terça-feira, 31 de agosto de 2010

PESSOAL ESTRANHO


Há gente muito estranha neste mundo. Vendo por aí um pouco do canal Travel, a gente depara-se com cada uma que só visto. E então no departamento da comida é uma desgraça. Lá para os lados do Oriente, é com cada prato que me saem que até eu fico de olhos em bico, por isso não me admira que eles todos os tenham. A cor da pele dos locais devia servir de aviso, aquilo amarelado é figadeira ou qualquer coisa ali para os lados do pancrácio ou poderá ser até pêntece. Ou basícua. Ou até mesmo broncos. Mas é provocado pela comida com certeza. 
Mas tudo muda e até a nossa percepção da comida desses países vai mudando. Há uns anos, andávamos horas e horas na praia a recolher cavacos (nada disso, os mais úteis, os de madeira) que o mar trazia e a areia secava, porque não queríamos comer o raio das sardinhas mal assadas e sem pingar o pão. Agora, é um ver se te avias para comê-las cruas da silva (novamente, não é nada disso, é mais útil) em restaurantes japoneses. Ah, pois, mas não são sardinhas e tal. Mas é peixe e é cru e ainda por cima pode ser venenoso, como este fugu da imagem. E sei que é um fugu por duas razões: tem cara disso (está inchado, que também deve ser da comida lá do sítio, e as manchas indiciam fígado) e depois porque era o que estava escrito na legenda da foto. Não é sardinha, é peixe, não interessa! Deve comer-se assadinho e com broa de preferência - embora agora a broa não tenha sal...
Os chineses comem cães e gatos, os tailandeses comem cobras por dá cá aquela palha e ovos com pintos lá dentro, os indonésios comem larvas das palmeiras, aranhas, baratas e tudo o que rastejar, nem que seja um boy do PS! É muito mau, e se sentem já algum mau sabor, isso é do Sport Billy que vos está a subir pelo esófo acima.
Mas os gajos lá no Oriente, no intervalo das 19 horas ajoelhados a cozer sapatos de marca, também devem ver TV e também devem ver algum canal tipo Travel. E daí talvez não. Mas imaginem, caramba! É importante para o post vocês imaginarem um chinês ou indonésio ou indiano a ver o canal Travel. Claro que lá os programas seriam sobre os países ocidentais... E sobre Portugal também, já agora... E andariam por esses restaurantes fora a ver o que se come em Portugal. 
Poderiam começar pelas punhetas de bacalhau. Ora, não pelo sabor, mas mais pelo nome, alguns orientais já estariam incomodados e certamente a pensar seriamente no facto de os portugueses serem tão habilidosos de mãos que até conseguem masturbar bacalhaus (o que poderia pôr em sério risco o "emprego" deles)... Poderíamos depois evoluir para a nossa especialidade: comer bebés. 
O português adora comer bebés (nada tem a ver com o facto de sair a sentença da Casa Pia). Podíamos começar por mostrar o franguinho no churrasco, com as suas três semanas completas de vida. Mas não ficaríamos por aqui, há mais bebés. Íamos para o peixe, e mostrar a bela petinga, o jaquinzinho frito ou o caríssimo meixão. Depois, uma bela vitela de leite e um cabritinho de 15 dias. Bem, quando chegássemos ao leitão de mama, já os orientais teriam os intestinos de fora, quase a mostrar os testicos.
Para sobremesa, que tal um belo Vinho do Porto, aquele que leva carne na composição e um belíssimo Pudim do Abade de Priscos, também confeccionado com carne? Hummm... e uma data de orientais a dar entrada no S.João... Lá do sítio, evidentemente, deve ser o S.Confúcio ou o S.Xintó ou talvez o S.Buda Baptista. E agora estaria bem identificada a doença, com certeza. Era do esgotamo mesmo!

Foto Google de um fugu, acho eu...

16 comentários:

  1. Não precisas de ir tão longe.

    Já disseste a um inglês que comes coelhos?! Experimenta e vais ver a reacção...

    E já viste a cara de um nórdico quando lhe dizes que comes as orelhas, a focinheira, as patas, ou seja as extremidades, do porco?!

    E explicar-lhes o que é o "pica-no-chão"?! Ou pezinhos de coentrada?!... Fogem e não voltam! (deve ser com medo que os transformemos num petisco gastronómico qualquer)

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  2. Bem, para dizer a verdade, quando me falam em pézinhos de coentrada também fujo a sete... pés. Não pelos chispes, mas coentros... ninguém merece, canudo...

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  3. A mim se me falare em tudo o que disseste mais o que a Pronúncia me disse mais caracóis, marisco e cabidela (ptuah) é o suficiente para perder o apetite. Só de ver as carcaças dos animais nos talhos me incomoda... ah e lampreia (ptuahhhh).

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  4. Menina Ção, são gostos, são gostos... Mas o certo é que se não comermos animais, será difícil a subsistência.

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  5. O que os animais fornecem é proteína e essa pode ser compensada com levedura de cerveja, soja, lentilhas, isto no campo não animal, depois os ovos e lácteos tb dão um empurrão e no meu caso, o frango o perú e o atum que são os animais de que não abdico e têm tb proteína. Mas a ser muito sincera como cada vez menos seres antes vivos, desconfio MUITO dos métodos em que são criados e algo me diz que esta taxa crescente de cancro tem a ver com os crescimentos hormonais e mega-rápidos das criações.

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  6. Menina Ção, terá toda a razão. Seja como for, não abdico das minhas doses de proteína animal em detrimento de proteína vegetal. E atenção, os vegetais, que eu saiba, também estariam vivos antes de colhidos...

    ;)

    Quanto à incidência de doenças, essa é uma das causas, sem qualquer dúvida. Os aditivos que são utilizados hoje em dia com certeza têm efeitos adversos. Outra das grandes causas para a proliferação de doenças e deficiências é a nossa própria humanidade. Mas aí, nada a fazer. Somos animais racionais e piedosos.

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  7. Lá se vai o tema do meu próximo post... rsrsrsrs.
    Podia ao menos tê-lo feito no registo mais sério que o caracteriza, não?rsrsr... e eu faria o meu 'filme' da coisa. Mas não, fê-lo de forma bem divertida.
    Bom texto, Cirrus... gosto destas divagações.
    Ahhh... semprei desconfiei do Sushi, até que um dia me enchi de coragem. Foi num restaurante da Expo, chamado Origami. E não é que gostei? Gostei pois, e todas as semanas lá estávamos para uma jantarada. E ou não comi o Fubu ou então ele não é venenoso.))

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  8. Salvador, nem sempre isto é sério. É um facto que me preocupa o rumo que esta sociedade vai tomando, e por isso, por vezes, pareço sisudo. Mas sou tudo menos isso. Não me importaria de ver esse post sair.

    Pois, eu coragem não me falta, como carne crua sem problemas. Peixe é que não. E mai nada!

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  9. Estou com a Ção, hoje em dia é difícil assegurar verdadeiramente a qualidade do que comemos.
    e saber que muitos desses animais são sencientes e sofrem horrores nas "fábricas" onde são criados, é algo para me dar a volta ao estômago quando meto carne à boca. E o mais surpreendente é que é uma evolução natural, nada fiz para deixar de comer carne, simplesmente comecei a ver as coisas de maneira diferente.
    Ainda como, é claro, mas tento manter-me pelo frango e peru, peixe pouco me agrada. se calhar é por isso que ainda não deixei definitivamente a carne. não consigo viver só de vegetais... :P

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  10. Abram alas para o regresso da Anne, a desaparecida!!!!

    Pois, está bem, até concordo contigo. A carne que mais gosto de comer é criada ao ar livre. E comer apenas vegetais a mim dá-me indigestão. Ou fome. Ou ambas. Não fui feito para isso.

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  11. não ando assim tão desaparecida... até tenho passado por aqui, tu é que publicas bué, pá... tás a ver, assim, tipo, bué...
    muita nice man...

    (definitivamente tenho de sair de casa, já se começam a notar os sinais...)

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  12. Anne, tens andado desaparecida e mais nada! E não tens de sair de casa, evita apenas ver mais Morangos...

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  13. o meu último comentário data de 30 de Agosto, não foi assim há tanto tempo... :P
    não me digas que sentiste a minha falta por aqui...
    ahahahahahahah =D

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  14. Anne, dado o reduzido número de pessoas que ainda têm a pachorra de aqui comentarem, sim, senti. Sabes que desde que comecei a lutar com os meus parcos recursos contra as injustiças deste país, perdi muitos comentadores.

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  15. sabes que muita gente só gosta de ler (e escrever) parvoíces. Alguns temas se calhar são demasiado complexos para alguns... sem querer ser má... =D

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  16. Anne, mas és má, é um facto...

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