Além dos bons resultados no Europeu de Atletismo, Portugal ganhou hoje mais uma medalha de bronze! Este país não pára de surpreender e vai coleccionando, paulatinamente, bons resultados em várias áreas.
Agora, foi no Campeonato Europeu de Precariedade no Emprego, pois constata-se que Portugal ocupa um honroso terceiro lugar no que concerne a número de trabalhadores com contratos precários de trabalho.
Mas, pensando já no futuro, o Presidente da Federação Portuguesa de Precariedade no Trabalho, o recém eleito Pedro Passos Coelho, afirma já estar a tomar todas as medidas possíveis e imaginárias para, a breve trecho, podermos ganhar a medalha de ouro. Depois do excelente trabalho de outros grandes dirigentes federativos neste campo, dos quais se destacam Cavaco Silva e José Sócrates, Pedro Passos Coelho parece ter a ideia fixa no ouro nesta matéria.
E ninguém, neste país, se pergunta porque ocupamos mais ou menos a mesma posição quer em termos de contratos precários, desenvolvimento económico e produtividade? Será que, num país que apresenta a mais alta taxa da Europa de horas extra, ninguém se pergunta se não será a qualidade, ao invés da quantidade de trabalho, que é mais importante? Será que ainda ninguém viu a origem da falta de produtividade, sendo que ela não está, nem de perto nem de longe, em quem trabalha?
Foto Google
Já não sei bem o que dizer quanto a isto. Apenas peço para continuar a ter clientes (quantos mais melhor ainda que isso não represente nada a nível de aumento no meu ordenado) que me dêem trabalho dentro do emprego. E que um dia ganhe coragem para colocar os meus superiores em sentido (esta última parte há-de acontecer, eu tenho um plano, para o bem ou para o mal).
ResponderEliminarCirrus, mais um pódio indesejado. Estamos bonitos com esta escumalha no poder e os abutres a tentar o poleiro.
ResponderEliminarPS: parece que o estado vai admitir no quadro 6000 funcionários que estão em contracto precários...
Noya, sei que nem toda a gente valoriza os seus funcionários, sei que nem todas as empresas se interessam pela vida privada deles, das suas preocupações diárias e aspirações, como se faz nos países mais produtivos, como na Suécia, Finlândia ou até Alemanha. Mas penso que nesse aspecto, querer andar para trás só vai piorar a situação. Claro que não para todos. Vai haver quem, apesar de o país se afundar na merda, vai ganhar muito dinheiro. E isso é a única coisa que importa a esta gente. Se tens filhos com fome, se te arrastas para o emprego, até se recebes RSI, já não é da conta deles. É desumano, além de tudo.
ResponderEliminarCat, estamos sim senhor e é precisamente aí que está parte do problema. Mas ninguém vê...
ResponderEliminarA maior parte (4000), no teu sector. Não admira, no fundo. As pessoas precisam (pelo menos) de comer. E se é para receber ajuda do Estado, que seja a trabalhar. Já vimos que os privados, que tanto anseiam o emagrecimento do Estado, não estão dispostos a absorver essa força de trabalho. Iríamos ver o quê? Mais 6000 a receber RSI? Ou simplesmente desperdiçar a força de trabalho de 6000 pessoas?
Tocas num ponto essencial. A falta de produtividade não está em quem trabalha. Vejo isso no meu local de trabalho - a empatia é essencial, faz milagres e motiva os trabalhadores.
ResponderEliminarLembro-me de uma "discussão" que tiveste aqui com um patrão (dizia ele pomposamente que o era)e da sua mentalidade pouco consentânea com o modelo nórdico que referes. A avidez de lucro tolda o pensamento e aumenta a tacanhez do patrão português.
Dylan, essencialmente, é o que quero dizer. E sei bem do que estou a falar. O meu pai foi patrão durante 40 anos e eu próprio trabalhei com ele. Nunca se coibiu de pagar acima da tabela a quem merecia, nem de conhecer (aliás, até eu conhecia e muito bem), as famílias dos seus funcionários. E, no entanto, era um patrão à moda antiga. O problema está em que muitos, dizendo que são à moda antiga, são totalmente à antiga no que toca à sede de lucro e fuga ao imposto e à moderna no que toca aos direitos e aspirações dos seus funcionários. O que não deixa de ser curioso, o juntar do pior de dois mundos. podiam juntar o melhor, mas isso daria muito trabalho.
ResponderEliminarCirrus, alguém um dia disse que um dos nossos problemas é termos patrões em excesso e empresários em défice... para mim outro dos enormes problemas é que quem actualmente nos governa e faz leis de trabalho e porras do género, falta-lhes uma coisa essencial... trabalho, porque a maioria nunca trabalhou de verdade na vida, vivem única e exclusivamente à custa de uma filiação na merda de um partido e pensam que são donos e senhores absolutos da verdade... só me apetece obrigá-los a trabalhar de verdade para verem o que custa a vida. De certeza que mudariam aquela mentalidade de caca que os caracteriza.
ResponderEliminar(desculpa lá a linguagem, mas há coisas que me chateiam e cada vez mais... esta é uma delas)
Pronúncia, disseste tudo de forma bastante resumida. É que anda para aí muito patrão, é bem verdade, empresário é que nem por isso. Porque se confundem com a empresa. É o primeiro erro do mau empresário. O outro é pensar que toda a gente está disposta a ser explorada por ordenados miseráveis. Ou seja, e sendo bem verdade que trabalho não e nunca vergonha, também é verdade que respeitar a dignidade dos outros não pode ser mau.
ResponderEliminarCirrus, penso que foi aqui que já escrevi uma vez que o maior bem de uma empresa são as pessoas. Muitas vezes a motivação nem passa só pelo ordenado. Nós temos, cada vez mais, trabalhadores completamente desmotivados, logo infelizes e por conseguinte pouco produtivos... é uma bola de neve. E são muito poucos os patrões que se apercebem disso. Não investem naquilo que de melhor têm... as pessoas.
ResponderEliminarPronúncia, muitas vezes as pessoas são vistas como um mal necessário e não como um bem. Aí permanece o problema.
ResponderEliminarLiliana, mas porquê? Que sacrilégio, ou tabu é este que não nos deixam falar nele?
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