sábado, 26 de fevereiro de 2011

ESTADO DE DIREITO

Foto Google
Esta coisa de tasers está-me a dar a volta ao estômago. Até o Bastonário da Ordem dos Advogados quer levar toda a gente presa. Súbita mudança de atitude de quem no Freeport não queria levar ninguém preso. A busca de protagonismo é assim, aproveita-se aquilo que se pensa nos dará mais daqueles momentos de fama (os tais 15 minutos da ordem, só que neste caso são repetidos) - o que agora alguns comentadores eruditos no inglês e politiquice chamam de sound bytes. Santinho e seja lá o que isso for.
O caso da cadeia de Paços de Ferreira é um daqueles casos que me dá a volta ao estômago. Num país onde toda uma geração trabalha de graça e tem qualificações a mais, um país onde 80% da população activa conta tustos até ao fim do mês (quem dera que a muitos chegasse ao fim do mês), num país onde morrem idosos sós e passam a cadáveres mumificados ao longo de nove anos de quietude, num país onde uma reforma mínima, resultante, por exemplo, de 45 anos de trabalho com ordenado mínimo, não dá para comprar os medicamentos paliativos para o fim de vida, um país onde o tráfico de drogas impera e os assaltos violentos se multiplicam – é neste país que a utilização de um tazer num preso de uma cadeia é notícia.
Um preso acompanhado psicologicamente, que se vangloriava de que o sistema não aguentava com ele, que se recusava a cumprir as mais elementares regras de uma cadeia, um abjecto que não hesitava em atirar os próprios dejectos aos outros presos e aos guardas prisionais, um criminoso condenado a doze anos de cadeia por tráfico de drogas – é agora uma espécie de herói, afinal uma vítima do sistema. Um preso que fez com que os seus vizinhos presos entrassem em greve de fome apenas para terem aquela cela limpa, uma pseudo-pessoa que até aos seus pares metia o mais profundo nojo, é afinal um herói.
E a culpa é de quem? De um taser e de uma câmara. Um taser – arma que dispara dois espigões presos a cabos pelos quais passa uma micro-corrente de 1000 volts de tensão, que tem como objectivo paralisar a vítima. Uma arma preventiva, que todos já vimos ser utilizada em diversos vídeos, em que 1 minuto depois as pessoas estão no seu estado normal - e sem marcas físicas.  Causa dor momentânea logo seguida de paralisia. E uma câmara, que filmou o disparo, filme esse que algum palhaço achou que seria um escândalo.
Os presos têm direitos. E têm deveres. E não esquecer que perdem muitos direitos no interior da cadeia, incluindo o direito de ser um cidadão. Têm deveres e regras a cumprir. Não estão numa estação balnear. Estão a cumprir tempo de cadeia. Que pode e deve servir para os reabilitar. A minha pergunta é: será que um preso como aquele quer ser reabilitado?
O resultado da intervenção da guarda anti-motim está, no entanto, à vista: o preso passou a cooperar, a cumprir as regras do estabelecimento prisional e a sua cela está agora limpa. Não foi, com certeza, do tazer, que pouca dor lhe deve ter infligido. Talvez tenha sido dos uniformes pretos. Ou até da vergonha de se ver na TV nos lindos preparos em que se encontrava. Talvez agora seja conhecido como o rei da pocilga ou coisa do género.
Em futuros casos, há sempre algumas sugestões. Acompanhamento psicológico não. Deram a este, sendo que a sua avaliação psiquiátrica foi “normal”. Mas talvez arranjar uma senhora a dias que possa limpar as celas dos presos. Porque não? O Estado pode pagar isso. Ou então, uma outra sugestão, arranjar pocilgas em vez de celas, onde estes presos possam javardar à vontade. Ou então colocá-los na vermicompostagem, substituindo as minhocas que comem a matéria orgânica e produzem húmus. Podem também colocá-los a cumprir pena em casa do Dr. Marinho Pinto, ele parece que gosta de merdas.
Desde que ninguém se lembre que o preso em questão é um assassino em massa, está tudo bem. Tem direitos... Aliás, tem bem mais direitos que um jovem da geração “parva”, tem bem mais direitos que um estagiário que trabalhe de graça, tem bem mais direitos que qualquer idoso que esteja condenado a morrer só, tem bem mais direitos que qualquer pensionista que tenha trabalhado 40 ou mais anos, porque a estes, Portugal nega a possibilidade de dignidade humana, nega a possibilidade de futuro, nega até a possibilidade de deixar de existir condignamente. A um traficante de droga que inferniza a vida a quem trabalha e vive na cadeia de Paços de Ferreira, ninguém pode tocar. Triste Portugal que eu vejo. Triste a terra onde os criminosos são os jovens desempregados e os idosos sós, e onde os “cidadãos” com direitos moram nas cadeias.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

O MEC É QUE A SABE TODA!

Chico Fininho - Foto Google

O Miguel Esteves Cardoso é que a sabe toda, e fez de um chorrilho de palavrões uma ode à língua portuguesa. A antiga, não a brasileira que se escreve agora. A verdade é que não só desmistificou como embelezou o uso do palavrão. E além de tudo, deu uma liberdade muito grande à escrita que se vê por aí. Não falo de revistas ou jornais, mas antes deste mundo, o da blogosfera.
Eu sou do norte do país, e tenho pronúncia do norte. Mas além da pronúncia, tenho a grata capacidade de conhecer e usar frequentemente o palavrão. E este é um primeiro erro, muito comum. Como se pode chamar palavrão a um caralho, por exemplo, quando existem acetilsalicilatos de lisina (aspirina)? Ou esternocleidomastoideus (haja Deus!)? Ou otorrinolaringologista (rinoceronte que se chama Oto e que tem uma loja e vota PSD)? O caralho é até assim uma palavra maneirinha, e até é antiga. Designava o cesto da gávea dos navios no tempo dos descobrimentos. Agora imaginem lá o Vasco da Gama a ordenar a um marinheiro “Vai para o caralho!”, o que, pelos padrões de hoje, poderia dar origem a um motim no navio-escola Sagres. A maior parte dos ditos palavrões não são efectivamente palavrões, são maneirinhos e práticos. Até porque chamar “filho de uma senhora de ocupação dúbia em horário de trabalho” ao filho da puta que nos fez uma tesourada na autoestrada é pouco prático, e quando se acaba a expressão já o dito se pôs no caralho. O que não é rigoroso, é certo, porque olhamos para baixo e ele vai bem adormecido e aconchegado lá junto ao banco aquecido do automóvel. E aí está outra grande vantagem do palavrão. A capacidade de nos pôr a imaginar coisas inverosímeis e estranhas.
O palavrão é solidário. É verdade. O palavrão une as pessoas. Basta pensar em como podemos tantas vezes estar a falar com outra pessoa e exclamar “O Sócrates que se foda!”, ao que o outro responde “Que vá apanhar no cu!”! Ora aí está um momento de rara sintonia que nunca seria atingido se alguém dissesse “O Sócrates que se vá fazer amor” com a resposta “Que vá inserir um falo no ânus!”. Quer dizer, se calhar, pela magnitude da coincidência de opinião, até poderia. Mas como dizem os outros mariconços, não era a mesma coisa.
Aí está outra palavra que dá jeito. Maricas ou paneleiro dá jeito. Isto porque o verdadeiro palavrão é homossexual ou, ainda pior, gay, que nem português é. Maricas que se ofenda por lhe chamarem paneleiro não é homem! E isto do gay fez-me lembrar aquelas alminhas que, quando querem expressar espanto, agora escrevem “omg!”, em vez de um “Oh meu Deus!”. Claro que são alminhas religiosas, e respeitando o Mandamento, não evocam o nome de Deus em vão. Resta o quê? Ah, pois, um vistoso “puta que pariu!”! Espero que ninguém se lembre de escrever “senhora de ocupação dúbia em horário de trabalho que pariu!”. Sim, porque pariu não é palavrão, é o termo técnico para o acto de ter um filho, e não “dar à luz”, que é muito poético, mas só resulta se for um mineiro o parteiro.
Ou então, outra expressão que me põe os cabelos com tesão, que é “wtf!”. Não é português, e é facilmente traduzido pelo sempre popular e prático “foda-se!”. Aliás, esta palavra, por estes lados, não é uma palavra, é uma interjeição. Ou começamos, ou interrompemos ou acabamos uma frase sempre com um sonoro “foda-se”, e é mesmo recorrente que utilizemos as três alternativas simultaneamente, sendo que algumas vezes o caralho é chamado a intervir ali pelo meio. Sem maldade, pois sabemos que o caralho intervém de facto mais pelo meio, embora habitualmente tenha tendência para a esquerda, por sermos maioritariamente dextros. Sim, porque isto de “fodi esta” e “fodi aquela” e mais não sei o quê é giro mas é na imaginação de profissionais liberais com pouco que fazer. A maior parte do pessoal fode o que pode e os que não podem batem umas punhetas. Palavra engraçada, esta das punhetas, já que deveria apenas designar uma pessoa a quem falta um punho, como perneta para quem não tem uma perna, maneta para quem não tem uma mão, mulher para quem não tem caralho – que, como vêem, é uma palavra recorrente na língua portuguesa.
E a língua leva-nos ao acto sexual oral, designado quase cientificamente como cunninlingus. Este sim, é um palavrão! A substituição natural por um saudável minete é simples e prática, e dá para ver que algumas senhoras idosas que visitam países árabes ainda têm vida sexual activa - ou seja, ainda fodem, pelo menos de língua – quando exclamam à saída do autocarro, e referindo-se às torres das mesquitas: “Puta que pariu, grande minete, c'um caralho!”. É certo que de início é constrangedor, mas liberta o espírito de grupo e faz uma viagem mais ligeira. O acto sexual oral contíguo é o felatio, que se lê felássio, o que a mim me faz lembrar melaço e, ultimamente, os Homens da Luta. Um comum broche é engraçado e inclusivamente diversificado culturalmente, uma vez que podemos sempre desviar a conversa para a joalharia.
Mas há muitos outros palavrões. Boy, por exemplo. Não é um palavrão, mas não é português. Um boy não é um boy, é um lambe-cus. Temos bons exemplos de lambe-cus por esse país fora, como o já referido PM ou o Passos Coelho, jotinhas de profissão que se especializaram rapidamente na arte de dar o dito cu em troca dos tais jobs, que é palavrão que é facilmente traduzível por tacho. Porque não dizer “tachos para lambe-cus” em vez dessa tristeza de “jobs for the boys”? É que, ainda por cima, poupamos nas palavras, porque para elas teríamos de dizer “jobs for the girls” e assim dizemos sempre “tachos para lambe-cus”, uma vez que a actividade de lamber um cu não é directamente relacionável com qualquer um dos sexos.
E o sexo faz-me lembrar que o palavrão é intensamente despretensioso, uma vez que inverte tudo aquilo que queremos efectivamente dizer. Como? Os palavrões directamente ligados à actividade sexual raramente são utilizados nesse âmbito. Mandar para o caralho alguém raramente quer dizer que se deseja que essa pessoa se coloque por cima de um pénis, mandar alguém ir-se foder raramente é sinal de que desejamos que essa pessoa vá fazer sexo. Ao contrário, quando falamos explicitamente de sexo, usamos outras expressões que nada têm com ele a ver. Por exemplo, quando referimos um marido traído, não o designamos como o atraiçoado ou o traído, mas antes por cabrão, corno ou manso. O que na realidade é intensamente libertador, uma vez que cabrão é um bode com muita força, corno é um utensílio de lutas extremamente viris entre várias espécies animais e dos mansos será o Reino dos Céus. Está bem, se não for o Reino dos Céus, é outra merda qualquer lá para cima.
Merda é um palavrão que muita gente pensa que foi inventado pelo Rui Veloso quando, enquanto seu alter ego Chico Fininho, andava com a merda na algibeira. Pode ser enganador, ninguém cagou no bolso do Rui. Cagar é mais um palavrão libertador, uma vez que defecar é um verbo feio e triste, que me faz lembrar defenestrar, e agora estou a imaginar alguém a cagar-se todo enquanto o fodem abaixo de uma janela de S.Bento. Pode ser o Sócrates. Mas merda é, mais uma vez simples e directo, em vez de excremento, que faz lembrar jumento – o Sócrates aparece muitas vezes por aqui, é uma merda! - e tem a vantagem de não só designar o excremento em si como qualquer merda em geral, como a merda que o Rui trazia na algibeira.
Enfim, o palavrão é, como dizia o Miguel Esteves Cardoso, que tem umas filhas das putas dumas orelhas que parecem uns abanadores de fogareiro para assar sardinhas, uma verdadeira instituição. Eu concordo e só tenho realmente pena de não escrever tão bem como o Miguel Esteves Cardoso. Mas a verdade é que ele também gostaria de ter orelhas como as minhas e não aqueles apêndices gigantescos que devem ter arranhado as bordas da mãe duma forma irreversível. Mas eu gosto mesmo do que o homem escreve. Muitos pensam que sabem bem mais que ele, e às vezes até partilham o nome, mas afinal são apenas lambe-cus de merda. Isto é um pleonasmo, não é? Que grande palavrão! Não há aí nada que possa substituir pleonasmo, assim mais maneiro? Talvez encornanço – quando alguém encorna em alguma coisa, está a pleonasmar (e isto agora é que não sei se existe – é mesmo palavrão a substituir pelo saudável encornanço!)

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

O DILEMA DO MIGUEL

O líder do PSD - Foto Google

Vamos lá ver o que vai fazer o PSD. Os sociais demagogos ficaram agora entalados até à goela com esta moção de censura. São obrigados a votar a favor, ao lado do BE e do PCP, o que não deixa de ser profundamente humilhante para os mais acérrimos defensores do partido e suas bases salazarentas. Isto de recordar com saudosismo os tempos do Botas e depois andar a votar a favor dos comunas não escorrega bem pelas goelas mais reaccionárias.
Mas porque tem o PSD de votar a favor? Porque não pode fazer o mesmo que fez aqui há uns meses, quando aprovou o PEC 2 e o PEC 3, ajudando a piorar a vida de milhões de portugueses, e alinhar ao lado do PS, salvando Sócrates mais uma vez? Porque perde toda a sua razão de existir neste momento, que é denegrir ao máximo o Primeiro Ministro e o seu Governo. E não é que não mereçam, merecem mesmo. Mas a verdade é que somos governados, já há algum tempo, por um Bloco Central constituído por estes dois partidos e não sabemos muito bem quem manda mais, se o líder do PS, José Sócrates, ou o líder do PSD, Miguel Macedo. Quem não manda nada é o Coelho, esse é uma linda jarra para compor o ramalhete e fazer com que as senhoras de meia idade votem no partido, assim um bocado estilo Il Divo, que não cantam merda nenhuma, mas vestem fatos italianos e dão concertos em sítios onde outrora só o Papa podia actuar, como o Coliseu.
Pois bem, PEC vem, PEC vai, o PSD vai ajudando o Sócrates a enterrar cada vez mais o país, e depois acusa-o de subir impostos, como se não soubesse de nada. Ora eu também sei assobiar para o lado, e até demonstrava, mas dizem que de noite dá azar. A verdade é que todos sabemos que os dois são perfeitamente iguais, e não há grande vantagem em substituir um pelo outro.
Mas o facto permanece. Para demonstrar consciência limpa e coerência, o PSD só pode votar a favor da moção de censura. O que quer dizer que vai votar contra. Ou melhor, abster-se. Muito se abstém o PSD, e depois vêm para as tvs dizer que o pessoal se abstém nas eleições. Então se os deputados na AR passam a vida a abster-se!! Mas vão lá, dizem outros. Nem isso. As faltas dos deputados estão a bater recordes esta legislatura. Aquilo é tão interessante que nem pelo tacho lá vão. Mas como ia dizendo, como o PSD é obrigado a votar a favor da moção, se for coerente nas críticas que faz ao governo, isso quer dizer que vai votar contra e segurar o Sócrates.
Porquê? Por duas razões essenciais: primeiro, porque votar a par dos comunas é um golpe demasiado duro para cabeças tão pequenas, e coerência é coisa que nunca o PSD teve nem terá. Segundo, por uma razão muito simples: então agora que os juros da dívida portuguesa a 10 anos atingiram os 7,5%, e o FMI está quase aí... Agora que o Sócrates se ia queimar todo (finalmente), é que querem obrigar o PSD a governar? Nada disso, primeiro venha o FMI para se dizer que foi o Sócrates. Depois, aí sim, PSD no governo a provocar ainda mais miséria ao povo, porque depois a culpa é do FMI! Se correr bem (AHAHAHAHAHAH!!!!), podem sempre dizer que o Pedro Passos Coelho é o Salvador da Pátria, e todos rezaremos o Pai Nosso antes das refeições e das aulas.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

COMPETÊNCIA

Imagem Google

AVISO: ESTE TEXTO FOI ESCRITO AO ABRIGO DO ACORDO PORNOGRÁFICO PRETOGUÊS. CONTÉM VERNÁCULO DA PIOR ESPÉCIE.
2ºAVISO: DEPOIS NÃO DIGAM QUE NÃO AVISEI!

Ultimamente, têm-se desdobrado em entrevistas, debates e demais embaladores de sono das televisões portuguesas uma miríade de estrelas do mundo político e financeiro para explicarem aos portugueses aquilo que não tem explicação: a crise. No dia seguinte, há sempre uns cromos a dizerem que este é bom, aquele tem razão e aqueloutro nem sequer tem competências para discutir a crise e suas raízes. Normalmente, e não sendo regra geral, estes são cromos de direita dizendo que a malta da esquerda não tem qualificações. E por que razão? Obviamente, porque é uma pseudo-esquerda que está no poder agora, e como tal, não percebem nada do assunto.
Ora, a questão aqui põe-se curta e grossa: mas de que puta de competências estamos a falar? Mas quem é que tem competências e quem não tem para falar? Mas agora é proibido falar neste país? Outra vez?! Mas o Zé da Esquina, que arreia do trabalho às seis e vai comprar medicamentos à Farmácia e meter cinco euros de gota na reca e chega a casa e tem um caldo verde e duas sardinhas para comer, mailas batatas benditas baratas – esse caralho não pode falar porquê? Não percebe de crise?
Inversamente, se os partidos-puta portugueses, os partidos brasileiros e de Leste que governam Portugal, pois são de alterne, e melhor estariam de casa posta pelo Pinto da Costa, (que, aliás, é um homem exemplar pelos lados de S.Roque da Lameira, embora aquilo que faça o fizesse ser um filho da puta da pior espécie se fosse marido ou pai de alguém), quando estão no poder, vão buscar gajos entendidos nas matérias, para serem ministros e secretários de estado e mais não sei o quê, certo? Então e não foram esses cabrões dum caralho que meteram esta merda no atoleiro de bosta que agora cheiramos? Então, digam-me lá, de que merda de competências estamos a falar? Um entendido em Finanças é um competente? Então e tanto Governador do Banco de Portugal, tanto Ministro das Finanças, tanta merda que lá andou em 36 anos e nenhum é entendido em merda nenhuma? Então não esteve lá a Manela Ferreira Leite? Não é entendida? Ela não diz que as receitas extraordinárias do actual ministro são uma desgraça? Verdade – aí está uma entendida. Fez o mesmo com a CGD que este fez com a PT, mas pelo menos sabe que ela é uma merda como este é uma merda, pois fizeram precisamente a mesma cagada. São estes os que têm competências? Ora foda-se!!! Deixem lá o Zé da Esquina mandar uns bitaites, pá! Sabem porquê? Porque pior que a merda que nos governou, em 36 anos de democracia, não há. Nem podemos ir mais além no deboche e no roubo do país. Ou podemos – podemos, não podemos?? Ora aí está outra merda que não entendo. Preparamo-nos para eleger um valente monte de merda para substituir um outro monte de merda, só que mais seca.
Por isso, para os que têm competências neste país e podem falar á vontade, que até vos pagam para isso: vão todos para o real caralho, não valem ponta de um corno! Tiveram 36 anos para provar alguma coisa e a única em que conseguiram distinguir-se dos demais foi a roubar este país até aos fundilhos! Deixem falar quem não tem competências, porra! Deixem falar quem sofre com os roubos dos competentes! Deixem falar quem ainda não falou – pode ser que diga uma filha da puta de uma ideia que ainda não tenha sido dita, pode ser que algo surja no meio da merda que são os “competentes” deste país!

domingo, 6 de fevereiro de 2011

STRAP-ON DE ANGELA NO SÓCRATES?


Deutschland, Deutschland über alles,
Über alles in der Welt,
Wenn es stets zu Schutz und Trutze
Brüderlich zusammenhält,
Von der Maas bis an die Memel,
Von der Etsch bis an den Belt -
Deutschland, Deutschland über alles,
Über alles in der Welt.

II
Deutsche Frauen, deutsche Treue,
Deutscher Wein und deutscher Sang
Sollen in der Welt behalten
Ihren alten schönen Klang,
Uns zu edler Tat begeistern
Unser ganzes Leben lang.
Deutsche Frauen, deutsche Treue,
Deutscher Wein und deutscher Sang.

III

Einigkeit und Recht und Freiheit
Für das deutsche Vaterland!
Danach laßt uns alle streben
Brüderlich mit Herz und Hand!
Einigkeit und Recht und Freiheit
Sind des Glückes Unterpfand.
Blüh' im Glanze dieses Glückes,
Blühe, deutsches Vaterland.

E assim foi cantando Sócrates durante todo o acto...

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

O IDIOTA DA ALDEIA

Pedro Passos Coelho, futuro PM
Há sempre coisas que ouvimos e, por muito que esfreguemos os olhos e a zorelhas, não nos soam muito sãs. Há uma casta de pessoas que existe apenas para divertir os outros. Assim tipo Charlie Chaplin, perguntar-se-ão? Nada disso, mais do tipo “village fool”, o idiota da aldeia, passe a expressão traduzida de forma evidentemente pobre, até porque o “village fool” é uma personagem extremamente rica do ponto de vista dos estereótipos britânicos, como bem fazem lembrar os Monty Pithon Flying Circus.
Mas nós temos sempre por cá uns equivalentes mais ou menos fieis destes personagens. Cada terrinha tem o seu. E na minha até havia vários: o Zé Dá Coroa, o Adão do Mones, o Zé da Bica (que era primo do Coroa, mas tinha as pernas cortadas pelo joelho) e o mais famoso de todos, o Jorge Chapinha, ainda vivo. Todos tinham uma coisa em comum: o álcool em excesso. Bem, o Coroa era mesmo deficiente... Mas se bebesse, era um verdadeiro “tolo”. O país também produz destes personagens, e a única diferença é que estes aparecem nos meios de comunicação social. Já tivemos o Constâncio, o Almeida Santos, o Jardim, agora o José Manuel Coelho... Ainda temos o Jardim, parece que recuperou do ataque cardíaco, o que me leva a pensar que Deus, a existir, sempre comete alguns excessos de leviandade.
Mas o mais conhecido é mesmo o Sócrates. É daqueles tolinhos da aldeia que vive no seu mundo muito próprio, dentro de uma espécie de autismo esperançoso que inexoravelmente nos faz lembrar o Rainman e a estupenda interpretação de Dustin Hoffman, actor que nem sequer aprecio por aí além, mas tenho de convir que é um deficiente do catano! Com duas vantagens óbvias sobre o Sócrates: sabia contar e falar inglês. Não sei se era técnico. Provavelmente era como o português do sócrates: autista.
Mas eis que Sócrates ganhou uma valorosa concorrência. Quem será o personagem? Adivinhem lá. Pois, Pedro Passos Coelho – começo a pensar que Coelho é apelido de gente assim para o meio atravessado do contexto climatérico – o homem que se perfila como próximo Primeiro Ministro de Portugal. E a secretária é de madeira e já lhe bati trinta vezes, não vá o Jardim tecê-las e só três não resultar...
Então não é que o homem (não adianta virem com dúvidas sobre a sua virilidade, isso é outro assunto que para aqui foi chamado ainda há pouco, mas ainda é PM) se lembrou de abrir a boca? Porra, por esta altura, pensei que o chefe do PSD soubesse quando o manter calado – sempre – mas Miguel Macedo tem andado distraído a contar os carros que passam nas SCUTS, agora CCUTS. Vai daí, não foi a tempo e permitiu que Pedro Passos Coelho abrisse a boca. Para dizer que o Governo tem de fechar as empresas do Estado que dão prejuízo crónico. Aparentemente, já é uma ideia estapafúrdia, como quase todas as que discorrem daquela boca abençoada quando fechada. Mas analisando as implicações disto... Nem queiram saber...
Ora, fechar a CP. Lindo, espectacular!!! Que se feche, dá sempre prejuízo! Fechar a Carris, o Metro de Lisboa, o do Porto e a STCP, mais a SMTUC de Coimbra! Fantástico! Menos prejuízo! Claro que depois ninguém poderia ir trabalhar, ficariam todos atolados no trânsito, mas que se lixe! É preciso é cortar no prejuízo!
Fechar o maior Hospital do país, o HUC, mais o Santa Maria e o Santo António e o S.João! Espantosa poupança! Estas empresas (não vale de nada dizerem-me o contrário – são empresas, caso contrário não eram meus clientes!) dão prejuízo crónico!
Fechar a EP e andar por caminhos de cabra ou apenas pelas autoestradas do amigo Mota! Outra boa! Por este andar, ainda se vai lembrar de fechar Caxias, vale de Judeus, Custóias e Paços de Ferreira – dão prejuízo crónico!
Fechar a UC, a UP, a UAL, a UA, a UM, a UTAD e a UBI – são empresas que dão prejuízo crónico! Enfim, seria uma fartote de poupança. Mas há um pequeno problema. E esse problema chama-se impostos. É mesmo um problema, daqueles que todos os dias nos fazem cuspir postas de fígado com cirrose crónica e avançada. Ou saudável, e podem ser os rins. Para o caso tanto faz. Mas o problema é também um problema para o fecho de empresas estatais que dão prejuízo crónico.
É que eu pago impostos mas ainda espero que se arranje uma estrada. Pago mas ainda espero ser atendido num Hospital público. Pago mas ainda espero que as crianças deste país possam ir à escola pública e à Universidade pública. Pago, mas espero que as cidades não se tornem em infernos com falta de um único transporte público. A febre privadista de Pedro Passos Coelho, a sua ânsia de arranjar negócios à sua vasta clientela só pode comparar-se com o autismo de Sócrates. Favorecer clientelas, nem que para isso seja necessário fechar os Metros, os Transportes Colectivos, os Hospitais ou Universidades. Isso só iria esbarrar em duas coisas: na Constituição e no facto de eu e muitos como eu pagarem impostos. É bom que Pedro Passos Coelho se lembre que, se os nossos impostos não servem para financiar porra nenhuma, mais vale... fechá-los.
E sempre gostaria de saber onde este iluminado iria meter tanto desempregado. No privado? Pois, no privado português – excelente exemplo de responsabilidade social... Onde há alguns anos Belmiro de Azevedo via capacidade para absorver pelo menos 400.000 trabalhadores do Estado... Nunca mais falou sobre isso. Parece que a capacidade foi... fechada.