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Em tempos idos, o senhor Kadhafi, líder da República Socialista Islâmica da Líbia, andou por aí a brincar com fósforos. Enquanto queimava os outros, esqueceu-se dos fósforos na mão e queimou os dedos. O país que governa é simpático, com um povo acolhedor e quente como o Inferno. Rico em recursos naturais gastos pela Europa, terá sido esse facto que livrou a Líbia do destino de outros países ricos nos mesmos recursos.
Cedo Kadhafi sentiu queda para o Carnaval, e não me refiro às suas indumentárias nem ao verdadeiro arsenal de patetices com que viaja no estrangeiro. Não, cá o homem gosta de explosões. Talvez nunca colocando uma bomba fosse em que sítio fosse por sua iniciativa própria, enviou acéfalos para que as pusessem por ele, um pouco à imagem dos comandantes de guerra actuais, que treinam mais as comunicações à imprensa que manobras militares. Basta pensarmos no surreal Ministro da Defesa de Saddam durante a segunda invasão do Iraque, ou dos comandantes israelitas durante mais uma invasão do Líbano.
Seja como for, Kadhafi, que agora se esconde debaixo de uma capa de legitimidade duvidosa, que advém do seu cargo de Secretário Geral da União Africana, recorreu com alguma frequência ao terror. Se o terror nunca é justificado, seja institucional, como o israelita, ou clandestino, como o palestiniano, o terror líbio muito menos. E isto por uma razão muito simples: alguém se lembra das reivindicações líbias da altura? Não, pois não? Dá a impressão de ter sido apenas uma forma de Kadhafi se ter auto-promovido a nível mundial, nem que fosse pelas piores razões.
Lockerby foi uma das páginas mais negras da história da aviação norte-americana, e isto porque o Sr.Kadhafi se lembrou de atirar com um 747 abaixo. Não se entende sequer porquê. Megrahi, o operacional líbio responsável materialmente pelo atentado, permaneceu preso na Escócia até há 3 dias atrás. Por razões humanitárias (está a morrer de cancro - que lhe saiba bem), foi libertado das cadeias escocesas e posto num avião em direcção à Líbia. De pouco valeram os apelos do presidente dos EUA, Barack Obama, para que este homem fosse tratado com reserva e colocado em prisão domiciliária.
Obama estava contra a libertação de Megrahi, mas, vendo que esta se tornou realidade, pretendia, pelo menos, preservar parte da memória do atentado de Lockerby como uma tragédia e não um acto heróico. O que é, obviamente, compreensível e desejável. Kadhafi recebeu Megrahi de braços abertos, com o hino nacional líbio a ser entoado, em ambiente de grande festa.
Tudo o que Kadhafi pretendia alcançar com a sua pretensa viragem política e legitimidade institucional caiu definitivamente por terra naquele dia. Não que ele tivesse conseguido iludir todo o Mundo, mas desmascarou-se completa e definitivamente.
Agora, enfrenta uma série de familiares das vítimas de Lockerby, cidadãos inocentes dos EUA, que não querem ver o responsável pela morte dos seus entes queridos como vizinho, na próxima visita de Kadhafi aos EUA. Por muito tempo que tenha passado, por muito conforto que tenham recebido, a cara daquele homem, recebendo de braços abertos o responsável material pelo atentado, deve ter ficado novamente gravada nas suas mentes. Eu também não o quereria por perto, para ser franco.
E não podendo Obama negar o acesso de um Chefe de Estado à sede da ONU, porque não pode, será que não poderia, pelo menos, poupar mais este sofrimento a quem tanto sofreu às mãos daquele que agora quer ser seu vizinho, ainda que temporariamente? A liberdade acaba na responsabilidade, e as responsabilidades deste homem há muito lhe deviam ter privado a liberdade.
Cedo Kadhafi sentiu queda para o Carnaval, e não me refiro às suas indumentárias nem ao verdadeiro arsenal de patetices com que viaja no estrangeiro. Não, cá o homem gosta de explosões. Talvez nunca colocando uma bomba fosse em que sítio fosse por sua iniciativa própria, enviou acéfalos para que as pusessem por ele, um pouco à imagem dos comandantes de guerra actuais, que treinam mais as comunicações à imprensa que manobras militares. Basta pensarmos no surreal Ministro da Defesa de Saddam durante a segunda invasão do Iraque, ou dos comandantes israelitas durante mais uma invasão do Líbano.
Seja como for, Kadhafi, que agora se esconde debaixo de uma capa de legitimidade duvidosa, que advém do seu cargo de Secretário Geral da União Africana, recorreu com alguma frequência ao terror. Se o terror nunca é justificado, seja institucional, como o israelita, ou clandestino, como o palestiniano, o terror líbio muito menos. E isto por uma razão muito simples: alguém se lembra das reivindicações líbias da altura? Não, pois não? Dá a impressão de ter sido apenas uma forma de Kadhafi se ter auto-promovido a nível mundial, nem que fosse pelas piores razões.
Lockerby foi uma das páginas mais negras da história da aviação norte-americana, e isto porque o Sr.Kadhafi se lembrou de atirar com um 747 abaixo. Não se entende sequer porquê. Megrahi, o operacional líbio responsável materialmente pelo atentado, permaneceu preso na Escócia até há 3 dias atrás. Por razões humanitárias (está a morrer de cancro - que lhe saiba bem), foi libertado das cadeias escocesas e posto num avião em direcção à Líbia. De pouco valeram os apelos do presidente dos EUA, Barack Obama, para que este homem fosse tratado com reserva e colocado em prisão domiciliária.
Obama estava contra a libertação de Megrahi, mas, vendo que esta se tornou realidade, pretendia, pelo menos, preservar parte da memória do atentado de Lockerby como uma tragédia e não um acto heróico. O que é, obviamente, compreensível e desejável. Kadhafi recebeu Megrahi de braços abertos, com o hino nacional líbio a ser entoado, em ambiente de grande festa.
Tudo o que Kadhafi pretendia alcançar com a sua pretensa viragem política e legitimidade institucional caiu definitivamente por terra naquele dia. Não que ele tivesse conseguido iludir todo o Mundo, mas desmascarou-se completa e definitivamente.
Agora, enfrenta uma série de familiares das vítimas de Lockerby, cidadãos inocentes dos EUA, que não querem ver o responsável pela morte dos seus entes queridos como vizinho, na próxima visita de Kadhafi aos EUA. Por muito tempo que tenha passado, por muito conforto que tenham recebido, a cara daquele homem, recebendo de braços abertos o responsável material pelo atentado, deve ter ficado novamente gravada nas suas mentes. Eu também não o quereria por perto, para ser franco.
E não podendo Obama negar o acesso de um Chefe de Estado à sede da ONU, porque não pode, será que não poderia, pelo menos, poupar mais este sofrimento a quem tanto sofreu às mãos daquele que agora quer ser seu vizinho, ainda que temporariamente? A liberdade acaba na responsabilidade, e as responsabilidades deste homem há muito lhe deviam ter privado a liberdade.
Então, ninguém comenta?
ResponderEliminarEu cá até concordo e não gosto deste tipo de comentário do género ó meu eu, concordo contigo,beijo,lol etc..etc...
Rose,
ResponderEliminarPois, mas temos de ver que já muita gente está de novo a bulir...
Estava a ver que ficava aqui pendurada,ainda por cima sem estilo nenhum.
ResponderEliminarContinuo um bocadinho amalucada,não me atrevo a escrever mais,para não ficares sem palavras.
EHEHEH!!!!
ResponderEliminarFoi um bocado amalucado, aquilo ontem, sem dúvida!!!
Mas gostos são gostos e discutem-se, não podem é ser censurados!
Era chegar-lhe o fogo ás mantas da tenda, a meio da noite.
ResponderEliminarBoa tarde Cirrus
Já está mais compostinho.
ResponderEliminarBoa tarde Francisco
ResponderEliminarNão penso que matar Kadhafi fosse sensato no plano internacional. Mas parece é que ninguém tem coragem de lhe tirar o tapete...
Concordo plenamente contigo, morrer vamos todos é o nosso destino. Assim sendo que morresse na prisão.
ResponderEliminarNa minha modesta opinião, este é o melhor artigo do Cirrus até hoje.
ResponderEliminarUm reparo: quando falas em recursos naturais gastos pela Europa, referes-te ao petróleo? É que se assim for, ainda têm muito para dar e vender. Só é pena que as classes mais baixas não possam usufruir deste filão... Até a alimentação é racionada!
Quanto a Khadafi, faz-me lembrar um certo dirigente desportivo português: fez alianças perigosas e interesseiras com quem quis e enquanto foi possível, imediatamente acabou com essas simpatias quando já não lhe interessavam. Asshole.
Forte,
ResponderEliminarÉ precisamente esse o meu ponto de vista. Não sendo possível prendê-lo, pelo menos votá-lo ao ostracismo. Dá-se demasiada importância a este personagem.
Dylan,
ResponderEliminarPois é certo que sim, têm ainda muito gás natural, principalmente. A questão do racionamento não é demasiado importante, uma vez que é feito por cima. As necessidades básicas são satisfeitas sem grandes alaridos. Não há luxos ou liberdades.
Penso que ele agora quer fazer alianças com tudo e todos, e o certo é que vai conseguindo aceitação internacional. Até quando, pergunto eu, teremos de lidar com psicopatas desta estirpe à frente de países com povos simpáticos e com patrimónios importantes como a Líbia?
O problema, meus amigos, é que figuras como este gajo não morrem na prisão. A maioria nem presos vão, e quando acontece são tratados como reis.
ResponderEliminarGostei de ver em directo a morte por enforcamento de outro "rei" do petroleo, apesar de nem por um minuto ter concordado com aquela invasão. Mas ele merecia esse destino, se não pelos motivos que vergonhosamente usaram para o destituir, por todos os outros. E lamento que não haja cordas para todos os auto-proclamados reis.
Abracos a todos
Lembro-me quando o homem era o principal suspeito ou mandante de actos terroristas.
ResponderEliminarParece tentaram fazer com que ele morresse de "morte matada" algumas vezes, mas o raio do homem escapou sempre. Até se dizia, na altura, que dormia todos os dias num local diferente.
Depois de, salvo erro, o filho ter sido morto, acalmou e dedicou-se ao que tão bem faz agora... "artes circenses"! Com exigências excêntricas típicas de estrela rock, como no caso da visita a Lisboa que queria uma tenda toda xpto para dormir... enfim!
Vaso ruim não quebra... mesmo!
Francisco, mesmo assim, achei o espectáculo degradante...
ResponderEliminarPronúncia
ResponderEliminarDe facto, perdeu um filho ou filha durante uma operação que visava a sua morte. Por isso falei no fósforo que lhe queimou os dedos...
Cirrus, mais degradante do que aqueles milhares a quem ele mandou "dar gas", entre outros?
ResponderEliminarFrancisco,
ResponderEliminar"Dar gas" é comigo. E agora até tenho namorada nova para ajudar...!
O Dylan voltou a atacar....
ResponderEliminarAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAH
Francisco, ver alguém morrer, para mim, nunca é bom. Mais, dado o estado em que ele se encontrava, não sei sequer se terá tido noção do que lhe estava a acontecer. O pior castigo para Saddam foi o facto de ser derrubado. Para este tipo de gente, cair do cavalo é mais vergonhoso do que a morte.
ResponderEliminarNão que julgue que ele não a merecesse, mas lá está, aqui estamos a falar disso e a perpetuar a sua memória, não só pelos horrores da sua vida, mas também pelo horror que constituiu a sua morte.
A minha secreta esperança, no entanto, e devo confessá-lo, é que a pena de morte se mantenha no Texas e que julguem um dia um senhor que por lá passeia.
Dylan, a antiga furou?
ResponderEliminarPronúncia
ResponderEliminarSão ataques bem vindos! E é uma referência a uma notícia qualquer do social, digo eu... Mas não estou devidamente informado...
Ai não estás informado...
ResponderEliminarQuando a Merche aparece no programa da Sic, de sais, cruza as pernas bem torneadas e bronzeadas, deixando vislumbrar uma pequena tatuagem a dizer "Dylan", até cais para o lado!
"Saias"
ResponderEliminarDesde que não diga Dom Juan de Marco... ou Cirrus... Merche Romero, a mercenária?? Rá me livre!
ResponderEliminarCirrus,
ResponderEliminarTambem concordo contigo que o outro senhor deveria ser chamado a pedra.
Isso nem se discute!
Bem, acabei de concordar contigo no blog do Forte, agora aqui.
hum...oh Pronuncia , isto sera bom ou mau? Concordar assim muitas vezes com o Cirrus?
Dylan, aproveita homem, enquanto a bomba funciona :-)
ResponderEliminarasco
ResponderEliminarEstás para aí virada, para o asco...
ResponderEliminarE, se bem te entendo e embora não seja meu hábito, esse asco é tanto moral como físico...
Francisco
ResponderEliminarExactamente! Houve aqui muita gente a apelidar-me de anti-americano e a dizer que tenho ódio aos EUA. Não é país que eu goste particularmente, diga-se. Mas o meu maior problema já saiu de cena. Parece-me que agora nem tudo vai mudar, mas algo já mudou!
Cirrus, a país de quem te acusam ser anti, é a minha terra de acolhimento há 21 anos, mais do dobro da minha vida. Não condeno os anti-americanos espalhados pelo mundo, motivados por algumas asneiras que ele tem feito, principalmente no que toca a politica externa. Condeno os que assumem se-lo, apenas porque é COLL.
ResponderEliminarNão nos podemos esquecer que este país não fez apenas mal ao mundo, ao longo da história. Se o faz com segundas intenções quando interfere em terra alheia? Claro que sim! Onde não tiver interesses, porque haveria de enviar os seus filhos a correr riscos?
Mas seja com segundas ou terceiras intenções, o certo é que por várias vezes resolveu assuntos importantes para a humanidade. Não é à toa que mesmo na actualidade, em cada conflito internacional, espera-se a sua intervenção. Eu costumo definir-me como um eterno inconformado, porque desde o primeiro dia jurei a mim mesmo que não iria morrer na América. Já por duas vezes tentei voltar de vez e acentar arraiais na terra que me viu nascer, mas Portugal, a quem amo, ainda não quis dar-me essa oportunidade.
O facto de viver há tantos anos numa terra não quer dizer que concorde com tudo no seu sistema, mas há coisas lhe que admiro. Não o digo por uma questão de gratidão, porque essa imagem que eles próprios tentam vender ao mundo da "terra das oportunidades" para mim é relativa. Não sinto que lhes deva nada, porque até hoje não sei o que foi receber um dólar que não fosse molhado com o suor do meu rosto, embora reconheça que em relação ao nosso país, por exemplo, seja mais fácil ver aqui o fruto do meu esforço.
Para terminar, em relação ao dito senhor a que te referes, eu que conheci o antes e o depois da sua era, concordo que foi um bem para o mundo ela ter terminado. Não votei nele, até porque não me identifico com a filosofia do seu partido, mas mesmo que votasse, depois dele, votaria até no meu cão, pela certeza de que MELHOR DO QUE ELE, QUALQUER UM!
E sim, acho que deveria ser julgado pela invasão ilegal que ordenou, porque embora aprovada pelo congresso, essa autorização foi conseguida com truques e mentiras. Mas este é um desejo frustrado porque sabemos todos que é impossível que isso aconteça.
Um abraço e desculpa por este "testamento".
Cirrus:quanto ao terrorista...estamos de acordo! Devia morrer na cadeia,pois os infelizes a quem tirou a vida, não tiveram opção. Quanto "ao outro" que ordenou a invasão, desculpa mas acho que foi outro tipo de criminoso, mas igualmente criminoso, digno de ir a julgamento. Não se zangue se os comentários não forem de encontro ao seu modo de ver as coisas...Afinal, todos temos direito a dar opinião, quando o espaço é aberto e ,nem por isso somos menos amigos.
ResponderEliminarAbraço de LUSIBERO
Maria, estamos plenamente de acordo!
ResponderEliminarFrancisco, obrigado pelo "testamento". É com estas coisas que aprendemos mais.
ResponderEliminarNo meu comentario anterior, leia-se "mais de metade da minha vida"
ResponderEliminarDesculpem
Cirrus,
ResponderEliminarsó agora percebi que o seu blogue aceitava comentários. Não sei porque julguei que não.
Sobre o Kadafi, é um bom exemplo da chamada real politic. Já fizeram o mesmo com outros. Sadam Hussein poe exemplo....
Levy, sê bem vindo ao estaminé.
ResponderEliminarÉ uma comparação justa, comparar Saddam com Kadhafi. Penso, no entanto, haver uma diferença entre os dois: enquanto Saddam violentou o seu povo, Kadhafi causou mais dor fora do seu país. Até por isso mesmo, não se percebem as mordomias de que goza quando se desloca ao estrangeiro.