terça-feira, 13 de novembro de 2012

INVESTIGAÇÃO INDEPENDENTE

Sérgio Denicoli é um investigador da Universidade do Minho, em Braga, que viu a sua tese de Doutoramento ser aprovada por unanimidade. Provavelmente alegrou-se com o reconhecimento de seu trabalho de anos e festejou com a família e os amigos. Porém, a tese de Denicoli chegou a conclusões que não agradaram a todos, nomeadamente a Zeinal Bava, Presidente Executivo da Portugal Telecom (PT). E porquê? Porque, em função do estudo desenvolvido, concluiu  que havia "fortes indícios" de corrupção no âmbito do processo de instalação da Televisão Digital Terrestre (TDT).
A PT levantou um processo judicial contra o investigador. E o que fez a Universidade? Nada! Deixa-o enfrentar sozinho um processo absurdo que põe em causa não só o autor da tese como o júri que o aprovou e a Universidade como instituição autónoma e livre na sua vertente pedagógica e de investigação.
Mal vai o país que vende tudo ao poder económico, incluindo a pouca massa crítica que lhe resta e que deveria ser livre para exprimir as suas opiniões, mais ainda quando fundamentadas em estudos académicos!

11 comentários:

  1. Na mouche. Nem me tinha lembrado do papel que a universidade deveria ter neste caso, uma vez que aprovou a investigação!

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    1. Deixar "cair" um investigador sozinho é muito mau sinal...

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  2. (A Greve Geral perguntou-me por ti. Disse-lhe que costumas estar pelo Da Malena... deve vir ai a tua procura...)

    ;)

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  3. O homem até é brasileiro. Ele que vá descobrir os casos de corrupção lá na terrinha dele. É preciso ter lata vir a Portugal tornar-se Dr. com uma tese de corrupção numa situação de corrupção tão clara! Roubou a ideia de alguém, só pode! Ele que vá tentar provar a corrupção no futebol português, isso é que era obra!

    (função "ironia" desligada)

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    1. Se a função ironia está desligada, lamento mas discordo! Investigador é-o em qualquer lugar e uma Academia é um local livre! Conclusões de uma tese são o que são e, a serem postas em causa, que o sejam pelos pares que julgam o trabalho, nunca por senhores directores de empresas.

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    2. Malena, repara que só "desliguei" a ironia no fim do texto ;D

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  4. Malena, isto não é uma opinião, é uma afirmação grave, independentemente se o Sérgio tem razão, provas, ou não. Ele se calhar até a tem, mas estamos num Estado de Direito onde os visados também têm uma oportunidade para legalmente "limpar a face".

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    1. O que eu critico, Dylan, é o facto de a Academia deixar o investigador só face a um ataque à investigação que foi feita, aprovada e julgada pela própria Academia. A PT que faça o que entender.

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  5. Era muito importante que as Universidades Portuguesas tivessem um papel de massa cinzenta crítica e livre. Mas não é isso que eu vejo, não só pela subjugação ao poder económico (uma PT chega a muito lado, mas há mais PTs, por exemplo na Banca ...) mas também por culpa própria. Muitos professores catedráticos de direito (incluindo por exemplo Direito Constitucional, Adminitrativo, e de outros ramos do Direito) aceitam escrever os pareceres mais incríveis, mais desligados da verdade e da lei, por 50 mil Euros. Isto é especialmente grave em processos crime onde qualquer autarca, Pinto da Costa ou espertalhão endinheirado, por uns tostões ganham absolvições criminais graças a professores de direito, supostamente especialistas, mas que são pagos para dar o seu parecer ...

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  6. Acredito que ainda o vão fazendo em alguns honrosos casos. Vê o António Nóvoa, reitor da Universidade de Lisboa, que tem dado lições de democracia nas suas intervenções públicas.

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