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Por certo, já todos nós vimos e admiramos, gostemos ou não, as aventuras de James Bond, o célebre 007, na TV ou no cinema. Quer se queira quer não, figuras como Roger Moore, Sean Connery ou Pierce Brosnan devem muito do estatuto que merecem graças à exposição mediática nesta série de filmes de acção. São filmes engraçados, do ponto de vista visual, sempre com grandes cenas de acção, não faltando também cenas em que os actores (ou duplos) também têm de se mexer na vertical. Seja como for, uma espécie de MacGyver mais longo em que o herói, ao invés de calças de caqui e canivete suíço, utiliza mais o smoking e uma implacável PPK - para quem não sabe, uma pistola, que, no entanto, tem o condão de poucas vezes ser mortal (pelo menos não se vêem mortos em catadupa).
Como James Bond é agente secreto do MI5, a maioria das suas missões têm como lugar países estrangeiros, locais tão exóticos como Portugal, Islândia, China, Itália, Rússia, enfim, é só imaginar. Mas parece que a Inglaterra tem outros dignos cidadãos que também vivem aventuras fora de portas. A esses chamam-lhes turistas. O turista inglês é um ser extraordinário. Mesmo que nunca tenha saído do continente europeu (continente aqui aparece como Europa, já todos sabemos que a Inglaterra é uma ilha), têm uma áurea de conhecedor do mundo, sem dúvida reminiscência do falecido Império Britânico e das aventuras de James Bond.
Assim sendo, o turista inglês é dos mais exigentes. Como, por vezes, as populações nativas lhes fazem o célebre manguito às exigências, viram-se para as suas embaixadas e consulados, numerosos e presentes em quase todos os países do mundo. Se fosse o James Bond, estaríamos mesmo a vê-lo a entrar numa qualquer embaixada inglesa, esfarrapado e ensanguentado, depois de horas de duros combates com os maus da fita, pedindo um smoking novo ou tratamento rápido. Depois, num telefonema bem-humorado, informaria o Q que o carro com torpedos ou avião ultrasónico compacto ou caixa de fósforos com casa de banho incorporada se tinham espatifado - e uma casa de banho faz sempre falta ao Bond, quanto mais não seja para as célebres cenas de acção.
Não foge muito à regra que um bem humorado turista inglês na Itália se tenha dirigido à Embaixada em Roma para lhe indicarem onde poderia encontrar uma determinada marca de sapatos. Ou que uma turista inglesa em Miami tenha exigido ao respectivo Consulado que alguém fosse fazer a mala ao filho, para que depois alguém o levasse ao aeroporto. Um outro queixou-se que em Ibiza havia "muitos espanhóis" na praia. Na Embaixada inglesa em Portugal entraram dezenas de queixas contra o câmbio euro / libra. As praias de Cabo Verde não agradam a todos, uma vez que "a areia é branca e na brochura a areia é amarela - por favor, substituir a areia no prazo de 24 horas". A cereja no topo do bolo terá sido um pedido de ajuda urgente de uma turista inglesa para uma intervenção rápida da embaixada, pois "encontrava-se infeliz com o resultado da intervenção cirúrgica que tinha alargado os seus seios". Vá-se lá saber o que esta alminha terá pensado, provavelmente que a embaixada teria um cirurgião plástico ali mesmo à mão...
Qualquer dia, temos um turista inglês queixar-se de que o Sol não gira à volta da Terra (ou dele mesmo), que a Lua está demasiado perto da sua janela ou talvez que a piscina estava cheia de água. Inglesice...
Serve isto para transpor para o caso português? Claro que sim! Imaginem-se num qualquer país estrangeiro e telefonarem para a Embaixada porque perderam o passaporte ou porque houve um tsunami na área:
-Estou? É da embaixada portuguesa?
-Sim...
-Tenho um problema grave, que é... (descrição do incidente...)
-Olhe, neste momento, o embaixador está de férias, o adido cultural está de baixa, o cozinheiro está em greve e eu só sou administrativa...
-Então o que faço?
-Dirija-se à Embaixada Espanhola! Cada pergunta!...
Tu, tu, tu... quer dizer que desligaram o telefone. Telefonando para a Embaixada Espanhola, garanto que não ouvirão do outro lado da linha Usted, usted, usted... E resolvem o problema.
Como James Bond é agente secreto do MI5, a maioria das suas missões têm como lugar países estrangeiros, locais tão exóticos como Portugal, Islândia, China, Itália, Rússia, enfim, é só imaginar. Mas parece que a Inglaterra tem outros dignos cidadãos que também vivem aventuras fora de portas. A esses chamam-lhes turistas. O turista inglês é um ser extraordinário. Mesmo que nunca tenha saído do continente europeu (continente aqui aparece como Europa, já todos sabemos que a Inglaterra é uma ilha), têm uma áurea de conhecedor do mundo, sem dúvida reminiscência do falecido Império Britânico e das aventuras de James Bond.
Assim sendo, o turista inglês é dos mais exigentes. Como, por vezes, as populações nativas lhes fazem o célebre manguito às exigências, viram-se para as suas embaixadas e consulados, numerosos e presentes em quase todos os países do mundo. Se fosse o James Bond, estaríamos mesmo a vê-lo a entrar numa qualquer embaixada inglesa, esfarrapado e ensanguentado, depois de horas de duros combates com os maus da fita, pedindo um smoking novo ou tratamento rápido. Depois, num telefonema bem-humorado, informaria o Q que o carro com torpedos ou avião ultrasónico compacto ou caixa de fósforos com casa de banho incorporada se tinham espatifado - e uma casa de banho faz sempre falta ao Bond, quanto mais não seja para as célebres cenas de acção.
Não foge muito à regra que um bem humorado turista inglês na Itália se tenha dirigido à Embaixada em Roma para lhe indicarem onde poderia encontrar uma determinada marca de sapatos. Ou que uma turista inglesa em Miami tenha exigido ao respectivo Consulado que alguém fosse fazer a mala ao filho, para que depois alguém o levasse ao aeroporto. Um outro queixou-se que em Ibiza havia "muitos espanhóis" na praia. Na Embaixada inglesa em Portugal entraram dezenas de queixas contra o câmbio euro / libra. As praias de Cabo Verde não agradam a todos, uma vez que "a areia é branca e na brochura a areia é amarela - por favor, substituir a areia no prazo de 24 horas". A cereja no topo do bolo terá sido um pedido de ajuda urgente de uma turista inglesa para uma intervenção rápida da embaixada, pois "encontrava-se infeliz com o resultado da intervenção cirúrgica que tinha alargado os seus seios". Vá-se lá saber o que esta alminha terá pensado, provavelmente que a embaixada teria um cirurgião plástico ali mesmo à mão...
Qualquer dia, temos um turista inglês queixar-se de que o Sol não gira à volta da Terra (ou dele mesmo), que a Lua está demasiado perto da sua janela ou talvez que a piscina estava cheia de água. Inglesice...
Serve isto para transpor para o caso português? Claro que sim! Imaginem-se num qualquer país estrangeiro e telefonarem para a Embaixada porque perderam o passaporte ou porque houve um tsunami na área:
-Estou? É da embaixada portuguesa?
-Sim...
-Tenho um problema grave, que é... (descrição do incidente...)
-Olhe, neste momento, o embaixador está de férias, o adido cultural está de baixa, o cozinheiro está em greve e eu só sou administrativa...
-Então o que faço?
-Dirija-se à Embaixada Espanhola! Cada pergunta!...
Tu, tu, tu... quer dizer que desligaram o telefone. Telefonando para a Embaixada Espanhola, garanto que não ouvirão do outro lado da linha Usted, usted, usted... E resolvem o problema.
Ó Cirrus...onde é que queremos chegar? olhe que eu não me tenho por burra... mas estou com a pulga atrás da orelha...
ResponderEliminarBeijo de lusibero
É muito genérico, não é?
ResponderEliminarEu também achei, assim que terminei o texto. Mas dois eixos essenciais: o primeiro, o daqueles turistas que acham que todo o país visitante trabalha para eles. O segundo, o péssimo serviço prestado pelas nossas embaixadas aos nossos turistas e emigrantes. Normalmente, a Embaixada espanhola é que trata de tudo...
Na embaixada portuguesa que mais uso, as coisas melhoraram um pouco ultimamente, em questão de infra-estruturas, mas as dignissimas funcionárias que já passaram todas dos cinquentas (benzas Deus), que acabaram o 9o ano há mais de trinta e que nunca mais fizeram uma formacão, continuam a atrofiar aquilo tudo e um gajo passa ali as passas do Algarve para tratar de qualquer assunto
ResponderEliminarAbracos
Ahhh, e quanto aos beef's, são realmente assim. Mais ou menos como os red necks. Mas isso tambem tem a ver com o facto de saberem que mesmo para esses assuntos, chegam e alguem os atende...
ResponderEliminarNisso temos que dar a mão á palmatoria. Essas embaixadas tratam muito bem os seus cidadãos no estrangeiro.
Outro abraco
Cirrus, há mesmo muito turista inglês como os descreves. mas não são todos iguais.
ResponderEliminarOs que mais me irritam, são os que acompanham as equipas de futebol, começam a emborcar cerveja como se não houvesse amanhã e como se a Super Bock fosse igual à água choca que eles bebem e à qual chamam "Beer", depois são os desacatos que provocam e ainda se queixam (à Embaixada, claro) que foram selvaticamente agredidos... esses sim, chateiam-me!
Quanto a Embaixadas, não me pronuncio... graças a Rá, nunca precisei de recorrer a esses serviços, pelo que não os conheço.
Mas uma coisa é certa, se os ingleses até pela cor da areia reclamam é porque a Embaixada deles os trata bem... digo eu!
Mas também há excepções.Em Praga,sexta feira negra,roubadinha .Passaporte e B.I. de uma assentada.O regresso era no domingo..Resolveram-me o assunto ,rápidos e simpáticos,apesar do fim de semana.
ResponderEliminarAinda hoje me sinto agradecida.Já corri algum mundo,algum bem longe,só fui roubada em Praga,com quem nunca fiz as pazes.
Felizmente que nas viagens que fiz nunca precisei de nada, por isso não posso falar sobre a forma como as nossas embaixadas nos tratam. Mas quer-me parecer que tens razão na apreciação que fazes por casos que fui de outros ao longo do tempo.
ResponderEliminarFrancisco, está a melhorar, graças A Rá, mas também porque piorar era muito difícil.
ResponderEliminarOs "beef's" são assim e pouco há a fazer. Bem sei que é uma generalização, mas eles são assim. As embaixadas, através do MNE, fizeram um comunicado a afirmar indisponibilidade para tratar estes casos. Foi por isso que soube. A notícia vem na CNN.
Maria Madeirense
ResponderEliminarComo vão o Salazar e o Che Guevara?
Há coisas que me irritam solenemente, e uma dessas é que me digam "estás a generalizar". Porra, sem generalizar, não consigo escrever sobre nada. Nem eu, nem ninguém. Não posso escrever sobre os ingleses, porque não são todos assim, não posso escrever sobre os homens, porque nem todos são homens, não posso escrever sobre as mulheres, porque nem todas usam cuecas!! Ora porra!!
Não posso dizer que alguém é assim ou assado, porque ele às vezes é cozido, nem posso afirmar que esta é a minha opinião, porque amanhã a mudo. Pelo amor que tenho a Rá e ao olho de Hórus!! Quando é que as pessoas entendem de uma vez que a generalização é inevitável, desde que abrimos uma janelinha e nos pomos a escrever??
Não sei como vão eles, apesar de me dizerem que estão a escassos metros de mim na praia. Se os vir peço-lhes um autografo e dou-to... ;D
ResponderEliminarOK! Desta vez dou-te razão! Eu tenho mesmo a mania de dizer que não podes generalizar, quando até eu faço isso!
Ai, o que me custa ter que escrever a afirmação seguinte:
Cirrus, tens razão! Já te podes desirritar solenemente :D
Maria Pronúncia Funchalense,
ResponderEliminarProntes, agora que me passou o ataque de mau humor (e não mau feitio, que obviamente NÃO tenho - isto generalizando, porque às vezes...), é um facto que nem todos são iguais. São para aí apenas 99,75% dos turistas ingleses que são assim... Se eu não tivesse assistido a tantas e tantas deles por esse mundo fora, não me pronunciaria (foi bem, agora...).
Seja como for, também não precisei das nossas Embaixadas, mas já tive pessoas próximas que tiveram de o fazer e recorreram à Embaixada Espanhola, por indicação da Portuguesa. Basta relembrar o que aconteceu na Tailândia quando aconteceu o Tsunami...
Rose,
ResponderEliminarSorte! Nem todas são como a de Praga, acredite. Mas ainda bem que assim foi.
Pronúncia, é mesmo verdade que o AJJ deu vivas, ontem, ao Salazar e ao Che no mesmo discurso??
ResponderEliminarQualquer dia dá vivas ao Adolfo e ao Mao...
Forte, exactamente, nem eu precisei, mas tive casos próximos que foram resolvidos pela Embaixada Espanhola - no Egipto e na Tunísia.
ResponderEliminarNão sei.
ResponderEliminarNão vi o AJJ, nem o ouvi... além disso ando arredada das notícias. Nem as online tenho lido... férias são férias.
Mas se me perguntares como está Porto Santo, ou o tempo, ou a cor do mar e da areia, ou as ponchas de maracujá geladinhas ou as nikitas bebidas à noite e na praia... a isso já te posso responder! :D
Mas, olha lá, se ele desse vivas a Salazar, só mostrava que estava em sintonia com uma grande maioria dos Tugas que votaram no AOS como sendo a maior personalidade do sec.XX. E pelos vistos suspiram pelo regresso do homem... já que se convenceram que o D. Sebastião é pouco provável que volte... haja ou não nevoeiro! :D
ResponderEliminarOra bem, ora bem... País salazarento, este...
ResponderEliminarOLHE,CIRRUS, eu diria mais:salazarento e...azarento!
ResponderEliminarE que me diz desta musiquinha dos "entretantos"...? PORRA, estava aver que nunca mais lá ia...
Beijitos de lusibero
Maria, agora fui eu que me perdi...
ResponderEliminarCiRRUS:eu ajudo...Alguém aí atrás diz que isto está cada vez mais salazarento e eu acrescentei "azarento", também. Depois, como eu nunca fui capaz de pôr música de fundo, no blog, foi um modo de lhe perguntar se gosta...seu difícil!
ResponderEliminarPerdoe o calão "PORRA"...
Um professor meu ,certa vez, na Faculdade. estava tão empolgado com a matéria que lhe escapou essa palavra! Mas resolveu o problema explicando-nos o que era e donde vinha a expressão:vinha da Idade Média ,quando, nas procissões, os membros da Irmandade tinham um pau para se apoiarem, na cadência das passadas , que tinha uma maçaneta na ponta para dar "porrada" aos miúdos que interrompessem a procissão...
Nunca mais considerei essa palavra uma "asneira" mas sim um calãozito!
BEIJO de lusibero
Ora bem, por norma não aprecio muito música de fundo, mas pode sempre desligar-se...
ResponderEliminarQuanto à porra, é de facto um bastão. O palavrão tem mais uma sílaba...
DIFíCIL E MALANDRO! Eu não queria entrar noutros pormenores...
ResponderEliminarABRAÇo de boa noite!
Maldoso às vezes, malandro, tento que nunca!
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