quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

VERGONHINHA NACIONAL

Foto Google - Red Bull Air Race Porto 2009

Sabe quem me conhece que não sou adepto de regionalismos. Gosto da minha terra, e mais uma ou duas regiões de Portugal acima das outras. Mas não as considero nem melhores nem piores que o resto do nosso território. Portugal é, para mim, uma nação una e indivisível, sem questões étnicas ou religiosas, um povo, um país, uma nação. Se há uma coisa de que particularmente não gosto em Portugal é das suas grandes cidades, à excepção de Coimbra. Em Portugal há apenas três grandes cidades, Lisboa, Porto e Coimbra. A primeira com um milhão e trocos de habitantes, as outras duas com populações muito semelhantes, na casa dos 350 mil. As cidades são belas, mas o que deita tudo a perder no caso do Porto e Lisboa é que têm regiões urbanas circundantes e... feias.

Pronto, não sou adepto de grandes cidades portuguesas. Mas não posso deixar de me sentir consternado com a mudança do Red Bull Air Race para Lisboa. É certo e sabido que Lisboa perdeu a Fórmula 1, mantendo o Moto GP, neste cenário de grandes eventos do desporto motorizado. Associou o seu nome ao Dakar, mas pouco ou nada se vê do Rally em Lisboa, e mesmo esse já foi com o baralho, por razões alheias à cidade. O Porto, por seu turno, tem o Campeonato Europeu de Turismo. Mas o ex-libris desportivo, em termos motorizados, da cidade, era mesmo o Red Bull. Em dia de corrida, 600 mil pessoas amontoavam-se nas margens do Douro para ver um espectáculo pouco usual e de grande qualidade.

Além de tudo, penso que a corrida estava mesmo melhor no Porto. O rio é mais estreito e espectacular que o Tejo, proporciona melhores vistas e proximidade, é ideal para a prática deste desporto. Aliás, quem conhece o Corno de Ouro em Istambul sabe do que estou a falar. A prova turca, que se realiza na mais bela cidade do Mundo, não se desenrola no Bósforo, mas sim no Corno de Ouro. Mas também é de referir outra questão. Como pode este governo defraudar a cidade do Porto, em detrimento da capital, apenas porque o presidente da Câmara de Lisboa é um destacado membro do aparelho socialista e o presidente da Câmara do Porto é uma destacado dirigente do PSD? E o povo, meus senhores? Alguém perguntou ao povo do Porto e do Norte em geral, que se deliciava com esta prova, qual a sua opinião?

Apesar de morar perto do Porto, nunca fui ver ao vivo as corridas de aviões. Não é a minha onda, sinceramente. Mas sei que 90% da população limítrofe da cidade já foi presenciar pelo menos uma das edições. Os lisboetas são livres de se meter no comboio ou carro ou autocarro ou avião e se deslocarem à bela cidade do Porto ou à Ribeira de Gaia para ver a prova. Ninguém os proíbe, e serão sempre bem vindos. Penso que é de mau gosto fazer-se as coisas desta forma dissimulada e maldosa. Agora que o erro está consumado, e perante a reprovação até dos próprios lisboetas, vem o Dr. António Costa afirmar que nem se importa de ceder a corrida ao Porto, um ano ou outro, desde que a organização assim entenda. Claro que isso não vai acontecer, seria o primeiro passo para perdermos este evento em Portugal. Mas a desfaçatez quase chocante com que este manhoso, que está atolado em jobs for the friends até à altura de três contentores em Alcântara, decide desdenhar assim do único exemplo de político e governante incorrupto e honesto deste país é difícil de engolir. É mais uma vitória do chico-espertismo português, e só não é uma vergonha nacional porque a questão nem é assim tão séria, convenhamos. Mas é uma vergonhinha nacional. Vergonha que António Costa deixou de ter na sua bolachuda cara (sai ao "pai"?). E assim se deu azo a mais uns ataques do mais corrupto ser da cidade do Porto ao Rui Rio...

Esta situação teve um paralelo muito antigo, quando D.Dinis (salvo erro), decidiu mudar os Estudos Gerais de Lisboa para Coimbra e os rebaptizou como Universidade de Coimbra. Nessa altura, foram os lisboetas a sofrer na pele o facto de não morarem na capital. Por falar nisso... Será que não te mexes, ò Carlos Encarnação? Olha que a corrida, melhor que no Porto, melhor que em Lisboa, ficava mesmo a matar... em Coimbra!!

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

VERDADEIRA NATUREZA

Foto Google - Tumultos na Grécia

Copenhaga é por estes dias o centro do mundo. Apesar de não parecer, é onde muito daquilo que desfrutaremos no futuro ficará decidido. Não pelo aquecimento global, ou o degelo, ou as alterações climáticas. Mas sim porque é onde se perceberá como o mundo está balanceado neste momento. Onde se verá quem tem mais força, onde se definirão as novas superpotências deste planeta. E nós vamos assistindo a tudo isto sem grande vontade.

Apesar de uma cimeira para discutir aquilo que já é discutível, as alterações climáticas, não é isso que dela vai transparecer. As alterações climáticas são importantes, claro. Não tão importantes como nos querem fazer crer, pois nada há que impeça a Terra de aquecer. O planeta está num ciclo extremamente quente, pois o Sol encontra-se muito mais quente que o normal, e isso vai reflectir-se naturalmente. É um ciclo astronómico e geológico, apenas nos podemos adaptar e não apressar aquilo que é inevitável. Não uma extinção em massa, mas uma mudança de paradigma da raça humana. Já passamos por isso várias vezes. E sobrevivemos. Não todos, mas sobrevivemos.

É na geopolítica que os países reunidos em Copenhaga estão verdadeiramente interessados, não no ambiente. E não me admira se o acordo para o controlo da degradação climática seja insípido ou insuficiente, pois não é para isso que os chefes de Estado ali estão. Eles estão ali para medir a sua força. E se, anteriormente, a força se via pelas armas, hoje a força mede-se de forma global, de uma forma mais económica que bélica. Tudo se resume à quantidade de dinheiro com que cada país pode acenar aos mais pobres para obter as suas concessões. Não tenho dúvidas que os maiores consumidores de energia mundiais, e por isso os maiores poluidores também, com os Estados Unidos à cabeça, seguidos da China e Índia, as três maiores superpotências de hoje, levarão a deles avante e mais uma vez os mais pobres serão os mais prejudicados.

Mas há um problema com este aquecimento global ou alteração climática ou subida dos oceanos e todas essas balelas que vamos comendo, como se fôssemos os culpados. É que é bem capaz de vir atrasado. Nós somos muito bem capazes de fundar um novo paradigma da raça humana sem alterarmos o clima. Somos muito bem capazes de alterar este mundo para sempre. E parece que já faltou mais. Parece que Basta! é uma expressão cada vez mais ouvida. Ainda bem em surdina, mas começa. E vai acabar antes de os oceanos subirem, os pólos descongelarem, os Himalaias deixarem de ser brancos ou seja o que for que nos dizem que está a acontecer. Espero nessa altura estar a fazer tijolo, bem mais descansado e com uma vida de qualidade acabada. Porque isto, quando estourar, vai ser giro. Ai vai, vai!!

domingo, 13 de dezembro de 2009

A QUARTA DIMENSÃO

Imagem Google

Todos os anos há Natal. O que lhe tira brilhantismo. Aquilo que realmente se saboreia não acontece todos os anos. Como um Mundial de Futebol ou a passagem de um cometa, aquilo que realmente interessa não acontece todos os anos. Torna-se banal. E tem outro efeito perverso. Lembra-nos, ano após ano, que a quarta dimensão, o diapasão da existência, se esvai por entre os nossos dedos, se esgota, drena as nossas energias e cada vez mais nos torna mais chegados ao retorno. O Tempo. A quarta dimensão, a única que não pode ser manipulada. O cerne de toda a existência, aquilo que nos permite evoluir, viver, existir, morrer.

O Tempo é menosprezado. Havia uma civilização antiga, na América Central, chamada de Maias, que era obcecada pelo Tempo. Faziam calendários com uma precisão absolutamente notável. Tinham três calendários engrenados, cujo funcionamento em conjunto era preciso a um ponto que os nossos relógios atómicos ainda só agora começam a roçar. Porquê? Porque tinham os antigos Maias esta obsessão com o Tempo? E porque deve esta questão ser colocada desta forma e não ao contrário? E porque não somos nós obcecados com o Tempo? Na verdade, a Humanidade sempre se apercebeu da verdadeira natureza do Tempo, ou seja, da sua inexorabilidade, do seu curso inalterável, uma fatalidade para uma espécie que pensa dominar o mundo em que vive.

Onde nos levou a percepção da inexorabilidade do Tempo? Poder-nos-ia ter levado à constatação de que a vida é extraordinariamente preciosa, que vale a pena viver, que a dádiva do Tempo que passamos por cá é crucial. Mas não foi essa a direcção que seguimos quando nos apercebemos da fatalidade do Tempo. Pelo contrário, tratamos de arranjar algo que desafiasse o Tempo, que fosse tão extenso como ele, mas ainda mais absoluto, ainda mais poderoso. Surgiu a ideia dos deuses, e de Deus. Quem é cristão habituou-se a crer na vida eterna, quer seja no céu ou no inferno. Não está aqui em causa a classificação destes conceitos, mas antes o conceito de vida Eterna. O que é ser eterno? O que significa? Há quem diga que este é o derradeiro segredo religioso, a verdadeira essência dos ritos, perceber a eternidade. Mas, na verdade, o que é esta ideia, este conceito de vida Eterna, senão um gigantesco desafio ao Tempo? Não serão todos estes ritualismos, todas estas religiosidades, todas as religiões, ao fim e ao cabo, apenas tentativas desesperadas do Homem no sentido de controlar a única coisa que nunca estará sob seu domínio?

Será o Tempo... Deus? O Tempo é Deus? Será uma ideia disparatada, dirão. Mas talvez não. Porque será que o Tempo não pode ser Deus? Qual é o nome de Deus? Segundo os escritos, é O que É, ou Aquele que É. E quem mais poderá ser, não sendo, senão o Tempo? Pois, se no nosso imaginário, Deus não pertence a este mundo, ou seja, não pertence a nenhumas das dimensões físicas que dominamos, onde existe Deus? Só pode existir na quarta dimensão, o Tempo. Serão Deus e o Tempo a mesma coisa? Talvez sim, mesmo teosoficamente considerando a existência de Deus, este parece estar muito mais ligado ao Tempo do que se pensa. Simultaneamente, levados ao extremo do racionalismo, a própria ideia de Deus, que é uma ideia humana, não tem uma condição física, não existe fisicamente, não cabe nas três dimensões. Só pode existir na quarta dimensão. O mesmo acontece com todas as ideias, estão todas na dimensão do Tempo. E é isto que verdadeiramente aterroriza o Homem. É ter a noção, ainda que remota, que tudo o que pensa é Tempo, tudo o que o rodeia é terreno e perecível, mas o Tempo é absoluto, seja em que local for. Logo, o Tempo é a única dimensão da nossa existência que é omnipresente.

Mas será o Tempo poderoso ao ponto de influir não apenas no mundo das ideias, mas também no mundo físico? Congele-se o Tempo. O que ficará? Será que o universo pode resistir sem o Tempo? Uma acção, física ou psíquica, seja ela qual for, não está dependente do suporte físico em absoluto. Se tal fosse verdadeiro, não conseguiríamos ter um pensamento, uma Ideia. Mas não pode existir sem o Tempo. No fundo, sem ele, não há condições de vida, nem mundo onde viver. Tudo se resumiria a um brevíssimo momento fugaz de existência. As manifestações físicas da natureza só se manifestam devido ao Tempo. Logo, o Tempo é omnipotente. É o Tempo que constrói incessantemente o mundo que vemos a cada momento que passa, para o destruir no momento seguinte e assim consecutivamente. Por isso temos apenas recordações do passado, pois o mundo físico em que essas recordações se dão está destruído, mas não o Tempo, em cujo seio depositamos as ditas recordações e demais Ideias. Se é no Tempo que se acumulam as Ideias, as recordações, os pensamentos, até os sonhos da Humanidade, isso não faz com que o Tempo seja omnisciente? Não é no Tempo que está acumulado todo o Saber? Mesmo que as pessoas esqueçam aquilo que foi aprendido há milhares de anos, o facto permanece: esse conhecimento existe e está perdido no Tempo. Logo, está no Tempo, onde todas as coisas regressam, afinal.

Omnipotente, omnipresente e omnisciente. Têm dúvidas? Tem dúvidas que o Homem quis criar um ser todo-poderoso, chamado Deus, por se recusar a aceitar a sua total dependência do Tempo, o verdadeiro Deus?

LEITURAS DE NATAL

A Ana, do blog Essence of Self, gostaria de saber que livros gostaria de receber por este Natal, ao mesmo tempo que me oferece este selo de Natal sem Pai Natal, o que não deixa de ser refrescante.
Assim, cá vai a lista dos livros que gostaria de receber no Natal:

-Supernatural, Graham Hancock;
-Underworld, Graham Hancock;
-Os Irmãos Karamazov, Dostoiévski;
-Secrets From the Sand, Zahi Hawass;
-Fúria Divina, José R. Santos;

E daqui o selo irá para o 13, do blog Porque é que o mar é azul, para Maria do Lusibero e para o Catsone, do Mundo Catso. Vamos lá a ver o que andam a ler... ou gostariam de ler este natal...

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

O DESERTO

Foto Google

Porra, isto está um deserto. Não há novidades, não há notícias interessantes, nada de nada. Está tudo muito mal. As notícias que gosto de comentar não aparecem, embora o Papa venha a Portugal e a Igreja queira ter o assunto do casamento gay resolvido até lá. Como se tivessem alguma coisa a ver com isso! Por outro lado, anda por aí uma espécie de fúria assassina derivada de maus tratos domésticos. O que nem é nada de espantar, dada a frequência a que assistimos a este crime em Portugal. Não percebo é porque apelidam estes assassínios de "crimes passionais". Quer-me parecer que a paixão desapareceu há muito, caso contrário os tiros seriam outros, e não para matar, mas direitos "ao fígado". Pasmaceira, pá!

Parece que apareceu a febre Q na Holanda. Depois da gripe aviária, que tinha um nome adequado, pois nunca se viu fora dos aviários, da gripe dos porcos que mata gente mas muito pouco, parece que lá inventaram mais alguma coisinha e deram-lhe o nome de febre Q. Provavelmente outro nome bem escolhido, para a gente perguntar "Febre quê?! Vai trabalhar, chulo!". Por outro lado, Obama veio à Europa, a Oslo, capital da Noruega, receber o Nobel da Paz. Palpita-me que deve ter passado na Holanda e contactado com a febre, porque anda tudo por aí a perguntar por Q... Sabemos também que a Selecção Nacional derrotará o Brasil, a Costa do Marfim e a Coreia do Norte na África do Sul. Nada demais, são clientes. Continua a pasmaceira, pá!

Depois andam por aí as notícias da moda, ou a moda das notícias, também serve. Desde há uns tempos, a imprensa nacional inventou novo desporto, o tiro ao Socas. E é cada tiro ao lado que nem dá para acreditar. Como já vinha a dizer há muito, vieram as eleições e foi-se o Freeport. Até os ingleses desistiram. Agora vêm dizer que um mânfio que ganha 35 milenas de euros por mês se vendeu por dez mil. Deve ter sido para ir jantar com a família. Isto é cada notícia que até arrepia... No meio disto tudo, até tem graça ver a deputada mais tia do parlamento chamar palhaço a outro digníssimo espécime. O que não deixa de ter graça, pois andamos nós cá fora a chamá-los de nomes bem piores. E, pelo amor de Rá, de Osíris e seu filho Hórus, diz-se chamar nomes e não apelidar. Palhaço é um nome. Ou substantivo. No meu tempo era os dois, agora com tanta contrareforma educativa já não sei bem, mas apelido não é de certeza!! Isto é um deserto informativo.

Li também uma notícia que dizia que o Viagra dá força aos futebolistas. Bem, isto é embaraçoso. Pensei que desse força a qualquer um... Mas pronto, um destes dias, veremos as equipas da Liga a entrar para o campo recorrendo a manobras para sair do túnel. E isto fez-me lembrar a velha anedota, que todos conhecem:

"A polícia recebe uma queixa por barulho a horas impróprias. Chegada ao prédio em questão, o queixoso informa que deve ser droga, pois além de muito barulho, ouve-se muito a palavra "passa!".
Os agentes arrombam a porta do andar de cima discretamente e deparam com quatro casais envolvidos em frenética actividade sexual.
-Pá, isto não é passa, pá! Isto é só sexo mesmo! - diz um dos polícias. Entretanto, os homens dos casais envolvidos iam gritando Passa! e as mulheres ia passando para o homem seguinte!
-Espera lá, e aquele caramelo ali ao canto, a observar com cara de parvo e aspecto de drogado?? Aquele é que deve ser o freak da passa! - responde o outro, e avança pela sala até ao homem que estava no canto, com aspecto manhoso, vestindo uma gabardina sebenta, e pergunta-lhe de rajada:
-Você é que é o freak da passa???
-Quem me dera! Eu sou é o fraco da pi#$!!"

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

O CLUBE DOS CAVALHEIROS

Imagem Google

Há marcas que se confundem com o produto que fabricam e disponibilizam ao público. Quantas vezes não dizemos que aquele tipo tem um Kispo da Adidas, ou que precisamos de comprar um Black & Decker, nem que seja da Bosch? A Gillette é uma dessas marcas. Ninguém diz que precisa de comprar lâminas de barbear, antes se ouve que é preciso comprar Gillettes. Na verdade, esta coisa da barba é interessante, porque aqui há dias um colega meu comprou uma "Philishave da Braun" muito jeitosa. Pondo de parte a polémica sobre fazer ou não a barba todos os dias, polémica estúpida por ser obviamente contraproducente, a Gillette é uma marca de peso do imaginário masculino.

Com uma marca que se vende a si mesma, como publicitar? Pois, a Gillette apostou forte na personalização do produto, como sendo o produto pretendido por homens de alta performance desportiva. E assim surgiu a célebre publicidade Gillette, com os três protagonistas conhecidos como Roger Federer, Thierry Henry e Tiger Woods. E se Federer e Woods são os expoentes máximos nos seus desportos, o ténis e o golfe, já a escolha de Henry se deve ter devido a erro de casting, ou então à indisponibilidade de estrelas maiores, como CR9, Messi ou Kaká. Bem, seja como for, é um grande futebolista e pronto. Não foi o melhor, mas anda por lá a cheirar.

A questão é como se apresentam os protagonistas nesta publicidade. São vistos como homens de rendimento elevado, de imaculada figura física e integridade à prova de bala. Isto é na publicidade. Na realidade, vemos Henry enfiar uma bola numa baliza com uma mão. Evidentemente, o senhor, respondendo aos críticos, apressou-se a dizer que não tinha culpa nenhuma, o culpado era o árbitro. Sim, de facto, compreendemos que caso ele não tivesse jogado andebol naquele jogo, o árbitro seria sempre culpado! Lá ganhou um pouco de vergonha na cara e veio a terreiro, contrariado mas forçado pelas circunstâncias, admitir que ele é que jogou intencionalmente a bola com as mãos e não o árbitro.

Tiger Woods parecia ser o protótipo do grande desportista, símbolo máximo do fair-play e lisura de carácter. Mas alguém teve de ser transportado de sua casa para o hospital. Soube-se que era uma mulher e não a sua esposa, pois esta estava fora. Logo o Sr.Woods veio clarificar que seria a sua sogra, que se sentiu mal e teve de ser hospitalizada. Alguém no Hospital não achou muita graça à brincadeira e deixou escapar que uma sogra não tem nunca vinte e poucos anos... Pois, é um bocado difícil. Afinal, o Sr.Woods, novamente contrariado e forçado pelas circunstâncias, veio a terreiro admitir que a menina era sua amante. E já que muitas mais vozes perderam a vergonha e ameaçavam-no com chantagens, Woods admitiu ter mais oito amantes. Por enquanto, é o número oficial, mas é provável que este continue a subir pelo menos até ao número de torneios que já venceu.

A Gillette, por esta altura, deve ter administradores de mãos na cabeça. É melhor desde já avisar o Federer que, quando surgir o seu escândalo, tem de dizer logo a verdade. Será que os desportistas de alto rendimento são todos mentirosos? Talvez. Mas uma coisa digo: para tanto investimento numa publicidade, a coisa está a sair furada. Não pelas vendas, claro, mas antes pela imagem que fica destes senhores. Safa-se o Roger - para já - mas como será que ele votou no referendo dos minaretes? E o Henry, será que se vai dedicar ao andebol? E o Tiger, será que a jogar golfe tem a mesma performance que nos tempos livres da esposa?

E, já agora, escrevo no dia seguinte a mais um banho de futebol de um menino que nasceu na Madeira, território português, e um dos homens mais odiados de Portugal! Que devia estar a fazer a publicidade da Gillette, claro!