segunda-feira, 30 de agosto de 2010

BUFAR PODES, PAGAS À MESMA...

Portugal é um país com poucos recursos. Há uma falta generalizada de recursos neste país, o que é desesperante. Desde não haver dinheiro, não haver empregos, não haver matérias primas, não haver quase nada, a tudo já nos habituamos e a situação não é assim tão crítica. O recurso que mais escasseia, sem dúvida, é, no entanto, cérebro. Sim, cérebro, pois penso que quem nos governa tem cada vez menos deste recurso. Parece que caíram todos no filme Resident Evil, sabem qual é, digo eu, aquele que uma miúda escanzelada despachou um monte de zombies que andavam devagar devagarinho atrás das pessoas a sério para lhes comerem o cérebro. Pelos vistos, quem nos vai fazendo o frete de mandar leis cá para fora foi apanhado no meio desse filme. E ficaram todos sem cérebro (a miúda escanzelada anoréctica ainda despachou meia dúzia de dobermans que também queriam comer o cérebro às pessoas a sério, mas esses moviam-se com rapidez, apesar de aparentemente terem os músculos mais podres que o Derley quando veio para o Sporting...). Ou isso ou então estão a tentar-nos comer o cérebro a nós, ou seja, a comer-nos as papas na cabeça. Onde ia eu?
Eu ouvi esta notícia de leve e uma única vez hoje de manhã, ao pequeno almoço. E não ouvi mais. Parece que o investimento em energias renováveis bateu todos os records em Portugal, mas assim tipo Senna a chover no Estoril! Um arrepio sem igual! É motivo de satisfação, sem dúvida, que um país com tão parcos recursos aproveite, finalmente, aquilo que tem com fartura: vento e sol!
E porque é esta notícia espantosa? Porque Portugal é um país dependente do exterior em matéria de energia, compramos grande parte da energia que consumimos. Não temos poços de petróleo, nem de gás natural. Não temos (ainda bem) centrais nucleares, embora tenhamos a bomba atómica, disse-me alguém bem informado que há um senhor de Vila Real que tem uma! Com a pontinha da ogiva cor-de-laranja e tudo! Ora se somos um país dependente do exterior para a energia que consumimos, obviamente, temos de a pagar, ao preço que o exterior ditar. E por isso é que as facturas energéticas são tão altas. O gás, os combustíveis, a electricidade... 
Ora, assim sendo, com este enorme investimento, pode esperar-se que a factura que o Estado português pague ao exterior diminua, pois já temos alguma energia produzida cá. Já tínhamos, com as barragens, mas agora, com mais barragens, eólicas em tudo quanto é sítio em que passe pontita de brisa e painéis solares estendidos fazendo lembrar campos de trigo cromado ao sol, o nosso estado vai gastar menos em energia. É ou não boa notícia? Claro que sim. É que isso pode reflectir-se na factura, por exemplo da EDP, e podemos vir a pagar menos pela electricidade que consumimos.
Não é verdade? Não, não é. Aparentemente, a ERSE (espécie de URSO a pilhas, logo eléctrico, logo ERSE) veio anunciar que, como agora temos mais capacidade energética em Portugal, cada português contribuirá, em média, com 80 euros ao longo do próximo ano para ajudar a custear a instalação desta capacidade produtiva, na factura da EDP. O que faz todo o sentido, se temos já muita electricidade produzida cá dentro, há que não pagar ao exterior, mas passar a pagar mais cá dentro, porque a energia agora é mais... barata a quem produz... (hã?)...
Sendo estas empresas de maioria de capitais privados, não deviam estar no mercado de forma concorrencial? Quer dizer, se ouvirmos um agricultor dizer que este ano os seus produtos ficaram mais caros porque não choveu ou foi visitado por ETs que levaram a fruta do Compal toda para lá dos tomates de Oríon, alguém quer saber disso? Porque hei-de eu pagar o investimento de empresas privadas? Para os ajudar depois a venderem-me a energia que produzem com a minha ajuda? Isto, além de tudo, é confuso... Mas isto é como os aerogeradores, vulgo eólicas, ainda mais vulgo abentoínhas: bufar podemos, mas pagar, pagamos na mesma...

Foto Google

12 comentários:

  1. Eu li tudo e concordo que são chulos... mas a Milla Jovovich não é nada escanzelada!

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  2. Johnny, prontos, deixemos a Milla. O importante é que consideras os gajos chulos, até aí tudo bem...

    Então o que é a Milla? Anoréctica?

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  3. (Vou fazer copy/paste do comentário final meu ali para baixo: Andam é a comer-nos por parvos)

    Achas mesmo que têm falta de cérebro? Será mesmo...?

    Mas olha que somos muito ricos em matéria de culpar o próximo. Somos fantásticos, na realidade.

    A Milla não é escanzelada é como quem diz...

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  4. Proponho começarmos a enviar mensagens por sms como a que exemplificaste no post anterior, mas sem asteriscos e outros iscos, aos senhores da ERSE, da EDP, do Governo e por aí fora?... É só uma sugestão!

    Não é por nada, mas parece-me que isto já só lá vai com um arraial de pancada...

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  5. Noya, se nos andam a comer as papas na cabeça, nós é que ficamos sem cérebro. E a culpa não é minha, não fui eu que os ajudei a chegar lá. Com toda a certeza.

    A Milla é "extra-elegante". Está bem assim?

    Esquelética do car#$%&...

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  6. Pronúncia, eu penso que um arraial de porrada não resolve nada. Teríamos era de ter um arraial de porrada por freguesia, porque isto um arraial, um arraial... Sim, tudo bem, e se o arraial de porrada for em Alco$%ões de Baixo, adianta alguma coisa? Nem chega cá abaixo.

    Ou espera... Isso é figurado e estás a falar de uma revolução??? Ò Pronúncia, era uma moça tão recatada. Sua extremista!!! Perigosa comuna me saíste!!

    :D

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  7. Johnny, ok. Concordo com o facto de ela ser gira. Mas não perdia nada com mais um bocadinho de arcaboiço...

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  8. venho aqui para falar sobre a EDP e só vejo os hômes a falar de gajas...
    Pronto, pá, é girita, mas realmente é demasiado magra...
    há quem goste, no entanto... :P

    Quanto ao assunto principal (ou será a Milla) é muito difícil fazer alguma coisa contra quem detém o monopólio do mercado energético em Portugal... Por isso é mesmo, pagar e calar...

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  9. Anne, a Milla era uma tentativa de fazer um pouco de humor. E é demasiado magra.

    Pois é, mas através da consciencialização é que podemos lá ir. Comer e calar. como deves saber, não é comigo.

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  10. Então não sei? mas infelizmente até podemos estar todos muito conscientes mas neste mundo capitalista quem controla os meios de produção e/ou distribuição dos recursos à população tem a faca e o queijo na mão...

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  11. Anne, as coisas mudam num instante... Olha para Moçambique...

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