terça-feira, 20 de julho de 2010

NEM QUE SEJA À LEI DA LEI!!

A Síria acaba de proibir o uso do niqab nas Universidades públicas e privadas do país. A notícia está aqui, e como afirma, nestes países árabes do Médio Oriente, não é comum o uso deste tipo de vestimenta. Por isso me espantam repórteres portuguesas a usar véu na Jordânia... Se nem elas o usam... É o tal grande jornalismo, ou quem lhe paga...
Seja como for, e isso pude também ultimamente constatar na Jordânia, na Síria há uma forte ofensiva religiosa para se implementar mais, entre a população feminina e particularmente entre as jovens, este tipo de vestuário, em si mesmo, um símbolo do islamismo. 
Já o Egipto tinha adoptado, há um ano, legislação semelhante, que já existe na Jordânia há mais de uma década. A explicação é simples: proteger o carácter SECULAR destes Estados de ofensivas ultra-religiosas vindas principalmente do outro lado da fronteira, da Arábia Saudita, e também do Irão, curiosamente dois países em posições antagónicas face ao Ocidente mas com algumas semelhanças no extremismo islâmico, embora a Arábia seja sunita e o Irão xiita.
Nem que seja à Lei de Lei, não permitam que o progresso acabe por acção desses mentecaptos.

Foto Reuters

7 comentários:

  1. Interessante análise sobre o uso do niqab no mundo árabe, sempre tão heterogéneo.

    ResponderEliminar
  2. Garcia, o mundo árabe é como qualquer mundo. Há de tudo para todos os gostos, com as condicionantes culturais conhecidas.
    Assusta-me que as pessoas reparem nos males dos outros e não reparem naquilo que se vai passando na sua casa, como em Braga, ontem. De quão pouco incentivo precisa aquela gente para partir para a violência?

    ResponderEliminar
  3. Fico satisfeito por haverem pessoas moderadas no mundo árabe. Largarem o fanatismo religioso para estabelecerem uma lei não é tarefa fácil. Acompanharem o progresso civilizacional também não o é.

    ResponderEliminar
  4. Dylan, alguns destes países há muito são, como dizes, moderados. Eu prefiro o termo normais. São Repúblicas seculares que foram implantadas por cima de um poder religioso latente que se foi esbatendo. Hoje, são países em que se pode andar na rua de forma normal sem se temer pela integridade mental ou física. No entanto, e tirando a Jordânia, ainda têm problemas políticos a resolver, como no Egipto e Síria. Falta-lhes alguma cultura democrática, não sendo, de qualquer forma, ditaduras no velho sentido da palavra. Mas os progressos vão-se fazendo, e acredito que dentro de 10 ou 15 anos desfrutem de uma liberdade mais completa.

    ResponderEliminar
  5. E, obviamente, a Jordânia é uma monarquia, não uma república, bem entendido...

    ResponderEliminar
  6. Não devia ser precisa uma lei para impor regras de vestuário, mas se só assim for possível travar a intolerância a que este tipo de usos está associado, seja...

    ResponderEliminar
  7. Pronúncia, esta gente não é estúpida e só por ingenuidade podemos pensar que as suas intenções são boas. Lá como aqui e em todo o lado. Atacam principalmente nas Universidades, nas pessoas que se estão a formar, profissional e moralmente, alvos perfeitos para a intolerância e o ódio a que a religião naturalmente instiga. A Lei é inteligente. E não é necessária para as ruas, uma vez que as sociedades destes países já não são intolerantes e eles próprios deixaram ou estão a deixar de usar estas vestimentas.
    Embora, como sabes (ou não), no deserto, um véu em linho e um boné com protecção para o pescoço não são símbolos de religião, são símbolos de sensatez na protecção...

    ResponderEliminar

LEVANTAR VOO AQUI, POR FAVOR