Estamos a chegar a um ponto de ruptura. Encostam-nos à
parede cada vez mais com as costas a sentir cada rugosidade... Já não
chegavam os pacotes orçamentais sucessivos, agora vem a lume o relatório
do FMI, com recomendações que fazem lembrar os anos duros de Margareth
Thatcher no Reino Unido , com a diferença que, aí, o Estado Social era de
tal forma forte que no fim ainda havia um resquício dele. Neste país de
brandos costumes, tudo é brando, até esse famoso Estado Social que
tanto enche a boca dos nossos governantes como sendo o coveiro da
economia. Assim sendo, nada restará, nem para os pobres que também o
estão cada vez mais.
Mas os ataques não são apenas desse teor. Agora
encarniçam-se contra os professores que, madraços, precisam de ser
dispensados em grande número (50 000), deixando aos que ficam uma carga
horária que os ensine a trabalhar como deve ser. Os médicos ganham em
excesso. Os juízes são senhores de regalias em excesso e os militares e
polícias não lhes ficam atrás. Não há funcionário público que mereça
aquilo que ganha já que se propõem cortes de 3 a 7% nos vencimentos,
para não referir os aposentados.
Já a banca é um mundo de bravos e
intrépidos lutadores que não pode senão ser protegida e fonte de
"investimento" a fundo perdido por parte do Estado.
A ideia de voltarmos aos mercados que tanto agita as hostes de ministros e secretários de estado passa por regressarmos a um jogo que nos transformou em carneiro para o sacrifício e nos levou ao buraco negro em que nos encontramos.
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Malena
O povo português vai ter aquilo que merece. Quando a crise começar, que não se queixe. Pois está a ver-se o abismo há muito e ninguém se mexe. Cambada de mentecaptos.
ResponderEliminarNem todos merecem, Cirrus! Mas até doi ver para onde vamos e a velocidade a que vamos...
Eliminar(Hummm... era gajo para acampar por aí com espírito reivindicativo... voluntários?)
Eliminar;)
Se calhar eras tu, o Cirrus e eu... :))
EliminarHá muitos desequilíbrios para corrigir. Parte deles sociais. Para mim a questão não está no Estado Social, está em arranjar dinheiro para o pagar. Ou por outras palavras, o essencial neste momento é conseguirmos chegar ao crescimento económico, distribuindo melhor o que há para distribuir. Abraço para ti, Cirrus. Um bom ano. E muita sorte para nós no Domingo.
ResponderEliminarChamemos-lhe o que quisermos. Correcção de assimetrias, se o entenderes. Pergunto: Como crescer economicamente se asfixiamos aqueles que podem contribuir para esse cerscimento?
EliminarSim, Pulha garcia, fui eu, Malena, que fiz as afirmações acima e não o Cirrus! :)
E empatámos... ;)
Vamos lá então tapar o buraco (salvo seja!)
ResponderEliminarEu tenho uma rolha jeitosa, mas sinceramente, não me vejo a usá-la em tal mister. Vai daí, só antevejo uma possibilidade: uma vez que já lá pusemos (mais uma vez, salvo seja) todo o bicho careta e deu merda, que tal a corja de mentecaptos que tem votado nesses filhos de uma realíssima e grandecíssima puta, escolher outros para fazer o trabalho?
Não será bem como mudar de treinador, os resultados não serão imediatos, porque há por aí muito compadrio, muito amiguismo, muita corrupção e muito corrupto, muita merda para limpar e muitos gajos para meter dentro e depois sim, depois de limpar a casa, arrumar tudo no sítio.
E tomates para isso?
Eu não voto neles! Não sei se outros fariam melhor mas pior também é difícil, não achas?
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