Aqui há uns tempos houve um casal que se queixou de ter sido identificado no Street View, da Google Maps. Apresentou imediatamente queixa, por invasão de privacidade. Na altura, entendi completamente o que este casal fez. Continuo a acreditar que se fazem muitas barbaridades em nome de "bens comuns" altamente questionáveis, como este serviço. Nessa altura, muita gente desconfiou do casal, afirmando que era manobra para sacar uns cobres, mas que a queixa não tinha pés nem cabeça. Pois bem, afinal tinha.
A Google desculpa-se com o facto de não publicar fotos em que se possam identificar pessoas, matrículas ou números de porta. Por exemplo, estas imagens são retiradas do Street View. Os tribunais portugueses parecem pensar como eu, e se é verdade que mais uma vez levaram uma eternidade a decidir algo, decidiram agora proibir a Google de fotografar mais ruas em território português, ao que a empresa norte-americana já respondeu, assegurando que vai manter o serviço on-line, e vai mantê-lo actualizado, ou seja, vai continuar a fotografar as ruas.
Se a Google proceder desta forma, logo se verá o que fará a justiça portuguesa. Provavelmente nada, como é seu apanágio. Mesmo que a Google consiga desbotar as caras de todas as pessoas nas fotos que vão para a aplicação, e isso não é certo, pois a mesma Google admite existirem muitos erros nesse aspecto, será que somos obrigados agora, para além de toda a identificação governamental, termos a nossa imagem, fotos nossas, em posse de uma empresa privada? Será que alguém tem o direito de possuir dados pessoais meus apenas porque moro na rua em que moro ou porque passei numa outra?
Não sei com o que a Google pode contar deste caso em tribunal. Da minha parte, se os vir na minha rua a "actualizar dados", farei os possíveis por, acidentalmente, lhes inutilizar o material. De seguida, chamarei as autoridades. Não sou obrigado, como já disse, a fazer parte da base de dados seja de quem for, a não ser do meu Estado. E não me venham lá com a treta de que agora toda a gente tem Facebook e mais não sei o quê. Conhece-me quem eu quero, e não quem quer. Até eu tenho Facebook (ainda não sei para que serve), as pessoas que se relacionam comigo sabem onde trabalho até, e podem até vir a conhecer-me pessoalmente, se quiserem ter esse interesse. Mas eu é que escolherei quem quero que me conheça. Não os outros. Não nenhuma empresa. Estas coisas podem parecer muito pequeninas, e depois aparecer um gajo como eu com uma teoria da conspiração destas. O facto é que, num mundo cada vez mais globalizado, a individualidade vai-nos sendo arrebatada aos poucos. Aos pouquinhos.
Foto Google Street View
Pelo que li a Google e a Protecção de Dados estão em negociações há algum tempo, ate chegarem a acordo a Google está proibida de filmar em Portugal.
ResponderEliminarAcho bem!
É o que eu digo... estamos mesmo é ligados à máquina!
Dou-te uma "utilidade" para o FB... um destes dias, já tarde, estava eu a deambular pela net, e tinha o FB ligado, quando o vizinho (e amigo) do outro lado da rua, reparou que eu estava online e resolveu perguntar "vou lá fora fumar um cigarrito, queres vir?" e lá ficamos os dois a dar duas de treta enquanto fumávamos o respectivo cigarro...
Meu caro amigo, esta treta toda só nos vem mostrar que a privacidade de cada um, cada vez vale menos.
ResponderEliminarDiria ate que quase nada, senão pior...
Achas mesmo que chamando as autoridades, vais conseguir proibir as imagens(em sequência)de todo um quarteirão, apenas porque a tua "carita laroca" apareceu na película?
Estes gajos são pagos por hora de filmagem...
Podes até conseguir interditá-las temporariamente, mas eu continuo a achar que lhes fica mais barato e rentável publicá-las, mesmo pagando as multas todas, do que recomeçar a filmagem.
Sim, podem sempre apresentar-te com um fosco na "boxexa", mas será que tu queres isso?! Qual das duas opções será pior?
Eu já vi matriculas identificadas e por acaso de um carro mal estacionado à frente da minha garagem. “Shit Happens”, o que não invalida que esta ferramenta é extremamente útil além de permitir que qualquer pessoa possa “passear” pelo mundo sem sair da cadeira e há muitas pessoas que por esta razão ou por outra não podem sair da cadeira.
ResponderEliminarA questão não é essa, eu sou a favor deste serviço enquanto ele for gratuito e enquanto a informação recolhida for pública o que não acontecerá para sempre, se pensares a questão da privacidade não é mais do que um argumento que vale o que vale, quem não deve não teme e se alguém for apanhado a tirar macacos do nariz sempre se pode rir do assunto.
Agora se queres fazer uma pergunta interessante para a tua teoria da conspiração, pensa que estamos a falar de um trabalho que custa muito dinheiro, faz recurso a tecnologia muito cara e que obriga a uma actualização constante. Quem paga e porquê?
Abraço
Pronúncia, estamos efectivamente dominados pela tecnologia. Os avisos estão aí. Poucos há que lhes liguem.
ResponderEliminarAh! Bom!, Então FB quer dizer "Fumar, Bora!". Se é assim...
Francisco, pois, provavelmente nem consigo fazer nada se chamar as autoridades. Mas... e se não chamar, será que consigo fazer algo mais?
ResponderEliminarO meu problema não é a fotografia desbotada. O meu problema é a fotografia limpa que a Google tem por detrás dessa.
LBJ, não é de hoje que não é permitido fotografar propriedade privada. E se é verdade que o alcatrão é público, uma vivenda ou um apartamento não é. E não será por acaso que numa das vagas de assaltos que ocorreram aqui no norte do país, os assaltantes fossem apanhados com imagens do Street View nas mochilas, pelas quais puderam identificar as casas que assaltaram. Eu não devo, mas temo. Temo por mim e por muitos outros. Só que eu estou consciente do que está a acontecer. O resto...
ResponderEliminarQue salgalhada. Realmente também gostava de saber o que a justiça portuguesa vai fazer.
ResponderEliminarNão acho realmente piada nenhuma que invadam a privacidade das pessoas,.. isso é ridículo. Realmente está tudo a chegar a um ponto que ninguém faz nada nem ninguém pode fazer nada, na verdade até podem mas preferem não fazer. Enfim.., o pior é que nós (povo) não podemos fazer nada, se fizermos não vai adiantar de nada, nem sequer querem saber.. é como se ninguém nos ouvisse no meio de tantas vozes mais altas. Fico revoltada com estas coisas.
O Big Brother atinge proporções preocupantes.
ResponderEliminarE a 'Google' é hoje uma empresa tão grande e influente, que dificilmente o Estado Português conseguirá alguma coisa... é que nem os Chineses conseguiram.
Megan, isso só é verdade se realmente quisermos permanecer quietos. Veja o exemplo deste casal. Muitos viram na sua acção uma forma de enriquecimento. Sendo ou não, a questão foi levantada e algo saiu cá para fora. Veremos se tem ou não seguimento. É que há outros tribunais para os quais apelar.
ResponderEliminarSalvador, a ver vamos. Tudo isto é muito giro enquanto ninguém faz nada. Este casal fez e conseguiu alguma coisa. E se a Google é grande, não é menos verdade que a Lei portuguesa será sempre prevalecente. Vamos ver se há coragem para a fazer.
ResponderEliminartudo tem de começar por algum lado. este casal foi o primeiro, outros o seguirão.
ResponderEliminarpessoalmente não vejo muitos problemas, por um lado. mas por outro existem muitas pessoas de má índole, que podem utilizar as ditas imagens para prejudicar os outros. porque nem todos respeitam a individualidade e privacidade dos outros.
agora, muitos devem reclamar porque foram apanhados com a boca na botija, por algum motivo menos bom... :P
mas, bom ou mau, todos têm o direito de decidir se expõem a sua intimidade ou não...
Diz lá que até não sabe bem conversar um bocadito enquanto se fuma um cigarro?
ResponderEliminarMas deve servir para mais coisas... digo eu!
Eu acho que vamos ser tão violados que depois gostamos... como, aliás, todas as vítimas de violação... pode ser que o individual conhecido totalmente se desvaneça no desconhecido por excesso de informação... pode ser...
ResponderEliminarAnne, nem mais. E sabes bem que uma coisa tornada pública como, por exemplo, uma janela aberta, pode ser um perigo. Além do mais, há que ter noção do nosso direito à imagem. Caso contrário, não passamos de estatística. Não somos todos iguais fisicamente, não é igual teres uma imagem tua espalhada pela net para toda a gente ver e ter uma foto tua por cima da lareira. Se até a tua imagem te levam, qualquer dia tu (e qualquer um de nós) serás tratada exactamente como essa imagem.
ResponderEliminarPronúncia, para além da estupidificação, ainda não vi mais nada.
ResponderEliminarJohnny, o excesso de informação torna-se impessoal, e bem verdade. Não deixa, no entanto, de ser informação. E temos de ter em atenção que essa informação, ao invés do que normalmente se pensa, não é processada pelas massas, é processada por indivíduos. E, sinceramente, na Google e em qualquer outro lugar, não sei que índole têm estes indivíduos. Sejam bons ou maus, que brinquem com as suas imagens, não com a minha.
ResponderEliminarCirrus, um bocadinho de "estupidificação" por dia também não faz mal a ninguém... mas é por estas e por outras que o meu perfil no FB está associado ao blogue. Fotos e identidade real na net?! Não obrigada! Sabe o meu nome quem eu quero, sabe o que eu faço ou deixo de fazer quem eu quero... é evidente que deixamos sempre um bocadinho de nós por estas máquinas, é inevitável.
ResponderEliminarPronúncia, penso que alguma prudência é saudável. Até porque cautela e caldos de galinha nunca fizeram mal a ninguém...
ResponderEliminarconsidero bem mais perigoso dar informações de contacto nessas páginas da rede social que propriamente uma fotografia.
ResponderEliminartenho amigos que têm desde a morada até ao número de telemóvel privado.
Isso sim, a meu ver, é bastante perigoso.
Anne, e se for uma fotografia de ti a sair de casa? Com uma janela aberta, por exemplo?
ResponderEliminarLiliana, não tenho assim tanta certeza... Eles não fotografam apenas cidades grandes...
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