quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

O CAMINHO PARA O BURACO NEGRO


Estamos a chegar a um ponto de ruptura. Encostam-nos à parede cada vez mais com as costas a sentir cada rugosidade... Já não chegavam os pacotes orçamentais sucessivos, agora vem a lume o relatório do FMI, com recomendações que fazem lembrar os anos duros de Margareth Thatcher no Reino Unido , com a diferença que, aí, o Estado Social era de tal forma forte que no fim ainda havia um resquício dele. Neste país de brandos costumes, tudo é brando, até esse famoso Estado Social que tanto enche a boca dos nossos governantes como sendo o coveiro da economia. Assim sendo, nada restará, nem para os pobres que também o estão cada vez mais.
Mas os ataques não são apenas desse teor. Agora encarniçam-se contra os professores que, madraços, precisam de ser dispensados em grande número (50 000), deixando aos que ficam uma carga horária que os ensine a trabalhar como deve ser. Os médicos ganham em excesso. Os juízes são senhores de regalias em excesso e os militares e polícias não lhes ficam atrás. Não há funcionário público que mereça aquilo que ganha já que se propõem cortes de 3 a 7% nos vencimentos, para não referir os aposentados.
Já a banca é um mundo de bravos e intrépidos lutadores que não pode senão ser protegida e fonte de "investimento" a fundo perdido por parte do Estado.
A ideia de voltarmos aos mercados que tanto agita as hostes de ministros e secretários de estado passa por regressarmos a um jogo que nos transformou em carneiro para o sacrifício e nos levou ao buraco negro em que nos encontramos.


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Malena

8 comentários:

  1. O povo português vai ter aquilo que merece. Quando a crise começar, que não se queixe. Pois está a ver-se o abismo há muito e ninguém se mexe. Cambada de mentecaptos.

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    1. Nem todos merecem, Cirrus! Mas até doi ver para onde vamos e a velocidade a que vamos...

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    2. (Hummm... era gajo para acampar por aí com espírito reivindicativo... voluntários?)

      ;)

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    3. Se calhar eras tu, o Cirrus e eu... :))

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  2. Há muitos desequilíbrios para corrigir. Parte deles sociais. Para mim a questão não está no Estado Social, está em arranjar dinheiro para o pagar. Ou por outras palavras, o essencial neste momento é conseguirmos chegar ao crescimento económico, distribuindo melhor o que há para distribuir. Abraço para ti, Cirrus. Um bom ano. E muita sorte para nós no Domingo.

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    1. Chamemos-lhe o que quisermos. Correcção de assimetrias, se o entenderes. Pergunto: Como crescer economicamente se asfixiamos aqueles que podem contribuir para esse cerscimento?

      Sim, Pulha garcia, fui eu, Malena, que fiz as afirmações acima e não o Cirrus! :)
      E empatámos... ;)

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  3. Vamos lá então tapar o buraco (salvo seja!)

    Eu tenho uma rolha jeitosa, mas sinceramente, não me vejo a usá-la em tal mister. Vai daí, só antevejo uma possibilidade: uma vez que já lá pusemos (mais uma vez, salvo seja) todo o bicho careta e deu merda, que tal a corja de mentecaptos que tem votado nesses filhos de uma realíssima e grandecíssima puta, escolher outros para fazer o trabalho?
    Não será bem como mudar de treinador, os resultados não serão imediatos, porque há por aí muito compadrio, muito amiguismo, muita corrupção e muito corrupto, muita merda para limpar e muitos gajos para meter dentro e depois sim, depois de limpar a casa, arrumar tudo no sítio.

    E tomates para isso?

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    1. Eu não voto neles! Não sei se outros fariam melhor mas pior também é difícil, não achas?

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