quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

AO LONGO DO ANO...

Imagem Google
É, provavelmente estavam à espera de uma lista de coisas que correram bem ao longo de 2010 e outras que correram mal e outras ainda que não correram e aqueloutras que correram tanto que nem as vi. Pensem outra vez. Não sou dado a balanços e penso que quem muito olha o passado pouco quer do futuro. O ano passou, penso que não foi nada de especial, a não ser no aspecto  financeiro, que foi muito bom, abençoada crise. E no profissional não foi mau, mas 2011 é que é importante, e já estou assim a desviar-me do assunto. Mas esta coisa dos balanços tem o que se lhe diga, pois penso que todos fazemos balanços no final dos anos. O Governo, os clubes da bola, as empresas... Todos identificam perfeitamente o que fizeram mal, de modo a que possam fazer uma cagada ainda pior no ano seguinte. Todos aprendem com os erros, especialmente a repeti-los no ano seguinte, que é coisa que me deixa intrigado. Adiante.
Estamos nos saldos!!! Ei e tal, festa e coiso, lá vamos nós às compras e mais não sei o quê... Normalmente, compram-se coisas nos saldos das quais não temos a mínima necessidade. Mas há aquelas vezes que até achamos que fizemos umas excelentes compras, pois até passamos naquela loja e aquele par de sapatos que estava a 100 euros agora está a 40!! Ou o casaco com o desconto de 50%!!!
Deixem-me dizer-lhes que é puro engano. Desengane-se quem pensa que faz bons negócios nos saldos. No máximo, faz um negócio justo. As lojas sujeitam-se a ganhar uma margem normal de lucro, digamos, dez ou até vinte por cento. Então porque razão não é um bom negócio? Bem, uma compra nos saldos pode ser um bom negócio - para as duas partes.
E já alguém se perguntou porque razão aqueles produtos, ao longo do ano, estão com margens de lucro de 70%, 80% ou até mais de 100% (muito usual)? Ah, pois... Ou então acreditam no Pai Natal e no facto de os comerciantes estarem a perder dinheiro nos saldos...

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

PRENDAS DE NATAL!!

Natal à Portuguesa - Imagem Google
O Natal deixa-me sempre muito feliz. É aquela época do ano em que temos a oportunidade rara de ouvir a gravação do coro de Santo Amaro de Oeiras a desejar a todos um feliz Natal. Mas o Natal passou e agora quero que venha é o Ano Novo. 
Para o famoso reveillon, uma espécie de ritual de passagem em que, sem razão aparente, adultos fazem figuras parvas, vou para fora. E vou de carro! E não me interessa o que diz o senhor subcomissário da GNR, vou a 200 kms/h. E venho mais bêbado que o próprio carro! E vou passar todas as contínuas! E vou ultrapassar em todas as lombas e curvas, mesmo que não haja qualquer viatura para ultrapassar! E não vou usar cinto! E vou e venho a falar ao telemóvel, e até levo o carregador de banana no cu do carro!! E vou mudar de pneus, vou tirar os que estão bons e comprar quatro carecas como o Collina. E vou e venho sem luzes, durante a noite!
Para onde vou? Sei lá! Penso que devo ir lá para os lados da minha terra. E vou fazer tudo isto durante a viagem porque não tenho medo de ser multado! E porquê? Porque vou fundar um partido (estava a pensar no IPC)!! Se for multado, ponho para despesas do partido e depois o Estado paga-me a multa!
Mais uma excelente cagada dos nossos politiqueiros. Agora, qualquer partido pode ser multado por transgredir a Lei, mas se considerar a multa como uma despesa, o Estado devolve o dinheiro! Já estão a ver para onde foram as deduções ao IRS? Com a alegre conivência dos nossos corrupto-mestre e do corrupto-mor, Cavaco e Sócrates, aqui vai mais uma prendinha de Natal para o povo português!!
Melhor mesmo só o Cavaco se ter empertigado todo com o possível corte de verbas ao Ensino privado ministrado pela sua caríssima Santa Madre Igreja Católica! Ora porra, acabou o Natal! Venha o Ano Novo!!

domingo, 19 de dezembro de 2010

A EPOPEIA DE GILGAMESH

Gilgamesh chorando a morte de Enkidu - Google
A Epopeia de Gilgamesh é a epopeia mais antiga que se conhece. Relata as aventuras de Gilgamesh, que parece ter sido uma personagem com identidade histórica, tendo sido o quinto rei de Uruk, cidade mesopotâmica, integrado na primeira dinastia da época pós-diluviana, sendo igualmente referido que terá reinado por uns mirabolantes cento e vinte e seis anosi. A sua preponderância no mundo antigo, particularmente nas regiões mesopotâmica e limítrofes é plenamente elucidada pelo facto de existirem traduções hititas e hurrianas, que atestam da sua disseminação pela Ásia Menor. Uma versão da epopeia terá igualmente sido descoberta na região cananeia. A versão mais completa que se conhece é do séc. VII a.C., e pertencia ao bem conhecido Assurbanípal, último dos grandes reis assíriosii.
Gilgamesh é de ascendência divina, sendo filho da deusa Ninsun. Por esse facto, foi dotado de invulgares capacidades a nível mental e físico. Era, na verdade, um Rei despótico, embora sensato, e que, entre outros atributos, era possuidor de uma luxúria extrema, levando a tomar as mulheres alheias como muito bem entendia, fosse a vítima casada ou não. O povo de Uruk acaba por pedir à deusa Aruru que criasse o homem capaz de vencer Gilgamesh em combate. Aruru acede aos desejos do povo e cria, a partir da lama, Enkidu, um homem que cresce entre os animais e se torna notório pela sua força e inteligência superioresiii.
Gilgamesh sabe da existência de Enkidu e envia uma das suas cortesãs para o seduzir, procurando enfraquecê-lo (notar as semelhanças com a história bíblica de Sansão). Ao perder a sua virgindade e pureza, Enkidu é rejeitado pelos animais e dirige-se à corte de Gilgamesh. Aí chegado, dá-se um combate intenso entre os dois seres semi-divinos. Embora o resultado deste combate seja dúbio, sendo que algumas versões dizem ter havido vitória de um dos contendores, é comummente aceite o empate, que origina uma amizade entre os dois homens que perdurará por toda a vida. Companheiros de vida e de viagem, partem em inúmeras aventuras e viagensiv.
Uma dessas aventuras acaba em tragédia. Ao aceder ao pedido do povo, que queria madeira mas não podia recolhê-la dos bosques graças à protecção da deusa Ishtar e do seu monstro guardião, ambos se põem a caminho, Enkidu combate e mata o monstro, e trazem a madeira ao povo (numa região como a Caldeia, não deixa de ser relevante esta referência à necessidade de madeira). Ishtar fica encantada com os atributos de Gilgamesh, confessa-se uma apaixonada pelo Rei e tenta seduzi-lo. Gilgamesh rejeita a ligação com a divina Ishtar que, furiosa, engendra um plano para matar Enkidu, acabando por o conseguir, através do envenenamento. Ishtar vinga-se assim de Gilgamesh, torturando-o até ao fim dos seus dias com o fantasma do seu amigo Enkiduv.
Como forma de reaver Enkidu e atingir ele próprio a imortalidade, Gilgamesh parte em busca de Utnapishtin, o último dos homens sobreviventes do Dilúvio, que vivia já há vários séculos, imortalizado pelos deuses, que o informa que a sua busca é vã, pois os deuses criaram os homens para a morte e não para a imortalidade. No entanto, e após uma descrição pormenorizada do Dilúvio, Utnapishtin, por intercedência de sua mulher, acaba por revelar a Gilgamesh que existe, no fundo do mar, uma planta que, picando as suas mãos, lhe poderá dar a eternidade. Gilgamesh mergulha até ao fundo do mar e recolhe a dita planta, e resolve regressar a Uruk. No caminho, e enquanto descansa, uma serpente, atraída pelo perfume da planta, rouba-a e renova-se, deixando a sua pele sobre o campo e desaparecendo definitivamente com a planta. Gilgamesh apercebe-se tarde demais do furtovi. Regressa como os demais, condenado à morte, quando teve a imortalidade ao seu alcance, caraterística que, segundo a mitologia mesopotâmica, distinguia os deuses dos homensvii.
Esta epopeia é importante em muitos aspectos. Primeiro, pelo aspecto religioso. Nenhum deus é inferiorizado por qualquer homem, a sua força é superior e não deve ser nunca desafiada. O homem foi criado para serviço dos deuses, apesar da sua semelhança, a partir do pó da terra. Por outro lado, a eterna busca pela imortalidade por parte do homem, que nunca chega à sua conquista, que faria dele um deus. Essa busca é sempre inglória, e damo-nos conta no final desta epopeia que os seus heróis conquistam a imortalidade pela história e não por qualquer artifício ou objecto sagrado.
Mas a Epopeia tem uma outra característica extremamente importante que não raras vezes é referida, e essa é a sua consistência mítica no que diz respeito ao Dilúvio. Sabemos ou julgamos saber que o Dilúvio poderá ter sido consequência dos degelos repentinos no final da última Era Glaciarviii. Assim sendo, poderá ter sido um acontecimento global e não apenas local. É necessário notar que a região mesopotâmica resulta, geograficamente, da planície aluvial dos rios Eufrates e Tigre. No entanto, o relato do Dilúvio presente na Epopeia de Gilgamesh é inteiramente coincidente com o relato bíblico de Noé, talvez o mais conhecido mito do Dilúvio.
Assim, os deuses decidem destruir os homens. Ea, deus das águas e protector natural do homem, dá instruções a Utnapishtin para construir um barco, para o qual deve levar as sementes de toda a vida na terra. Anu, deus do firmamento, Enlil, o executor, Ishtar, deusa da guerra e do sexo, e Ea, nessa altura, habitavam a terraix. A cheia veio por acção de Adad, deus da tempestade. Desde o início até ao final da história, em que Utnapishtin vai libertando diversos animais para atestar a habitabilidade, a correspondência com a história de Noé é total, sendo que provavelmente esta seria um decalque de parte da Epopeia de Gilgamesh. No entanto, relatos a nível mundial da grande cheia aparecem no Egipto, pelas palavras do próprio deus Tothx, na Grécia Clássica (a lenda de Deucaliãoxi), na América Centralxii, América do Sulxiii, América do Nortexiv, Índia (a Epopeia de Manu)... Na realidade, parecem existir 62 registos, similares e independentes dos mitos sumérios e hebraicos, do Dilúvio - por todo o Mundoxv. A Epopeia de Gilgamesh aparece, assim, como primordial para o entendimento deste fenómeno, dado ser o mais antigo relato de um acontecimento extraordinário, a verdadeira génese da história humana como a conhecemos.
iJbara, Santos, Freitas, Ribeiro, Melo
iiInfopedia
iiiA Epopeia de Gilgamesh
ivIbidem;
vIbidem;
viIbidem;
viiTavares, 1995
viiiDonald W. Patten, The Biblical Flood and the Ice Epoch: A Study in Scientific History, 1982
ixHancock, Footprint of the Gods, 1995
xLivro dos Mortos, CLXXV
xiThe Gods of the Greeks
xiiMayan History and Religion
xiiiLenormant, The Antediluvian World / Popul Vuh
xivLynd, History of the Dakotas
xvFrederick Fibry, The Flood Reconsidered

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

NÓS POR ONDE ANDAMOS

Foto Google, O Paraíso Português
Eu hoje, admito, acordei bem disposto. Levantei-me quase com vontade de enfrentar o dia, não ficasse quase com os testículos congelados quando saí da cama. Nada que não se cure com um duche bem quente. Quando acabei o duche olhei-me no espelho e decidi que estava tão bem disposto que não ia estragar o dia com a barba, que ficou por desfazer. Levei o carro à inspecção e não me chatearam! Isto é que é um dia!
Tão bom foi o dia que até divaguei pelo mundo inteiro. E sonhei com um mundo melhor, o mundo que nos espera amanhã mesmo. E vi como as coisas vão acontecendo de modo a termos de facto um mundo melhor. Há notícias que nos põem bem dispostos. O Prémio Nobel da Paz foi para um chinês que luta contra o regime! Boa, é só para chatear esses ditadores da treta! E as reacções, logo pela manhã? Espantosas! Os nossos políticos de direita, desde o CDS ao PS (D), todos três, todos se congratulando com o prémio, pois "é merecido da parte de quem luta pelos Direitos Humanos na China! E nenhum de nós, se se lembram, foi à Assembleia da República lamber as botas ao presidente chinês!". O PCP destoa, acha que é uma desgraça, um atentado a um país que tem feito progressos económicos fulgurantes! Meu amigo, há que ter direito à discórdia, e como esses concordam em concordar todos com os chinocas, a verdade é que o progresso económico serviu para melhorar a vida dos chineses que trabalham, não? Penso que agora os alimentam uma vez por semana!! Excepto aqueles que vieram para Portugal abrir lojas dos chineses. Dizia-se que esses comem cães, por isso até comem carne!
E o dia ia no início e eu bem disposto. Claro que tive de me desviar uns minutos pelas ruelas para não pagar SCUTs, mas a verdade é que sou preguiçoso e ainda não fui comprar laca para o cabelo para pôr na matrícula do carro e não pagar. E depois vieram as medidas do Governo para aumentar exportações, e no meu mundo de amanhã, vejo a perfeição, vejo o meu vizinho a chegar a casa todo contente e dizer à mulher que finalmente conseguiu acordar a indemnização a pagar pelo seu despedimento, e que até conseguiu pagar menos que aquilo que o patrão queria!! E no dia seguinte, o outro vizinho, também sorrindo, lendo uma mensagem de telemóvel onde lhe dizem que não precisa de ir para o emprego naquele dia, ou mais nenhum daí para a frente. 
E eu até nem percebia as minhas visões, mas depois explicaram-me que a melhor forma de diminuir o desemprego é fazer com que seja mais fácil despedir. E eu não percebia, mas depois esse alguém mais me foi explicando que é assim que funciona, pois por cada despedimento que houver, o desemprego baixa! Bem aventurados os economistas deste país, que sempre tiveram tanta razão no que diziam e agora se vê que realmente os resultados não tardam.
E ia vendo o futuro risonho, e o dia corria-me bem. E via um amigo consultar a conta no fim do mês e ver que já lhe tinham pago o ordenado. E como estava contente o meu amigo! Este mês a sua produtividade foi tanta que teve direito a receber três euros e meio em vez de pagar ao patrão! O mundo é perfeito! E um outro, que arranjou quatro empregos para mandar o filho para a primária, mas que diz que vale a pena o sacrifício, e até lá, quem sabe, não arranja dinheiro para o filho andar na escola seis ou sete anos?? Via também um velhote, feliz da vida, reformado e pagando uma pensão ao Estado, entrar num Hospital, mas não era um Hospital qualquer! Era um edifício novo, lindo, todo branco!! E ia receber tratamento grátis à artrite! Uma conquista. E curaram-lhe a artrite e todas as outras doenças, e ainda deu para a viúva pagar ao cangalheiro com um dinheirinho que tinha sobrado daquilo que pagava ao Estado!
E ainda imaginei a alegria dos funcionários do Tribunal transportando os 4531 volumes relativos a um complicado julgamento de um audacioso roubo de três laranjas do quintal do vizinho da frente! E ainda vi um pescador a dedicar-se, feliz, à faina, bem lá ao longe, ao largo da costa. E como ele nadava bem, enquanto estendia as redes! E passei por uma quinta, e via satisfeito o satisfeito agricultor acenando para mim, feliz da vida por estar a fazer a vindima ao pé de vinha que finalmente tinha conseguido que Bruxelas o deixasse plantar!
E, à tarde, de volta a casa, quase podia ver que a minha rua, outrora tão triste e espaçosa, de passeios largos, agora pululava de vida! E era lindo ver que os últimos espaços vagos no passeio eram ocupados pelas felizes famílias que haviam deixado para trás as dispendiosas casas e assim se mudavam para o passeio! Tudo isto vi com prazer! Será um futuro glorioso! Não fosse um ou outro relance desses terroristas gregos, belgas e espanhóis, que hoje decidiram manifestar-se por (imagine-se!) receber dinheiro em troca de trabalho!! Mas são uma minoria, o mundo que vi vem para todos! Felizmente, pois é isso que, pelo menos, 80% das pessoas do meu país querem. Se querem, é porque é bom! Vou-me deitar feliz hoje!

domingo, 12 de dezembro de 2010

FRIO

Foto Google
As cidades são frias debaixo do luar. Não sei explicar, apenas sinto que as cidades são frias debaixo do luar.
E até ficava bem em inglês, que agora é moda por essa net fora, com interjeições ridículas a acompanhar o português. Cities are cold under the moonlight. However, and nevertheless, I'm hardly english, certainly not american and I'm pretty sure that I've seen none too much of american movies. So, I'll keep on going, writting in an ancient latin language, obscured by clouds of time, and just as beautiful as villages under the moonlight. Which is a bit different of saying that cities are cold under the moonlight. Because they are, and I really think I can't do a darn thing about it.
As cidades são frias debaixo do luar. E pronto. E Lisboa é a cidade mais triste que conheço. E Podence é a aldeia lunar. São coisas diferentes. Só para quem conhece poderão ser. Só para quem sabe ver é que a diferença se revela. E não tem nada a ver com a paisagem.
Nothing to do with the landscape.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

E TRABALHAR, NÃO??

Foto Google da tal bactéria e coiso
Eu cá topo com cada uma que até parecem duas... Então, para que é que pagamos aos cientistas? Para fazer ciência. Certo. E aos cientistas da NASA? Para fazer o mesmo, ciência! - diria uma grande parte do pessoal.
Errado!
Os cientistas da NASA são pagos para dizerem coisas óbvias. E agora vieram com uma história de que descobriram uma bactéria que dispensa fósforo e que gosta é de arsénio. Ora bem, primeiro, há que meditar porque razão uma bactéria dispensa fósforo. Porque tem um isqueiro?? Porque não fuma?? Porque não cozinha??
Depois, vem a questão do óbvio. Ora o arsénio, não sei se sabem, mas sabem se estudaram a vossa tabela periódica com alguma regularidade, é um veneno! É tóxico que se farta e mata e o catano! É venenoso! Ora então, digam-me lá se estes cientistas não estão doidos, minha gente!!! À procura de bactérias com veneno!! Nós já sabemos que há seres vivos com muito veneno! Alguns são puro veneno!
Não acreditam??? Querem provas? Então ainda hoje o Fernando Ulrich apareceu na televisão a destilar arsénio por todos os poros!! Trabalhar, pá!!