domingo, 30 de janeiro de 2011

ONDE PÁRAM AS PARANGONAS?

Foto Google

Amanhã, 2ªfeira 31 de Janeiro de 2010, o preço dos combustíveis vai descer. Apesar do facto de a cotação do barril de petróleo ter fechado, na 6ªfeira, quase nos 100 dólares, as cotações para refinados ainda não reflectem esse aumento da matéria prima. Já a semana passada aconteceu o mesmo. A descida rondará os 1,3 cêntimos para o Diesel e 2 cêntimos para as gasolinas.
Não é a primeira vez que se assiste a uma subida do petróleo e descida de preços nas bombas. Não seria a primeira vez que aconteceria o contrário, se esse fosse o caso. Só que, quando é ao contrário, as companhias petrolíferas saltam imediatamente para as parangonas dos jornais, onde são apresentadas como o diabo em versão empresarial. Amanhã, ninguém vai reparar que os combustíveis desceram. Não vai haver parangonas. Não vai haver elogios. Não vai haver nada.
Na 3ªfeira, dia 1 de Fevereiro, a incorporação de Biodiesel no gasóleo vai deixar de gozar de isenção de Imposto Sobre Produtos Petrolíferos (ISP). Ao invés de serem as companhias a incorporarem esse custo na sua estrutura, o Governo antecipou-se e publicou uma Portaria que indica como esse custo deve ser reflectido. E indica como deve ser reflectido no PVP do gasóleo, o que se traduz em mais 2 cêntimos no preço final. Não quer isto dizer que as companhias petrolíferas não o fizessem da mesma forma. Quer apenas dizer que a grande preocupação do Governo é assegurar que este novo aumento de impostos pareça ser um aumento de preços de livre iniciativa das companhias.
Obviamente, na 3ªfeira, lá voltarão as parangonas da comunicação social alinhada pelo Governo com o aumento no gasóleo. E assim, quem vai escapando é o Governo. O Biodiesel era apresentado como a grande solução – combustível barato, produzido a partir de recursos renováveis. Uma panaceia. O problema é que Sócrates se enganou nos cálculos. O Biodiesel é bem mais caro que o gasóleo, é uma tragédia ambiental e um produto que faz subir os preços dos bens agrícolas essenciais. Logo, há que o taxar. Com quê? Com ISP, evidentemente. Mas como voltar atrás na incorporação de 7,5% de Biodiesel no gasóleo rodoviário? Não se pode voltar atrás, é uma Directiva Comunitária. Azar. O Povo que pague. O Governo desvia-se. As companhias já estão habituadas ao insulto fácil. Tudo vai bem na terra do Pinóquio Sócrates.

17 comentários:

  1. "Obviamente, na 3ªfeira, lá voltarão as parangonas da comunicação social alinhada pelo Governo com o aumento no gasóleo".
    Valha-me deus, Cirrus...

    ResponderEliminar
  2. Valha-me Deus? Vamos ver, cara, vamos ver. Se isso não fosse assim... Vamos ver o que acontece amanhã e o que acontece na 3ªfeira. Já viste algum jornal a anunciar esta Portaria? Pois, nem eu.

    ResponderEliminar
  3. a comunicação social não anda alinhada com o governo... era só isto que queria apontar... de resto, não percebo nada disso do biodiesel, nem estou com cabeça para tentar perceber agora.

    As pessoas devem festejar o facto de amanhã os preços descerem 1,3 cêntimos e 2 cêntimos? Quando já andaram meses a pagar preços ridiculamente caros e, aparentemente, inflacionados? Esperas títulos bombásticos por uma descida irrisória? Eu não. E não estou alinhada nem pelo governo nem pelas gasolineiras.

    ResponderEliminar
  4. Sara, a comunicação social está obviamente alinhada pelo Governo e só quem está desatento não vê isso.

    Ninguém deve festejar nada. O problema aqui é que toda a gente associa o preço do petróleo ao dos combustíveis, como tu fizeste não vai muito tempo. E essa relação não é directa e muito menos imediata. Para quem se queixou de que via os preços do petróleo a descer e os dos combustíveis a subir, e perante a explicação dada, apenas ridicularizou a situação, penso que estas duas semanas são uma boa resposta. Ou talvez não. Há palas que não são fáceis de tirar. Só quando nos tocam a nós é que as tiramos, não é verdade?

    ;)

    ResponderEliminar
  5. Cirrus, vais-me desculpar mas, sendo tu uma parte mais do que interessada no negócio, não me fales em palas. Com certeza há coisas que tu sabes e não dizes, porque é do teu interesse defender o teu peixe. Por mim tudo bem, é o teu trabalho. Não me fales é em palas, nem me fales em comunicação social alinhavada pelo governo contra as pobres gasolineiras, coitadinhas...

    Vá, não adianta continuarmos a discutir isto, já o fizemos pelo menos outras duas vezes e nenhum de nós vai mudar de ideias ;)

    ResponderEliminar
  6. E da maneira que as coisas estão no Médio oriente, não é preciso ter dotes adivinhatórios para saber que, com portaria ou sem portaria, o preço dos combustíveis vai aumentar e muito...

    ResponderEliminar
  7. Espera lá, Sara... Então eu, que sou parte interessada no negócio, não posso falar dele porque sou parcial.
    Já tu, do alto da tua integridade profissional, podes dizer que a comunicação social não é alinhada pelo Governo, e eu tenho de acreditar?? Não és parte interessada? Essa é boa, deixa lá... Muito boa. Não sei o que te faz melhor do que eu, sinceramente. Pões em causa a minha dignidade pessoal e profissional porque trabalho numa petrolífera, que é negócio de ladrões e facínoras. Já tu trabalhas num céu chamado comunicação social onde todos são anjos e tu um serafim impoluto. Sim senhor...

    Pimenta no cu dos outros é refresco, não é??

    ResponderEliminar
  8. Pronúncia, é possível. O que me leva a muitas perguntas pertinentes, que só terão a sua resposta depois de concluído todo o processo revolucionário.
    No entanto, para já, a tendência tem sido de descida. Vamos ver como corre esta semana.

    ResponderEliminar
  9. Sara, li o teu outro comentário, aquele que apagaste. Quanto ao preço do petróleo, continuas a dar-lhe e a burra a fugir... A relação entre uma coisa e outra é indirecta e não imediata. NÃO é o preço do petróleo que perfaz as flutuações do preço do combustível. É a cotação Platt's para refinados.
    Mas falas de uma coisa interessante, que é o facto de o preço do petróleo outrora estar 50 dólares acima do que está no momento e ser agora que o preço da gasolina está mais alto que nunca.
    Para jornalista, pouco te interessam os factos. Primeiro, porque a gasolina já esteve bem mais cara que agora. Nessa altura era mais cara. E há 15 dias, era mais cara quatro cêntimos. Por outro lado, quando o petróleo estava a 150 dólares, o euro estava a 1,6 dólares. Agora está a 1,29. Rigor é importante, Sara. Mesmo para uma jornalista não alinhada com o Governo.
    ;)

    ResponderEliminar
  10. Cirrus,

    Não fales assim com a minha vizinha Sara. Organizo já uma manifestação
    à porta da tua empresa à maneira egipcia contra os aumentos dos combustíveis!...

    ResponderEliminar
  11. Dylan, não serias o primeiro a enganar-te na porta. Vai para S.Bento e até eu me manifesto!

    Quanto à nossa vizinha Sara, apesar do evidente carinho e estima que tenho por ela, não admito que ninguém ponha em causa a minha dignidade. Não disse nenhuma mentira e tudo o que sei expus. Nem sei ser de outra maneira, e entristece-me solenemente que ela pense de outra maneira. E entristece-me ainda mais quando ela própria está a ser vítima do Governo, numa situação pessoal desagradável, mas neste caso ache que o Governo nada tem a a ver com isto, que sou eu e os meus colegas que somos ladrões. Tanto melhor para ela, tanto melhor para mim. O mundo onde ela se mexe é bem mais podre que o meu, infelizmente.

    ResponderEliminar
  12. Uma das notícias do dia em vários jornais online tem sido o pedido do PS de combustíveis low-cost... coincidência?!

    ResponderEliminar
  13. Pronúncia, deve ser uma ENORME coincidência. Eles não sabem a merda que fazem?? Mais um belo exemplo da "imparcialidade" da comunicação social. Essas notícias dão eles...

    Querem combustível low-cost em todo o país? Óptimo. Não se esqueçam dos subsídios de desemprego. Não se esqueçam de quantos empregos dão esses postos "low-cost".
    Se realmente querem combustível low-cost, porque não baixam o ISP? Ou terão de ser as companhias a vender aos hipermercados? É que somos nós que o vendemos. Nem o vemos, é certo, vão lá buscar, vendem e compram mais, a preço baixo. São milhões de litros e vendemos-lhes, é certo, muito mais barato. Não temos despesas de transporte nem de armazenagem, é uma limpeza. E ainda dá para ganhar 2 ou 3 euros por metro cúbico (0,002 euros por litro). Mas não dão emprego a ninguém - uma pessoa a receber e chega, ainda mais mal paga que os caixas lá dentro.

    ResponderEliminar
  14. 20 minutos a responder-te e o teu blog dá-me um erro. Não tenho paciência para outros 20 minutos a escrever. Assim ficamos.

    ResponderEliminar
  15. Sara, ficamos sim senhor. Cada um com os seus preconceitos contra a profissão do outro e sem paciência para ouvir explicações porque acreditamos mais no preconceito do que um no outro. Eu percebi a mensagem, não deixemos que o profissional estrague o pessoal (blogosférico).

    ResponderEliminar
  16. Eu tive paciência, e escrevi um belo textinho, onde até te colocava algumas perguntas sinceras sobre notícias que sairam, mas é frustrante escrever um texto e ele ir para o mundo perdido da internet. E eu tenho andado um bocado frustrada.

    Mas quanto a mim, nada estragado. E que fique bem claro que nunca pus em causa a tua dignidade pessoal nem profissional.

    ResponderEliminar
  17. Sara, se nada está em causa, nada é abalado e é assim que devemos continuar.

    ResponderEliminar

LEVANTAR VOO AQUI, POR FAVOR