segunda-feira, 31 de agosto de 2009

CARACAS POR UM CANUDO

Foto Google

Há dois anos, quando o avião que me transportava se preparava para aterrar na Venezuela, como é hábito, o comandante do aparelho dirigiu-se aos passageiros para dar as informações de última hora. Preparou-nos para o calor que se iria sentir, com uma humidade obscena, informação que me pôs a transpirar, como sempre que viajo para climas doentios tropicais. Mais algumas informações e a hora local: sete e trinta da tarde.
Dois minutos mais tarde, e num castelhano lento, pausado e bem pesado, o comandante interrompe de novo o nosso leve sono para informar que, por decreto do Presidente Chávez, afinal a hora local não se fixava nas sete e trinta, mas sim nas oito.
Foi o meu primeiro contacto com a facilidade legislativa de Hugo Chávez. Mais tarde, em terra, perguntei porque o presidente havia mudado a hora de um momento para o outro. Recebi sorrisos e poucas explicações. A melhor foi a de que o presidente se tinha atrasado para uma reunião de manhã em meia hora, o que pode ter atrasado o tempo no país.

O que encontrei na Venezuela foi diferente do que esperava, mas isso fica para outra altura. O que interessa no momento é assentar bem que Chávez pode acordar mal disposto e desata a legislar e decretar que não há mais mão no homem. E se começa a falar também não é lá aquela coisa, como bem experimentou o Rey D.Juan Carlos de Espanha. Todos sabemos que Chávez não é um erudito, nem um académico. É um pára-quedista. Literalmente, pois era oficial graduado do Corpo de Páras lá do sítio quando subiu ao poder - ou desceu, de pára-quedas, pode acrescentar-se. Embora eleito, foi mais a sua demagogia que o fez subir ao poder que propriamente a sua capacidade de gestão, que na altura era desconhecida.

Mal ou bem, e aqui as opiniões podem divergir, Chávez tem levado a Venezuela em direcções que não aventaríamos há poucos anos atrás. Terá, como qualquer outro, feito coisas muito boas e outras muito más. Suscitou simpatias e ódios. E aqui está o cerne da questão. Com as simpatias, o presidente venezuelano pode bem, como com os maneirinhos ministros portugueses Pino e Lino, Lino e Pino, assim elevados a uma qualquer dupla de galácticos marretas ou palhaços de circo. Não andará muito longe da verdade...

Mas com os ódios, Chávez não lida. Não lida bem nem mal, simplesmente não lida. Odeia quem o odeia. Até pode estar nesse direito. Mas esquece que o poder não é para usar em proveito próprio. A sua decisão de equiparar as manifestações de rua a crime é uma decisão anti-democrática e que cheira claramente a tique bolchevique de início de século XX. Ou seja, além de grave, pois põe em perigo um dos direitos fundamentais da democracia, o de indignação, já nem se usa num país moderno.

Chávez está a fazer da Venezuela aquilo que o país era antes dele: uma ditadura. Se antes víamos os ditadores e carrascos de direita por um canudo, o mais certo por este andar é passarmos a ver Caracas por outro canudo, pois se ele odeia tudo o que o odeia, ainda vai a meio do caminho. E o caminho, visto de relance, parece que vai acabar numa ditadura... de esquerda.

Já uma vez escrevi esta frase, noutro contexto: Olha o exagero, ò faxabor!!!

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

ISTO NÃO É A ALLY MCBEAL!!!

Foto Público

Não sendo eu um lírico - pelo menos como tal não me considero - há coisas que se fazem por esse mundo fora que me fazem acreditar, por breves e fugazes momentos, na grandeza do ser humano.
Estamos habituados a ver no cinema, nas séries televisivas, mas também na vida real, que o sentimento predominante em todo o mundo é a vingança. Os maus ou morrem no fim, trespassados por balas certeiras, ou então são presentes a julgamento, onde são condenados sem piedade. Na vida real, às vezes nem são maus nem são presentes a julgamento, metem-nos apenas em gaiolas. Contas de outro (longo) rosário.

Estes hábitos que nos entram pela casa dentro via novas tecnologias e TV (já não é nova tecnologia), impregnam-se na nossa mente e damos por nós a pensar que bom mesmo é matar toda a gente, não só os maus, mas todos os que não gostamos particularmente. Vivemos numa cultura de dentes cerrados, de punhos fechados, de protestos veementes, justificados ou não. Nem eu sou contra a justiça, que seja feita. Se bem que sabemos bem que, a nível nacional e planetário, a justiça e sua administração é uma miragem cada vez mais longínqua. Mas isso não retira a nossa sede de justiça, a nossa vontade de exercer a vingança divina do antigo testamento ainda aqui, na Terra.

Mudando o rumo às palavras, eu nem sequer gostava muito do Presidente de Timor Lorosae, Ramos Horta. Não sei bem porquê, mas o seu timbre de voz e aspecto permanentemente zangado devem ter alguma coisa a ver com a minha impressão. Os óculos que usa não ajudam nada e também podia barbear-se todos os dias... Mas sei que foi um lutador pela liberdade, não só do povo timorense, como de outros, como o de Aceh. As suas declarações surpreenderam-me de forma fulminante, o que só prova que julgar pelo aspecto é muito enganador.

A Amnistia Internacional defende e está a tratar da implementação de um Tribunal Penal para o julgamento dos crimes que sucederam aquando do referendo que determinou a independência de Timor Leste, que aconteceu está para fazer dez anos. A minha primeira impressão é a de que é o mais correcto a fazer, é preciso julgar e punir quem cometeu semelhantes atrocidades, como vimos, na altura, acontecerem, pela TV. Mas depois temos a reacção de Ramos Horta. E fiquei desarmado.

A verdade é que Timor continua a ser um país com extremas carências, e parece-me que o seu Presidente está bem mais preocupado com estas do que em castigar seja quem for por crimes acontecidos há dez anos. Além disso, a vizinhança é a Indonésia, país que se encontra a rastejar para fora de uma sangrenta ditadura de décadas, e ensaiando a democracia. Que Ramos Horta apoia. Ramos Horta, e, pelos vistos, a população de Timor Leste, esqueceram e perdoaram. os indonésios agradecem e seguem em frente, rumo ao seu próprio futuro, ao lado de Timor.

Como as coisas mudam, e como, por vezes, os grandes exemplos vêm dos mais pequenos recantos!
Até a minha impressão de Ramos Horta mudou. É um grande ser humano! Da população de Timor, já eu sabia, é assim. Tem a capacidade infinita de perdoar. E divina também. Muitos se perguntam quando é que Cristo descerá de novo à Terra - se Ele desce cá abaixo, já foi a Timor de certeza!

terça-feira, 25 de agosto de 2009

VIZINHO?!

Foto Google

Em tempos idos, o senhor Kadhafi, líder da República Socialista Islâmica da Líbia, andou por aí a brincar com fósforos. Enquanto queimava os outros, esqueceu-se dos fósforos na mão e queimou os dedos. O país que governa é simpático, com um povo acolhedor e quente como o Inferno. Rico em recursos naturais gastos pela Europa, terá sido esse facto que livrou a Líbia do destino de outros países ricos nos mesmos recursos.

Cedo Kadhafi sentiu queda para o Carnaval, e não me refiro às suas indumentárias nem ao verdadeiro arsenal de patetices com que viaja no estrangeiro. Não, cá o homem gosta de explosões. Talvez nunca colocando uma bomba fosse em que sítio fosse por sua iniciativa própria, enviou acéfalos para que as pusessem por ele, um pouco à imagem dos comandantes de guerra actuais, que treinam mais as comunicações à imprensa que manobras militares. Basta pensarmos no surreal Ministro da Defesa de Saddam durante a segunda invasão do Iraque, ou dos comandantes israelitas durante mais uma invasão do Líbano.

Seja como for, Kadhafi, que agora se esconde debaixo de uma capa de legitimidade duvidosa, que advém do seu cargo de Secretário Geral da União Africana, recorreu com alguma frequência ao terror. Se o terror nunca é justificado, seja institucional, como o israelita, ou clandestino, como o palestiniano, o terror líbio muito menos. E isto por uma razão muito simples: alguém se lembra das reivindicações líbias da altura? Não, pois não? Dá a impressão de ter sido apenas uma forma de Kadhafi se ter auto-promovido a nível mundial, nem que fosse pelas piores razões.

Lockerby foi uma das páginas mais negras da história da aviação norte-americana, e isto porque o Sr.Kadhafi se lembrou de atirar com um 747 abaixo. Não se entende sequer porquê. Megrahi, o operacional líbio responsável materialmente pelo atentado, permaneceu preso na Escócia até há 3 dias atrás. Por razões humanitárias (está a morrer de cancro - que lhe saiba bem), foi libertado das cadeias escocesas e posto num avião em direcção à Líbia. De pouco valeram os apelos do presidente dos EUA, Barack Obama, para que este homem fosse tratado com reserva e colocado em prisão domiciliária.
Obama estava contra a libertação de Megrahi, mas, vendo que esta se tornou realidade, pretendia, pelo menos, preservar parte da memória do atentado de Lockerby como uma tragédia e não um acto heróico. O que é, obviamente, compreensível e desejável. Kadhafi recebeu Megrahi de braços abertos, com o hino nacional líbio a ser entoado, em ambiente de grande festa.
Tudo o que Kadhafi pretendia alcançar com a sua pretensa viragem política e legitimidade institucional caiu definitivamente por terra naquele dia. Não que ele tivesse conseguido iludir todo o Mundo, mas desmascarou-se completa e definitivamente.

Agora, enfrenta uma série de familiares das vítimas de Lockerby, cidadãos inocentes dos EUA, que não querem ver o responsável pela morte dos seus entes queridos como vizinho, na próxima visita de Kadhafi aos EUA. Por muito tempo que tenha passado, por muito conforto que tenham recebido, a cara daquele homem, recebendo de braços abertos o responsável material pelo atentado, deve ter ficado novamente gravada nas suas mentes. Eu também não o quereria por perto, para ser franco.
E não podendo Obama negar o acesso de um Chefe de Estado à sede da ONU, porque não pode, será que não poderia, pelo menos, poupar mais este sofrimento a quem tanto sofreu às mãos daquele que agora quer ser seu vizinho, ainda que temporariamente? A liberdade acaba na responsabilidade, e as responsabilidades deste homem há muito lhe deviam ter privado a liberdade.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

E SE FOSSES PASSAR FÉRIAS PARA ALBUFEIRA?

Foto A Bola

Pois, eu adoro bater no Papa. Particularmente neste, o Cata Vento XVI. E porquê neste? Porque na altura dos outros não tinha um blog!!! Está bom de ver...

Podem clicar na foto para ver o artigo. O Papa, desta vez, disse o óbvio. Não basta dizer que se é católico para o ser. Tem de se seguir o exemplo de Jesus para toda a vida. Ou seja, tem de se ser aprendiz de carpinteiro até aos 30, andar pelo mundo em Erasmus por três anos, para no final ser violentamente chicoteado, coroado com uma coroa de espinhos, pregado numa cruz de madeira pelos tornozelos e pulsos e beber vinagre antes de morrer em agonia.
Livra! Ainda bem que não sou Jesus Cristo! E nem fiz tanto mal assim ao mundo nem sou palestiniano!

Bem, o exemplo a que Bento XVI se refere, obviamente, não é este, até porque já não existe Império Romano que nos possa crucificar. É antes o exemplo de vida, bem entendido. Os ensinamentos, o sacrifício, o saber dar a outra face (não experimentem caminhar sobre as águas, isso dá mau resultado...) e também o voto de despojamento e pobreza.

Bento XVI segue todos estes exemplos - tem belos ensinamentos (alguns até sobre o uso de preservativos e tudo!), sacrifica-se pela Igreja (relembrar o pulso partido a sair da cama), e sabe dar a outra face (como fez em Angola, Israel e Palestina). Como é óbvio, o exemplo de Jesus é seguido à risca por Bento XVI, que até usa saias e tudo. Mesmo no voto de pobreza, pois, tal como Jesus tinha uma morada de verão, que era o deserto, o Papa também tem uma - Castelo Gandolfo (não é Gandalf, esqueçam o Senhor dos Anéis!).

Só não desejo ao nosso reverendíssimo Papa o mesmo destino de Jesus - morrer na cruz. Livra, isso não. Mas podia mudar a residência de Verão para o Algarve... sei lá, lá para os lados de Albufeira, ou quê...

NÃO LHES DÊEM DESCANSO!!

Foto A Bola

Sou benfiquista. Sócio do Norte. Orgulhosamente, sou uma das milhares de almas que ergue a mão para afirmar uma filiação vista como um crime nesta terra em que grassa o mal vindo de Mordor, se isto fosse a Terra Média do Senhor dos Anéis. Mordor aqui é substituído por um frigorífico redondo com uma lagartixa pintada... Mas adiante, que isto de fazer analogias com o Senhor dos Anéis é mau - ainda somos confundidos com os elfos nitidamente gay, com os duendes peso pluma ou com os anões mal-humorados...

Esta semana, a equipa de todos nós (benfiquistas) deslocou-se a Guimarães, uma das mais belas cidades do País, de onde partiu o nosso primeiro rei, D.Afonso Henriques, para a conquista das terras que agora compõem Portugal. Senhor ajuizado, uma vez que saiu de Guimarães e não mais voltou, estabelecendo a primeira capital do reino em Coimbra, onde, segundo as suas próprias palavras, "las personas tenem la mente maior"! Eu até concordo... Onde ia eu?! Ah, fomos a Guimarães, jogar a um estádio belíssimo, onde habitualmente joga o único clube português que conta com tantos sócios como a cidade onde se estabeleceu conta como habitantes - e isso já diz tudo!

Sempre respeitei e tenho até um fraquinho pelo Vitória de Guimarães, precisamente por olhar para as bancadas de sócios do clube e não ver braços no ar quando o Benfica marca um golo, coisa que, ali ao lado, por exemplo, no frigorífico do agora Futebol Clube do Porto de Braga, ainda é frequente.
Cardozo falhou um penalty! Cadeiras voam para o relvado. O Benfica marca no último minuto - cadeiras voam para o relvado. Porra, então voam sempre cadeiras para o relvado?? Esta malta está maluca!! Um apelo ao civismo foi aquilo que me lembrei de fazer aqui aos adeptos e sócios do Glorioso. Mas depois de ver as cadeiras a voar na altura em que finalmente ganhamos o jogo, apercebi-me que não era falta de civismo.
Os sócios apenas quiseram dar uns lugarzinhos de descanso aos jogadores, depois de 90 minutos esgotantes, com muito calor à mistura.

Assim, o apelo é outro: Não atirem cadeiras para o relvado! Por favor, não façam isso!! Olha se eles se lembram de se sentar mesmo, como andam sentados há já tantos anos!!

domingo, 23 de agosto de 2009

PORTUGAL É UM PAÍS POBRE!

Foto Google

Portugal é um país pobre! Na verdade, não. Portugal está bem classificado na tabela de riqueza mundial - o que não implica que seja dos mais ricos. Mas, vá lá, se o mundo fosse a Liga Sagres, Portugal andava por ali entre o meio da tabela e a luta para a Europa. Mas, na realidade, até somos assim para o pobrezito. Não é que a gente passe por necessidades que não se vejam nos outros países, mas também é verdade que podíamos estar melhor um pouquito...

Mas anda este mânfio a falar sobre a riqueza de um país que toda a gente diz estar na bancarrota porquê?? É doido ou quê? Bem, eu não sei como Portugal produz algo, mas que produz, lá isso é verdade. E, admiração das admirações, surpresa das surpresas, produz como o caraças! Devem estar a pensar que estou doido. Também eu penso nisto e estou a dar em doido.

Mas a verdade, meus caros, é que Portugal produz o suficiente para que 6,1 mil milhões de euros (eu escrevo em numeração árabe - 6 100 000 000 €; como será em numeração romana?! Fica o desafio...) voassem para contas offshore apenas no primeiro semestre. Dinheirinho a voar, que não vai pagar impostos, que não vai pagar salários, que não vai ser investido em Portugal.

Façam bem as contas. Dava para o novo aeroporto e ainda sobravam uns troquitos para pagar a nova ponte sobre o Tejo. Foi algum de vocês que pôs este dinheiro lá fora? Não? Más notícias - quando acabarem as vossas férias, voltem aos vossos empregos para que alguém pegue nos frutos do vosso suor e os ponha nas Caimão... Se foram, oxalá morram com um pessegueiro afiado enterrado no ânus e a dar laranjas.

sábado, 22 de agosto de 2009

ÊXODO - CAPÍTULO II - A REVELAÇÃO

Foto Google

  1. E assim, Moisés vagueou pelo deserto montanhoso, percorrendo em agonia as montanhas de Sinai;
  2. Um dia, acordou Moisés ao som de música; erguendo-se, dirigiu-se para o som e encontrou uma figura bizarra, com cabelos e barba desgrenhados;
  3. E este homem tocava flauta como se não houvesse amanhã, e foi a primeira vez que Moisés encontrou a alegria depois da saída do Egipto;
  4. E o homem chamava-se Jethro e era um pastor nómada hebreu; e tinha um grande rebanho e a sua tribo era numerosa; e tinha uma banda de rock que se chamava Jethro Tull;
  5. E o seu nome verdadeiro era Ian, mas como não era um nome hebreu, e por temer o SEF, preferiu chamar-se Jethro;
  6. E logo Jethro acolheu Moisés no seio da sua tribo, e vagueavam pelo deserto em busca de pastagens para o rebanho; e Jethro deu a mão da sua filha em casamento a Moisés, que teve de esperar mais três anos para que Jethro lhe desse o resto;
  7. E a esposa de Moisés chamava-se Zípora, ou Séfora, e lhe deu Gerson, seu filho;
  8. Um dia, vagueando Moisés pelo Sinai, pastoreando o rebanho, subiu a montanha em procura de pastos verdes;
  9. E foi atraído para o topo da montanha, onde encontrou um arbusto que ardia sem se consumir;
  10. E achou estranho, e fez uma pesquisa rápida na Wikipédia para saber que arbusto era aquele, e não encontrou resposta que não fosse a de lhe chamar estúpido, pois que não havia tal planta.
  11. E Moisés pousou o eeePC e recolheu-se, pressentindo o que havia de vir;
  12. E Moisés ouviu a voz de Deus, vindo do arbusto ardente;
  13. Moisés, Eu sou teu Deus e Senhor; Eu sou o Senhor de todas as coisas viventes e não viventes, e o Senhor de todo o Universo; reino por cima do globo da Terra!
  14. E Moisés respondeu: Está tudo muito bem, mas o que vejo é apenas um arbusto a arder. Que provas tenho eu de que sejas quem afirmas?
  15. Meu filho, acredita que sou mesmo o teu Deus, senão ponho-te a arder aqui comigo que é um instantinho!! Olha a porra, um gajo aqui a arder sem se consumir, cheio de dores e queimaduras do terceiro grau só para dramatizar a coisa e este mânfio tem dúvidas!!
  16. E Moisés reconheceu que estava na presença de Deus, e chorou e se prostrou no chão, adorando o seu Deus;
  17. E mais lhe disse Deus: Moisés, estás em terreno consagrado, estás na morada de Deus! Tira as tuas sandálias, pois que não são dignas de pisar esta terra!
  18. E Moisés assim fez e disse: Senhor, reconheço a minha humildade perante Ti! Mas as minhas sandálias foram compradas em S.João da Madeira e são de muito boa qualidade!
  19. E Deus mais perguntou a Moisés: E foram a Itália receber a etiqueta? Não?! Então tira, é calçado português que não merece mais por não ter marca registada!
  20. E Deus disse a Moisés: Tu, Moisés, serás o libertador do meu Povo que está no exílio no Egipto! Tu serás aquele que levará o povo à terra que lhe prometo, nos confins de Canaã, onde correm rios de mel!
  21. E Moisés temeu aquela aventura, agora que tinha uma vida estável como homem casado com a filha de uma estrela de rock; e tinha dado a entrada para uma nova tenda de beduíno, com o crédito a pagar-se em trinta anos com taxa indexada à Euribor a seis meses;
  22. E disse Moisés: senhor, como posso fazer o povo crer que sou um enviado teu? Que lhes direi, se me perguntarem o Teu Nome? E Deus pensou um pouco, e tencionava demorar mais, para o dramatismo da cena ser intenso, mas estava cheio de calor e desejoso de uma Sagres;
  23. E Deus respondeu: Vai, e diz-lhes que Eu sou O que É! Dir-lhes-às que viste a face do seu Senhor, o Senhor do Universo, Aquele que É!
  24. E Moisés retorquiu: Isso em árabe não se diz Alá? Isso vai ser uma confusão do caraças! Não pode ser Javé ou Jeová ou Aquele que não tem nome... Sei lá, pode ser uma sigla, como NATO, ou ONU... Talvez O que arde sem Se ver...
  25. Isso é conversa de poeta português do séc XX - respondeu Deus - e não resmungues mais. Vai, desce desta montanha, deixa tua mulher e filho e vai para o Egipto, onde ninguém te reconhecerá, por artes mágicas!

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

O GRANDE DITADOR E O GRANDE DEMOCRATA

Foto Google

Na foto aparecem duas personagens completamente antagónicas. São ambas conhecidas de todos, têm marcado os últimos tempos da política internacional. A figura da esquerda é o presidente da Venezuela, Hugo Chávez. O da direita, o seu grande adversário, ou mesmo inimigo, no cenário da política sul-americana, Álvaro Uribe, presidente da Colômbia, país que tem fronteira física com a Venezuela.

Muito se tem falado destas duas personagens. Em termos gerais, o que tem sido veiculado pela imprensa internacional é até bastante simples: Chávez, depois de ser eleito por duas vezes para a presidência, quer tornar-se no presidente vitalício da Venezuela, pretendendo fazer alterações na Constituição daquele país para que esta lhe permita concorrer a mais de dois mandatos. Tem o apoio da generalidade do povo da Venezuela, mas não para a alteração da Constituição. O feito mais relevante deste presidente venezuelano foi o de, até agora, ter retirado 20% da população da pobreza. Uribe, por seu turno, é o político diametralmente oposto a Chávez: eleito presidente pela segunda vez, é o símbolo máximo da democracia na América do Sul, segundo o Departamento de Estado Norte-Americano e a generalidade da Imprensa internacional. Tem o apoio das altas esferas de estado, dentro e fora da Colômbia. Os seus feitos mais publicitados incluem a instalação de sete bases americanas em solo colombiano e o facto de ter alargado a pobreza na Colômbia a mais 12% da população. Por outro lado, é um líder que, tal como Chávez, foi eleito democraticamente, mas não quer prolongar a sua presença na presidência para além dos dois... três?... quatro?... mandatos...

Era até suposto esta NOTÍCIA não sair para o conhecimento geral assim de repente, como afinal, não saiu. Mas o Público fez-nos o favor de coscuvilhar, ao contrário de CNNs, NBCs, ou até RTPs, TVIs, JNs, enfim...
Ora, esta notícia coloca-nos um problema. Se o chamado Ocidente tanto odeia Chávez porque ele se quer apegar ao poder, se tantas notícias saíram sobre Chávez, o ditador, se tantos comunicados de imprensa saíram do Departamento de Estado Norte-Americano com críticas ferozes ao presidente (eleito) da Venezuela, se tantas e tantas opiniões em blogs e artigos por esse Mundo fora achincalharam este homem... Porque se calam todos, quando Uribe se quer perpetuar no poder na Colômbia? Ou o caso é diferente? Se sim, em quê??

O que diferencia estes dois homens? O nome, as orientações políticas, os amigos internacionais? O petróleo, a cocaína? Porque é que um deles é um ditador sanguinário e o outro é um democrata exemplar? Porque alguém nos diz que é assim que deve ser, directamente do outro lado do Atlântico?

E qual a razão para que as notícias sobre a Venezuela sejam tão díspares entre si? Basta ler esta notícia, que dá conta de uma redução de 49 para 26% da percentagem de pobres na Venezuela, e comparar com esta, que dá conta do contrário, ou seja, um aumento de pobres em cerca de 20%. Andamos a brincar com a malta ou o quê? Quem diz verdade??
A julgar pelas atitudes dos "grandes democratas", parece-me sinceramente que a verdade poderá andar pelo meio, mas nunca de um só lado. Mas há quem insista em apenas ver um lado da questão. E depois digam que o Chávez se zanga com a Comunicação Social... Assim, até eu me zangaria...

terça-feira, 18 de agosto de 2009

SE FOSSEM 40, ERA FUNERAL NA CERTA!!



Se já viram o vídeo, leiam a notícia.

Bem sei que há excessos do uso da força em todo o lado e não sei se o homem foi muito ou pouco violento. Provavelmente a verdade andará ali pelo meio. Nem quero entrar nas críticas ao país onde isto aconteceu, pois sou crucificado de imediato por todos.

Mas deixo a pergunta: todos aqueles polícias são seres humanos?

Deixo a resposta à consideração de cada um...

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

OS TÍPICOS BRITISH LADY AND GENTLEMAN

Foto Google

Por certo, já todos nós vimos e admiramos, gostemos ou não, as aventuras de James Bond, o célebre 007, na TV ou no cinema. Quer se queira quer não, figuras como Roger Moore, Sean Connery ou Pierce Brosnan devem muito do estatuto que merecem graças à exposição mediática nesta série de filmes de acção. São filmes engraçados, do ponto de vista visual, sempre com grandes cenas de acção, não faltando também cenas em que os actores (ou duplos) também têm de se mexer na vertical. Seja como for, uma espécie de MacGyver mais longo em que o herói, ao invés de calças de caqui e canivete suíço, utiliza mais o smoking e uma implacável PPK - para quem não sabe, uma pistola, que, no entanto, tem o condão de poucas vezes ser mortal (pelo menos não se vêem mortos em catadupa).

Como James Bond é agente secreto do MI5, a maioria das suas missões têm como lugar países estrangeiros, locais tão exóticos como Portugal, Islândia, China, Itália, Rússia, enfim, é só imaginar. Mas parece que a Inglaterra tem outros dignos cidadãos que também vivem aventuras fora de portas. A esses chamam-lhes turistas. O turista inglês é um ser extraordinário. Mesmo que nunca tenha saído do continente europeu (continente aqui aparece como Europa, já todos sabemos que a Inglaterra é uma ilha), têm uma áurea de conhecedor do mundo, sem dúvida reminiscência do falecido Império Britânico e das aventuras de James Bond.

Assim sendo, o turista inglês é dos mais exigentes. Como, por vezes, as populações nativas lhes fazem o célebre manguito às exigências, viram-se para as suas embaixadas e consulados, numerosos e presentes em quase todos os países do mundo. Se fosse o James Bond, estaríamos mesmo a vê-lo a entrar numa qualquer embaixada inglesa, esfarrapado e ensanguentado, depois de horas de duros combates com os maus da fita, pedindo um smoking novo ou tratamento rápido. Depois, num telefonema bem-humorado, informaria o Q que o carro com torpedos ou avião ultrasónico compacto ou caixa de fósforos com casa de banho incorporada se tinham espatifado - e uma casa de banho faz sempre falta ao Bond, quanto mais não seja para as célebres cenas de acção.

Não foge muito à regra que um bem humorado turista inglês na Itália se tenha dirigido à Embaixada em Roma para lhe indicarem onde poderia encontrar uma determinada marca de sapatos. Ou que uma turista inglesa em Miami tenha exigido ao respectivo Consulado que alguém fosse fazer a mala ao filho, para que depois alguém o levasse ao aeroporto. Um outro queixou-se que em Ibiza havia "muitos espanhóis" na praia. Na Embaixada inglesa em Portugal entraram dezenas de queixas contra o câmbio euro / libra. As praias de Cabo Verde não agradam a todos, uma vez que "a areia é branca e na brochura a areia é amarela - por favor, substituir a areia no prazo de 24 horas". A cereja no topo do bolo terá sido um pedido de ajuda urgente de uma turista inglesa para uma intervenção rápida da embaixada, pois "encontrava-se infeliz com o resultado da intervenção cirúrgica que tinha alargado os seus seios". Vá-se lá saber o que esta alminha terá pensado, provavelmente que a embaixada teria um cirurgião plástico ali mesmo à mão...

Qualquer dia, temos um turista inglês queixar-se de que o Sol não gira à volta da Terra (ou dele mesmo), que a Lua está demasiado perto da sua janela ou talvez que a piscina estava cheia de água. Inglesice...

Serve isto para transpor para o caso português? Claro que sim! Imaginem-se num qualquer país estrangeiro e telefonarem para a Embaixada porque perderam o passaporte ou porque houve um tsunami na área:
-Estou? É da embaixada portuguesa?
-Sim...
-Tenho um problema grave, que é... (descrição do incidente...)
-Olhe, neste momento, o embaixador está de férias, o adido cultural está de baixa, o cozinheiro está em greve e eu só sou administrativa...
-Então o que faço?
-Dirija-se à Embaixada Espanhola! Cada pergunta!...

Tu, tu, tu... quer dizer que desligaram o telefone. Telefonando para a Embaixada Espanhola, garanto que não ouvirão do outro lado da linha Usted, usted, usted... E resolvem o problema.

sábado, 15 de agosto de 2009

192,3 MILHÕES DE EUROS POR UM ZERO À ESQUERDA!

Foto Google

As notícias do chamado "social" nem sempre me despertam a atenção. Mas outras há que se tornam incontornáveis. Alguém bem informado sobre estas coisas me disse que o ordenado que Cristiano Ronaldo iria ganhar em Madrid era cerca de 10 vezes mais pequeno que os rendimentos de um outro jogador qualquer, cujo nome não fixei, por, na altura, estar distraído com coisas menos importantes, no caso, com o trabalho.

Mas passadas umas horas, perguntei de fugida a essa pessoa quem era a personalidade que ganhava 10 vezes mais que o Ronaldo. "Oprah Winfrey" foi a resposta rápida, não pela velocidade das palavras, mas pela velocidade da pessoa a abandonar o posto de trabalho no final da jornada diária. Cá para mim, pensei, deve ser mais um reforço uruparagentino do FC Porto...

Decidi investigar a coisa. Quem seria este jogador de futebol, com um nome tão estúpido, que ganhava semelhante fortuna? Fui angariando informação, e cheguei à conclusão que Oprah Winfrey é um zero absoluto e à esquerda. Títulos individuais ganhos - zero; nem melhor jogador do mundo, nem da América, nem sequer da Uruparagentina. Títulos colectivos ganhos - zero; aliás, nem consegui saber qual a equipa em que joga. Comecei a virar-me para o campeonato norte-americano, pois tem aquelas equipas cheias de dinheiro que compram jogadores com mais de 75 anos, mas às quais ninguém recorda o nome. Também não consegui apurar a selecção do senhor, se Uruguai, se Paraguai, se Argentina. Procurei na net por México, mas só me apareceu "Gripe A". Golos marcados - zero; pode ser guarda-redes, pensei... Classificações médias - zero; não pode ser, pensei novamente, um suplente não pode ganhar tanto dinheiro.

Pois é, o jogador de futebol Oprah Winfrey é uma zero à esquerda. Não joga, não marca, não defende, não está inscrito em qualquer equipa profissional ou representa qualquer selecção nacional. Como é possível um jogador de futebol ganhar 192 milhões de euros num ano sem sequer jogar??

Depois, não sei como, tive um golpe de génio e procurei no Google o nome Oprah associado a "show-biz". Podia ser um actor que tivesse feito algum filme acerca de futebol, como o Stallone no "Fuga para a vitória". BINGO! - lá estava! Afinal, Oprah Winfrey é apresentadora do seu próprio talk-show, numa qualquer TV norte-americana. Nem sequer sabe jogar bola! Como é possível que uma pessoa destas ganhe tanto dinheiro sem dar um pontapé na bola??

Depois, lembrei-me que o Cristiano Ronaldo também é considerado um péssimo profissional, pois não é brilhante a falar para as câmaras, e, como é para isso que lhe pagam... talvez esta Oprah Winfrey fosse a mesma coisa - pagam-lhe para jogar futebol, e muito dinheiro por ano, mas simplesmente não tem jeito...

Isto está tudo mesmo trocado - deviam pôr o Cristiano Ronaldo a jogar bola e a Oprah a falar para as câmaras. Não sei o que os americanos fizeram com a Oprah, mas para os portugueses, o que de facto conta é a forma como Cristiano Ronaldo desempenha a sua função de apresentador de concursos - não tem lá muito jeito, até parece algo envergonhado em frente às câmaras. A mesma coisa com a Oprah - devíamos julgá-la pela sua capacidade de comunicação, mas não, insistimos (pelo menos eu), em a avaliar como jogadora de futebol. Ela é uma zero!!! 192 milhões por um zero à esquerda!!! Incrível!! Não compreendo como pode a Oprah ganhar 192 milhões de euros por ano a jogar futebol como joga!!

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

EH PÁ, OLHA LÁ O EXAGERO, Ò FAXABOR!!

Foto Google

Sabe quem me lê com alguma regularidade que sou um amante da cultura árabe. muito tempo de contacto profissional e turístico com aquela gente dá-me razões para o ser. Recentemente, na última visita que fiz à Jordânia, pude constatar o progresso que os países do Médio Oriente vão registando, paulatinamente, tanto em termos de infra-estruturas como sociais. Vê-se de tudo, desde os trajes mais tradicionais, até à mini-saia e top. Ninguém dispensa os lenços, no caso das mulheres, e turbantes ou bonés, no caso dos homens. Após dois dias de permanência, as queimaduras no pescoço fizeram-me dolorosamente lembrar porquê.

O fato de banho das senhoras, na praia de Amman (Mar Morto), erradamente chamado de burkini, chamou a minha atenção pela primeira vez. Dantes, tomavam um banho completamente vestidas, agora têm uma espécie de fato de surf para irem à água. Atenção, os homens vão à água com fatos similares!!

Houve uma franco-árabe que, querendo usufruir de uma piscina pública francesa, decidiu aparecer num destes fatos de banho. Após duas sessões, foi-lhe dito que não seria permitida a sua entrada na água naquelas condições. Justificação? O fato pode esconder feridas, infecções de pele, etc, além de que a lei proíbe que nas piscinas públicas alguém se banhe completamente vestido. Ora, eu até entendo que o fato pode esconder muito mais, como verrugas, operações plásticas mal sucedidas, parasitas indesejados, cintos de bombas e até pénis mal intencionados - e não me digam que davam logo pela diferença, isso é conversa do António Feio e do Zé Pedro Gomes!

A senhora achou-se no direito de apresentar queixa na polícia, e de tentar processar a administração da piscina por discriminação. Por mim tudo bem, ela até pode achar que tem razão. Mas não tem. Está a viver num país com leis próprias, diferentes da sharia ou de qualquer outra lei islâmica, que tem de aprender a respeitar. Além do mais, devia ser recambiada para o Magreb por falta de gosto. Sabendo eu que as mulheres árabes são loucas por três coisas, que são o sexo, a lingerie e o ouro (diamantes também servem), não deixa de ser curioso como tentam esconder o corpo de terceiros. Tudo bem, a tentação é o princípio da rebaldaria, mas nem sempre temos a sorte de isso acontecer.

A tentativa de manter os seus costumes e tradições num país estrangeiro é um dos grandes defeitos da comunidade islâmica emigrante. Se querem utilizar o lenço (sem grande utilidade prática em França, diga-se), ainda vá que não vá. Se querem utilizar túnicas, turbantes, sandálias e coisas afins, que o façam, no recato das suas casas. Nas ruas, há leis que se aplicam. Mas estas até são flexíveis. Em locais públicos, com regras próprias, desculpem lá, mas... não querem despir-se, não vão à piscina!

De referir que nas piscinas árabes ou nas praias públicas (não sou nada de praias para turistas ou resorts), sempre fui à água de calções, e a minha esposa, de fato de banho. É certo que nunca nos disseram nada, nem nunca impuseram uma regra de indumentária. Isso aconteceu apenas nas mesquitas, mas eu também tento não entrar numa igreja de calções. Mas isso não invalida que há regras para cumprir em cada país que visito, e em França também as há. Evidentemente que, nos países árabes progressistas, onde a sharia há muito foi revogada, este problema nem se põe. Mas sabemos que, por exemplo, no Sudão, as mulheres ainda são condenadas por usarem calças - mesmo as estrangeiras! O mesmo acontece em países como a Arábia Saudita ou o Iémene. Na Argélia, a sharia ainda está em vigor. Se na Argélia, tenho de cumprir as regras impostas pela sharia, por que razão não há-de uma argelina cumprir as regras de França, para mais vivendo lá?

Por isso, oh minha menina, olha lá o exagero, ò faxabor!!! Observa-te, criatura!!

PS: Já agora, devolvam lá o dinheiro das sete sessões que restavam e que a senhora pagou - não vão os árabes acusar os franceses de roubo (outra vez!)...

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

É VERÃO, É NORMAL!

Foto Google - Castelo do Algoso

Há notícias que nos deixam assim. E assim não sei bem o que é. É aquela sensação vaga de que conhecemos algumas coisas que muitos desconhecem. O contrário também é válido, evidentemente.
Não é novidade alguma que há duas regiões pelas quais o autor deste blog nutre um sincero e absoluto amor, e onde passa ou já passou grandes quantidades do seu tempo. Uma região é global, é uma região do Mundo, e essa é o Médio Oriente. A outra, é cá dentro, em Portugal, e dá pelo nome de Trás-os-Montes.

Claro, pode duvidar-se da veracidade destas afirmações. Ou seja, pode sempre duvidar-se que Trás-os-Montes seja Portugal. E eu até posso concordar com isso. Num país com uma variedade incrível de paisagem e costumes, mais da metade da população apenas conhece duas regiões: Lisboa e a sul dela. Não, não me verão defender o norte, como alguns hipócritas de certas cidades do norte que só contribuíram para a miséria da própria região durante anos a fio, imputando as culpas à capital. Sou nortenho, não sou cego. Mas o facto permanece: há duas regiões portuguesas que os portugueses não conhecem - Pinhal Interior e Trás-os-Montes.

A região transmontana tem aquilo que de melhor se pode encontrar em Portugal - as melhores tradições, as mais grandiosas paisagens, a melhor música genuinamente portuguesa e a melhor comida (esta, de longe, lá muito longe, apesar da excelência gastronómica portuguesa). Só não tem uma coisa: água. Leiam esta notícia.

Tem graça, não tem?? Como pode a região por onde passa o mais caudaloso rio português passar sede no Verão? E que tem rios poderosos, como o Corgo, o Pinhão, o Tua, o Sabor... É que Trás-os-Montes é vítima do seu próprio isolamento e encanto. É aquela região que é visitada por alguns, conhecida por poucos e habitado por nenhuns. Mas é uma jóia ecológica. É onde as organizações ecologistas, quercuístas, zoofilistas, faunistas, caminhistas e outras istas gostam mais de protestar contra os constantes crimes contra as suas respectivas filias. Não interpretem isto como "o gajo é pela poluição!". Não se trata disso, e eu até separo o meu lixo e recuso-me a utilizar biocombustíveis para não aumentar as minhas emissões de CO2 advindas da minha locomoção diária.

Mas lembro-me, aqui há uns anos, que, do outro lado do rio, embargou-se uma obra de barragem, no rio Coa, para salvar umas garatujas paleolíticas que absolutamente ninguém vê ou mostra qualquer tipo de interesse na actualidade. Estão ao abandono. Agora, é a barragem do Baixo Sabor que devia ser embargada por eliminar o "rio selvagem". A barragem da Foz do Tua também deve ser embargada por causa da "paisagem protegida". E andamos nisto - entretanto, é "normal" não haver água nas aldeias de Bragança. Normal para quem?

Não deixa de ser interessante verificar qual a região transmontana mais visitada. Não andarei longe da verdade ao dizer que é o Azibo. Porquê? Porque tem o museu do Careto ali ao lado? Provavelmente não. Provavelmente será pela paisagem - proporcionada pela barragem, que veio, deste modo, ajudar a preservar a fauna e flora muito particulares daquela região. As duas grandes barragens projectadas terão três virtudes: originarão duas albufeiras lindíssimas (Ok, as regiões já são lindíssimas...), mas também diminuirão a nossa dependência energética bem como potenciará o aproveitamento das suas águas para consumo.

Vamos lá a ver quantos "istas" lá vão aparecer, quando cheirar a publicidade fácil. O mais importante é fazer barulho, o povo de Trás-os-Montes, se quiser beber água, que faça como quando querem ir ao médico - que vão a Verín, ou a Sanabria ou a Zamora. A água portuguesa é para aparecer nas fotos e não para beber!

Pobre do país que considera isto "normal". Pobre do seu povo que nem o seu país conhece.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

TENHO TENTADO!!!


Imagem Google

Pois é. A gripá tem-se mantido longe deste blog. Primeiro, porque simplesmente ainda não tinha escrito nada sobre esta temática. Segundo, nem o blog nem o seu proprietário foram ou são portadores da doença. Sempre achei que o tema é tão mesquinho, tão visivelmente comercial, que nem valia a pena. Mas agora não resisti.

Assisti ao briefing da Ministra da Saúde sobre a situação da epidemia em Portugal. Nada de muito novo, mais uma data de casos que se verificaram hoje, as pessoas têm de dirigir-se aqui e ali, telefonar para acolá e mais blá, olá, alá. Até que a Ministra libertou a bomba: há mães que estão a direccionar as suas crias para locais onde estas possam contagiar outras crias de outras mães. Pelos vistos, também há adultos a fazer o mesmo.

Ora, há aqui duas vertentes que convém distinguir. Uma, e aquela que primeiro me assomou à cabeça, é o famoso Síndroma da Papeira. Lembram-se, com certeza, quando eram pequenos, que as vossas mães, caso soubessem que havia uma doença contagiosa benigna nas redondezas, levavam-nos em digressão, alegremente, a visitar a criança infectada para que também nós ficássemos infectados. Era uma forma de "arrumar" a questão, pois estas doenças são mais perigosas em idades adultas. Podem até cortar a vontade a um homem, o que é coisa que, na altura, não entendemos. Mas passados uns anitos, não muitos, até há quem vá colocar uma "vontadinha" de cera a queimar em Fátima.

Outra, que depois foi aventada pela Ministra, trata-se de vingança pura e simples. Ou seja, fui infectado, ou a minha cria foi infectada, vou espalhar esta coisa por todos os culpados, ou seja, todos os outros que me rodeiam.

Ora, meus caros, eu não tenho culpa nenhuma disso. É verdade que já pensei no Síndroma da Papeira - já pensei em me abeirar de uma moça com Gripe A e lambuzar-me cheio de vontade nos seus beiços febris até que sentisse o inchaço das suas amígdalas. Porquê assim? Teria muito mais graça do que apanhar a gripe de um aperto de mão manhoso, um espirro maldoso de um marmanjo com as calças pelos joelhos ou pelas emanações das ranhocas de uma das crias das mães vingativas... E assim gozava de 9 dias de descanso e arrumava já o caso. Fazia o gesto do dedo do meio aos produtores de tamiflu e good bye Maria Ivone que em Outubro tenho de ir de férias!

Mas também aqui juro que, quando apanhar a gripá (parece que isto é mais quando do que se... até o CR9 já está em prevenção!), e se souber como foi o contágio, e se for de uma dessas crias ou de um desses mânfios, meus amigos, fujam bem, escondam-se ou mudem de cidade. É que vou atrás de vocês e contagio-os com dois pares de estalos bem assentes ou dois socos bem acertados. De notar a palavra "bem". É que é para estender mesmo, pois os mânfios podem ser maiores que eu e tenho de aproveitar o factor surpresa. Quanto às progenitoras das crias, aplica-se o mesmo. Quem faz uma destas, deve ter maus fígados... Medo...

E não, não é por ter medo da doença. Não tenho, preferia apanhar a gripá agora e não mais tarde, já disse. Mas ser contagiado por uma destas desculpas de seres humanos que se lembram destas coisas, isso é que não admito - é que o vírus já deve vir mutado para pior só vindo de quem vem. Há gente que diz que cada povo tem os políticos que merece. Agora percebi porque temos os Sócrates e as Manelas... O Povo português consegue ser grandioso, mas também consegue ser do mais mesquinho que há.

Ninguém está a pedir que sejamos como os americanos, que por cada infectado com gripá, plantam mais uma bandeira com uma passadeira vermelha para peões benfiquistas, para mostrar que o patriotismo vence a gripe! Nem que sejam como os fundamentalistas islâmicos, que, por cada caso de gripá, culpam o Obama e colocam uma bomba no Iraque. Mas... Tenham lá paciência, façam o favor de ser minimamente pessoas com (algum...) civismo.

Portanto, meus amigos, apanhar a gripá é com o vírus original, ainda limpinho e sem pensamentos da treta. Eu bem tenho tentado, mas...

sábado, 8 de agosto de 2009

HOMENAGEM

Foto Google

A um dos maiores nomes do humor português, um grande senhor da rádio e da TV, um homem que muito fez por melhorar a sociedade em que se inseria. Até sempre, Raul, vemo-nos por aí - é só seguir as gargalhadas!

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

VAMOS ESTOURAR O PLANETA!?!

Foto retirada do blog Olhares

Há um livro espantoso, que conta a história de uma família rica de burgueses do séc.XIX, da autoria de Eça de Queirós, como o sugestivo nome de "Os Maias". Esses Maias eram um pouco estranhos, com amores incestuosos à mistura e amigos penduras a sugar-lhes o tutano (saudoso Ega). Mas nada que se compare aos estranhíssimos Maias que perduraram durante séculos na América Central. Este povo constituiu uma civilização sem paralelo na história, pela sofisticação extrema da sua ciência e matemática. Particularmente em tudo o que dizia respeito à contagem do Tempo, os Maias, além de obcecados, estavam muito à frente de tudo o que existia no Velho Mundo.

Os Maias contavam o Tempo através de três complicados calendários interdependentes. Mais do que a descrição do funcionamento dos três calendários, convém saber que um era para a contagem de tempo banal, de todos os dias, outro referia-se ao Tempo dos Deuses, que era medido em períodos bem mais alargados, o terceiro era o do Tempo Ancestral, ou seja, a contagem das Eras pelas quais o povo maia tinha passado e respectiva duração. Ora, este terceiro calendário era finito para contagem do Tempo de cada Era. De acordo com as escrituras Maias e Aztecas, particularmente, um livro sagrado chamado Popul Vuh, teriam já existido três eras anteriores à actual, sendo que a última a terminar foi aniquilada pela água (O Dilúvio?). Estamos na quarta era.

Bem, estamos na quarta era, pouco mais ou menos, pois os Maias já não existem como nação e deixaram a sua preponderância e as suas magníficas cidades ao abandono séculos antes de Cortez ter chegado ao México no séc.XVI. No entanto, dado o misticismo que este povo inspirou, tal como os Incas ou os Egípcios, muitos são aqueles que acreditam nas profecias Maias. E essas dizem que a Quarta Era, esta que vivemos agora, acabará em meados de Dezembro de 2012.

Eu disse muitos??? Não, não queria dizer muitos, pois nem todos conhecem estas histórias, mas alguns, sem dúvida, acreditam na profecia e estão empenhados em evitar que tal possa vir a acontecer. Quem? Querem uma lista? Ok, faça-se:

-Ahmedinejhad (presidente do Irão) - que melhor maneira de impedir que o Mundo, ou pelo menos, parte dele, sofra o fim da Era, do que apressar já a limpeza para alguns, como os simpáticos israelitas, por exemplo? E os americanos? Ui, ui, o homem está em pulgas com a perspectiva!
-Netanyahu (PM israelita) - ora, no poupar de sofrimento é que está o ganho e este senhor está apostado em que os palestinianos não sofram o fim do Mundo em 2012. Pelas suas contas, hão-de morrer todos de fome lá para 2011... Mal ele sabe que a água está a acabar lá por baixo do deserto e que também eles não devem perdurar muito para além disso...
-Khaled Mashaal (líder do Hamas) - por ele, os israelitas não devem sofrer o 2012, já deviam ter todos um 2009 ou 2010...
-Hu Jintao (presidente chinês) - os chineses tem olhos pequenos mas vistas largas; este senhor acredita na profecia, mas, não vá o diabo tecê-las, prepara paulatinamente a China para, nessa altura e se nada acontecer, matar o resto do Mundo com emissões de CO2;
-Barack Obama (presidente americano) - vai mais ou menos pelas pisadas do presidente chinês, mas ligeiramente mais apressado, pois ainda tem emissões mais altas; talvez esteja mesmo a pensar em abreviar a coisa;
-Polibãs (dantes conhecidos como talibãs, agora mandam em dois países, pelo que já são polibãs - promoção automática) - deixem-nos chegar ao arsenal nuclear paquistanês e vão ver como estes senhores antecipam o 2012 para quando puderem;
-Árabes Sudaneses - estes têm muita peninha dos pretos sudaneses e correm-nos a tiro dali para fora, pois pensam que o 2012 vai atingir com força o Sudão - como se fosse necessário...
-Álvaro Uribe (presidente da Colômbia) - este senhor empenha-se em que, quando surgir o 2012, todos possam desfrutar de uma boa vista para o acontecimento, mas sem cocaína para distrair; por outro lado, toca a implementar um programa de bases americanas no país para, caso não aconteça nada, levar o 2012, pelo menos, ao Chavéz - se der para o gajo da Bolívia, tanto melhor!
-Hugo Chavéz - 2012 é ainda muito distante e este senhor quer apressar a coisa, ameaçando os EUA de guerra, mas fria, nada de violência. Não é burro e tem um trunfo do lado dele: sem ele, diminuem, as emissões de CO2 drasticamente;
-Roberto Michelletti (presidente não-presidente das Honduras) - ora um dos mais infames adversários do 2012 pode ser a democracia - porque não aboli-la já?!

Querem mais?? Eu penso que vocês podem pensar em alguns mais, sem dúvida. Podem imaginar estes meninos lendo o Popul Vuh ao redor de uma fogueira (como os do P.C. - qual Partido Comunista?? Paulo de Carvalho!!!) e a magicar as mais interessantes formas de escaparmos a esse sofrimento, que diz a profecia será... pelo fogo... Todos ao mesmo tempo:

Vamos lá estourar o planeta ou quê???

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Mais dois selos!!!

O meu obrigado à Maria Ribeiro do Lusibero por se ter lembrado deste espaço.

Não vou referir blogs a passar o prémio, acho mais democrático que quem me leia com gosto retire à vontade e faça uso. Sei que os meus leitores são, de forma geral, pessoas de bom gosto e de bom senso.

Façam o favor.

Ao blog Lusibero, mais uma vez, obrigado. Aceito com prazer.