terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

O IDIOTA DA ALDEIA

Pedro Passos Coelho, futuro PM
Há sempre coisas que ouvimos e, por muito que esfreguemos os olhos e a zorelhas, não nos soam muito sãs. Há uma casta de pessoas que existe apenas para divertir os outros. Assim tipo Charlie Chaplin, perguntar-se-ão? Nada disso, mais do tipo “village fool”, o idiota da aldeia, passe a expressão traduzida de forma evidentemente pobre, até porque o “village fool” é uma personagem extremamente rica do ponto de vista dos estereótipos britânicos, como bem fazem lembrar os Monty Pithon Flying Circus.
Mas nós temos sempre por cá uns equivalentes mais ou menos fieis destes personagens. Cada terrinha tem o seu. E na minha até havia vários: o Zé Dá Coroa, o Adão do Mones, o Zé da Bica (que era primo do Coroa, mas tinha as pernas cortadas pelo joelho) e o mais famoso de todos, o Jorge Chapinha, ainda vivo. Todos tinham uma coisa em comum: o álcool em excesso. Bem, o Coroa era mesmo deficiente... Mas se bebesse, era um verdadeiro “tolo”. O país também produz destes personagens, e a única diferença é que estes aparecem nos meios de comunicação social. Já tivemos o Constâncio, o Almeida Santos, o Jardim, agora o José Manuel Coelho... Ainda temos o Jardim, parece que recuperou do ataque cardíaco, o que me leva a pensar que Deus, a existir, sempre comete alguns excessos de leviandade.
Mas o mais conhecido é mesmo o Sócrates. É daqueles tolinhos da aldeia que vive no seu mundo muito próprio, dentro de uma espécie de autismo esperançoso que inexoravelmente nos faz lembrar o Rainman e a estupenda interpretação de Dustin Hoffman, actor que nem sequer aprecio por aí além, mas tenho de convir que é um deficiente do catano! Com duas vantagens óbvias sobre o Sócrates: sabia contar e falar inglês. Não sei se era técnico. Provavelmente era como o português do sócrates: autista.
Mas eis que Sócrates ganhou uma valorosa concorrência. Quem será o personagem? Adivinhem lá. Pois, Pedro Passos Coelho – começo a pensar que Coelho é apelido de gente assim para o meio atravessado do contexto climatérico – o homem que se perfila como próximo Primeiro Ministro de Portugal. E a secretária é de madeira e já lhe bati trinta vezes, não vá o Jardim tecê-las e só três não resultar...
Então não é que o homem (não adianta virem com dúvidas sobre a sua virilidade, isso é outro assunto que para aqui foi chamado ainda há pouco, mas ainda é PM) se lembrou de abrir a boca? Porra, por esta altura, pensei que o chefe do PSD soubesse quando o manter calado – sempre – mas Miguel Macedo tem andado distraído a contar os carros que passam nas SCUTS, agora CCUTS. Vai daí, não foi a tempo e permitiu que Pedro Passos Coelho abrisse a boca. Para dizer que o Governo tem de fechar as empresas do Estado que dão prejuízo crónico. Aparentemente, já é uma ideia estapafúrdia, como quase todas as que discorrem daquela boca abençoada quando fechada. Mas analisando as implicações disto... Nem queiram saber...
Ora, fechar a CP. Lindo, espectacular!!! Que se feche, dá sempre prejuízo! Fechar a Carris, o Metro de Lisboa, o do Porto e a STCP, mais a SMTUC de Coimbra! Fantástico! Menos prejuízo! Claro que depois ninguém poderia ir trabalhar, ficariam todos atolados no trânsito, mas que se lixe! É preciso é cortar no prejuízo!
Fechar o maior Hospital do país, o HUC, mais o Santa Maria e o Santo António e o S.João! Espantosa poupança! Estas empresas (não vale de nada dizerem-me o contrário – são empresas, caso contrário não eram meus clientes!) dão prejuízo crónico!
Fechar a EP e andar por caminhos de cabra ou apenas pelas autoestradas do amigo Mota! Outra boa! Por este andar, ainda se vai lembrar de fechar Caxias, vale de Judeus, Custóias e Paços de Ferreira – dão prejuízo crónico!
Fechar a UC, a UP, a UAL, a UA, a UM, a UTAD e a UBI – são empresas que dão prejuízo crónico! Enfim, seria uma fartote de poupança. Mas há um pequeno problema. E esse problema chama-se impostos. É mesmo um problema, daqueles que todos os dias nos fazem cuspir postas de fígado com cirrose crónica e avançada. Ou saudável, e podem ser os rins. Para o caso tanto faz. Mas o problema é também um problema para o fecho de empresas estatais que dão prejuízo crónico.
É que eu pago impostos mas ainda espero que se arranje uma estrada. Pago mas ainda espero ser atendido num Hospital público. Pago mas ainda espero que as crianças deste país possam ir à escola pública e à Universidade pública. Pago, mas espero que as cidades não se tornem em infernos com falta de um único transporte público. A febre privadista de Pedro Passos Coelho, a sua ânsia de arranjar negócios à sua vasta clientela só pode comparar-se com o autismo de Sócrates. Favorecer clientelas, nem que para isso seja necessário fechar os Metros, os Transportes Colectivos, os Hospitais ou Universidades. Isso só iria esbarrar em duas coisas: na Constituição e no facto de eu e muitos como eu pagarem impostos. É bom que Pedro Passos Coelho se lembre que, se os nossos impostos não servem para financiar porra nenhuma, mais vale... fechá-los.
E sempre gostaria de saber onde este iluminado iria meter tanto desempregado. No privado? Pois, no privado português – excelente exemplo de responsabilidade social... Onde há alguns anos Belmiro de Azevedo via capacidade para absorver pelo menos 400.000 trabalhadores do Estado... Nunca mais falou sobre isso. Parece que a capacidade foi... fechada.

4 comentários:

  1. Cada vez mais os políticos não passam de bitaiteiros... mas outra coisa não se poderia esperar de quem nunca trabalhou na vida a não ser quando fez um esforço descomunal a colar cartazes enquanto "J"... e olha que na aldeia o que não falta são tolos, os ditos normais é que cada vez são mais raros (inverteram-se os papéis).

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  2. Pronúncia, um boy não precisa de ser inteligente. Só precisa de ter ânus. Podia era evitar falar com ele.

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