sexta-feira, 3 de julho de 2009

NET À SUIÇA


Não sei se tudo o que se passa em Portugal é engraçado. Talvez não. Deve depender do estado de espírito. Há alturas em que estamos numa sucessão de situações hilariantes em que tudo o que vem depois é também hilariante, do tipo: "O Benfica foi campeão!" e a gente rir-se a bandeiras despregadas. Então alguém diz: "Caiu a ponte de Entre-os-Rios!" e a única coisa que saem são gargalhadas. Por isso, e por andar ou desatento ou muito feliz com as insignificâncias cá do burgo, acho graça a quase tudo. Manifestação de agricultores? Porreiro! Dias Loureiro arguido? Espectáculo! Um portista concorrer à presidência do Benfica? Hilariante! (Mas esta última é até é mesmo)...
Mas uma coisa que não suporto são os espertos. Espertos não são inteligentes. Normalmente quer dizer precisamente o contrário. Às vezes, também nos referimos a estes seres como artistas. E há sempre um artista ou esperto pronto para me chamar burro por aí. Porque, para um esperto, um burro é aquele que trabalha para viver. O esperto é aquele que vive de expedientes, de subterfúgios. Tipo deputado.
Mas, às vezes, até eu consigo chamar burro a um esperto. E é com imenso prazer que o faço, diga-se. Não sou assim tão vingativo ou mesquinho, mas tenho direito à minha hora. Tanto me tenho rido nos últimos tempos que, quando saiu a notícia que dava conta de que centenas (?) de portugueses investiram, num site de Internet, na compra de moeda estrangeira, quase rebolava a rir. Há gente para tudo, até para fazer destas burrices incríveis. Pensei logo em parar, afinal, sempre é uma fraude e alguém vai ficar sem os tostões ganhos arduamente.
De seguida, a notícia evoluía para o inevitável "fraude", obviamente. A seguir, vinha comentado que a CMVM, no seu papel de regulador destas actividades, não tinha dado conta sequer de que a morada na Suíça, desta pretensa empresa, nem existia. Por esta altura, já eu subia às paredes para conter o riso.
Mas não era tudo: a tal empresa desapareceu com todo o dinheiro da Internet e, possivelmente, da face da Terra. O meu abdómen já doía de tão gargalhar. O último pormenor foi a gota de água e tive que ir vomitar o almoço à casa de banho, pois não consegui aguentá-lo. O esquema do negócio incluía juros de 1%. Nada mau, se fosse ao ano. Por mês, seria fabuloso!!! Agora, ao... dia????!!!!
Mas quem são estes crentes? E será que vão fazer fila à porta do Ministério das Finanças ou da Economia a exigir o seu dinheiro de volta?? Lá lata não lhes deve faltar, a estes espertos. E um esperto não tem vergonha. Mas sempre se arranjou um milhão de euros para "investir"...

5 comentários:

  1. Adorei a parte final... Não me admirava nada que fossem para a porta do Ministério, não fosse a vergonha de só agora perceberem a tamanha burrice que fizeram... 1% ao dia? LOL

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  2. Sara

    Esperamos para ver, talvez alguns nem tenham vergonha mesmo... Não tiveram vergonha de se pensarem usurários ou agiotas.

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  3. Ainda mais espertos que os crentes foi quem se lembrou do esquema e os convenceu.

    Infelizmente há por cá (e por lá também), montes de espertos e até parece que o que estar a dar é isso mesmo... ser esperto!

    É uma raça que abomino e só queria que, pelo menos uma vez, se dessem mal e sentissem na pele aquilo que fazem...

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  4. Pronúncia

    E não achas que os crentes não queriam dar uma de espertos? 1% é preciso ser crente. Se funcionasse, seriam espertos.

    Cambada de imprestáveis!!! Uns e outros, entenda-se!

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  5. Claro que si! Os crentes também se armaram em espertos... se se derem mal não os lastimo.

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