Por cada razão que me faz ter alguma reserva em relação ao facto (não escolhido, é certo, mas assumido com orgulho) de morar neste país, aparecem-me logo coisas destas. Sim, já sei, é a corrupção, é a justiça, é a saúde, é a educação e é um sem fim de problemas que este país atravessa. Mas, no geral, considero que este país é dos mais agradáveis do mundo. E não estou a exagerar por ser português.
A Grã-Bretanha tem por hábito chamar a si o epíteto de país mais civilizado do mundo. Não discuto, são opiniões. Há sítios piores no mundo, como o Afeganistão ou o Iraque. Ou a Coreia do Norte. Ou a China. Ou a Índia. Ou a Espanha. Ou a Grécia… Ou páro ou acabo na América… Ou em Portugal. O facto é que “civismo” pode ter diferentes significados consoante os sítios. Se em Portugal deixar o prato vazio após uma refeição é sinal de boa educação, nos países árabes é sinal para encher de novo o prato, uma vez que não ficamos, obviamente, saciados. Se em Inglaterra o ritual do chá é muito elaborado, mas consiste em deixar folhas de plantas mergulhadas em água quente, os tuaregues perdem meia hora de vida a preparar o (delicioso) “chai” de menta. E se aqui no ocidente a pessoa que entra primeiro numa sala é a mais importante do grupo, já num país do Médio Oriente é a última a entrar (por isso a célebre rábula do “after you” entre Arafat e Sharon – era o Sharon? - em Camp David).
Na Grã-Bretanha, à parte o facto estúpido de 90% dos ingleses considerar que a Rainha não acede a necessidades fisiológicas como um mortal (da célebre mijinha ao arreio do calhau após um condimentado caril indiano), parece que o civismo é total. A fleuma e boa educação “very british” são conhecidas em todo o mundo. A não ser nas escolas e nos supermercados!!! Aha! Apanhei o pessoal de surpresa! Pois a boa educação nos supermercados e escolas britânicos é uma coisa que apelidaríamos de primitiva em Portugal. E em alguma coisa teríamos de ser melhores do que eles, para além de selecções nacionais de futebol.
Elaine Carmody, moradora de Cardiff, considera que a nova regra que o supermercado onde se desloca todas as manhãs está a impor é “ridícula”. Considera ainda que “vão perder a clientela toda!”. A senhora diz que “tenho dois filhos, não tenho tempo de me aperaltar!”. Aperaltar é uma coisa, outra é ir de camisa de dormir ao supermercado, todos os dias, comprar o pequeno-almoço!!! Para já, alguém devia explicar a existência de frigoríficos aos britânicos, pois nem todos os dias será necessário comprar o pequeno-almoço… Além disso, alguém por favor explique à senhora que as roupas com que esteve a dormir e a fazer sabe-se lá mais o quê na cama com o marido não são o mais indicado para sair à rua. Terceiro, “a clientela toda”? Mau…
Em Belfast, o director da Escola Primária (!) de St. Matthews, proibiu que à porta do estabelecimento parassem automóveis conduzidos por mães, deixando os filhos nas aulas, vestindo “camisa de dormir, pijama e até lingerie, o que constitui uma falta de respeito pelo estabelecimento” e um “mau exemplo aos próprios filhos”. Deve ser português.
Fora de brincadeira, o que realmente estranho e é vagamente preocupante, é o exemplo que os britânicos dão aos seus próprios filhos e não o dilema moral ou até higiénico da questão, embora, sinceramente, me queira parecer que este último é altissimamente pertinente. Numa altura em que todos estamos preocupados com as nossas escolas, e em que todos acusam os pais de as usarem como armazéns de filhos (sempre gostava de saber se os professores também não são pais e se levam os filhos para o emprego), como se ninguém fosse obrigado a trabalhar em Portugal, pergunto-me que efeito teria o estabelecimento de subsídios à natalidade que permitissem às mães (ou pais – medo!) simplesmente tomarem conta dos filhos em casa… Fez-me pensar duas vezes… Isto de conduzir em lingerie até acho bem, mas primeiro levem os putos ao infantário, por favor!
lolol adorei este post!! Mas não esquecer que lá fora é que é. Nós cá somos os piores em tudo, claro. :-)
ResponderEliminarLi este post "atravessado" , porque começei imediatamente a espumar de raiva ao lembrar-me de mães,que, em periodo de ferias escolares, deixavam os filhos no local onde sou professora, ás dez da manha e vinham no carro de pijama vestido, o que significa que mesmo quando estavam de férias se recusavam a passar uma manha que fosse com as crianças.
ResponderEliminarJá é o segundo comentário seguido a queixar-me da minha vida de professora. lol
Perdão!
Sara, o verdadeiro português detesta todos os países, mas ainda mais o seu.
ResponderEliminarLM, há de tudo para todos os gostos em todo o lado. E se é certo que muitos pais, mesmo de férias, não querem estar com os filhos, não deixa de ser verdade que "pais" é uma palavra que abrange uma enorme parte da população, e quase todos têm uma profissão. Também há pais professores, penso eu. Foi nessa acepção que toquei nesse assunto, penso que muita gente anda a meter a sua profissão à frente da sua condição humana.
ResponderEliminarAlém do mais, pais há com duplos e triplos empregos, pois, neste país, ainda são obrigados a trabalhar para sustentar a família, coisa que parece que muita gente esquece. Depois, há, de facto, esses, de que falou, que não deviam ser pais. Mas lembre-se sempre que ser professora é uma profissão. Ser pai é uma condição humana.
Eu acho que o português não detesta o seu país. Ai de quem venha lá de fora dizer mal do nosso cantinho! Nós gostamos é de mandar postas de pescada, de nos queixar, de achar que tudo o que fazemos é mau, o pior, que lá fora é tudo um mar de rosas.
ResponderEliminarÓ Cirrus, então não se vê o civismo todo dos ingleses no Allgarve no verão. Chegam à praia ao meio dia de "mala e cuia", com os rebentos de 3 anos, branquinhos como a neve, prontos para absorver toda a radiação que o sol lhes possa dar!
ResponderEliminarE à noite? Emborcam litros daquela cerveja inglesa: quente e que mais parece mijo (desculpa lá o termo). Depois vão para a rua despeja-la sobre a forma urinada...
Civismo? Eles são os reis da soberba, isso sim!
Eu sempre achei que os ingleses tinham um péssimo gosto...
ResponderEliminarE agora, sem brincadeira, neste post está espelhada a lei do menor esforço:
- menor esforço para preparar o pequeno almoço;
- menor esforço para educar os filhos;
- menor esforço para se cuidarem!
Para lá caminhamos (ainda ontem quando vinha do trabalho estava um senhor a atravessar a rua em pijama, roupão e chinelos e entrou num carro... onde iria naqueles preparos?! Não me pareceu com a pressa de quem tem que sair de urgência)
Liliana, nem tanto à serra nem tanto ao mar. Rá nos livre de toda a educação que as crianças recebem serem a da escola. Penso que isso é outro mito urbano. Por muita ou pouca educação que recebam, as crianças continuam a recebê-la em casa, pois na escola eles são mais deseducados que educados. E penso que sempre foi assim, não vale a pena agora vir dizer que os professores são educadores. São professores, não educadores, e mal de nós se o fossem. Alguém vos quer fazer acreditar que têm de educar os filhos dos outros, e vocês engoliram essa até ao pescoço. Vocês estão lá para ensinar e não para educar. Isso não é vossa função, desculpa que te diga. O problema reside precisamente aí, é no facto de vocês próprios assumirem que são educadores. É que certos pais aproveitam mesmo a deixa.
ResponderEliminarCat, qualquer homem inebriado tem comportamento inadequado, e muitos são indecorosos. Isso funciona para todos, não só para ingleses. Mas que bebem mijo, é verdade. Uma vez, no bar inglês da UA, onde sempre bebi Bocks geladas, ganhei coragem e pedi uma Guiness chambrada. Agora és tu que me tens de perdoar, mas puta que pariu aquela merda!!! Não vale o peso em mijo!!
ResponderEliminarPronúncia, comem tudo cozido, até o javali (lembras-te, cozido com hortelã?), por isso é natural que não tenham gosto sequer. Por isso é que considero o Cozido à Portuguesa antinatura. Como é que alguma carne cozida pode ser à portuguesa??
ResponderEliminarAcredito que sim, que para lá caminhamos, e penso que, como disse à Liliana, enquanto os professores acreditarem que são educadores, ao invés de apenas professores, estão a dar abébias à preguiça dos outros. Não estamos na Antiga Grécia, em que os filósofos educavam os seus alunos. Educavam e sodomizavam, por falar nisso...
Sara, dizes tu! Cada vez é mais crescente o número de pessoas que efectivamente odeia Portugal. A esses sempre lhes digo: temos muita gente lá fora que gostaria de estar cá dentro, troquem com eles...
ResponderEliminarCirrus, a comida na Irlanda é que me sabia toda à mesma coisa... hortelã! (e eu até gosto de hortelã, mas confesso que enjoei. Tdudo, mas tudo levava a porra da hortelã).
ResponderEliminarCozidos à parte e vamos para a educação.
Também pertenço ao grupo que pensa que os professores devem ensinar, enquanto que os pais devem educar.
Falas dos professores que acham que devem ter as duas funções, mas não te esqueças dos pais que pensam o mesmo, isso parece-me bem mais grave. E depois acontece o que a Liliana referiu e bem, há professores que são pagos apenas para ensinar, mas acabam por sentir-se na obrigação de educar, já que os miúdos lhes chegam às mãos sem os fundamentos básicos da educação, para não falar de valores e referências.
Liliana, num futuro próximo?! Não estaremos já a sofrer as consequências desse facilitismo?! Parece-me que sim, e infelizmente creio que a tendência é para piorar...
Liliana, só posso concordar contigo, mas isso de facto, antes, não existia. E se existia, rapidamente uma chamada de atenção punha ordem nas coisas. A educação em casa tem vindo a deteriorar-se rapidamente, e não apenas pela falta de tempo, mas antes pela melhoria de condições de vida, que levou a um completo abandalhamento do sistema de valores familiar. Tudo o que as crianças querem, têm. Isso é inegável.
ResponderEliminarPor isso tenho tantas dúvidas em ter filhos. Contribuir para mais desgraça é uma coisa que me mete os nervos em franja. Está quase a passar a idade ideal... depois direi que já é tarde!!! Além de que ninguém se apercebe efectivamente do erro demográfico mundial, mas isso é outra história...
:D
Cirrus,
ResponderEliminarÉ tão verdade o que conta a Liliana!
Deixa-me adivinhar que terás poucos ou nenhuns amigos professores, senão saberias bem do que falamos.:(
Só que está dentro das escolas ou proximo delas sabe na verdade da gravidade, da falta de educação, de civismo,de respeito pelo proximo e de responsabilização pelos seus actos que impera.
Certo que ainda existem pais "normais" e miudos "normais", mas a amaior parte dos progenitores estão realmente convencidos que têm em casa a reencarnação do Pequeno Buda, e tudo é culpa dos outros:
.se os meninos se portam mal, a culpa é das companhias
.se tiram más notas a culpa é dos professores
. se partem um braço, a auxiliar nao estava a olhar e terá de ser responsabilizada
Enfim...poderia estar aqui a destilar revoltas e estórias, mas o teu blog, tão giro, não mereçe o meu azedume!:)
Beijinho Liliana!
Pronúncia, O Obélix é que se queixava que o "Risonho Javali" bretão, cozido com hortelã, não merecia aquela sorte... Uma das minhas muitas estadas fora foi uma migração de meio ano em Lisboa. Já estive por mais tempo em partes do mundo bem mais distantes e exóticas, mas pareciam, todas elas, mais familiares. Enjoei coentros. Até nos ovos dos bitoques metiam coentros...
ResponderEliminarA educação em Portugal é e será sempre aquilo que os pais quiserem. Não esquecer, no entanto, que há um florescente comércio à volta dos putos que convém alimentar: Pedopsicólogos, pedopsiquiatras, pedonutricionistas, pedoalergenistas, pedo tudo e mais alguma coisa, que criaram condições para que as crianças sejam educadas numa redoma de vidro, desejavelmente com o mínimo de contacto com adultos e mundo exterior. Para mim, esse é o problema. Além do carácter da brincadeira, que agora não pode incluir animais ou pó. A juntar a isto, o próprio sistema de ensino, em que as matérias são dadas em tom de brincadeira desde a primária, e isto porque muitos professores foram formados essencialmente com vertente pedagógica e esqueceram-se de os formar nas matérias propriamente ditas. E aí não vi muitos queixarem-se, diga-se de passagem...
Se criamos um sistema da treta, todos nós e não apenas os pais, ou os professores, ou os ministérios, porque todos têm culpas e não me venham para aqui todos carpir mágoas, que esperamos? Que podemos esperar??
LM, deixemos pois de alimentar as alimárias que ganham rios de dinheiro com os filhos dos outros! Porque não são os pais que inventam, todos os dias, novas doenças nas crianças. Quando eu passei pela infância, tinha boas notas na escola e mesmo assim andava a saltar muros todos os dias! Hoje, de cada vez que uma criança deseja brincar, é "hiperactiva" e vai para o psicólogo tomar derivativos do Prozac. Querem que eles cresçam bem?
ResponderEliminarAntigamente, e estou a falar dos anos 70-80, havia problemas de indisciplina, porque crianças são crianças. Não havia era putos cheios de drogas e ideias facilitistas de que o comprimido é mágico. E muito passa por aqui. Sabe o que lhe digo? Já não há fraldas de pano! Já não há fruta cozida, agora vem boiões que trazem sabe-se lá o quê! Já não há Nestum, agora é só papas com sabor a medicamento! Já não há árvores para subir, só playstations e telemóveis! Nós fazemos esta sociedade e depois queixamo-nos das nossas próprias criações. Todos temos culpa, não vale a pena queixarmo-nos apenas dos outros. Porque, em última análise, eu sou engenheiro, você é professora, aquele é médico e o outro é trolha. Mas todos somos pais (eu por acaso não, mas tenho sobrinhos). Falar contra os pais é falar contra os adultos. E bem. Porque todos somos culpados disto.
Epá, será que o Valentim Loureiro é inglês? :)
ResponderEliminarFora de brincadeiras, acho que isso de usarem o pijama na rua é mais: olhem como somos diferentes de toda a gente? Somos ingleses e somos diferentes. Nós temos tomates para andar de pijama na rua. Vocês não. Nós somos rebeldes. Nós não somos 'mainstream'. Nós somos INDEPENDENTES.
Coitados! O segredo passa por não lhes dar importância nenhuma ... passam-se dos carretos.
O povo inglês é como uma criança que está sempre à procura que olhem para as palhaçadas que faz.
Não poderemos generalizar quanto à educação paternal. De facto, ainda existem pais conscientes, de referências, de valores fortes e inabaláveis, pouco preocupados com a eventual falta de tempo que a sociedade impõe. Só com esse tipo de educação poderemos mudar consciências. Tento fazer o meu papel e pensar que ter filhos não é um erro demográfico mundial [já parece conversa de chinês]. Não censuro que não queira ter filhos e admito que o Mundo actual não é um lugar bom para isso acontecer.
ResponderEliminarBem, eu só posso falar por mim. tento ao máximo ensinar à Di os valores de que ela precisa para ser uma boa pessoa e contribuir positivamente para a sociedade. mas por vezes sinto que tenho de deseducá-la um pouco, de forma a que ela não seja espezinhada e maltratada na escola, como já aconteceu. sempre lhe ensinei que mesmo provocada não deve reagir com violência mas ultimamente apenas lhe digo, defende-te! senão vai sofrer muito nas mãos dos monstrinhos que mais parecem gremlins com tanta falta de educação que têm... e não são poucos. felizmente ela consegue manter-se afastada o suficiente desses miúdos para que não a afecte a nível escolar. mas é difícil ser pai hoje em dia, acabamos por nos sentir culpados quando educamos os nossos filhos para o bem e por causa disso são espancados e humilhados na escola.
ResponderEliminarmas concordo plenamente, a culpa de muitos miúdos serem arruaceiros e extremamente violentos vem precisamente da falta de carinho e apoio emocional por parte dos pais, muitos até são violentados por aqueles que deviam ser os protectores da sua integridade, o que me choca. Muitos desses miúdos problemáticos são-no porque não sabem agir de outra forma, porque aprenderam a reagir e a agir como os pais, que de pais nada têm quando tratam as crianças como objectos/mercadorias e fonte de rendimento e não como um ser humano que precisa de apoio, carinho e compreensão.
A esses era só à chapada.
quanto a sair em pijama para a rua, já para sair de fato de treino é um pau (a não ser para ir correr), quanto mais de pijama... tão evoluídos que eles são!!!!! :P
Boa tarde Eusébio!
ResponderEliminarComeçando pelos Ingleses...são de facto uma gente com características únicas, como todas as outras raças. Não te esqueças que "nós" ainda levamos garrafões de vinho e cestos de farnel para a praia, onde "fazemos" autenticas peixeiradas, como se "estivéssemos" sozinhos e quantas vezes ainda "enterramos" os ossos e as cascas de melão no areal...coisas assim do género.
Quanto à tua provável decisão de não colocares filhos no mundo, aceito, embora não concorde com os motivos. Não foi surpresa para mim essa tua afirmação, como sabes, por termos já falado neste assunto. Não concordo porquê? Porque quando tu e eu nascemos seguramente que os nossos pais já encontravam muitas faltas na humanidade e no entanto (porque pensaram de uma forma diferente da tua) nós estamos aqui hoje a ter esta conversa.
Ser pai e mãe (para os que o são a sério) é acima de tudo um acto de coragem. Concordo que hoje mais do que nunca. Como também posso aceitar a opção de o não ser, como igual acto de coragem, por ser preciso ser-se forte para abdicar do prazer de vermos um filho nascer e crescer, independentemente dos problemas e sacrifícios que daí advenham. Os filhos amargam muitos dias da nossa vida, mas adoçam os outros todos. E completam-nos, amigo. Completam-nos...
Sobre os professores e a sua relação com os alunos e com os pais, não tenho grande opinião formada sobre a actualidade. As minhas filhas já são mulheres. Posso dizer que nunca encarregamos os professores de as educarem. Mas olha que me lembro perfeitamente de a minha mãe dizer à minha professora no primeiro dia de aulas "se ele se portar mal, a senhora de-lhe com forca". Percebo agora que seria talvez um pouco isso que fez...induziu ao raio da velha a missão de ser um complemento educativo. Talvez por isso a palmatoria trabalhava todos os dias :-)
Desculpa o tamanho da coisa.
abraço e boa pascoa para ti e para os teus, se já não passar por aqui antes
Francisco,
ResponderEliminarComo sabes, a decisão (não definitiva, ainda vou a tempo e a minha esposa é mais nova que eu), de não ter filhos prende -se com diversos factores. Respeito quem tem filhos, não concordo com quem tem mais de dois, e penso que o ideal, demograficamente, seria ter apenas um, até reencontrarmos o equilíbrio populacional neste planeta sobrepovoado. Além disso, há coisas das quais não me sinto bem em abdicar neste momento, e que são mais importantes que a ideia de ter filhos. Repara, não os tenho e não tenho que ter a mesma visão do que aqueles que têm. Falar da nossa existência não é honesto intelectualmente, desculpa-me dizê-lo, porque considero que nós somos um acto consumado. Um filho meu não o é e terá de ser ponderado, coisa que pouca gente faz hoje em dia.
Nunca conheci alguém que tenha ficado com lesões permanentes advindos do uso da régua ou da palmatória. Alguém pensou diferente, vê-se o resultado esperto da coisa. anteontem um aluno pediu para haver democracia na escola! Democracia?! A escola não é uma democracia, meu caro. É um sítio onde uns mandam e os outros amocham. Caso contrário, ninguém ensina e ninguém aprende. Qualquer dia, vão pedir democracia para a tropa também...
Uma Boa Páscoa, pá! Bom cabreito!
Anne,
ResponderEliminarPois claro que educas a tua filha, e como tu muitos o fazem. E se, quando falamos "dos professores", estes ficam ofendidos pela generalização, também eles e outros intervenientes na educação não deviam falar "dos pais", pois essa generalização ainda é pior. Existem bons e maus pais e muitos pais que são maus e não têm noção disso. Querem mais para os filhos do que receberam dos pais, e acabam por não lhes dar nada, apenas futilidades que não modelam nada. Eu não sou pai. Mas sou tio e vejo pelos meus sobrinhos, que certas coisas, comigo, não funcionavam de certeza. E não vale dizer "porque não são teus!", porque são mesmo meus. Como filhos ou irmãos. Mas meus.
Depois há que ver que há muitas crianças que são educadas de formas aceitáveis socialmente que, em ambiente mais livre (dos pais) explodem nas suas frustrações. Por isso nem só as crianças de baixa condição social são problemáticas. É uma espécie de 8 ou 80, de extremos que se tocam...
Pijama é para dormir! Lingerie, também é para dormir, se houver tempo. Não é para sair à rua.
O único que não estava a espera na tua resposta era do tal Cabreito. Faz la o favor de trocar isso por miúdos (sabes que alem de não ser muito esperto tenho a agravante de ser meio estrangeiro)
ResponderEliminar:-)
Cabraito, cabreito, cabrito, cabroito... Já ouvi chamar de tudo ao bicho...
ResponderEliminar;)
sim, sem dúvida que hoje em dia os pais tentam dar aos filhos aquilo que não tiveram, acabando por dar demais, sem lhes incutirem o verdadeiro valor das coisas. e depois o que se vê são miúdos frustrados quando não conseguem aquilo que querem. Penso tb que hoje em dia, como disseste, muitos pais têm de trabalhar em dois ou três empregos para conseguir sobreviver acabando por tentar compensar os filhos com objectos materiais em vez de amor e aquele toque físico, que eles tanto precisam.
ResponderEliminarE é claro que isso existe em todas as classes sociais, não disse que esse tipo de comportamentos eram exclusivos de certa ou determinada classe. e pelo que vejo, tirando os casos de extrema pobreza, um pouco de carência acaba por dar às crianças um sentido de que tudo advém de algum esforço e dedicação e que nada é garantido, que temos sempre de lutar pela vida, de forma digna. Desde que não lhes falte de comer e vestir...
É claro que por vezes me sinto culpada por não poder dar à minha D* aquilo que ela quer, mas ao mesmo tempo tenho noção de que se forem coisas fúteis e sem sentido não são propriamente importantes para ela. E se assim é, depressa lhe passa a vontade.
Porque sabe bem quando a ouço dizer que o importante é a família e o amor e mostra-me que não estou a fazer um trabalho tão mau!!
Reguadas levei muitas quando era miúda, até de apagador. :p
e não me fez mal nenhum. não me venham com tretas de que isso traumatiza os miúdos. eu não fiquei traumatizada e ainda levei umas palmadas durante a minha vida... :P
Apesar de conversar sempre com a D* sempre que ela faz alguma que não devia, de forma a que ela possa perceber da melhor maneira. Mas às vezes leva uma palmada no rabo, ai leva leva! eu tb não sou de ferro... e às vezes, por mais mulherzinha que ela possa parecer com as suas constantes argumentações, esqueço-me que ela só tem 7 anos e que é normal ela fazer uma birra de vez em quando.
E compreendo perfeitamente o facto de tu não quereres filhos, do mesmo modo que eu não quero mais nenhum (e se calhar se a D* não me tivesse caído assim de pára-quedas nem sei se quereria) e toda a gente me recrimina, porque a D* tem que ter um irmão, senão fica com traumas e todos esses argumentos estúpidos que só me fazem sentir mal comigo mesma. mas em última análise, egoísta seria eu se retirasse à minha D* futuras oportunidades de vida com o nascimento de mais um filho, ainda para mais na conjuntura actual.
E estaria a ser egoísta comigo mesma, já que deixaria os meus quereres de parte e toda a vida que não vivi e quero viver. Por mais que digam que tudo é igual é mentira.
não trocava por nada o facto de ser mãe, mas não quer dizer que não tenha consciência do que a minha vida mudou com esse facto.
e não estou disposta a abdicar da minha vida e da minha relação por causa de uma criança. Por isso entendo-te perfeitamente.
eia que este comentário já vai longo demais, que testamento!!!!!!
as crias são todas pretas???? todinhas??? não é que gatos pretos sejam feios mas nunca tive um todo preto... :)
e quero gata se houver. prefiro mulheres... ahahahahah
o problema vai ser ir buscá-la... :/ não tnh carro e não me parece aconselhável traze-la de caminoneta até braga...
Mulheres a sair de casa de pijama, sou contra. Agora de lingerie ... pois cada caso é um caso.
ResponderEliminarAnne, até te desejava boa sorte, mas penso que não precisas.
ResponderEliminarTens de ir buscá-la a Paramos...
;)
Pulha, pijama é para dormir. Mesmo. Lingerie, é como dizes... cada caso não é acaso.
ResponderEliminarDakota, pode até muito bem ser sinal de rebeldia, eles podem pensar isso. Para mim, é sinal de perda de vergonha na cara, pouca higiene e preguiça.
ResponderEliminarDylan, concordo inteiramente contigo. Como quando se diz "os professores", nos fartam de dizer que caímos numa generalização perigosa, mais perigoso ainda é dizer "os pais", pois isso atinge quase toda a gente.
ResponderEliminarNão disse que ter filhos é um erro demográfico. Disse que ter mais que um ou dois filhos contribui para acentuar esse excesso demográfico. Seja ou não conversa de chinês, e por muito que custe e me chamem pouco humano, eles é que têm razão. Este mundo está a preparar-se para sacrificar as próximas gerações ao seu próprio peso demográfico. E vai haver, quer se queira quer não, muita gente que vai preferir não ter nascido.
Basta ver que proporções está a tomar a população mundial, principalmente depois das restrições chinesas terem sido levantadas. Será que ninguém tem coragem de dizer que isto não vai chegar para todos?
Parei aqui por acaso, no post errado! Post preconceituoso, mesquinho, superficial e generalizante! Vivo no Reino Unido a 3 anos, para fugir a miseria do nosso Pais, fui muito bem acolhida! Sabe o que e que mais gosto deste Pais? Da falta de preconceito, cada um faz a sua vida sem ter que ter que olhar, constantemente, por cima do seu ombro a espera que esteja alguem a cuscar e a criticar ... sim porque infelizmente, em Portugal e o que se faz mais, alias, se criticar fosse uma industria, seriamos pioneiros no mundo em producao da mesma! Sejamos produtivos, positivos, ajudemos o proximo! Deixemo nos de ser superficiais!
ResponderEliminarAnónimo, seja bem vindo.
ResponderEliminarA sua opinião é importante e fica desde já registada. O propósito do texto não é gozar com o povo britânico, mas antes chamar à liça, e caso se tivesse dado ao trabalho de ler os comentários, o estado da educação em Portugal, bem como rir um pouco com os pijamas nos supermercados.
Sendo que me sinto sempre na obrigação de responder aos que comentam os meus posts, saiba que é uma justificação "too many". Isto porque a Sra.Anónima, pelos vistos, pouco aprendeu com a sua estada na Grã-Bretanha, ao chamar-me mesquinho e preconceituoso. Mas ao abrigo do anonimato, que se pode esperar, senão a crítica industrial, como tão bem soube frisar no seu comentário?
Saiba ainda que, mesmo não a conhecendo, estou a imaginá-la de camisa de dormir no supermercado a comprar o pequeno almoço. E a ideia excita-me sobremaneira!
Caro Cirrus;
ResponderEliminarQt a ultima parte do seu post! O mesmo ja n posso dizer de si!
E so para tirar teimas, eu por ca tomo o pequeno almoco em casa, com ou sem pijama!
Cara Anónima, tanto se me dá como se me deu... Não preciso de si para rigorosamente nada. E já que nem uma brincadeira sabe aceitar, devo provavelmente pedir-lhe desculpas por ser pouco explicito na resposta ao seu comentário, pois parece-me que a sua compreensão é lenta. O que eu queria dizer é simplesmente que o facto de não ter gostado do post, que pouco ou nada tem a ver com os britânicos, pois também elogiei (caso não tenha reparado) os donos dos supermercados e directores de escola, não lhe dá o direito de me insultar gratuitamente. Isso revela pouca educação e desculpe dizer-lho, pouca inteligência.
ResponderEliminarContinuo bastante excitado com a perspectiva de a ver fazer compras de pijama!