sexta-feira, 20 de novembro de 2009

A FERRAMENTA

Raras vezes algo acontece que me surpreenda no mundo da música. É um pouco consequência de se ouvir música proveniente da década dos grandes, a década de 70. Apelidada de década pobre da música, foi sem sombra de dúvida a mais rica, quando as grandes bandas, aquelas que ainda hoje perduram e se veneram tiveram os seus mais belos momentos. Falo de nomes como Pink Floyd, Led Zeppelin, The Doors, The Velvet Underground, Queen, Police, Sex Pistols, Grateful Dead, The Who, Supertramp, Barclay James Harvest, Rolling Stones e muitos outros. Algumas das grandes bandas actuais nasceram no final da década de 70, como os U2 ou os Metallica.

De todas estas bandas, havia uma em particular, que era muito curiosa. Formada por quatro jovens estudantes de arquitectura, não sabiam ou não gostavam de pautas musicais. Começaram a compor música recorrendo à linguagem que melhor conheciam, a matemática. Tinha como nome The Architectural Abdabs, e deram início a uma ilustre carreira de décadas em 1964, acabando eventualmente por chegar a ser a melhor banda do mundo. Com este nome, talvez não conheçam, mas Syd Barret, Roger Waters, Nick Mason e Richard Wright eram os Abdabs. Mais tarde, juntou-se à banda David Gilmour e pouco depois saiu Barret, directamente, ou quase, para o sanatório onde passou a maior parte da sua vida.

Mas os Abdabs, que mais tarde, em 1966, mudaram de nome para Pink Floyd, acabaram ou não fizeram nada de novo desde 1994. Muitos começaram a procurar alternativas para o lugar cimeiro da música mundial, e logo apareceram, consoante o estilo de música tocado, como os referidos U2, os Metallica ou os Radiohead. A pobreza obriga a estes sacrifícios. Se bem que esta última não representa qualquer sacrifício, antes pelo contrário.

Mas para o ambiente, para a simbologia e, principalmente, para a genialidade dos Floyd não parecia haver grande alternativa. Mas existe. É minha opinião e convicção que a melhor banda do mundo actualmente dá pelo nome de TOOL e desde já digo que os considero os dignos sucessores da Banda. Porquê? Por tudo aquilo que disse anteriormente, pelo ambiente, pela mensagem, pela invulgar capacidade de tocar, mas acima de tudo, por coisas como aquilo que está ali na barra lateral.

E ainda, por coisas como esta, que é absolutamente impressionante e dá uma ideia do rigor, seriedade e competência extremos que uma banda consegue incutir à sua música:





Penso que agora percebem porque considero Tool a maior banda do planeta e sucessores da herança Floyd. Se ainda não perceberam, vejam o vídeo da faixa lateral.

22 comentários:

  1. das bandas que referiste no primeiro parágrafo gosto bastante de quase todas. são, na maior parte, bandas que ficam para a história.

    ainda assim o meu top de preferências é ocupado por algumas bandas que não essas. vivi mais a onda do grunge e seus derivados. e mesmo agora que o grunge está morto (excepção aos pearl jam e pouco mais), é a música que me acompanha sempre que posso ouvir música ao meu gosto.

    quanto à melhor banda actual, apesar de também gostar de tool, não concordo (claro que isto é apenas uma questão de gostos) que sejam eles. para mim a melhor banda actual são os Muse.

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  2. Afectado, também gosto de Grunge, mas aí optarei sempre por Soundgarden, Alice e Nirvana. E pré-grunge, sempre adorei os Sonic Youth, essa sim, banda da minha juventude. Não esqueças Trent Reznor e Nine Inch.

    Não sei se viste os vídeos. Não é tanto pela música, mas também por ela, que penso que os Tool podem, de facto, ser os sucessores de Floyd. Toda este rigor matemático combinado com uma ultra-consciência faz deles os segundos Floyd. Mas, claro, nem os Floyd são consensuais. São opiniões.

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  3. no grunge penso que os soundgarden são incontornáveis. mas gosto de outros tanto como deles... por exemplo pearl jam, alice in chains (por falar nisso, eles lançaram agora umas músicas, ainda não ouvi), stone temple pilots. temple of the dog também, mas essa banda foi criada pelo chris cornell e pelo eddie vedder em circunstâncias especiais, só para lançar um álbum e finito. por acaso gostei de ver o chris cornell cantar novamente com os pearl jam a "hunger strike" num concerto (é a música que tenho no meu blog estes dias).

    nirvana é um caso curioso, gosto de várias músicas deles, mas nunca os incluo nas minhas bandas preferidas.

    não me esqueceria dos NiN.

    gosto também de outras coisas como guns and roses, red hot chili pepers, bush, smashing pumkins. nunca sei bem se hei-de incluir os bush no grunge ou não... há quem defenda que são grunge, há quem defenda que são um derivado do grunge. eu pessoalmente inclino-me mais para esta última.

    os smashing pumpkins são mesmo a minha banda preferida.

    quanto aos tool admito que sejam dignos sucessores dos pink floyd (estarás muito mais capacitado que eu para fazer essa avaliação), só não concordei com o serem a melhor banda actual. isso porque acho que os muse são uma banda de mão cheia, com um talento inesgotável.

    mas isto tudo são gostos, a subjectividade impera :)

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  4. MUSE ROCK!!!!!!!!!!!!!!!

    ahahahahah

    e radiohed tb. love them.

    e claro a minha nova tara, A Perfect Circle.

    Dos Tool já sabes o que penso. :P
    gosto particularmente do album Lateralus.

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  5. CIRRUS:NÃO CONHECIA TODA ESTA HISTÓRIA...LIMITO-ME A GOSTAR DE MÚSICA ...E PRONTO!AGRADEÇO TODA ESTA INFORMAÇÃO,QUE VEM ENRIQUECER A MINHA CULTURA MUSICAL, POIS ADORO OS PINK FLOID, OS U2,BARKLEY JAMES HARVEST...
    ABRAÇO DE LUSIBERO

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  6. Entre o relato do Cirrus e afectado, vieram a lume, bandas fantásticas, cujas músicas me acompanham desde a adolescência...

    Algumas delas as minhas preferidas, outras apenas para ouvir de vez em quando, no entanto o post e respectivos comentários, despertaram-me alguma nostalgia (da boa), pois actualmente o que se ouve de música, especialmente em locais de diversão nocturna, é enfadonho e nalguns casos insuportável!

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  7. Afectado, nestes dias tudo é subjectivo e mais: há qualidades e defeitos em tudo. Talvez a minha "formação" musical mais clássica me faça tender para os Tool, em conjunto com as particularidades extremamente raras, do ponto de vista psicológico, da banda.

    Atenção, dos clássicos, ainda faltariam algumas bandas. Esqueci-me, por exemplo, de referir os Jethro Tull, os Deep Purple e os Black Sabbath.

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  8. Anne, atendendo a que, se analisares bem, a Perfect Circle são os Tool, creio que entendes bem o post.

    Em relação a Muse, musicalmente são muito bons. Mas a voz irrita-me profundamente. Que queres? São coisas...

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  9. Maria, embora tenha referido muitas bandas, creio que os Pink Floyd estão num mundo à parte. Não são comparáveis a mais ninguém, pois eles próprios são um estilo musical irrepetível e inimitável. Se ouvir Tool, estranhará por certo a comparação. Mas são muito similares do ponto de vista gráfico, da composição (rigorosa e matemática) e dos espectáculos ao vivo, dos melhores que vi. O facto do cérebro dos Tool ter 46+2 ajuda a que a temática da banda se assemelhe muito aos Pink Floyd. Soam a diferente, mas o caminho percorrido para a arte é precisamente o mesmo. Apenas os tempos são outros.

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  10. T, actualmente há um punhado de boas bandas e um ou duas grandes bandas (e não falo dos U2...). Há 30 anos atrás, havia 50 grandes bandas e 1000 boas. Até o punk tinha uma qualidade irresistível. Hoje, a música adapta-se. Naquele tempo, era feita para os grandes espaços, para os grandes concertos. Hoje, é feita para as consolas de jogos.

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  11. Correndo o risco de parecer radical, diria que hoje a música, especialmente a das grandes massas (vulgo pop, house, techno, disco...), (in)adapta-se ás consolas de jogos (e outros) provocando solidões!
    Há anos atrás, a música (concebida por instrumentos musicais e com edições minimizadas de vozes e ritmos), que dentro dos vários géneros e direccionada a públicos diferenciados pelos seus gostos, tinha um elo em comum; a qualidade!
    Sabendo que, esta é discutível e subjectiva, teimo em afirmar que nesses tempos usufruíamos de MÚSICA!
    E é essa música, que ainda hoje, ouço!

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  12. T, nem mais, penso que nesse tempo havia muita gente a fazer música. Hoje parece-me que há muitos computadores compositores. Claro, depois, ao ouvido, não se distinguem uma das outras sequer.

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  13. Já conhecia este vídeo, é fantástico.
    A matemática também pode ser transformada em arte!

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  14. Pronúncia, nunca devemos esquecer que a matemática é a única ciência que consegue explicar a totalidade da existência física. Por outro lado, a sequência ou série de Fibonacci aplica-se à maior parte dos fenómenos naturais.

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  15. Por isso eu gosto tanto de brincar com os números...

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  16. Gostas? Penso que não. Penso que és mais de brincar com as palavras.

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  17. Não, sem dúvida, mas costuma inibir.

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  18. Tens muito bom gosto musical, deixa cá que te diga.

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  19. Catsone, eu também penso que sim, se não... não o tinha.

    :)

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  20. Nasci a meio da década de 70, mas sei de bandas que deram grande impulso a essa época gloriosa e marcaram estilos futuros: Ramones, The Clash, Aerosmith. Mas quanto a mim, o grupo alemão Kraftwerk, foi aquele suplantou qualquer outro: os pais da geração techno/electrónica.

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  21. Dylan, e há muitos mais. Esqueci-me, por exemplo de Jethro Tull, Dire Straits, Genesis...

    Foi uma década muito profícua.

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