Esta situação criada à volta das SCUT da zona Norte é a habitual trapalhada do Governo. Obviamente, a coisa começou torta e nunca se endireitou. Basta pensar que toda a estrutura para cobrar as portagens nas referidas estradas foi montada há muito tempo, sendo que a Lei que poderia vir a legitimar o uso dos chips correspondentes apenas seria votada... uma semana antes do início da cobrança.
A lei foi chumbada no Parlamento, o que só faz sentido, uma vez que os chips permitiriam a uma empresa privada, no caso a Ascendi, ter acesso a dados privados dos utilizadores, o que pode configurar inconstitucionalidade. A reacção de bebé chorão do Governo, através da figura levemente irritante de Jorge Lacão, no entanto, é inusitada. Aparte (e grande aparte) o facto de ter estado iminente um acordo entre PS e PSD, o que não deixa de ser estranho, tendo o PS e o PSD matrizes completamente diferentes no que toca à protecção do que é privado, quis-me parecer que por ali havia algo mais. E havia mesmo. Os chips. Na realidade, o termo chip não é apropriado, mas isso é pormenor técnico. Primeiro, a enorme trapalhada em que muitas pessoas se meteram ao reservarem o aparelho, perdendo um dia de trabalho para adquirir uma coisa que ainda nem sequer era legal. E eram grátis, mas afinal custam 25 euros. E depois, e isso estaria na Lei a aprovar, seriam obrigatórios para todas as viaturas do país, e depois afinal era só para os utilizadores. Enfim. a trapalhada habitual, aliando ao facto de se estar a votar o uso de um aparelho que, manifestamente, não estaria disponível no dia 1 de Julho.
Agora veio a notícia que todos já esperavam: quem fabrica o chip? Pois, é uma empresa que, sem qualquer concurso público (parece que o Governo tem alergia a todos os concursos que envolvem a Mota-Engil, já que a Ascendi é do grupo do Engº Mota, que conta com a orientação política de Jorge Coelho), vai fornecer a todos os portugueses o tal chip. E é uma empresa para onde se mudou muito recentemente um tal de Pedro Bento, assessor do governo PS até há pouco tempo.
Fiquei muito mais descansado. Pensei que o PS tinha perdido o jeito para arranjar tachos para os seus boys, saindo da tal recorrência habitual, que é um belo pleonasmo para descrever esta gente.
Depois, veio a notícia que poucos esperavam: afinal a cobrança vai dar-se a partir de 1 de Julho, usando as câmaras que estão equipadas nos pórticos, e facturando aos utilizadores nos cinco dias seguintes, para estes depois pagaram no MB. O que leva à questão: se isso é possível, para que merda precisavam dos chips??? Para encher o pacote a mais um boy??
PS: Foto A Bola
Respondendo à tua pergunta.
ResponderEliminarÉ só fazeres as contas... multiplica lá os milhões de carros que circulam pelas SCUT por 25,00€ cada chip.
Pois... dá que pensar, não dá?!
Pronúncia, na realidade, não, não dá mesmo para pensar. Esta é daquelas que já sabemos a resposta.
ResponderEliminarSó te esqueceste de um pequeno pormenor... os portugueses são péssimos a fazer contas! Têm que pensar muuuuuuuuuuuuuito até chegarem à resposta certa! :P
ResponderEliminar:O escandaloso!!!!!!!! porra! pá, morram todos de uma vez! Já que eles não se fartam de nos ir ao bolso, não nos fartamos nós de ser roubados??!
ResponderEliminarPronúncia, o português sabe fazer contas facilmente. Mas é generoso...
ResponderEliminarSara, não diria que é escandaloso... É, antes, o habitual... E, como disse à Pronúncia, não, não nos fartamos... Somos generosos...
ResponderEliminartípico... há sempre alguém a quem arranjar um tachito, uns privilégiozitos, por aí...
ResponderEliminarainda defendem uns o domínio do privado. pior é quando o próprio estado se mistura com o privado, onde "chefões" de grandes empresas saltam para cargos políticos e vice-versa... é o arruinar daquilo que deviam ser os deveres do estado: imparcialidade e a garantia dos direitos e liberdades do cidadão...
Anne, o Estado e o público são coisas muito diferentes. É como dizes, quando o Estado se deixa imiscuir pelo privado, dão-se estas coisas... A corrupção parte, regra geral, do privado que procura incessantemente perverter o Estado. E está quase...
ResponderEliminarParece uma situação do estilo "eu quero mesmo que isto aconteça, eu quero esta prenda!!!". E ao fim e ao cabo não deixa de o ser. No entanto o chip não deixa de ser necessário, meramente por razões técnicas. A verdade é que fazer a cobrança via foto do veículo, através das câmaras dos pórticos é significativamente mais dispensioso, se não mesmo tecnicamente impossível, para grandes quantidade de utilizadores das SCUTS.
ResponderEliminarJoão, também penso que não será possível aplicar aquilo que foi adiantado. A ver vamos.
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