segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Afonso Ibn Erriq - parte 1


Afonso era um jovem de dezoito anos, nascido de boas famílias. Gozava as noites como podia naquele tempo, já que durante os dias levava arraiais de porrada do seu treinador de wrestling, o Moniz. O Moniz era um espécie de tio afastado, escolhido pelo pai para o criar, pois este sabia que a cirrose é o ia f... azer ir para a cova e a sua mulher Teresa não era muito chegada a pirralhos. Ia então o Afonso para casa, depois de deixar mal estacionado o seu veículo com tracção às quatro patas e um cavalo de potência à porta do castelo de Guimarães. Caiu três vezes nas escadas, embora tivesse feito a estrada de Braga a quarenta à hora de espora a fundo. Esqueceu-se das chaves e chamou a plenos pulmões pelo Moniz que, ensonado, veio abrir a porta. Depois de se explicar como podia, incluindo algo como estar bêbado como um cavalo (não havia carros na altura) e ter mais trinta centímetros de altura e trinta kgs de peso que o Moniz, lá foi autorizado a entrar.

Foi nessa altura, fatídica, que Afonso ouviu gemidos de prazer. Pensou que seria o Moniz a satisfazer a patroa, mas o Moniz estava ali com ele. Perguntando gentilmente (incluindo o uso da palavra arcaica que refere o órgão sexual masculino várias vezes) ao Moniz se era a sua mãe, D.Teresa, a emitir os sons, dirigiu-se para o quarto desta. O Moniz insistia que nunca uma senhora tão distinta faria tal coisa, mas Afonso parou nas escadas e respondeu que ela não era distinta, era mesmo galega e, de novo, uma referência ao já referido órgão. Acrescentou que, se fosse um português de boas famílias, tudo bem, que aguentava, mas se fosse algum filho de mulher de má vida castelhano, que iria atirar com os dois pela janela da torre.

O Moniz só lhe perguntava se já estava sóbrio, ao que ele respondia que tinha aprendido umas coisas com o Pedro Santana Lopes. Abriu a porta e viu, para seu horror, com alguma fascinação à mistura, um espectáculo deprimente. Passava na TV o Big Brother versão Kuwait. Depois de um vómito rápido, verificou que a mãe estava na cama com nada mais nada menos que quatro castelhanos. Enojado, puxou a culatra atrás (e que culatra, era uma considerável besta!) e arrepiou caminho, à força de tudo o que lhe vinha à mão que estava mais ao pé, atirando os dois primeiros castelhanos pela janela fora. O Moniz, horrorizado com a cena, perguntou-lhe se era coisa que se fizesse, deixar os outros dois. Ajudou-os gentilmente a seguir os colegas.

Mas Afonso estava cego pela raiva, pela Super Bock, e pelo facto de o Pedro Santana Lopes lhe ter roubado uma miúda marroquina que conheceram num tasco de Braga. Virou-se para a mãe. O Moniz, vendo a coisa mal parada, e nunca tendo ouvido tantos órgãos sexuais masculinos juntos na mesma frase, meteu-se de permeio. Afonso respeitou a vontade do tutor, mas gritou à mãe que ia declarar independência! A mãe, já refeita do susto, riu-se alto e bom som, declarando o facto de o Afonso ainda ser imberbe e praticar regularmente a ejaculação manualmente assistida! Afonso agarrou-a pelos apêndices mamários e atirou-a pela janela. Moniz ficou horrorizado, pensando na fortuna que Henrique, pai de Afonso, tinha gasto naqueles apêndices na Corporación Dermostética. Admoestou veementemente Afonso, ao que este lhe lembrou que mais espessa que o sangue é a Super Bock e se queria ir fazer companhia aos outros cinco lá em baixo, sempre podiam jogar uma Ralhada.

Mas Moniz era um político hábil, ou tinha a mania que era, e lembrou que era preciso tratar bem D.Teresa, ao que o Afonso retorquiu que tinha o local ideal para a exilar, a Mota Engil. Moniz lembrou-lhe que D.Teresa era filha de imperador e ele próprio, Afonso, filho de Henrique, era neto do imperador Afonso V de Léon. Afonso respirou fundo e retorquiu, já mais calmo:

-Pronto, já sei, já sei, vou ter que arriar nos apêndices de marfim desse macho de cabra castelhano também!!

10 comentários:

  1. Ahahahahhaha
    (eu a rir às gargalhadas, dobrada sobre mim mesma e com as mãos a segurar o estômago - tás a visualizar a cena?!)

    Adorei! Adorei! Adorei!FANTABOLÁSTICO!....

    E mais não digo...

    (Até te desculpo não teres usado a frase que te sugeri, neste post...)
    ....
    .....
    ....

    Alto! Que o rapaz aceitou a minha sugestão e retirou a verificação de comentários! Vá lá, pessoal, podem agradecer aqui à "je"...

    ResponderEliminar
  2. Ainda bem que gostaste deste périplo pela nossa história recente. Já viste o que ainda há para contar?

    Acrescento que não é minha atenção ofender, seja de que maneira for, a figura que mais admiro na História Mundial, a par de D.João II (lá chegaremos) e Ramsés II (quem sabe?), no fundo, alguns dos nossos antepassados directos ou indirectos. D.Afonso tem para mim uma atracção tal que por vezes visito a sua sepultura só por pura fascinação. E que visão, meu Deus!

    ResponderEliminar
  3. Está um estoiro,

    ahahahha

    demais mesmo,


    não sei o que diga.

    Ainda me vem falar em gatos fedorentos e Nunos Markl

    ahahaha

    Realmente sem sugestões é melhor.

    ResponderEliminar
  4. Fortifeio

    Não me compares a esses deuses da comédia. Envaideces-me, o que não é particularmente desagradável, mas altamente perigoso!

    De qualquer das formas, sinto-me um pouco envergonhado, a fazer textos destes enquanto fazias um texto gigantesco de intensidade como fizeste!

    ResponderEliminar
  5. Cirrus

    Não foi todo hoje.

    TU és muitissimo melhor que o Markl, e que os gatos, não te subestimes.

    é verdade.

    Eu o Markl não gosto dele nem um bocadinho. Acho que são tudo banalidades.

    ResponderEliminar
  6. Gosto de brincar com coisas sérias, isso é verdade.

    Estou a pensar em reescrever a Bíblia... Imagina... Penso que o Moisés não tinha aquele sentido de humor...

    ResponderEliminar
  7. Bora lá Cirrus!

    Que "Deus", não se vingue e te retire essa veia humorística...

    Fico à espera da Bíblia reescrita por... Cirrus Minor!!!...

    E do Ramsés, e do D. João II... já agora!...

    ResponderEliminar
  8. Pois, mas agora vou dormir sobre o assunto. Não sobre a Bíblia, nada disso, senhor Cardeal!!! Não me excomungue! Há livrinhos mais fininhos e confortáveis sobre os quais se dormir. Olha, um Novo Testamento!!!

    ResponderEliminar
  9. Caro Cirrus,

    Vim pela primeira vez hoje espreitar aqui a sua assoalhada, e deparei logo com esta sua nova versão da história do "Tio" Afonso.

    Está de parabens, e acho que vou continuar a dar umas espreitadelas por aqui.

    Um Abraço

    ResponderEliminar
  10. Vera,

    Muito me honra com sua visita, que, asseguro-lhe, é retribuída.

    Muito obrigada.

    ResponderEliminar

LEVANTAR VOO AQUI, POR FAVOR