quarta-feira, 27 de junho de 2012

O MILAGRE

Ilustração Marco Joel Santos


Ultimamente tem-me dado para pensar mais em motivos religiosos. Não sei se é algum surto de fé ou simplesmente porque já há muito tempo não havia um bom escândalo religioso, como o do Banco do Vaticano ou o mordomo indiscreto. Afinal sei e é pela segunda razão.
Lembrei-me daquela questão da idade de entrada no paraíso em conversa privada, e em nova conversa privada surgiu a questão dos Santos Populares. Ora toda a gente sabe quem é o santo popular de Lisboa, o Santo António, toda a gente sabe quem é o santo popular do Porto, o S.João e toda a gente sabe quem é o santo mais popular de Portugal, o Messi. Para já, é clara discriminação que o santo lisboeta seja tratado pelo nome completo, Santo António, e o do Porto seja só “são”. É por o outro ter ido jogar para o estrangeiro, para o Parma, ou quê?
Bem, toda a gente sabe quem são os padroeiros de Porto, Lisboa e até de Braga (para quem não sabe, é o João na mesma - ou melhor, parece que é o Geraldo, mas é ao João que ligam - ok agora, Maria?). Mas pouca gente sabe quem é o santo padroeiro de Coimbra. Até porque não é um santo, é uma santa. E é um caso curioso de promiscuidade político-religioso-hospitalar. Político, porque era uma rainha. Religioso, porque se diz que fez milagres. Hospitalar, porque ainda está em excelente estado de conservação, ao contrário dos desaparecidos António e João…
A Rainha Santa, a célebre Isabel de Aragão, casada com D.Dinis, é a padroeira de Coimbra. E porquê, perguntarão? Porque está lá o seu corpo, em Sta.Clara-a-Nova, e porque foi em Coimbra que ela reinou. Recordo que Portugal só teve três capitais, e muita gente desconhece quais são essas três cidades. Na altura em que Dinis era simultaneamente agricultor, poeta e rei, Coimbra era a capital do reino. Pronto, só restam mais duas cidades capitais de Portugal para adivinharem…
O milagre das rosas é o mais conhecido de Isabel de Aragão. Consta que um dia a rainha saiu da Alcáçova para alimentar os pobres de Coimbra com o regaço do seu vestido cheio de pães. O rei, aqui retratado não como agricultor nem poeta, mas como português apenas, vai de seguir a excelente senhora e surpreende-a com a valiosa carga envolvida nas saias. Ordena-lhe que lhe mostrasse o que levava e Isabel, com uma calma olímpica, desce a saia e dela caem rosas. “São rosas, senhor, são rosas”. Note-se como uma esposa se dirigia ao seu marido, coisa moderna.
Imaginemos agora a Maria a fugir de Belém com o regaço cheio de algo para os pobres. Improvável, eu sei, mas imaginem. E agora imaginem o Aníbal a surpreendê-la. Aqui não é preciso qualquer esforço de imaginação, não é? O que diria o Aníbal? “Maria, mostra-me os euros que aí levas para distribuir pelos pobres de Lisboa, e que me fazem falta para pagar as contas da luz e da água, pá!”. E com uma calma olímpica, Maria baixaria a saia e diria, enquanto caíam: “São só panfletos do IEFP, senhor, apenas panfletos do IEFP!”
Imaginemos a Laura Coelho a sair de S.Bento com o regaço cheio de algo para os pobres de Lisboa. E o Passos, preocupadíssimo, a surpreendê-la na rua: “Laura, querida, então estás a dar dinheiro a estes calaceiros que ainda por cima têm a oportunidade de uma vida pela frente? Assim estragas-me o esquema, olha o que eu me esforço por teres pobrezinhos a quem dar sopinha lá nas traseiras da copa do Palácio!”. E Laura, com outra calma olímpica, deixa cair o conteúdo do regaço na rua e clama:”São acções de penhora, senhor, apenas acções de penhora!”.
Bem, a verdade é que se a Maria saísse de Belém com a saia arregaçada até ao pescoço, duvido que encontrasse alguém na rua. Já a senhora esposa do senhor primeiro sinistro poderia captar outro tipo de acções que não as de penhora… Mas isso sou eu a imaginar. Já agora, vão pensando em que 3ª cidade, além de Lisboa e Coimbra, Portugal teve capital…


segunda-feira, 25 de junho de 2012

MUDAM-SE OS TEMPOS... MUDAM-SE AS VONTADES


O jornal Público noticia que os jovens médicos estão preocupados com o futuro e começam a equacionar emigrar.
Sou do tempo em que a reverência para com o Sr. Dr. era quase caricatural. Ia-se ao Sr. Dr. e não ao médico. Ia-se e entrava-se com uma postura humilde à espera de trazer uma prescrição para curar uma maleita que não nos era explicada dada a ignorância óbvia que o Sr. Dr. entendia termos. Ou então, a explicação era dada em termos tão técnicos que vínhamos para casa ainda mais convencidos que aquilo sim, era um Dr.! Então, na consulta seguinte, levava-se alguma coisinha, um agrado, ao Sr.Dr., ainda que se pagasse a consulta e se oleassem as mãos da funcionária que era muito simpática e nos “arranjava” consulta mais rapidamente.
Os tempos mudaram mas os jovens, certamente não por acaso, enchem as turmas do ensino secundário de Ciências e Tecnologias, ainda que não o façam por vocação, na esperança de entrarem em Medicina. Alguns confessam que queriam ser jornalistas ou professores, outros que estão a cumprir o sonho dos pais e não o deles, outros, ainda, que acham que “os médicos é que ganham dinheiro”!
Este mito não existe apenas porque nós o criámos, existe também porque muitos médicos para ele contribuíram, com atitudes de superioridade e com os elevados honorários que cobram.
Conheço, felizmente, médicos que em nada se enquadram neste retrato mas é também certo que houve uma maioria que nunca lutou ao lado das outras classes profissionais em momentos políticos cruciais e que só agora, quando o seu reduto de privilégio é ameaçado, começa a manifestar-se.
Como os médicos, outras classes se alhearam, olhando apenas para o próprio umbigo. No entanto, a crise não distingue profissões (político não é profissão, no meu entender, é tacho) e talvez tenha chegado o momento de agir como cidadãos comuns, com interesses e objectivos comuns!


segunda-feira, 18 de junho de 2012

IDADE DE ADMISSÃO

Ilustração Marco Joel Santos


Por vezes dou por mim a pensar em coisas interessantes. Descanse quem lê, que nem sempre tal acontece. São coisas passageiras, que normalmente não duram mais de uns escassos minutos e que depois passam. Normalmente isso acontece-me uma ou duas vezes por ano. Como esta não é uma dessas ocasiões, poderia escrever sobre as eleições gregas, e de como aparentemente naquele país se passa uma coisa interessante (em que eu não pensei, atenção), que é a dos idosos terem saudades da ditadura militar e votarem em massa naquilo que mais se assemelha. Faz-me lembrar algo…
Não, não vou escrever sobre as eleições gregas nem tampouco sobre a clínica resposta Cristiano-ronaldense aos adeptos que mais o odeiam em todo o mundo, os portugueses. Não, também isso é interessante e não me lembrei de escrever sobre isso. Nem, pasme-se, sobre a maioria absoluta do PS na França, que isso pode ser tomado por um assunto interessante e não, não é uma dessas ocasiões. Estou mais numa de parvalheira ou, como diria um caro amigo meu, de jabardice.
Então no que estou a pensar? Em religião. Ah, pois e tal, isso já não é interessante e tal. Eu avisei, não me venham com essas lostras agora! Mas, a sério, dei por mim a pensar numa questão que, não sendo interessante, é tecnicamente relevante. E surgiu, como é frequente, em conversa com a minha mãe que, apesar de tudo o que vai acontecendo, ainda conserva um humor assinalável. Sim, pronto, não fui eu que pensei sozinho nisto, já sei. Eu pago os direitos à minha mãe. Pela ideia. O desenvolvimento é mesmo meu, mesmo não estando naquelas raras ocasiões de catarse que permitem pensar em coisas interessantes. Catarse, não catorze.
Ora a ideia é esta: um gajo anda por cá uns anitos à boa vida e tal. Às vezes não. Mas depois de uns anitos valentes, e tirando aqueles casos de doenças prematuras e acidentes de viação e de trabalho, vai daí e um gajo lerpa (e as gajas é mais ou menos o mesmo, mas mais tarde)! Ora, e tirando de letra que a vida se assemelha a um jogo de cartas ilegal, o lerpanço ocorre quando um gajo mija para os socos ou quando as meninas fecharam o museu por risco de derrocada. Ou seja, quando somos septuagenários, octogenários, nonagenários ou até centenários!
A minha questão é simples: ou o Arcanjo Gabriel tirou um curso de geriatria ou o Céu com certeza faz subcontratação às Misericórdias… É que tratar de tanta gente idosa lá por cima deve ser o cabo dos trabalhos! Não acredito, de toda a maneira, que o S.Pedro (que não é um exemplo de juventude por si mesmo, como frisou a minha mãe) reserve o direito de admissão por idade aos utentes do Céu. Tipo: “BI! Tem mais de quarenta, Inferno com ele”. Até porque não seria inteiramente justo, apenas parcialmente. Um idoso não tem culpa de o ser, embora ser idoso lhe tenha permitido ter tempo para fazer mais cagada que os outros – é certo. Mesmo assim, não me parece justo…
Consultei a legislação para me elucidar esta questão e ela é mais ou menos omissa. Ou seja, pelos vistos, um gajo lerpa e tal e fica por ali uns tempos à espera que o Filho do Patrão volte para sacar a massa aos ricos que não pagam impostos e à Banca (pelo menos é o meu entendimento do que é o entendimento de Fim do Mundo para a EU). E assim que ele aparece e dá essas voltas, a gente recupera o corpo e passa a ir para o Céu. Isto é uma versão. Outra, de que a legislação também fala, é a possibilidade de ir para o céu sem passar na Casa Partida nem de receber 2000$00 (o Monopoly que eu jogava era dos antiguinhos). Ou seja, não precisamos do corpo para nada e chegamos lá e pronto, é só arranjar uma nuvem e sentar à direita do Pai. O que leva a outra questão importante: se todos se sentam à direita do Pai, o Pai está à esquerda de todos. Se estiver vento de Norte, é o primeiro a ir com os porcos. Mas isso já seria quase interessante e eu não estou nesses raros dias de pensar em coisas interessantes.
Assim sendo, como é que um gajo que lerpa com, digamos, 90 anos, se apresenta no Céu? Com o corpo de 90 anos, cheio de artrites e artrose e tromboses e o catano? Não me parece bem. Até porque viver uma eternidade com um corpo daqueles deve ser visto como um castigo e não como aquela espingarda de recompensa… Assim sendo, proponho que se altere a legislação, ali pelo Apocalipse ou então uma breve referência numa das epístolas de Paulo aos gregos (ou aos romanos, ou aos alemães, tanto faz), que estabeleça que um gajo quando lerpa, independentemente da idade com que se dignou fazê-lo, dê entrada nas Urgências lá do sítio com o corpo que tinha aos trinta anos. Que tal? Não é um descanso? Eu acho.
Dirão alguns energúmenos que desejariam ficar com o corpo que tinham aos vinte anos. Eu não discordo. Podem lerpar aos 100 e ficar com o corpo que tinham aos 20, sem problemas. Descem é de andar, porque corpo de 20 anos dá para aguentar melhor as chamas…

quarta-feira, 6 de junho de 2012

DIREITOS HUMANOS SEGUNDO MERKLE

Ilustração Marco Joel Santos


Está quase a começar o Euro! E, como sempre, Portugal inteiro vai parar para ver a selecção jogar. Metade do país querendo vitórias, a outra metade querendo derrotas. A metade de baixo e a metade de cima. Regra geral, claro. Eu estou na metade de cima e quero vitórias. Por outro lado, a senhora Merkle não quer que os europeus se desloquem ao campeonato… europeu.
Parece que o governo ucraniano tem uma ex-governante presa, uma tal de Yulia, que deve querer dizer Mariana em ucraniano. A senhora Timoshenko (parece que é assim que se chama lá – cá é Tatiana) é acusada de alta traição por ter assinado acordos de passagem de gás russo para a Polónia e… Alemanha através de território ucraniano que aparentemente lesaram o país. Ou então está a ser apenas Putinada, o que, pessoalmente, para ela, é o mesmo. Mas lá que tem cabelo para dar e vender, lá isso tem. Acresce que é isto que os portugueses pedem para os seus políticos, mas parece que se for na Ucrânia, a coisa pia mais fino.
Vai daí, a senhora Merkle não quer que ninguém vá ao euro, pelo menos aos jogos que se realizem na Ucrânia. Curiosamente, onde Portugal vai jogar. Os primeiros jogos, pelo menos. Depois, a gente muda-se para a Polónia, porque a final é em Varsóvia. Desporto à parte, volte a política. Diz a chanceler (pessoa que põe a chancela) alemã que por solidariedade com os presos políticos na Ucrânia, particularmente a tal Yulia Mariana Tatiana, e para tentar impor os direitos humanos naquele país, se deve boicotar o Euro. Menos as equipas propriamente ditas, pois a equipa alemã, a famosa Manschaft, que quer dizer gajos chatos em alemão, está por lá e vai logo entrar com o pé esquerdo (esquerdainen pesainen).
É de louvar, diga-se de passagem, esta atitude da senhora Merkle! Subiu uns furinhos na minha consideração por defender tão bem o gás… os direitos humanos na Ucrânia e no mundo livre, já que ela é uma das líderes desse mundo livre!
Aliás, já aquando dos (e não me venham dizer que não se escreve “aquando” e sim “quando” – escreve-se mesmo “aquando”, porra!) Jogos Olímpicos de Pequim, na China, esse baluarte dos direitos humanos, a senhora Merkle defendeu os Direitos Humanos com unhas e dentes! Olha se a China tivesse algum gás a pass… se tivesse violações dos Direitos Humanos!...

terça-feira, 5 de junho de 2012

EUREKA

Ilustração Marco Joel Santos


Eureka foi o gritou Arquimedes, pelas ruas de Siracusa, ao que dizem do jeito que veio ao mundo, quando descobriu como poderia determinar a densidade de um determinado objecto composto de vários metais. No caso, a coroa do rei da cidade-estado siciliana. Descobriu isso no banho, daí ter andado pelas ruas nu a gritar Eureka. A partir desse momento, ou seja, desde o tempo das Guerras púnicas, que “Eureka” é sinónimo de descoberta, de compreensão de um facto que nos escapava ou coisa parecida.
Eu gritei Eureka. Está certo que não sou o Arquimedes, nem sequer sou matemático. Mas por vezes acontece-me, assim do nada, aperceber-me de factos, antes desconexos, que passam a fazer todo o sentido. Só não me acontece andar pela Santana nu a gritar, porque tenho mais vergonha que o Arquimedes e não estamos na Magna Grécia.
O nosso primeiro sinistro, que sabemos agora não ser o número um do governo, por ser o número dois (e quem diz dois diz treze) de um ainda mais sinistro que tem nome herbáceo, afirmou a pés juntos, o que é natural por se tratar de um roedor, que o desemprego é uma oportunidade. A princípio, até pensei que realmente ele já teria perdido demasiadas oportunidades, tanto de estar calado, como de ir para o desemprego. Até porque, como nunca levantou uma palhinha do chão, tendo sempre “laborado” nas empresas do padrinho, já deve estar habituado a aproveitar oportunidades de não fazer nada.
Mas eis senão quando reparo que o nosso governo tem por lá um sinistro da economia! Um homem (pensa-se que seja pelo menos aparentado com o orangotango) reputado a quem foi confiada esta difícil pasta da economia. O que tem isto a ver com o Eureka e com as oportunidades do nosso primeiro sinistro? Bem, é que antes de estar no governo, este sinistro estava desempregado! Ah pois, estão a ver como o coelhinho tinha razão? Como, de outra forma, este sinistro da economia, teria integrado o mais famoso governo europeu (a Grécia não tem, pelos vistos – resta saber se nós temos…)?
Pois é, o agora sinistro da economia, sendo que a nossa economia se resume a privatizações, essa sumidade chamada Borges, não só é o nosso ministro da economia, como é ainda consultor da Jerónimo Martins, aquela empresa que faz descontos de 50% em produtos que aumenta 60% no dia anterior. Ora, que se lixe lá essa coisa dos conflitos de interesses por trabalhar num grupo económico e ser encarregue de vender empresas do Estado a grupos económicos. Isso é amendoins…
O Borges foi funcionário do Goldman Sachs, a Mafia de Nova Iorque. E aqui é Nova Iorque, que isto não é nenhuma série de quinta categoria que fala de sapatos e tal. Isto é para quem tem vida própria. Depois, surpresa das surpresas, foi chefe para a Europa do FMI. Pelos vistos, a coisa correu muito mal ou bem demais, porque foi despedido da Fome e Miséria Internacional para vir para Portugal mandar bitaites sobre como é urgente baixar os salários. Ainda por cima vindo de outro gajo que ganha mais num mês do que eu ganho em… muitos, isto até pode parecer trágico se não fosse tão cómico.
Pão e água parecem ser o suficiente como salário para um mero trabalhador, para o amigo Borges. Uma pessoa reputadíssima, despedido da Fome e Miséria Internacionais, acha que melhoramos Portugal se piorarmos Portugal. Sim, já sei que é falácia barata. Na verdade, Portugal não é o povo português. Portugal é meia dúzia de espertos herbáceos. Pelo menos para o competentíssimo Borges, o nosso sinistro da economia.
Onde vamos desencantar estas aves raras, que nunca fizeram ponta de um corno na vida e que nasceram para fazer sexo ao juízo a todos aqueles que ainda têm de trabalhar para sobreviver é que não sei. Não sei mesmo. Até parece que não era para ser ele o sinistro da economia, que seria um tal Álvaro que quando estava no Canadá se fartava de mandar bitaites sobre como fazer as coisas em Portugal. Pelos vistos, o jet-leg induziu-lhe coma. E agora vem o Borges, a sumidade, dizer que 485 euros por mês são demasiados. O mais estranho é que ninguém o manda apanhar no recto.


sábado, 2 de junho de 2012

Isto é um motim...

Está aí alguém?!...
Parece que não... o avião está aqui parado há duas semanas (não se sabe se por greve da tripulação se por causa da crise que já nem dá para pagar o combustível desta coisa) e o comandante parece que está distraído (e se não está, devia de estar, que hoje não é dia de andar a inspeccionar por aqui), vou aproveitar e, hoje... os comandos do bombardeiro são meus.

Mas aviso-vos desde já que o voo de hoje vai ser um voo diferente.
Hoje, não há bombas nem alvos.
Hoje, o voo do bombardeiro é de festa...

Festa?!, perguntais vós...
Sim, festa!, respondo eu... porque quem hoje manda aqui sou eu... e se eu vos digo que há festa, então é porque há mesmo festa!

Apertem os cintos que isto vai levantar voo (espero eu de que)!

Ouvi dizer que hoje é o dia de aniversário do comandante, e ele até tem sido um bom comandante (pelo menos ainda não me despediu apesar das minhas ausências ao trabalho). E um aniversário é sempre um bom motivo para festa... digo eu!

Festa que é festa tem que ter música, certo?!
Contratar um DJ era caro e o que eu aqui ganho não dá para essas extravagâncias, por isso pedi a uns amigos em comum que até nem tocam mal e eles vieram cá cantar... à borla, foi o que se arranjou!



E morfes?! Não há morfes?!, perguntais vós... isto de andar de avião dá fome e vir a uma festa e não dar ao dente não tem piada.


Claro que há morfes... eu sei que o comandante preferia uma boa alheira transmontana ou um grande naco de carne maronesa, mas com os ingredientes que tinha cá em casa isto foi o que se arranjou... Tomai lá bolo! Deu-me uma trabalheira enorme a fazê-lo... lambuzai-vos!





Ai, Maria Pronúncia! O bolo até que está muito bom - dizeis vós (enquanto pensais que é melhor dizerdes que está bom não vá eu zangar e despenhar o bombardeiro com vós a bordo) - mas já se bebia qualquer coisita para empurrar o bolo, não?!

Claro que sim, respondo eu... mas não espereis cá bebidas finas, tipo champagne servido em flutes gelados. Isso é coisa para comandante maricas de avião comercial, não é cá coisa que se sirva a bordo de um bombardeiro... Aqui só se bebe vodka... e sem gelo...

Tchim! Tchim! Bota abaixo!...



Pilotar um bombardeiro é um trabalho esgotante e cansativo (e ir a festas também). Até o comandante mais experiente tem direito a um merecido descanso... chegar a casa, calçar umas pantufas e lontrar num sofá.


Pantufas?! Eu disse pantufas?!... Ora aí está um excelente presente para o comandante do bombardeiro... umas pantufas (afinal ele não vai para novo e para o ano até entra nessa fase de que poucos saem... os entas)... umas pantufas são capazes de lhe dar jeito!

Estive para arranjar umas em forma de Urtigão, mas não encontrei...
E como eu sei que ele é um tipo conservador que só gosta de pantufas em forma de pé... estas são as ideais!


Chegamos ao nosso destino. Espero que tenham apreciado a viagem e... até para o ano (se o comandante não me despedir de vez, claro)!

Feliz Aniversário, Eusébio "Cirrus" Santos!
Espero que contes muitos e bons voos...