sábado, 23 de fevereiro de 2013

COMPETITIVIDADE

Ilustração Marco Joel Santos

Temos de ser competitivos, dizem-nos. Temos de ser melhores que os outros, temos de ter qualidade no que fazemos, temos de melhorar. Temos de reduzir custos, de melhorar receitas, temos de arranjar dinheiro. Temos de ser competitivos.

Pois. No meu local de trabalho, tenho de trabalhar, não só o melhor que posso, mas até mais do que isso. Não tenho de trabalhar muito, de sol a sol. Mas tenho de o fazer bem. É por aí que começa a missão de cada trabalhador – trabalhar bem, antes ou até em vez de trabalhar muito. Isso quando é possível.

Os trabalhos são todos diferentes, mas mantêm uma coisa em comum: tem de se ser competente ao fazê-lo. A competência não é uma virtude, é uma exigência. E não o é simplesmente porque queremos que a entidade patronal, seja ela qual for, enriqueça à custa da nossa competência. É-o porque cada trabalhador deve ser competente por brio, por realização profissional ou simplesmente porque lhe pagam para isso. Nos casos, cada vez menos, em que pagam o suficiente para tal.

Primeiro foi um TGV, depois um aeroporto. Não há dinheiro para nada dessas loucuras, dizia Passos. Agora, até se fará o TGV para Sines e até um novo porto na Trafaria! Em 2011, foi o fundo de pensões da banca. Mesmo assim, falhamos as metas do défice. No ano passado, foi a privatização da ANA. Mesmo privatizando o espaço aéreo português, tornando-o francês, falhamos as metas do défice. Este ano, a assassina Cristas vai privatizar a água, o mais essencial dos bens essenciais. Arrisco-me a dizer que vamos ficar longe das metas do défice.

Esta assassina silenciosa aplicou o terror absoluto na lei das rendas. Daqui a cinco anos, milhares de pessoas estarão mortas pelas ruas deste país. O Serviço Nacional de Saúde já entrou em colapso, como mostram as notícias oriundas de Braga, de Ponte de Lima e de tantos outros sítios. A Segurança Social, que perdeu milhares de milhões de euros em depósitos no BPN/PSD de cavaco e amigos, está perto da ruptura, e o pateta ministro da lambreta que agora anda de A8 continua pateta, quiçá um pouco mais, se possível for. A sinistra ministra da Justiça, numa corrida desenfreada de ressabiamento das suas agruras da vida pessoal, preocupa-se apenas em fazer caça às bruxas, atropelando todo e qualquer direito à justiça que qualquer cidadão tenha. Os impostos subiram, e os subsídios de férias e de Natal foram cortados, apesar de ser uma parvoíce, como afirmava Passos. Os arautos do Governo dizem que a culpa da crise é do casamento homossexual. O país está muito perto do abismo.

Esta gente está feliz, porém. Feliz porquê? Porque batem todos os recordes. O do desemprego, que se não fosse a emigração de quase duzentos mil portugueses em 2012, chegaria aos 20%, mesmo pelas contas erradas do Governo. O da dívida, pois conseguiram aumentar a mesma para níveis apenas comparáveis aos da primeira república. O dos doentes sem tratamento oncológico. Os dos impostos, que nunca estiveram tão altos. E, entre tantos outros e finalmente, o das previsões falhadas.

Posto isto, toda esta gente, mais o chefe desta gente, um robô acéfalo chamado Gaspar, não é competitiva. São demasiado maus sequer para trabalhar na apanha do gambuzino. São maus demais para qualquer actividade de que me lembre. Porque razão um ministro das Finanças que é um completo desastre, uma hecatombe de proporções bíblicas, um completo zero à esquerda, um parasita intestinal sem cérebro, uma amiba inconsistente com dificuldades de expressão, uma nulidade absoluta com necessidade óbvia de aulas de correcção da fala, uma verdadeira impossibilidade cósmica de tão incompetente que é, que não acerta uma para a caixa das esmolas, não é despedido sumariamente do Governo de Portugal, é para mim uma incógnita demasiadamente imperscrutável para sequer vislumbrar uma solução. Mas tenho uma certeza: qualquer previsão minha é universalmente mais fidedigna que qualquer previsão desta verdadeira tragédia ambulante que é o fantasminha Gaspar.

Mas depois olho em redor e digo: numa Europa gerida por Rehns, como queríamos ter alguém minimamente competente, assim ao nível dos roedores, por exemplo, no governo de Portugal…?



PS: este texto está-se nas reais tintas para a agressão ortográfica.


3 comentários:

  1. Foi preciso o Gaspar reconhecer (outra vez) que se enganou nas previsões para saíres da toca!!!!

    Nada bate certo neste país. Já nem tenho vontade de comentar porque é sempre a mesma coisa! Quem se lixe é o mexilhão e, ainda por cima, algum já nem lixável é de esmigalhado que se encontra!!!

    PS: Eu estou-me sempre nas reais tintas para a agressão ortográfica.

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  2. Todo o "erro" é a base da construção da nova europa sem direitos e de baixos salários que está em construção. Só na europa ainda existem saude, segurança social e educação, sitauação inaceitavel para os bilderbergianos que querem construir a nova sociedade, Gaspar nunca se engana, apenas acelera cada vez mais o novo mundo que estes filhos da puta querem dar à luz....saibamos construir a barreira a essas intenções e participemos em todas as lutas, dia 2 é já mais uma

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