quinta-feira, 26 de março de 2009

Dark Side of the Moon


Pois é, são 36 anos do melhor álbum jamais editado. Foi a primeira coisa que me lembro de ter ouvido. Este post é para recordar a perfeição, e uma singela homenagem aos desaparecidos Richard Wright e Syd Barret. Onde quer que estejam, estão a fazer música.

terça-feira, 24 de março de 2009

A Noite


Madrid, 23 de Março de 2009

Há aqueles que preferem as cidades. Há aqueles que preferem a solidão entre muitos. Há muitos que preferem a solidão entre si.
Não sou um desses, sou diferente. Sou alentejano, beirão, transmontano, quiçá até minhoto.
A cidade teima em não se apagar. A cidade teima em não morrer. Talvez seja por isso que me renovo, todos os dias, na graça do Deus Sol e seus sequazes. Deixo-me morrer lentamente, todas as noites, para surgir na manhã seguinte, pronto para a vida de todos os dias, porque todos os dias me divorcio da cidade e acordo em Trás-os-Montes. Ou será na Beira Alta?
Não interessa. Nada interessa. O que realmente interessa é aquilo que fazemos de cada noite, e não aquilo que fazemos em cada dia. Porque se o dia não sucede à noite, nem a noite sucede ao dia, então eu não sucedo e morro. E eu não morro.
Madrid está lá fora, vibrando na noite. Eu preparo meu ressurgir, tento alhear-me das luzes e ruídos para renascer, amanhã bem cedo, numa vilória de Trás-os-Montes.

sexta-feira, 20 de março de 2009

Afonso Ibn Erriq - parte 3


D.Afonso chegou às portas de Lisboa!! Depois da conquista de Santarém, foi fácil chegar a Lisboa. Foi só seguir a A1. Pagar as portagens foi mais difícil, mas lá se conseguiu com o dinheiro das lavagens de roupa em Santarém.
Chegado às portas de Lisboa, D.Afonso, educadamente, tocou à campainha, mas levou logo com um balde de esgoto do Trancão pelas trombas abaixo. Irritado, mediu as suas forças e preparou-se para o cerco. Mandou o Moniz tomar medidas. O Moniz assim fez e depressa chegou à conclusão que media 23 cm em plena erecção. D.Afonso irritou-se com o tutor, referindo que este nunca percebia ponta de um corno do que ele dizia e que metesse os 23 cm pelo recto acima, que ele era chapa 27 e pouco se impressionava, faça-se amor lá o órgão sexual masculino!!

Lisboa era, na altura, uma cidade muralhada, embora hoje seja maralhada, o que é diferente. O homem apercebeu-se que não poderia nunca tomar a cidade com aquele exército que o acompanhava. Sacou de um telemóvel Optimus que havia sido oferecido pelo Belmiro de Azevedo, com uma autocolante brilhante onde se podia ler "Nós só queremos ver Lisboa a arder!" e chamou os Cruzados.

Quem eram os Cruzados? Os Cruzados eram uns tipos que andavam por ali a passear, em descanso na viagem para invadir Gaza pela 134ª vez. Eram um pouco snobes e chamavam-se Cruzados porque andavam sempre aos pares e ao contrário: se um era baixo, o outro era alto, se um era professor, o outro era pai, se um andava na horizontal, o outro andava na vertical, se um fazia sexo oral , o outro era sodomizado... Com a ajuda dos Cruzados e do Moniz, que teve a gentileza de atravessar o seu apêndice sexual na porta para impedir que esta fechasse, D.Afonso ainda conseguiu ir ver o Benfica jogar para a Liga dos Campeões - o resto é verdade, atenção!!

O episódio do Moniz é paradigmático. Andavam todos à espadeirada à porta e estava o Moniz regalado a desfrutar dos favores de uma bela moura que tinha capturado naquela tarde. Quando ouviu o frenesim da abertura da porta, saiu da tenda ainda tumefacto e, vendo que os mouros empurravam para fechar a porta, mais não fez que entalar a sua protuberância na abertura. Como "home" do Norte que era, nem um arranhão sofreu. Dizem as más línguas que ele morreu entalado! Nada disso - ainda aproveitou para violar dois mouros mais atrevidos!!!

Assim foi a conquista de Lisboa. Era um marco importante, uma vez que havia coisas naquela cidade que D.Afonso tinha de ter - mouras e o Benfica! A primeira medida que tomou foi de 27,5 cm (era da excitação da conquista), a segunda foi construir uma enorme casa de banho em frente ao Campo Grande, em tons de verde, onde ele e o Moniz pudessem aliviar-se sem fazer manobras...

Paragens VI

Cirenaica, Líbia

quarta-feira, 11 de março de 2009

Falcões


Hoje há um assunto sério para debater, que, por ser sério, evitarei. Pelo menos, o máximo que puder. Claro que doze a um é sério demais para mim. Por isso, não sei do que falar.

De qualquer forma, de manhã, na ida para o emprego, obviamente atrasada porque deixei a carteira na "carteira" da minha esposa, pelo que tive de me dirigir ao seu local de trabalho recuperar as moeditas, passou uma notícia interessante na rádio. Passo a explicar: "carteira" de uma mulher designa um saco de viagem, normalmente não maior que uma mala grande, com desenhos mais ou menos artísticos, onde as mulheres metem tudo o que se possa perder, incluindo tijolos (pelo menos parece, pelo peso). Guardam lá tudo, desde as chaves de casa, que depois demoram 15 minutos a aparecer quando chove à porta da mesma, até utensílios mais ou menos inúteis, como batons que nunca foram utilizados ou utensílios de higiene íntima, até à carta de condução (esta foi mesmo chauvinista! - peço desculpas!). O resto da explicação seria acerca do facto da minha carteira aparecer na da minha mulher - mas isso seria história a mais.

A notícia a que me referia foi a do General Loureiro dos Santos. Sempre achei o homem algo equilibrado, isto para quem tem apenas três neurónios, um que desce, outro que sobe e outro que dispara. Não sei porquê, sempre simpatizei com o personagem, talvez porque as suas aparições televisivas eram preparadas três meses antes com copianços do tipo "guerra mau, paz bom" ou "nunca digas monhés em directo".

De qualquer forma, numa qualquer aparição pública (talvez numa qualquer tertúlia no Casino da Figueira da Foz), o dito General afirma que os europeus estão a esgotar os argumentos para recusarem ajuda aos EUA na situação no Afeganistão. Sabem, aquele Afeganistão que é considerado o mais perigoso país da Terra, onde se passava a acção do livro "O Vale dos Cinco Leões" - grande livro, que apreciei imenso, particularmente as cenas de sexo bem imaginadas por um eu com dezasseis anos. O Afeganistão que nunca, em toda a sua história, foi submetido a qualquer potência estrangeira, isto considerando que os persas não são bem estrangeiros. O Afeganistão que é a última verdadeira sociedade tribal do planeta, onde o poder político tem tanta importância como as inúmeras pedras que lá se encontram, e onde o verdadeiro poder reside nessa mágica palavra que todos conhecemos muito bem, pelo menos e espero eu, de nome: o ópio.

Para o nosso querido General na reserva, tenho um argumento de peso: nós, os europeus, temos uma coisa urgente, muito mais urgente a fazer que enviar contingentes de jovens para uma guerra que não pode nem será ganha: viver a nossa vida.

Já sei, já sei, vem toda a conversa sobre a guerra ao terrorismo, da segurança nacional, e mais não sei o quê. Até posso admitir que houve países atingidos por atentados depois de enviarem forças para o Afeganistão (não antes), como a Espanha ou o Reino Unido. Mas Portugal só pode interessar aos terroristas como campo de treino - é enviá-los a todos para a Madeira aprender umas coisas com o João e temos a Al-Qaeda a dominar o mundo ocidental em menos de um trimestre sem avaliações. E com pior linguagem, pois essa dos infiéis mudaria para filhos da puta num piscar de olhos.

Agora, com licença, preciso de umas férias das guerras arranjadas pela ex-única super potência, para poder tratar de assuntos pessoais, como... sei lá... a minha vidinha.

Os russos é que tinham razão, afinal... Eles é que andaram a derreter aquelas paragens sem grandes resultados... Quanto ao nosso dito General, é normal que ande nervoso, se não houver guerras a começar em directo às quatro da manhã em ponto, lá se vai o tacho televisivo. E que será feito do nosso "percebe de tudo" Nuno Rogeiro? Graças a Deus que existe Israel...

E prontos, foi o que se arranjou...

domingo, 1 de março de 2009

TV por cabo


Graças a Deus pela TV por cabo! Hoje estou ligado ao Discovery Civilization. Liguei a TV no canal 1, como é habitual, ou seja, na RTP. Deu para, em pouquíssimos minutos, ver uma tal de Romana, uma criatura disforme e desagradável à vista, esganiçar a pseudo-voz numa coisa que me disseram ser uma canção, embora eu não acreditasse. Depois veio a apresentadora (uma carinha laroca de nome Sílvia Alberto, quase a ter uma ataque de asma por causa do cinto que lhe reduzia a cintura a 15 cms) a dizer que sim, era uma canção para o Festival da mesma.

Cruzes!!! Mudei de canal, fui para a SIC. Uma entrevista ao Paulo Pedroso! Porreiro, já não se pode mudar de canal. Entre a Romana e o Paulo Pedroso, o que pode ser pior? Em dois segundos, elevei o número na grelha de canais. Não me apercebi que tinha acabado de mudar para a TVI, a Televisão Impossível. E lá estava, de novo, o Paulo Pedroso, em directo de Espinho, a falar às câmaras. Estava rodeado de emplastros, que sorriam enquanto tentavam que se vissem as madeixas recém oxigenadas ou as gravatas de gosto duvidoso compradas pelas esposas no dia anterior.

Apercebi-me que estava a ver o Congresso do PS, aquele que o nosso PM acha mais importante que uma reunião de emergência dos chefes de governo da Europa, para tratar a crise. Acho muito bem. Tratar a crise para quê? Ela está de tão perfeita saúde! Nada disso, é preferível fazer campanha pelo lobby gay ou anunciar um obscuro constitucionalista para encabeçar a lista de candidatos ao tacho europeu. E que feliz ficou ele!!

Acabei no Discovery Civilization, com passagens estratégicas pelo Canal História. Nada de anormal, é o que acabo por ver na TV todos os dias. A tristeza chega quando se acumulam barbaridades nos "nossos" canais, coberturas de Congressos em directo, como se isso fosse importante ou educacional, ou então o Festival da Canção, aquele que fez tantas estrelas caírem do céu e tantas lágrimas de tristeza serem derramadas. Está bem, concordo, algumas das lágrimas eram de tanto rir! Há as telenovelas, brasileiras ou portuguesas, versões de telenovelas e até remakes de telenovelas!

No Canal 2, não estava a passar nenhum dos interessantes périplos do nosso único vulto da História de Portugal na TV. Por isso, desisti mesmo. Alguém me pode dizer quem ganhou o Festival? Não que queira saber, mas, enfim... E já agora, como ficou o Porto-Sporting?

É o que há. Hoje não há programas do José Hermano Saraiva...