pessoais. Obviamente, muito há a melhorar, isso não faz com que os progressos feitos nos últimos 20 anos sejam ignorados.
ResponderEliminarFrancisco, o nosso sistema nacional de saúde é um sistema nacional, não é um sistema residual que funcione apenas para os mais pobres ou apenas para os mais ricos. Tem muitos defeitos, é verdade. Mas não deixa de ser um dos melhores do Mundo, reconhecido pela OMS. E não podemos compará-lo com o sistema americano, porque simplesmente o sistema americano não é universal. Não preciso lembrar-te as diferenças entre os regimes de saúde pública português (e europeu, no geral), e o americano. Tão só porque o nosso é universalista, ou seja, todos têm os mesmos direitos, sendo ou não ricos ou podendo ou não pagar. Não será por acaso que a lei que o Presidente americano quis passar encontrou tanta resistência, pois são duas concepções diferentes de ver o mundo.
ResponderEliminarSendo o que é, o SNS tem defeitos, mas não os imputes a meia dúzia de pessoas que fazem dele o seu modo de enriquecer. E há listas de espera, é bem verdade. Mas não esqueças que encontras nessas listas de espera qualquer pessoa, e não só o pobre que não pode pagar. Sendo sistemas diferentes, o que quis ressalvar é que o nosso não é nada mau, e é uma das poucas coisas que este país tem que é boa. E é nessa perspectiva, no progresso que se fez nos últimos 20 anos, que entra o esquecimento de muita gente, não necessariamente tu (essa tua mania de ver maldade em tudo o que se diga...), pois há vinte anos, tínhamos a pior taxa de mortalidade infantil da Europa. Agora estamos ao nível da Suécia, que é o melhor do mundo. Ora, os cuidados com as crianças são um bom indicador. Não quer dizer que tudo esteja bem, mas se não conseguimos olhar pelos nossos filhos, que mais podemos fazer??
Um dos grandes problemas são as listas de espera, bem verdade, mas isso é também uma consequência do carácter universalista do sistema, que está, não esqueças, inscrito na Constituição. Porque todos sabem que têm direito a saúde grátis, ninguém se escusa, nem tem de o fazer, a tratar-se.
Meu caro, eu nao acredito em perseguicoes, nem tenho a mania de ver maldade em tudo. Se me conhecesses minimamente, saberias que sou ate bastante naive em muitos aspectos.
ResponderEliminarRespondi-te a isto (...)"Os dados que referi ao Noya são verídicos, e não ouso sequer brincar com isso e ache francamente de mau gosto teres essa ideia. Somos de facto o país europeu e salvo erro, o segundo do mundo com menos mortalidade infantil e somos o líder mundial em transplantes. Lá porque estamos em crise, não queiras agora escamotear aquilo que de bom tem este país, e que ainda é muito." (...)apenas.
Achei que era a mim que estavas a responder.
Francisco, não me vou pôr aqui com citações e mais não sei o quê. Se houve mal-entendido, já passou.
ResponderEliminarBom dia Eusebio!
ResponderEliminarComo queiras. Passa um bom Domingo