quarta-feira, 23 de setembro de 2009

LENDA VIVA

Foto Google

Como por certo terá notado o pequeno punhado de leitores assíduos que tenho neste blog, que são poucos mas bons, estou numa onda de nostalgia. Não posso, como é evidente, ressuscitar velhos hábitos, pois a minha vida não permite isso. Antigamente, o dia 3 de Julho era, para mim, dia de luto. É o dia que assinala a morte de um dos mais espantosos mitos da cultura pop, um dos mais audazes cantores e um dos maiores poetas da sua era.

Falar de James Douglas Morrison não é fácil. A sua vida, e até a sua morte, estão envoltas num manto de polémicas, de meias verdades e de segredos mais ou menos públicos que contribuem, por um lado, para a construção do mito, um guerreiro da música, o último dos rebeldes, mas que põe de lado a obra de uma vida curta mas tão rica como intensa. E falar de obra de Jim Morrison não é apenas falar de música. Os Doors nunca fizeram música acompanhada de letra, sempre fizeram música para acompanhar as letras.

Jim Morrison pode ser acusado de quase tudo. Ele foi, efectivamente, o excesso em forma humana, uma espécie de demónio ingénuo que motivou uma geração inteira a entregar-se às mais variadas formas de excesso, mas também de criatividade e genialidade. Ninguém poderia imaginar que um aluno de cinema e mais três camaradas lançassem, em 1966 e à primeira tentativa, um dos mais icónicos albuns rock de sempre. Era ainda na altura em que Morrison cantava de costas para o público, por pura timidez. Mais tarde se tornaria o protótipo do "animal de palco". O álbum The Doors é imaculado, todo ele feito de inspiração.

A perfeição foi atingida cinco anos mais tarde, primeiro em 1970, com o álbum Morrison Hotel, depois em 1971, com o inexcedível LA Woman, ainda hoje o melhor álbum de sempre da música americana. Fonte de inspiração de tantas bandas de hoje, The Doors continuam a ser uma das mais ouvidas de sempre. No meu caso particular, sou um coleccionador de The Doors. Álbuns e livros. Música dos Doors, letras de Jim Morrison. Desde que me lembro de ouvir música, sempre ouvi três bandas: Pink Floyd, Led Zeppelin e The Doors. Quantas tardes passei eu, enquanto criança, a revirar vinis por tudo quanto era sítio em casa dos pais.

Quanto prazer não retirei eu dos livros de poemas de Morrison, quanto prazer não retirei do vinil ao ouvir faixas como L'America, Crawling King Snake ou Moonlight Drive? Ah, bons velhos tempos! Fica este vídeo, para recordar esse homem que, morrendo aos 27 anos, em Paris, deixou mais obra que muitos outros deixam morrendo aos 90. Peço a vossa atenção e respeito por esta lenda viva do imaginário do século XX, Jim Morrison. Quanto mais não seja, porque é efectivamente música a sério:

23 comentários:

  1. Não sendo propriamente a minha onda, é efectivamente "música a sério" e merece por isso da minha parte todo o respeito, mesmo que não o tivesses pedido. Alias astrês bandas que referiste e muitas outras dessa época, há muito que não precisam de provar mais nada a ninguém
    As décadas de 70 e 80 foram a meu ver as de ouro da música, a nível mundial. Julgo por vezes que nunca mais se fará música assim.
    Bom dia Cirrus. Não há nada de mal na nostalgia. Recordar também é viver.

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  2. Gosto muito. Apaixonei-me por The Doors depois de, em pequena, ver o filme homónino de Oliver Stone. Mas das 3 Bandas que disseste, Pink Floyd é a única que está mesmo lá no topo (Deve ter sido a que mais vezes ouvi na minha vida toda, incluindo dentro da barriga da minha mãe XD)*

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  3. Não são a minha melhor companhia mas que não faltam paixão e talento às suas músicas é verdade. Já te disse que cresci com as bandas que mencionaste, rodeada dos vynis do meu pai. Realmente um ícone. a meu ver ele tinha cara de iluminado. há poucas pessoas com um talento assim.

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  4. Grande.

    Morrison e Brecht
    "Alabama Song "-"Whiskey Bar"

    A lembrança fez-me ouvi-lo,mais uma vez.

    O dia começou com música...

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  5. Sem dúvida. A década de 70 e 80 trouxe ícones músicais inesqueciveis, talvez os melhores de sempre.

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  6. O TOM NOSTÁLGICO FICA-LHE TÃO BEM, CIRRUS...RECORDO A PAIXÃO COM QUE SE ADORAVA JIM MORRISON... A SUA ESTÚPIDA MORTE PROVOCOU UMA ONDA DE NOSTALGIA EM NÓS, OS MAIS VELHOTES. REVÍAMO_NOS NELE , NAS MENSAGENS QUE A SUA MÚSICA LEVAVA NOS VENTOS POR ESSE MUNDO FORA. TRISTE MORTE, PARA QUEM CANTAVA A VIDA, O AMOR, A FRATERNIDADE ENTRE OS HOMENS. QUEM,COMO ELE, DENUNCIOU A HIPOCRISIA DAS SOCIEDADES E A TIRANIA DO CAPITALISMO?
    "MOONLIGHT DRIVE" CONTINUA A SER UMA BRECHA NO MURO, UMA LUZ NO CAMINHO...
    BEIJO AMIGO DE LUSIBERO

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  7. Bem lembrado!
    Tu andas mesmo nostálgico!

    Apesar de não ser uma das minhas músicas preferidas dos Doors, sempre que se fala deles lembro-me logo da "Roadhouse Blues"... muito eu a dancei! :)


    Acho que é isso mesmo que vou fazer, pegar ali no CD, pôr o som bem alto e dançar com vontade...

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  8. Francisco, e será que se fará alguma vez música como se fez naquela altura?

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  9. Adek, como podes ver pela minha barra lateral, o Vídeo Fly High In The Sky é sempre um vídeo dos Pink Floyd.

    O Filme do Oliver Stone é muito redutor daquilo que Jim Morrison representava e era na realidade. Fiquei algo desapontado com o filme, na altura.

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  10. Anne, deve aparecer um daqueles num bilião! Mesmo assim, o que seria se fosse ainda hoje vivo?

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  11. Rose, já fiz uma boa acção hoje, não?

    ;)

    Grande, grande!

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  12. Dylan, Sem dúvida, foi a altura dos gigantes!

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  13. Maria, para mim, Morrison começou algo que não mais parou - a contestação musical, pura e dura. Mas o auge desse movimento surgiu em 77, com o álbum Animals. O mais duro de sempre!

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  14. Pronúncia, ando mesmo!!

    Roadhouse Blues é uma faixa fantástica, mas também é daquelas faixas que mais limita os Doors. Não sei se me faço entender...

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  15. Venho só respirar aqui mais um pouco.
    Snifff.............!


    Já estou melhor! Que odor!

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  16. Cirrus,

    Muitos incêndios em redor do Porto. O cheiro é forte. Mas entrando no teu blog, o cheiro não é melhor. Apresentas a foto de um tipo que gostava de substâncias ilícitas!

    AHAHHAHAHAHAHA!

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  17. Eh pá! Eus avisei do cheiro! Vai lá ver a secção dos selos!!

    Ele gostava de substâncias ilícitas? E havia substâncias ilícitas naquele tempo??

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  18. Mas mudando de assunto,

    Ouvi dizer que preparas uma "infifada" contra o Todd, que voltou das profundezas do Sarkozy!

    Onde posso alistar-me?

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  19. Lancei-lhe uma Fatwa mortífera: vai ser executado. Vai ser afogado em água pelos joelhos!

    Aquele gajo diz cada uma!!!

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  20. Calma Cirrus,

    Temos que ser pacientes com a 3ª idade, e já agora, com renegados!

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  21. 3ª idade o camandro! Devia ter mais sapiência se é da 3ªidade!

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