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Incontornáveis os acontecimentos de Nova Iorque. Naquela cidade ocorrem todos os dias centenas de mortes violentas, mercê da sua enorme dimensão e de uma lei das armas sui generis. Mas a nós tocou-nos o assassinato de Carlos Castro. A história é tão rebuscada como aparentemente usual no mundo onde se moviam as personagens. O acto de matar poucas vezes terá sido tão hediondo. Os requintes de malvadez a que o jovem Renato Seabra se deu o trabalho de mostrar não são apenas macabros, são de uma crueldade de um monstro.
Sabemos, porque somos humanos, que todos podemos matar. É uma fronteira longínqua, difícil de atingir, mas dadas determinadas circunstâncias, qualquer ser humano é um homicida em potência. Mas o que aconteceu em Nova Iorque, a confirmarem-se as notícias que nos chegam, não é apenas o facto de se tirar uma vida. É um acto sangrento e monstruoso que apenas pode ser perpetrado não por um louco mas por um ser humano de valor intrínsecamente baixo e desprezível.
Por muito que se possa dar a volta à história, e por muito que se diga que todos têm culpa, não encontro razões para a morte de ninguém. Não há justificação. Muitos poderão dizer que a vítima exercia uma pressão incontornável sobre o assassino. Outros poderão dizer que o mundo gay é assim mesmo. Outros poderão dizer que o jovem assassino apenas se procurou proteger, sendo um rapaz de tenra idade. A minha opinião em relação a estes pontos, e já todos ouvi, pode ser sintetizada em poucas palavras.
Primeiro, o assassino tem 21 anos e era, por esse motivo, maior de idade. Aceitou acompanhar notoriamente Carlos Castro, que se sabia há muito ser homossexual assumido, por todo o lado e até para Nova Iorque. Renato diz que não é gay. Até pode não ser. Até pode ser apenas prostituto, e isso é com certeza. Mas não apenas um prostituto que vende o seu corpo, antes um prostituto que se vendeu por completo, de alma e coração, com a única intenção de, dando-se o caso de não ser gay e não ter interesse romântico em Carlos Castro, ascender socialmente e ter vida facilitada, aproveitando a vasta rede de conhecimentos da vítima. É, afinal, aquilo a que assistimos em reality shows não há muito tempo, nos quais as pessoas se sujeitam às mais completas figuras de idiota que se possa imaginar para subir na vida sem trabalho. Não dá resultado. Nenhum o conseguiu por muito tempo e até alguns “anjos” desses foram parar à cadeia. É a prostituição nacional a funcionar em detrimento da vida humilde mas honrada de quem deseja trabalhar. Como trabalhava, mal ou bem, Carlos Castro.
Segundo ponto, o mundo gay. Esses fazem-me rir convulsivamente, os que dizem que estas coisas são características deste mundo em particular. Num país em que homens heterossexuais todos os dias violentam milhares de mulheres, e onde os assassinatos passionais entre heterossexuais se contam por largas dezenas ou mesmo centenas por ano, só pode ser para rir.
Terceiro ponto, muitos dizem que foi apenas um puto enganado por um velho tratante. Não conhecia pessoalmente Carlos Castro, não sei se se tratava de um tratante. Mas se o puto, que tem apenas 21 anos, como estes agora afirmam, foi para Nova Iorque com o velho, que há a dizer? Que família incita um jovem de 21 anos a embarcar numa aventura destas? Que valores poderá ter uma família destas? Em que ambiente poderá ter crescido este monstro ganancioso e sangrento? O facto de não haver ninguém que lhe puxasse as orelhas e o fizesse descer ao solo não é indicativo de baixo carácter familiar. Mas que pode ser uma das razões, pode. E não me venham lá com conversas de que com 21 anos já se faz o que se quer. Se faz o que se quer, safa-se das dificuldades da melhor forma que puder e sozinho. Se, afinal, era apenas um puto, é caso para dizer que no dia em que chegou a casa e disse à família: “vou para NY com o Carlos Castro partilhar um quarto de hotel e até já nos chamam namorados nas revistas!”, quer-me parecer que faltou uma qualquer chapada no focinho. Não faz mal. A cumprir pena no Estado de Nova Iorque, não lhe vão faltar chapadas. E se não era gay, agora vai ser mesmo. De empurrão.
Um caso hediondo e macabro, em que uma das palavras que me ocorreu para o descrever foi... simbiose.
ResponderEliminarPor um lado um idoso que aliciou um rapaz que tinha idade para ser seu neto para seu belo prazer.
Por um lado um rapaz capaz de vender a alma, o corpo e o carácter para subir na vida.
Pode ser jovem, é um facto, mas é maior de idade, é adulto e portanto responsável pelos seus actos.
Pode ter sido aliciado, não é um facto, uma coisa é certa confessou que matou uma pessoa e de uma forma brutal e macabra, deverá, e terá, que responder por isso.
Não haja ilusões, aquela relação de amor não tinha nada, era uma troca em que ambas as partes achavam que lucravam. Nenhum ganhou. A uma custou-lhe a vida à outra vai custar-lhe a vida... "dead souls" que a morte se encarregou de "unir".
Apesar de todos os dias ver a merda de geração que aí em, não pára de me espantar a falta de amoralidade latente.
ResponderEliminarEngraçada a teoria da chapada: costumo dizer ,que se me saisse um prémio da lotaria, abriria um colégio "da chapada": só para gente bem educada.;)
Bom dia Eusébio
ResponderEliminarLembrei-me agora de uma história que ainda não me tinha ocorrido.
Um dos meus amigos da juventude sofreu um dia uma queda de motorizada onde fracturou uma perna e foi internado numa clínica da especialidade que ficava ali perto de Aveiro. Bastante conhecida, por sinal. Não falemos em nomes porque não é relevante e de certeza que uma das pessoas envolvidas já não é viva.
Passaram alguns meses e na terra começou-se a estranhar o facto do "João" estar internado tanto tempo.
Mas sabes como são as terras pequenas, tudo se sabe.
O medico proprietário da clínica era (ou é) homossexual e engraçou com o "João", que a troco de uma vida que na terra nunca teria, se deixou ficar "internado".
Acabou por voltar a casa, casou, é pai, mas o tal senhor nunca mais deixou de o vir buscar para fazer a "terapia", esporadicamente. Repito que não sei se vive ainda, mas viveu muitos anos depois do tal internamento e a situação manteve-se.
Certo é que ao "João" nunca foi conhecido um emprego, tendo ficado a receber uma pensão à custa daquela fractura da perna e na terra passou a distinguir-se pelas roupas de marca e a carteira sempre composta.
Mas tudo tem um preço. O nosso amigo nunca mais foi o amigo que tínhamos. Fez-se um homem reservado, distante. Todos sabíamos o motivo. Quis evitar conversas e explicações...
Pronúncia, o que me choca é precisamente o facto de ambos acharem que lucravam. Compreendo a parte do Carlos Castro, provavelmente a braços com alguma luxúria e com a excitação da juventude. Não compreendo a outra parte. É de uma falta de dignidade a toda a prova. Começo a compreender como tanta gente aparece no estrelato da noite para o dia....
ResponderEliminarLM, umas chapadas no momento certo previnem as constipações de forma eficaz. E aqui faltaram.
ResponderEliminarFrancisco, não é história virgem, mas de facto há que pagar o preço. E quando se paga, é-se sempre vítima. Ou quer-se fazer crer que sim...
ResponderEliminarCirrus: desta história horrenda, depois do que ficou dito, no seu post, tudo o que se possa dizer é extremamente redundante.
ResponderEliminarNão há palavras para descrever ou mesmo para só falar, deste horror!
E concordo consigo, nas duas últimas frases...
BEIJO
Mª ELISA
Maria, costumo ser altamente crítico para com aqueles que dizem que a nova geração não tem valores e coisas do género. Mas depois de estar atento a dois ou três casos destes, e à programação da TV para esta faixa etária... Os jovens vendem-se por tuta e meia. Falta chapada.
ResponderEliminarFriend, esta história está muito mal contada. Não consigo ver sanidade num acto como o perpetrado (supostamente) pelo rapaz em causa. Custa-me entender como uma relação, que não importa o tipo, entre duas pessoas termine num homicídio, quanto mais numa mutilação. É maldade? É loucura? Não sei, sinceramente, se o ambiente familiar terá tido tanta influência assim neste desfecho. Fico a imaginar, como pai, o desespero dessa família, neste momento. Só espero que se faça justiça e que se possa elucidar o que, na verdade, terá acontecido.
ResponderEliminarPS: vénia para o teu "segundo ponto"
Cat, é evidente que eu não conheço nenhum dos interveniente no caso. Nem a família dos implicados.
ResponderEliminarNo entanto, se um filho meu de 21 anos me dissesse que ia para Nova Iorque com o Carlos Castro, afirmando-se heterossexual e com namorada, como dizia à família, levava dois chapadões e ia no caralho!
Mas a tentação da fama é tão grande neste país que os pais ficam contentes com qualquer figura de merda que os seus filhos façam, desde que ganhem dinheiro! Família sem influência? O tanas!
Não poderia estar mais de acordo contigo.
ResponderEliminarAceito que não sejamos todos iguais, que não tenhamos recebido todos a mesma educação, que os tempos de hoje sejam diferentes do meu, mas há coisas que me metem muita confusão e a postura desta família é uma delas, ao virem a publico voluntariamente atirar areia para os olhos das pessoas.
Claro que não gostaria de estar no lugar deles! Deve ser angustiante esta situação, mas ficava-lhes melhor estarem caladinhos.
Por mais modernos que os tempos sejam, ninguém dá nada a ninguém a troco de nada e se esse puto vivesse debaixo do mesmo tecto que eu, eu tinha que saber de onde vinham tantos presentes e o motivo de lhos oferecerem, viessem eles do Carlos Castro ou da Lili Caneças, ou de quem fosse. Se por mais não fosse, não quereria ver o meu filho armado em chulo.
Olha, eu tive uma criação muito liberal para a época. Aos 15 anos já trabalhava e tinha quase tanta liberdade como tenho hoje. A minha Mãe sempre confiou em mim e me deu espaço, mas nunca dormiu em serviço e ainda hoje não dorme. Tenho 42 anos e há 22 que não moro com eles, mas quando estou em Portugal o almoço de Domingo é lá em casa. No domingo passado, excepcionalmente isso não aconteceu. Liguei a meio da manhã a avisar. Ela acatou mas não descansou enquanto não lhe expliquei o motivo de faltar ao almoço. Isto é uma comparação que não tem nada a ver com o tema, a não ser a preocupação natural de uma Mãe para com os filhos. A Mãe do Renato não deve ter feito tudo o que devia...
Boa noite e desculpa o texto alargado
Muito bem escrito Cirrus!
ResponderEliminarPor coincidência, ainda há pouco tempo um moço também desportista da AAC matou a mãe aqui em Coimbra (http://www.asbeiras.pt/2010/09/filho-de-medica-confessa-homicidio/). Se é para andar a inventar razões para homicídios macabros, porque é que não dizem que é dos esteróides ou da água?!?
Que é que interessa a razão?!?
Foi um monstro e vai conhecer muitos mais por lá, de certeza.
E nisso entra bem a tua tirada do "de empurrão" - se a família se preocupa com ele, que lhe envie muito sabonete líquido, porque do género que cai ao chão será um risco extra!
fundamental:
ResponderEliminar- O fulano matou um homem, fosse ele quem fosse, tem de ser castigado por tal crime.
Francisco, estás perdoado. Concordo com a tua análise.
ResponderEliminarSDaVeiga, é evidente que o acto em si é hediondo. Nunca esquecer, no entanto, que actos destes não surgem da noite para o dia. Há razões sociais, e particularmente, familiares, há valores que induzem a estas situações. E o valor do Vale tudo para enriquecer é um desses valores.
ResponderEliminarDaniel, sim, é fundamental que assim seja. E em termos de justiça é o que acontecerá. No entanto, dá que pensar que tantos jovens hoje em dia tenham ilusões de vida fácil.
ResponderEliminarLamentável, pelos dois... Lamentável, por tudo o que se gerou à volta de um crime horrendo mas que , fosse um homem e uma mulher, nem daria mais do que uma notícia de rodapé no Telejornal da hora de almoço.
ResponderEliminarMalena, pois não. E é triste que agora o caso seja mais badalado por ter sido um caso "gay" que um homicídio. É o povo que temos.
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