segunda-feira, 26 de outubro de 2009

ALEMANHA, PAÍS DE RICOS!!

Foto Google

Não tenho nenhum apreço especial pela Alemanha. São uma das bestas negras da nossa selecção, e até nem se compreende porquê. Além do mais, os seus cidadãos, pelo menos aqueles que já apanhei por esse Mundo fora, normalmente são arrogantes e intolerantes. Apesar de tudo, nunca são estúpidos como os franceses nem tão bêbados como os ingleses. Por isso, também não lhes tenho nenhum reparo especial a fazer, até porque sabemos bem que a sua arrogância é uma capa que lhes permite superar, de alguma maneira, a sua esparsa herança histórica, o facto de ser um país relativamente recente na história europeia e as sombras da Segunda Guerra Mundial, sempre relembradas em todas as circunstâncias, o que serve muitos propósitos menos nobres... Mas isso é outra conversa.

Nunca fui à Alemanha. Fica fora dos meus planos de férias constantemente. Não por falta de beleza, pois basta googlar algumas fotos da net e vê-se que o país não é desprovido de beleza e interesse. Antes por uma incompatibilidade cultural com as minhas férias, pois recuso-me a passar férias em países em que veja mais do mesmo que vejo todos os dias. Isto em termos culturais, claro. E até neste aspecto, há sempre coisas que nos surpreendem. Mas já conheci muitos alemães. Nunca me passou pela cabeça apelidá-los, por exemplo, de pouco sérios. Parecem-me ser um povo bastante razoável nesse aspecto.

O senhor da foto é Dieter Lehmkuhl, um dos homens mais ricos da Alemanha. Este senhor deve, apesar da sua condição de elegível para a Revista Forbes, gostar muito das ideias trotskistas de Francisco Louçã. É que, juntamente com mais 39 compatriotas igualmente ricos (ricos em como podres de ricos), advoga que o estado alemão tem cortado nos impostos. Acontece que, segundo estes senhores, o corte nos impostos é essencialmente dirigido a eles, o que tem aprofundado o fosso económico entre os mais ricos e os mais pobres na Alemanha. E têm uma solução interessante, há muito advogada por Francisco Louçã - o Imposto sobre Grandes Fortunas.

Dieter Lehmkuhl, juntamente com os outros 39, querem pagar ao estado alemão um imposto de 5% (!) sobre as suas fortunas pessoais, e daqueles que tenham fortunas pessoais superiores a 500 000 euros, durante dois anos, de modo a angariar 100 mil milhões de euros. Nos anos subsequentes, admitem uma redução para 1%. Este dinheiro teria de ser obrigatoriamente dirigido, pelo Governo, para projectos nas áreas do Ambiente, Educação, Saúde e Segurança Social. Podem ler o artigo completo aqui. Os 40 personagens admitem que a iniciativa poderá não ter êxito, mas querem lançar a discussão na sociedade alemã. E depois o país com tiques de esquerdismo somos nós!

Seria interessante termos aqui o Belmiro de Azevedo, o Comendador Amorim, a família Champalimaud, a família Violas e muitos outros juntarem a sua voz para ajudar o país a recuperar à custa de um pequeno contributo que só a eles podemos pedir. Mas não acredito muito. Vocês acreditam??

36 comentários:

  1. Aplausos para o Sr. Dieter, SFF!!!

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  2. Seria um exemplo a seguir, mas nao creio. E tambem falta saber se alguns nao se "abotoariam" com parte desse dinheiro...
    Bom dia.

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  3. Até que é uma boa ideia.Se todos pensassem assim ia-se melhorando umas coisinhas que para alguns sao mesmo "coisões".

    Embora não concordemos com os destinos de viagens,atrevo-me a falar-te de Berlim.E só por uma razão.Sei que tens um fascínio muito próprio pelas"Arábias".Ora em Berlim podes completar e deliciar-te com com artes de espantar.Na ilha dos museus popula a arte do Egipto,Suméria,Babilónia...
    Do Altar de Pérgamo,passando pelas Portas do Mercado de Mileto até à Porta de Ishtar...
    Gosto muito de Berlim onde se pode ver outras mil e uma coisas magníficas.O Museu do Cinema,a .
    não perder.Ui que já escrevi demais.Desculpa lá,não queria ocupar tanto espaço.
    As férias?Muitos mergulhos?

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  4. Uma vénia.
    Não tem riqueza apenas material, este senhor. Infelizmente, não estou a ver ser aprovado por terras germânicas, quanto mais espalhar-se por terras latinas.
    O Sr. Belmiro, por exemplo, apregoa que se deva cortar nos impostos para poder dar liquidez às sua empresas e assim manter os postos de trabalho, numa clara chantagem de quem tem a faca e o queijo.

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  5. CIRRUS: seria lindo se isso se passasse como diz, em PORTUGAL! MAS não viu a posição do sr. VAN ZELLER, quanto aos operários portugueses?
    ABRAÇO DE LUSIBERO

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  6. Pronto, vou ser trucidada mas eu sou contra, absolutamente contra um Estado fazer-se a partir de contribuições ou impostos especiais de cidadãos que calha terem mais fortuna que outros, pelo simples motivo que isso vai contra o princípio básico da igualdade do cidadão perante o Estado e não deve, quanto a mim, haver uns com mais responsabilidades sociais que outros a menos que o desejem e ai que o façam a título pessoal e não por imposição estatal. Para mais, isto parece-me uma manobra de popularidade porque obviamente conquista as simpatias gerais e nunca sabemos até que ponto não existem interesses por trás. Também é importante verificar qual seria a neutralidade do Estado depois em termos gerais para com estes cidadãos, não raras vezes nos deparamos com privilégios só pq fulano tem nome ou cavalinho no porta-chaves quanto mais ao ser um cidadão-semi-responsável-pelo-equilíbrio-económico-de-um-país. Atenção ao que é o papel de um Estado e às adaptações internas de um país para se manter à tona. Se estão preocupados com a pobreza dos compatriotas criem empresas, trabalhos dignos, originem troca justa e desenvolvimento humano. Foquem-se em questões particulares e não nesta responsabilidade de levar um país q não é deles.
    Não sou mesmo comunista, lamento.

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  7. Demóstenes,

    Bem vindo!!

    Ele merece!

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  8. Francisco,

    Seja como for, seria uma boa iniciativa.

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  9. Rose, sem dúvida!!

    A minha maior tristeza é ver artefactos de valor incalculável, provenientes das duas maiores civilizações de sempre, o Egipto e a Suméria, espalhados por essa Europa fora, produto de saques constantes.

    Por vezes, tenho vergonha de pertencer a uma civilização que roubou tão descaradamente a herança de outras. Recuso-me a entrar nesses museus.

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  10. Catsone, demonstra ter uma coisa que a maior parte de nós não tem: consciência social!

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  11. Maria, e o Sr.Van Zeller é um moderado. Há bem piores!!

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  12. Menina Ção, é a sua opinião e não posso rebatê-la. Posso, no entanto, fazer alguns reparos.

    De facto, não é uma comunista. Mas mal vai isto se só os comunistas se preocupam com estas questões.

    Diz, e muito bem, que estes senhores se devem preocupar em criar empregos e empresas. Mas não se esqueça que a primeira responsabilidade de uma empresa é a responsabilidade social, segundo a Lei. Se me der um bom exemplo de uma empresa portuguesa com responsabilidade social, à excepção da Delta, talvez venha a concordar consigo. O problema é que vemos bem que tipo de "empregos" as nossas maiores empresas geram... Se é essa a sua solução, acredite-me, apenas poderá aprofundar o fosso.

    Finalmente, não é aqui focado o papel do Estado, mas sim o papel de privados que, sem dúvida, fruto do seu esforço, educação e até alguma fortuna (sorte), têm a possibilidade de financiar bons projectos. Em que seria isso negativo, até para eles? Não seria uma medida que lhes daria também mais dinheiro a ganhar?

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  13. Cirrus

    É um ponto de vista que põe em causa remotas histórias...Mas seguindo esse raciocínio teríamos que andar de vendas por esses sítios fora.Deduzo que nem Louvre nem National Gallery entrem nos itinerários.

    Nem a Vitória de Samotrácia?;=)

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  14. Cirrus, não sou contra o serviço social por parte de empresas que têm um plano de lucros largo nos países onde operam. Isso sou a favor. O que sou contra é contra uma situação em particular de o Estado criar uma obrigatoriedade sobre fortunas. Para começar porque nem todas as fortunas são fruto de empresas. Para continuar porque as grandes empresas têm na sua maioria os lucros distribuidos por multi investidores que não têm de estar a ser forçados perante um risco inicial que correram a distribuir como se fossem culpados de serem bem sucedidos e, mais uma vez, porque imagino que apenas haja intenção de mais lucro com este tipo de acções ficando os aspectos filantropos muito longe de uma atitude desinteressada. Mais uma vez refiro que é o Estado que tem de se auto-regenerar e arranjar soluções para os seus sem actos de misericórdia a fazer pensar que esse mesmo estado é insuficiente.
    A Delta efectua acções sociais em troca de vendas. Não queira imaginar o aumento de lucros que têm por cada acção social que iniciam. Dar por sobrar em relação ao crescimento previsto ninguém faz. Fazem por publicitação ou libertação de stocks.
    Termine-se com a exploração de povos de mão-de-obra-barata, diminua-se as carências de importação, termine-se com as jogadas de bastidores de especulação de preços na habitação e alimentos e verá que não é necessário esmolinhas de ninguém. Ah e experimente-se penalizar as farmaceuticas e os casinos por exemplo pela dependência química e psicológica que provocam nas pessoas sem que lhes seja pedido quase nada em troca face ao mal que muitas vezes provocam. O cidadão deve ser protegido e respeitado e não usado.

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  15. Rose, há coisas com as quais não posso concordar. Cada país deve ter inteiro direito aos espólios da sua herança histórica e cultural.
    O Egipto, por exemplo, tem esses espólios espalhados pelos cinco continentes. Até o obelisco da Praça da Concórdia é um dos dois do Templo de Luxor.

    O Louvre? Já viste o que por lá está exposto? Peças de todo o mundo. Sou da opinião que muitas peças podem ser exibidas por esse mundo fora, sem que saiam da propriedade dos seus legítimos donos, os países de onde são originárias.

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  16. Menina Ção, aí está toda a confusão, e agora percebi onde quer chegar!

    A proposta é para fortunas individuais e não para empresas. A empresa, como diz, é possuída por miríade de investidores, alguns dos quais não são ricos. Fortunas individuais são possuídas por indivíduos e é nessa base que falo de alguns empresários portugueses, não por possuírem empresas, mas sim por possuírem fortunas. E algumas delas obtidas através de meios não muito claros, como é o caso do Ti Belmiro...

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  17. para não me alongar só tenho a dizer, concordo. se fosse possível e realizável claro. e se o ivestimento fosse realmente para as áreas carenciadas da educação e saúde.

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  18. porque nem todos os ricos querem abdicar do muito que têm para ajudar quem pouco tem. e ao contrário da meninação, eu penso que o estado deveria intervir directamente sobre a riqueza extrema de alguns homens. porque quanto mais têm mais querem e mais roubam aos que não têm. já disse num outro post, há muita riqueza e abundância no mundo. o problema é que ela está muitíssimo mal distribuída e se ninguém toma as rédeas da situação os ricos ficam mais ricos e os pobres ficam mais pobres, como tem acontecido ainda mais nos ultimos anos. e o único que pode intervir assim na riqueza pessoal de alguém é o estado através de impostos, de leis. e como pode alguém falar em igualdade de impostos quando não há igualdade financeira e económica? só poderia haver uma com a outra...

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  19. Anne, o meu muito obrigado!!

    Respondeste melhor à Menina Ção do que eu consegui sequer esboçar!

    Não foi inocente a pergunta "e porque não?"... Sabia o que daí poderia vir!!!

    :)

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  20. ahahahahah parece que sou um bocadito previsível... :P
    ou então és tu que já percebeste que sou respondona. :D ahahahahahah

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  21. Anne, sei onde estão alguns dos teus ideais e por que causas lutas. Isso basta para saber como te comportarias nesta matéria. Aliás, como era previsível a reacção da Menina Ção, diga-se de passagem...

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  22. :D :D :D
    digo isto porque sou pobre... ahahahah
    espera até me sair o euromillions... :)

    tou só a brincar claro.
    eu não sou pobre. :)
    mas vai-me sair o euromillions....
    hihihihihihihihihihi

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  23. pobre, isto é, de espírito. mas não sou rica financeiramente. remediada digamos, nos tempos que andam.

    mas é como digo, nunca me faltou comida na mesa, roupa para vestir e um tecto para me abrigar. só posso agredecer pela sorte que tenho nisso e pelo amor que me rodeia... por isso até sou rica. onde interessa.




    mas que às vezes um bocadinho a mais de dinheiro ajudava, sem dúvida. pelo menos não tinha de queimar todos os meses os neurónios a fazer contas. :)

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  24. Anne, que te saia o Euromilhões e que o desfrutes inteiramente!!

    A questão não é de generosidade apenas, antes de justiça social. Nada mais. E ninguém está a pedir que as fortunas pessoais acabem. Apenas que dêem uma pequena parte dos seus lucros anuais (não das fortunas em si) para ajudar terceiros. Nada mais.

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  25. exacto. porque a eles não passam de uns trocados. pessoas com mais de 6/9 zeros na conta não são propriamente coitadinhos, podem muito bem dispensar uns quantos milhares para aqueles que vivem com 500 euros por mês. porque há familias a (sobre)viver com 500 euros por mes.
    o problema é esse. não vivem, sobrevivem.

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  26. Anne, e famílias trabalhadoras, o que ainda é mais grave!

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  27. Se for sem segundas intenções, é um exemplo que outros deveriam seguir...

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  28. Pronúncia, não acredito que seja sem segundas intenções. É óbvio que é uma coisa que os pode vir a beneficiar, a longo prazo. A questão não está aí. A questão é: porque não podem ganhar todos? Porque isto de se cavar fossos socio-económicos tem o reverso da medalha: mais tarde ou mais cedo, os pobres deixam de poder alimentar 40 fortunas para poder alimentar apenas uma ou duas. Olha para o que acontece em Angola!

    Mas a medida é acertada, não por não ter segundas intenções, mas antes porque pode ser uma situação win-win...

    Mas isto sou eu a falar, claro...

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  29. O mal dos nosso ricos é que não fumam erva com a qualidade da que esse tal Dieter fuma.

    Saudações do Marreta.

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  30. pois, a erva deve ser mm boa... :P

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  31. Não tenho nada contra a Alemanha. Na verdade, minha melhor amiga vem de lá. Mas tive uma sogra germânica. No dia em que me conheceu, disse: brasileira demais. Já pensou?

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  32. Marreta, se fumam ou não e com qualidade ou não, é problema exclusivo deles. De qualquer forma, mantém-se a pertinência da questão para lançar nos próximos tempos à discussão.

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  33. Bípede Falante, isso faz-me lembrar a reclamação do turista inglês em Benidorm, onde "havia demasiados espanhóis na praia"!!

    :)

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  34. Eu acredito que os impostos da classe média vão aumentar para financiar as outras faixas da sociedade

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  35. Forte, também eu!! Mas não seria interessante ter esta discussão em Portugal?

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