Foto Público
Não sendo eu um lírico - pelo menos como tal não me considero - há coisas que se fazem por esse mundo fora que me fazem acreditar, por breves e fugazes momentos, na grandeza do ser humano.
Estamos habituados a ver no cinema, nas séries televisivas, mas também na vida real, que o sentimento predominante em todo o mundo é a vingança. Os maus ou morrem no fim, trespassados por balas certeiras, ou então são presentes a julgamento, onde são condenados sem piedade. Na vida real, às vezes nem são maus nem são presentes a julgamento, metem-nos apenas em gaiolas. Contas de outro (longo) rosário.
Estes hábitos que nos entram pela casa dentro via novas tecnologias e TV (já não é nova tecnologia), impregnam-se na nossa mente e damos por nós a pensar que bom mesmo é matar toda a gente, não só os maus, mas todos os que não gostamos particularmente. Vivemos numa cultura de dentes cerrados, de punhos fechados, de protestos veementes, justificados ou não. Nem eu sou contra a justiça, que seja feita. Se bem que sabemos bem que, a nível nacional e planetário, a justiça e sua administração é uma miragem cada vez mais longínqua. Mas isso não retira a nossa sede de justiça, a nossa vontade de exercer a vingança divina do antigo testamento ainda aqui, na Terra.
Mudando o rumo às palavras, eu nem sequer gostava muito do Presidente de Timor Lorosae, Ramos Horta. Não sei bem porquê, mas o seu timbre de voz e aspecto permanentemente zangado devem ter alguma coisa a ver com a minha impressão. Os óculos que usa não ajudam nada e também podia barbear-se todos os dias... Mas sei que foi um lutador pela liberdade, não só do povo timorense, como de outros, como o de Aceh. As suas declarações surpreenderam-me de forma fulminante, o que só prova que julgar pelo aspecto é muito enganador.
A Amnistia Internacional defende e está a tratar da implementação de um Tribunal Penal para o julgamento dos crimes que sucederam aquando do referendo que determinou a independência de Timor Leste, que aconteceu está para fazer dez anos. A minha primeira impressão é a de que é o mais correcto a fazer, é preciso julgar e punir quem cometeu semelhantes atrocidades, como vimos, na altura, acontecerem, pela TV. Mas depois temos a reacção de Ramos Horta. E fiquei desarmado.
A verdade é que Timor continua a ser um país com extremas carências, e parece-me que o seu Presidente está bem mais preocupado com estas do que em castigar seja quem for por crimes acontecidos há dez anos. Além disso, a vizinhança é a Indonésia, país que se encontra a rastejar para fora de uma sangrenta ditadura de décadas, e ensaiando a democracia. Que Ramos Horta apoia. Ramos Horta, e, pelos vistos, a população de Timor Leste, esqueceram e perdoaram. os indonésios agradecem e seguem em frente, rumo ao seu próprio futuro, ao lado de Timor.
Como as coisas mudam, e como, por vezes, os grandes exemplos vêm dos mais pequenos recantos!
Até a minha impressão de Ramos Horta mudou. É um grande ser humano! Da população de Timor, já eu sabia, é assim. Tem a capacidade infinita de perdoar. E divina também. Muitos se perguntam quando é que Cristo descerá de novo à Terra - se Ele desce cá abaixo, já foi a Timor de certeza!
Estamos habituados a ver no cinema, nas séries televisivas, mas também na vida real, que o sentimento predominante em todo o mundo é a vingança. Os maus ou morrem no fim, trespassados por balas certeiras, ou então são presentes a julgamento, onde são condenados sem piedade. Na vida real, às vezes nem são maus nem são presentes a julgamento, metem-nos apenas em gaiolas. Contas de outro (longo) rosário.
Estes hábitos que nos entram pela casa dentro via novas tecnologias e TV (já não é nova tecnologia), impregnam-se na nossa mente e damos por nós a pensar que bom mesmo é matar toda a gente, não só os maus, mas todos os que não gostamos particularmente. Vivemos numa cultura de dentes cerrados, de punhos fechados, de protestos veementes, justificados ou não. Nem eu sou contra a justiça, que seja feita. Se bem que sabemos bem que, a nível nacional e planetário, a justiça e sua administração é uma miragem cada vez mais longínqua. Mas isso não retira a nossa sede de justiça, a nossa vontade de exercer a vingança divina do antigo testamento ainda aqui, na Terra.
Mudando o rumo às palavras, eu nem sequer gostava muito do Presidente de Timor Lorosae, Ramos Horta. Não sei bem porquê, mas o seu timbre de voz e aspecto permanentemente zangado devem ter alguma coisa a ver com a minha impressão. Os óculos que usa não ajudam nada e também podia barbear-se todos os dias... Mas sei que foi um lutador pela liberdade, não só do povo timorense, como de outros, como o de Aceh. As suas declarações surpreenderam-me de forma fulminante, o que só prova que julgar pelo aspecto é muito enganador.
A Amnistia Internacional defende e está a tratar da implementação de um Tribunal Penal para o julgamento dos crimes que sucederam aquando do referendo que determinou a independência de Timor Leste, que aconteceu está para fazer dez anos. A minha primeira impressão é a de que é o mais correcto a fazer, é preciso julgar e punir quem cometeu semelhantes atrocidades, como vimos, na altura, acontecerem, pela TV. Mas depois temos a reacção de Ramos Horta. E fiquei desarmado.
A verdade é que Timor continua a ser um país com extremas carências, e parece-me que o seu Presidente está bem mais preocupado com estas do que em castigar seja quem for por crimes acontecidos há dez anos. Além disso, a vizinhança é a Indonésia, país que se encontra a rastejar para fora de uma sangrenta ditadura de décadas, e ensaiando a democracia. Que Ramos Horta apoia. Ramos Horta, e, pelos vistos, a população de Timor Leste, esqueceram e perdoaram. os indonésios agradecem e seguem em frente, rumo ao seu próprio futuro, ao lado de Timor.
Como as coisas mudam, e como, por vezes, os grandes exemplos vêm dos mais pequenos recantos!
Até a minha impressão de Ramos Horta mudou. É um grande ser humano! Da população de Timor, já eu sabia, é assim. Tem a capacidade infinita de perdoar. E divina também. Muitos se perguntam quando é que Cristo descerá de novo à Terra - se Ele desce cá abaixo, já foi a Timor de certeza!
A capacidade de perdoar é algo complexo e quase divino como dizes e bem. Para mim o mais extraordinário é efectivamente aquele povo mártir, apostado num futuro melhor, e sarando as feridas do passado.
ResponderEliminarCirrus, do muito pouco que conheço do povo timorense, parece-me um povo bastante pacífico, mas que sabe o que quer.
ResponderEliminarEles parecem saber que terão que viver e conviver com os indonésios, afinal são vizinhos. Eles parecem saber que há coisas primordiais que lhes fazem muito mais falta para a sua vida diária e para o desenvolvimento do seu país do que uma possível satisfação por se ter feito justiça contra os seus opressores e assassinos dos seus.
Eles parecem saber que não é sobre a vingança ou uma justiça adiada, porque vingança e justiça são dois conceitos diferentes, que se desenvolve um país.
E o Ramos Horta sempre foi a voz daquele povo. Sempre me pareceu uma pessoa serena, não beligerante, que procurou sempre o que é melhor para o seu país.
Muitas vezes achei-o brando demais, mas talvez ele é que esteja certo e eu errada.
Forte, sempre admirei a coragem e a força interior do povo de Timor. É um daqueles povos com quem poderíamos definitivamente aprender o significado das palavras humildade e dignidade.
ResponderEliminarPronúncia, por vezes, justiça e vingança são sinónimos, e este caso é um desses. Isto porque, ao contrário de outros casos, onde não se sabe de onde veio a primeira pedra, aqui não houve pedras da parte dos timorenses.
ResponderEliminarSão um povo que devia encher-se de orgulho, mas não sabe como.
Realmente para os Timorenses haverão seguramente mil coisas mais importantes neste momento, do que pedir contas a Jacarta.
ResponderEliminarBom fim-de-semana a todos
Francisco, também.
ResponderEliminarBom fim de semana!
E DEUS, acha CIrrus, que gostou do que viu????
ResponderEliminarTenho cá as minhas dúvidas ...
ABRAÇO DE LUSIBERO
Maria, depende das perspectivas. Se foi o Deus do Antigo Testamento, não, não gostou e está a preparar a vingança. Se for o Deus do Novo Testamento, estou certo que, porventura a existir, estará satisfeito com a atitude dos timorenses. De opressão e massacres, ninguém gosta.
ResponderEliminarTenho um grande amigo meu que é timorense, e inclusive, estudava com ele na altura dos graves incidentes na Ilha. Sei o que ele sofreu, não percebo esta atitude de Ramos Horta.
ResponderEliminarN. B. - Também não desfaço a barba todos os dias. Agora é crime?!
Dylan, de que serve a vingança agora? Vão viver melhor por isso? Fazem muito bem em se concentrar naquilo que é mais importante: o progresso da sua pátria. Além do mais, que melhor lição poderiam eles dar aos indonésios?
ResponderEliminarOlha, nem eu!
Sempre simpatizei com o Ramos Horta e a sua atitude não me surpreende de todo. O que realmente lhe importa é o bem estar do seu povo e não as mesquinhices costumeiras.
ResponderEliminarLouvável a sua atitude!
Discordo com o Dylan. O sofrimento de um povo não se minimiza com planos de vingança.
Quanto à barba de três, também não me incomoda. Se fosse homem acho que faria precisamente o mesmo. :)
Não é uma questão de vingança, é a justiça num Estado de direito. E se fosse a vossa família, eliminada num piscar de olhos?
ResponderEliminarPois, pois... vocês (e o Ramos Horta) ouviram foi dizer que uma barbita de 2 dias dá quase sempre um ar mais... sexy, aos meninos!
ResponderEliminarVá! Confessem lá... :D
Ana, parece ser por aí que se deve analisar as declarações...
ResponderEliminarDylan, em geral, concordo contigo, a justiça deve ser feita independentemente das opiniões de cada um. Mas devemos lembrar-nos de que essa mesma justiça nos pode levar a retaliações graves contra o povo de Timor. Penso que, além de ser uma atitude nobre, é também uma atitude cautelosa. Os timorenses já viram e sentiram na pele o que pode acontecer e como a comunidade internacional, tão ansiosa agora de brilhar com um julgamento que nada de bom trará a Timor, esteve 25 anos calada a assistir a um genocídio.
ResponderEliminarAinda que houvesse Tribunal, agora é tarde, demasiado tarde para a Comunidade Internacional e até para a Amnistia, se redimirem.
O importante parece ser construir um futuro e não olhar o passado.
Pronúncia, tenho amor à pele da minha cara, por isso não a desfaço todos os dias. Mas se isso não trouxesse esse tipo de problemas, não tenhas dúvidas que, independentemente daquilo que as mulheres possam pensar, andaria sempre barbeado de fresco. Sinto-me muito melhor.
ResponderEliminarCirrus,
ResponderEliminarporque não tenho a certeza que volte ao Lusibero, a ver a resposta que lhe deixei´ao seu mais recente comentário, tomo a liberdade de o copiar aqui, no seu espaço, porque me parece importante que leia a resposta que tenho para si; ao contrário do que me diz, creio que "infelizmente" é mesmo necessário recordar todos os maus momentos da nossa História, precisamente para que a Humanidade (?) aprenda algo com o seu passado, mesmo que seja só o mais recente. Aqui vai:
Cirrus:grata pelo seu comentário.
Se o Cirrus tem seguido os meus posts, pode ver que, desde o princípio da existência do meu blog, me tenho debruçado sobre as causa humanitárias a que se refere. Falo-lhe dum texto intitulado Filhos de um deus menor". "Andorinhas, por onde andais?" e de um outro em que me refiro AOS NOVOS MUROS que estão a ser "plantados "por esse mundo fora, a dividir os povos , de uma maneira vergonhosa.
O assunto deste meu post , quer sobre TIMOR quer sobre o HOLOCAUSTO, foram PONTUAIS!
NÂO apoio causa nenhuma ,em particularMAS APOIO_asTODAS, POIS ACREDITO NO DIÁLOGO!
DA miséria do Sudão e do mártir Darfur não têm conta as vezes que já deles falei...
Certos posts meus pretendem ser oportunos E NÃO OPORTUNISTAS! O senhor não me conhece, mas afianço-lhe que SOU DEMASIADO DIGNA para me servir de certas coisas para fazer "número", digamos. Se assim fosse , se alguém assim pensar, pode crer que o meu blog acabará, imediatamente! Até porque posso continuar a expor as minhas ideias nos jornais com os quais colaboro! O senhor é uma pessoa que me merece o maior respeito, mesmo que ,por vezes, não esteja de acordo consigo. Como homem culto que é, as suas opiniões merecem-me TODO O RESPEITO, porque os valores relacionados com a tolerância e o diálogo, estâo muito acima "de se ser pró ou contra".
SUA AMIGA LUSIBERO
Maria, está respondido em sede própria.
ResponderEliminarMuito obrigado.